Não conseguia concentrar sem pensar no Heitor quando subia ao terraço. Me perguntava por onde ele estava, o que fazia. Queria vê-lo mais uma vez, nunca vi ninguém com olhar tão intenso. Talvez ele não lembrasse de mim, mas eu nunca esqueceria dele.
Penso em Ethan.Não falamos sobre o beijo, mas ontem depois da minha apresentação ele me puxou novamente, dessa vez foi mais demorado, as mãos dele chegaram a descer ate minha cintura, elas estavam mais frias e tremulas que as minhas, foi o momento mais quente que já vivi ate agora. Vicent apareceu estragando tudo. Fizemos como antes: fingir que nada aconteceu.Hoje Gisele faria o tal aborto, o médico viria como um cliente então faria tudo em um dos quartos. Eu sentia medo por ela, durante essas semanas parecia feliz enquanto eu pensava em todas as possibilidades de dar errado.— Finalmente te encontrei. — Gisele aparece no terraço com um cigarro entre os dedos.
— Que susto, Gisele. — Levo a mão ate o peito.
Ela sorrir. Entao se aproxima de mim, se posicionando ao meu lado olhando para o nada. Suponho que o terraço virou seu lugar favorito também.
— É hoje. Está com medo?
— Já passei por tanta coisa que não consigo sentir medo de mais nada. — Ela b**e o indicador no cigarro fazendo as cinzas caírem no chão. — Essa vai ser apenas mais uma parte da minha vida.
— Sinto muito.
Ela sorrir com pesar.
— Não gosto que sintam pena de mim. — Tragou o cigarro puxando tao forte que o oco em sua bochecha aumentou.
Olho para sua barriga, estava amostra, pois ela usava uma blusa curta. Já podia notar-se um pequeno relevo ali.
— É uma merda.
Assenti.
— O pai dele é aquele homem? — Pergunto.
Ela traga o cigarro e assenti sem olhar para mim.
— Um verdadeiro canalha. Às vezes esqueço que todos os homens aqui são iguais.
Penso em Ethan, ele não era igual aos monstros daqui, era doce e me lembrava diariamente que esse não era o fim da minha e sim uma parte dela.
— Gosta do faxineiro, não é? — Seus olhos azuis encontram os meus e eu desvio sentindo minhas bochechas pegarem fogo.
— Ethan. — Corrijo.
Ela revirou os olhos.
— Ethan. Tanto faz.
— É tão perceptível assim? — A encaro.
— Sua sorte é que May não ver nada a um palmo de distância de seus olhos. — Ela expira a fumaça. — Ninguém nota vocês, então fica mais fácil.
Solto um sorriso nasal.
— Você consegue ser impetuosa em qualquer situação.
Ela sorrir.
— É um dom.
Rimos fraco.
— Nos beijamos duas vezes. — Admito. — Acredito que gosto dele desde que o vi.
— Já contou a ele?
— Não? — Falo como se fosse óbvio. — Tenho medo caso não seja recíproco.
Ela j**a a bituca no chão e a esmaga com o pé.
— Aposto que já passou por coisas piores que uma rejeição. Se toca, Jade. — Seus olhos brilham — se tem a oportunidade de viver algo belo em um lugar tão feio aproveite.
Meus olhos escorreram até chegarem no chão. Gisele tinha razão, já fazia um ano que eu e Ethan éramos amigos, ele já me viu em tantas situações que o mínimo seria um fora.
Gisele pigarreia.— Tenho que preparar o show de hoje. Pense no que eu disse.
Continuei no terraço até a casa começar a encher de gente. Hoje não cantei, por isso fiquei no bar observando o movimento. Ethan olhava-me do outro lado do salão, eu revirava o copo com água que o barman me serviu. Não saberia como dizer a ele meus sentimentos, parecia tolice em meio ao que vivemos, tantas coisas ruins, o menos esperado seria ele saber sobre os sentimentos de uma garota.
Quase tive um ataque cardíaco quando senti a respiração pesada dele atrás de mim, em seguida sentou ao meu lado ainda observando a apresentação da Gisele.— Por que sinto como se estivesse me evitando?
