Alguns anos depois...Os poucos meses que Ethan mencionou se tornaram anos. No aniversário do nosso quarto ano aqui em Ligonier tive certeza de que nunca estaríamos seguras. Passei todos esses anos sem saber notícias do Sebastian, sem ao menos poder trocar cartas, pois seria altamente perigoso para nossa proteção.Após 5 anos, nossa vida estava tão estável ao ponto de termos amizades na vizinhança, Marília adorava cultivar plantas, ela nunca pensou que teria um cantinho só seu. Enquanto eu, consegui arrumar um emprego de meio período em uma cafeteria, o salário não era lá essas coisas, mas evitava que de ficar em casa apenas pensando no passado.Ethan nos visitava pelo menos 3 vezes ao ano, ele quem trazia notícias sobre o Sebastian. Soube no ano seguinte que chegamos aqui que ele foi condenado a 6 anos de regime fechado sem possibilidade de condicional.Chorei uma noite inteira.Hoje, 4 anos depois, ainda penso nele todas as noites antes de dormir, faltava apenas 1 ano para sua saída
Meu lábio inferior tremeu e meus olhos pareciam tão perdidos que o mundo ao redor dele parecer se esvair, eu só podia ver o brilho dos seus olhos. A vassoura caindo no chão me fez acordar do transe, percebi que o grande amor da minha estava a minha frente, com algumas marcas do tempo, mas continuava sendo ele.Agarrei em seu pescoço e pulei em seu colo, passando minhas pernas ao redor de sua cintura. Sebastian me agarrou em um abraço tão forte que me fez perder o fôlego. Mas eu não me importava, sentia como se já pudesse morrer nesse momento.Eu não queria mais soltá-lo, não queria deixar de sentir seu corpo finalmente junto ao meu ou sequer imaginar em deixá-lo sem tocar pelo menos um centímetro de nossa pele.Soltei seu pescoço e segurei seu rosto com às duas mãos.A barba estava tão espessa e os cabelos desgrenhados soltos até os ombros, mas ele não deixava de ser bonito como sempre fora. As marcas dos anos estavam bem visíveis em sua pele, todo o sofrimento e solidão, assim como
Eu o puxo pela camisa, beijando seus lábios. Arfei sentindo sua mão apertar minha cintura com um pouco de força.Fazia tempos que não sentia aquilo, aquela vontade de desfrutar ainda mais dele. Sebastian não quis fazer nada, queria começar as coisas do jeito certo.Ele passa a costa de sua mão em meu rosto, desgrudando nossos lábios.— Acredito que te amo ainda mais do que antes. — Disse ele com os olhos latentes.— Isso é possível?— É sim. — Ele segura minha mão sobre seu peito, pude sentir seu coração acelerado. — Jade, eu te amo desde o momento em que vi pendurada naquele parapeito, prestes a fazer uma besteira.— Você me salvou naquele dia e me salvou mais vezes do que eu possa contar.— Foi a melhor coisa que fiz.— Eu te amo.— Eu te amo ainda mais. — Disse ele por fim.Sebastian morde o lábio e dá um passo para trás, se livrando da jaqueta. Sento no sofá e tiro minha blusa. Ele geme ao ver que estou sem sutiã por baixo.Sebastian olha para meus seios como se fosse a primeira v
Coloco Geórgia mais uma vez na cama, hoje especialmente ela estava mais agitada que nunca, pois seu pai ainda não havia voltado do trabalho, essa era uma daquelas noites de inverno que Sebastian ficava até tarde no trabalho. Puxo o lençol a altura de seu queixo, enquanto ela me observa com os olhinhos atentos, isso eu posso garantir que puxou a mim, os olhos verdes, porém mais claros, puxando para um azul do Sebastian. — Mamãe, conte mais uma história para mim, por favor. — Pediu ela com os olhinhos brilhando. — Eu juro que vai ser a última. — Você disse isso da segunda vez. — Mas dessa vez prometo ser a última. Balanço a cabeça, ameaçando sair do quarto. Geórgia segura na manga do meu pijama, com às duas mãos. — Cante uma canção de ninar para mim, mamãe. Meus ombros caem, era impossível dizer não a ela com aquele olhar de doçura. — Tudo bem, mas prometa que vai dormir. Ela cruza os dedinhos. Me acomodo ao seu lado, e ela fecha os olhos. Começo a cantar uma canção de ninar, pu