Virei o copo de água nos lábios para disfarçar minha vergonha.
— N-não estou...
Sua boca se curvou em um pequeno sorriso que logo se desfez.
— Gisele engordou, não acha?
Engasguei com a água, ele me olhou preocupado.
— Está bem? — Segurou meu braço.
— Sim, estou. — Passo a costa da mão nos lábios. — Não deveria sair por aí dizendo isso.
— Não foi apenas eu, May comentou isso hoje.
Arregalei meus olhos quase engasgando com a água novamente. Por sorte já avistei o médico que faria o procedimento, pedi aos céus que Gisele finalizasse logo sua apresentação.
— Você está estranha essa semana inteira, tem algo acontecendo?
Balanço a cabeça.
— É por eu te beijar? — Perguntou direto.
— Q-quê? Não, Ethan...
— Caso seja desconfortável para você me diga.
Viro para a mesa do bar tentando esconder minhas bochechas vermelhas.
— Pode ter certeza que não é desconfortável. — Suspiro — tem tantas coisas acontecendo na minha cabeça.
Sinto ele se aproximar.
— Se eu pudesse a beijaria agora, isso te acalmaria?
Engulo a seco.
Afirmo com a cabeça e ele sorrir.Gisele sai do palco indo direto para o colo dos homens, percebo em sua expressão que ela parecia nervosa, senti necessidade de apertar sua mão e dizer que ficaria tudo bem, mas nem eu tinha certeza disso.• • •
O médico — um homem calvo, baixo de pele parda — esperava impaciente pela Gisele, o vi tomar suas margaritas enquanto ignorava as meninas sentando em seu colo. Monitorei todos os seus passos, para ter certeza que ele não iria embora. Provavelmente seria o último cliente da Gisele hoje.
Olhava para a porta que Gisele entrou há quase meia hora e de relance para ele. Minha respiração apertou quando eu o vi pegar sua maleta e levantar. Corro até ele.— Não pode ir agora. — Peço.
— Já estou aqui há horas, sua amiga não parece estar tão interessada. — Respondeu ele bravo.
Seguro seu braço, ele olha para a minha mão com o cenho franzido.
— Por favor, não vai demorar mais, eu prometo.
Vemos ela dobrando a esquina vindo na nossa direção com uma expressão nada boa.
— Ali está ela! — Aponto em sua direção.
Gisele soltou um longo suspiro.
— Vamos logo, tenho plantão ao amanhecer. — Murmurou o médico.
— Boa sorte. — Digo a Gisele.
Ela agarra minhas mãos.
— Venha comigo, preciso de você agora.
— Mas...
Vejo seus olhos brilharem.
— Não vou conseguir se não for comigo.
Ethan nos observava enquanto limpava uma mesa. Voltei minha atenção para Gisele, seus olhos vermelhos... então assenti. A boate era composta por andares, escolhemos o quarto mais distante, pois o médico disse que seria o melhor para abafar seus gritos. O suor da mão dela entrava em contato com o meu enquanto a mesma me puxava para o quarto. O médico pediu que ela deitasse e então começou a tirar algumas coisas afiadas de dentro da sua maleta.
— Preciso ficar a sós com a paciente.
Gisele olhou para mim assustada.
— Mas ela é importante para mim...
Seguro as mãos dela para acalma-la.
— Tudo bem. Vou ficar do lado de fora, entrarei logo que ele terminar, eu prometo.
Saí da sala preocupada. Nós sabíamos os riscos que ela corria, caso algo acontecesse eu me culparia para sempre. Encostei minhas costas na parede sentando no chão sem muito o que fazer, com as mãos atadas.
Os primeiros gritos de Gisele foram os mais calmos, depois foram minutos torturantes de gritos estéricos, não sabia o que fazer, a ouvia chorar por isso chorava com ela, andava de um lado para o outro me perguntando se deveria invadir a sala e pedir que ele parasse. Uma hora depois o médico saiu do quarto segurando uma maleta, olhei para as mãos dele, havia sangue.— Ela precisa de repouso e parar de usar drogas por alguns dias. — Ele me entrega um frasco com comprimidos — isso é para se caso haja infecção de bactérias. Suponho que ela vai ficar bem.
— Você supõe?!
Ele deu de ombros.
— O lugar é um centro de bactérias, meu equipamento não estava aqui. Não pude fazer milagre.
Passo por ele empurrando seu ombro para trás. Entro no quarto e a vejo deitada sobre a cama ensanguentada, Gisele estava desacordada com os lábios brancos, completamente pálida.
Corri até ela, levei a costa da mão até sua testa estava fria, mas, ao mesmo tempo, ela suava.— Gisele? — Balanço seus ombros.
Ela virava o rosto de um lado para o outro, gemendo e der repente apagou de novo. Levei meus ouvidos até seu peito, não havia batimento cardíaco.
Não sabia o que fazer, meu corpo inteiro tremia. Corri para fora do quarto, o médico não estava mais lá.Fui em busca de Ethan, o quarto dele era mais afastado então precisei correr até não sentir mais minhas pernas.Bati com às duas mãos em sua porta, ele abriu com cara de sono, arregalou os olhos quando viu sangue em minhas roupas.— A Gisele, por favor, você tem que ajuda-lá!
As próximas horas foram de pura tensão, Ethan corria de um lado para o outro enquanto eu fiquei completamente paralisada, pensando em tudo que poderia acontecer por minha culpa. Gisele não dava indícios de que acordaria até que puxou o ar com força pela boca e começou a tossir. Ethan a ajudou a virar-se para o lado, ela vomitou algo escuro e depois deitou-se novamente na cama com o peito exasperado.
— Gisele, por deus! — Digo com a voz embargada.
Ela ainda aparecia fraca, mas gradualmente sua respiração ia estabilizando. Segurei suas mãos com lágrimas escorrendo pela minha bochecha.
— Por favor, não faça mais isso comigo. — Sussurrei.
Ethan averiguou se o sangramento parara, por hora estava tudo bem. Dei-lhe o remédio que o médico me deu antes de sair, troquei os panos da cama e minutos depois ela dormia. Enrolei o lençol sujo de sangue, embolei e joguei para um canto, tínhamos que dar um jeito nele antes que May descobrisse.
Saímos do quarto ainda recuperando fôlego. Ethan apoiou sua cabeça na parede sem olhar para mim, eu sabia o que ele estava pensando, que fui imprudente, que escondi dele coisas sérias que poderiam levar a morte de Gisele e a minha, era tudo verdade, mas eu estava em completo desespero.— Se o sangramento não parar teremos que falar com a May. — Avisou ele.
— Vai parar. Tenho certeza. — Minhas unhas não existiam mais pelo tanto que foram roídas essa noite.
Ele solta um sorriso nasal.
— Hemorragia é uma coisa séria. Provavelmente ela nunca mais vai poder ter filhos. — Soprou o ar pelos dentes. — Talvez seja melhor assim.
Olho para suas mãos, ainda estavam com sangue.
— Está com raiva de mim? — Pergunto.
Sua mandíbula tenciona.
— O que você acha? — Ele vira de frente para mim — eu disse para não se meter nisso, Jade!
— Eu não podia deixá-la. Acalme-se.
Ele vira de frente para mim, minhas costas colidem com a parede atrás de mim.
— Sabe por que não deveria se meter nisso? — Seus olhos transformam-se — porque pode morrer e se você morrer eu também morro. Você é a única droga de pessoa que eu amo no mundo, não entende o peso disso?! — Ele b**e seu punho na parede ao meu lado. — Isso é egoísta pra caralho.
Não consegui respirar. Minha boca ficou seca. Ethan me deixou completamente sem palavras. Pisco algumas vezes e sinto o líquido quente escorrer pela minha bochecha.
— Ethan...
— Então não me diga para ficar calmo!
Eu o puxo para um abraço apertado, ele enterra sua cabeça em meu pescoço me apertando firme contra seu peito.
— Eu também te amo.