Meu pé quase vacilou diversas vezes enquanto eu subia a escada que dava acesso ao terraço da casa noturna. Cheguei no em cima com meus cabelos sendo levados para trás pelo vento.Antes de estar com os pés no parapeito eu segurei firme no único poste de luz que iluminava o ambiente.O vento frio ardia nas minhas bochechas.Olhei fixo para todo o movimento na cidade, por estar no centro havia muitos prédios, podia ver os carros na rua, as pessoas pareciam formigas.Me perguntava se iria me arrepender segundos antes do meu corpo colidir com o chão, ou se minha vida passaria pelos meus olhos como Ethan me disse certa vez. De qualquer modo, não teria muito para ver dos meus 20 anos.Respiro fundo.A determinação para me jogar estava esgotando, mas se eu saísse com vida daqui, May daria um jeito de me matar depois do que fiz.Não olhei mais para o chão, foquei meus olhos na lua, ela parecia linda essa noite, parecia que o céu inteiro estava pronto para me receber, guardaria aquela noite na
Ethan passava um pano úmido sobre as feridas que May deixou nas minhas costas, não havia apenas nas costas, onde quer que seu chicote tenha pegado deixou rastos de feridas por todo meu canto. Teve um momento que ela subiu a mão, então a ponta de couro atingiu minha bochecha, marcando minha face.Após eu voltar do terraço, May ordenou que Vicent arrancasse minha roupa na frente de todos, usei as mãos para cobrir meu corpo nu em completa vergonha. Então ela pegou seu temido chicote, eu gritei apenas na primeira chicotada, depois me joguei no chão em posição fetal protegendo meu rosto com as lágrimas nos olhos, pedindo que aquele inferno tivesse fim, porem como todas às vezes não teve, nenhum anjo desceu do céu para me buscar.May só parou de me bater quando Vicent pediu, depois de muito tempo.Seguro firme na borda da cama, a dor me fazia querer gritar, mas eu não tinha forças para isso. Sei que Ethan usava toda a delicadeza que tinha nas mãos, porém parecia não adiantar.— Desculpe...
As outras meninas que trabalhavam na boate não eram como eu. Algumas delas já eram prostitutas no seu país, outras eram sem-teto — como eu —, e por não terem escolhas acabaram se acostumando com essa vida, apesar das constantes humilhações o dinheiro era gordo, então elas teriam bastante quando voltassem. Uma pequena parcela delas eram naturais daqui o resto era de outros países. Maria era do Uruguai, Gisele era norte-americana, Viviane e Marta ambas eram da Colômbia, no geral havia meninas de todas as partes do mundo.O que tínhamos em comum era ter sido enganas pela mesma pessoa: May.Não havia escolhas para nós. Éramos o resto da sociedade.May ficou com raiva de mim pelo meu segundo cliente me rejeitar. Ela disse que não iria me bater por que eu era carga preciosa, enquanto meu corpo cicatrizava subiria ainda mais meu valor, me dando tempo para pensar em uma forma de escapar desse lugar.Às vezes, após as apresentações eu costumava subir no terraço, antes meus pensamentos não exis
Tocava Toxic ao fundo enquanto Gisele fazia seu show de sensualidade, ela deslizava pelo pole dance com agilidade, rebolava como se fosse invertebrada, às vezes ia até à extremidade do palco para os homens colocarem notas altas dentro de seu sutiã, às vezes até na sua calcinha. Me perguntava como ela não caía usando botas tão longas, ou se o seu cabelo molhado grudado em seu rosto não atrapalhava sua apresentação.Ethan observava o espetáculo de braços cruzados ao meu lado, olhava de relance para ele às vezes, me sentindo incomodada.Dado momento ela desceu do palco e sentou no colo de um homem estranho, só por ela ter rebolado em seu colo, ele colocou um bolo de notas no meio de seus seios. Depois ela saiu e se aproximou de nós dando uma piscadela para Ethan. Ele sorriu, por que ele tinha que sorrir?— Tem baba no canto dos seus lábios, Ethan. — Passo o dedo sobre a borda meu lábio.Ele balança a cabeça.— Não sei do que está falando.Olho para ele incrédula.— Não seja sonso.Ele vi