No dia seguinte, a noite anterior parecia nunca ter acontecido. Gisele tentava agir de forma natural enquanto eu não conseguia disfarçar que quase a vi morrer. Essas coisas só reforçavam que temos de fugir daqui. Não seria a última vez que isso ocorreria, mas eu prometi a mim mesma não me envolver mais, pois tenho certeza que não suportaria outra noite como a de ontem.Sua pele ainda estava pálida, assim como os lábios secos, mas ela continuava sem expressão.Ethan parecia mais preocupado que eu, ele mal prestava atenção nos copos que limpava, diversas vezes quase os deixou cair.May aparece no salão usando óculos escuros de oncinha e um vestido vermelho verniz, seu gosto era questionável. Ela olha para Gisele e puxa os óculos a altura do nariz.— Gisele, querida, você está bem?Ela assentiu depois de muito tempo.— Parece que está morta. — Olho para Ethan. — Hum! Suponho que você precisa de uma folga, trabalhou duro esses dias.Vejo Gisele serrar os dentes tencionando a mandíbula.—
May levou Gisele para o hospital após muita insistência minha, não consegui contar toda a história, mas o que disse foi suficiente para May me olhar como se quisesse nos matar. E ela iria.Não consegui fechar os olhos na noite anterior, a cama dela ainda estava suja com seu sangue, a imagem dela permanecia na minha cabeça, mal pensei no que seria de mim a partir de agora, só queria que Gisele ficasse bem. Apenas isso.As meninas pareciam não entender o que aconteceu, nem eu entendia direito também, mesmo que Gisele não aparentasse estar bem eu preferia acreditar que tudo iria se encaixar, mas não foi o que aconteceu.— Jade? — Maria me chama.— Oi? — Olho para ela.— Está bem? Estou falando com você há tempos...Passo as mãos no rosto.— Não é nada. Estou cansada, a noite foi conturbada.Ela olha para os lados.— Sabe o que aconteceu com a Gisele? — Perguntou.Só de falar em seu nome eu sentia vontade de chorar, a culpa estava me consumindo, estávamos sem notícias há horas.— Eu não s
— Vamos, levanta daí! — Ordenou uma voz, pareceu tão interna que pensei ser coisa da minha cabeça.A claridade fez meus olhos arderem, eu mal conseguia enxergar quem estava na porta. Senti mãos segurando em meus braços, não tive forças para reagir. Quando finalmente abri meus olhos vi Vicent, ele estava me carregando, me levando para fora daquele quarto após mais de uma semana presa.Tentei me soltar, porém, ele me domava com facilidade.— Para onde está me levando? — Perguntei.— Não faça perguntas, canário.Passamos pela porta onde ficava o quarto das meninas, depois pelo salão, estávamos indo para o escritório da May. O que eles fariam comigo agora? Terminariam o serviço, com certeza, e depois eu seria jogada no mesmo buraco que jogaram Amanda e Ethan. Ethan... diversas vezes eu o vi dentro daquele quarto imundo comigo, me dizendo que não morrera e que viria me salvar, porém, era um delírio, de certa forma foi menos doloroso.Voltei a me debater, tentei por diversas vezes socar Vic
Eu estava frente a frente com o homem que meses atrás me fez uma promessa, agora eu sentia um misto de sentimentos tristeza, felicidade, um pingo de esperança e muita raiva. Heitor me olhava como se eu fosse um bolo de notas altas, enquanto eu não decidi o que expressar. Ele não mudou desde que nós conhecemos, na verdade, atrás dessa mesa parecia ainda mais rígido, demonstrando seu poder, eu estava certa, ele não era qualquer pessoa.Meus olhos buscavam um ponto para concentrar enquanto o silêncio entre nós só aumentava.— Estou confusa. — levo a mão até a testa. — Você... me comprou?— Não foi exatamente o que aconteceu.Não conseguia me concentrar em respirar.Ele atrás dessa mesa parecia ainda mais rico, usando uma camisa social, provavelmente da Burberry enrolada até os antebraços e uma calça social preta. Eu comecei a prestar atenção no padrão de homens que iam à boate, sempre vestiam roupas de marca, o que diferia Heitor dos outros era a juventude.— Sinto muito pela demora, tiv
Acordei tendo a certeza de que não era um sonho, eu ainda estava na prisão vermelha que Sebastian me colocou.Se eu ficasse muito tempo parada pensava em Ethan, então comecei a desbravar os livros na estante do quarto, eram todos de capa dura com histórias conhecidas, nenhuma que me tirasse o foco.Finalmente abri a porta do banheiro, lá dentro tinha uma pia branca com espelho acima, vaso sanitário e uma banheiro, isso mesmo, uma banheira.Levei as mãos até os lábios.Pensei que fosse coisa de filme, porém ela estava bem ali na minha frente e o melhor de tudo: tinha água encanada. Na boate, para tomar um banho tínhamos que aparar água em um balde, May não gostava que tomássemos banho no banheiro dos quartos.Liguei a torneira dourada, a água começou a invadir a banheira. Levei a mão até debaixo da toneira, estava gelada, mas boa o suficiente para um banho.Fechei a porta do banheiro, tirei a camisola alça por alça, o tecido de seda escorregou pelo meu corpo, eu não tinha curvas para m
Enrolei o máximo que pude, não queria voltar para o quarto, aqui eu teria mais chances de fugir, porém, Marília, muito menos os seguranças não abaixaram a guarda momento algum, enquanto eu me matava de comer pão.Anna saiu da casa muitos minutos depois, eu soube porque foi quando Sebastian voltou para a sala de jantar. Ele franziu o cenho assim que me viu.— O que ela ainda faz aqui? — Perguntou para o segurança como se eu não estivesse lá.— Não queria que eu comesse, majestade?Percebo suas narinas ressaltarem.— Marília, leva a Jade pra cima, por favor.— Ainda estou comendo. — Alego.— Ainda temos o almoço, prometo a você que a comida não vai acabar. — Respondeu num tom de voz sarcástico.Reviro os olhos e levanto.Marília me escoltou de volta para o quarto, como de costume passou a chave pelo lado de fora.Sentei no sofá encarando o nada, aquela moça de mais cedo me deixou com um nó na cabeça. Era perceptível que ela e Sebastian tinham algo mais.Deito a cabeça no braço do sofá.
Sebastian não me levou para dentro, ao invés disso ele bateu a porta do carro me deixando lá sozinha, foi até um segurança e o puxou pela gola da camisa. Observei a cena inteira com lágrimas nos olhos. Ele brigando com todos enquanto apontava na minha direção, essas pessoas estavam pagando pelo que eu fiz.Ele finalmente entra. Um dos homens vem até o carro e abre a porta para mim, então me leva no colo até em casa. Sento no sofá enquanto eles pareciam atônitos procurando por algo gelado para colocar no meu tornozelo. Marília finalmente aparece com uma bolsa de gelo e coloca em cima do meu tornozelo.— Seu único trabalho era evitar que isso acontecesse, Marília! — Gritou Sebastian.Ela permanece de cabeça baixa.— Eu saio por poucos minutos e a Jade já vira a casa inteira do avesso. Como uma menina magricela como ela conseguiu ultrapassar todos vocês?! — Ele passou as mãos no rosto. — Caralho, não posso ficar longe nem por uma hora!Suspirei e olhei para o chão.Marília continuou pre
Semanas se passaram, meu pé a cada dia melhorava mais, em menos de três semanas eu já conseguia andar normalmente, em contraponto, eu poderia caminhar até o altar sozinha. Marília usou as semanas para me ensinar coisas básicas sobre etiqueta, ela era ótima nisso, acabamos nos aproximando mais por conta do tempo que passamos juntas, porém isso não impedia que ela fosse rígida quase sempre.Fazia dias que Sebastian não mandava notícias, Marília preferia não me dizer, pois, eu ficava ainda mais ansiosa.— Por que devo me preparar para isso? — Pergunto à Marília.— Noivas precisam de um vestido.— Eu nem ao menos sou uma noiva de verdade. — Observo Marília revirar os olhos. — Sebastian manda em tudo, por que ele não escolhe o meu vestido também?— A costureira trará os vestidos depois do almoço, sugiro que se apronte logo!Marília sai do quarto.Me jogo na cama fitando o teto branco, seria melhor se eu cedesse? Todas as minhas tentativas falharam, com isso, até mesmo o homem que amava mo