Enrolei o máximo que pude, não queria voltar para o quarto, aqui eu teria mais chances de fugir, porém, Marília, muito menos os seguranças não abaixaram a guarda momento algum, enquanto eu me matava de comer pão.Anna saiu da casa muitos minutos depois, eu soube porque foi quando Sebastian voltou para a sala de jantar. Ele franziu o cenho assim que me viu.— O que ela ainda faz aqui? — Perguntou para o segurança como se eu não estivesse lá.— Não queria que eu comesse, majestade?Percebo suas narinas ressaltarem.— Marília, leva a Jade pra cima, por favor.— Ainda estou comendo. — Alego.— Ainda temos o almoço, prometo a você que a comida não vai acabar. — Respondeu num tom de voz sarcástico.Reviro os olhos e levanto.Marília me escoltou de volta para o quarto, como de costume passou a chave pelo lado de fora.Sentei no sofá encarando o nada, aquela moça de mais cedo me deixou com um nó na cabeça. Era perceptível que ela e Sebastian tinham algo mais.Deito a cabeça no braço do sofá.
Sebastian não me levou para dentro, ao invés disso ele bateu a porta do carro me deixando lá sozinha, foi até um segurança e o puxou pela gola da camisa. Observei a cena inteira com lágrimas nos olhos. Ele brigando com todos enquanto apontava na minha direção, essas pessoas estavam pagando pelo que eu fiz.Ele finalmente entra. Um dos homens vem até o carro e abre a porta para mim, então me leva no colo até em casa. Sento no sofá enquanto eles pareciam atônitos procurando por algo gelado para colocar no meu tornozelo. Marília finalmente aparece com uma bolsa de gelo e coloca em cima do meu tornozelo.— Seu único trabalho era evitar que isso acontecesse, Marília! — Gritou Sebastian.Ela permanece de cabeça baixa.— Eu saio por poucos minutos e a Jade já vira a casa inteira do avesso. Como uma menina magricela como ela conseguiu ultrapassar todos vocês?! — Ele passou as mãos no rosto. — Caralho, não posso ficar longe nem por uma hora!Suspirei e olhei para o chão.Marília continuou pre
Semanas se passaram, meu pé a cada dia melhorava mais, em menos de três semanas eu já conseguia andar normalmente, em contraponto, eu poderia caminhar até o altar sozinha. Marília usou as semanas para me ensinar coisas básicas sobre etiqueta, ela era ótima nisso, acabamos nos aproximando mais por conta do tempo que passamos juntas, porém isso não impedia que ela fosse rígida quase sempre.Fazia dias que Sebastian não mandava notícias, Marília preferia não me dizer, pois, eu ficava ainda mais ansiosa.— Por que devo me preparar para isso? — Pergunto à Marília.— Noivas precisam de um vestido.— Eu nem ao menos sou uma noiva de verdade. — Observo Marília revirar os olhos. — Sebastian manda em tudo, por que ele não escolhe o meu vestido também?— A costureira trará os vestidos depois do almoço, sugiro que se apronte logo!Marília sai do quarto.Me jogo na cama fitando o teto branco, seria melhor se eu cedesse? Todas as minhas tentativas falharam, com isso, até mesmo o homem que amava mo
Os empregados saíram da sala correndo, enquanto Sebastian ainda me encarava sem nenhum pudor. Marília quase teve um infarto, vi suas mãos trêmulas.— S-senhor...Ele fez um sinal para que ela parasse de falar.— Marília, saía. — Ordenou.Balancei a cabeça disfarçadamente para ela.— Agora!Marília saiu da sala olhando para trás, quase corri com ela, porém Sebastian estava em frente a porta como uma muralha.Desci o olhar até o chão. Meu coração palpitava no peito, pedi aos céus que ele não ouvisse.Sebastian se aproximou parando em frente a mim, levantei o olhar tentando parecer confiante, estávamos a polegadas de distância, tão próximos que eu vibrei por dentro.Ele não parecia furioso como eu esperava, o meio sorriso ainda estava estampado nos seus lábios púrpura.— Sentiu minha falta? — Perguntou de forma retórica.Pisquei algumas vezes, abri a boca, mas não saiu nada, ele estava tão próximo que me deixou desconcertada.— Nem se você morresse.Sebastian balança a cabeça para os lad
Marisa me ajudava a vestir o vestido quando Sebastian adentrou o quarto bufando, usando um colete preto por cima da camisa social branca, já está quase pronto para a cerimônia. A mulher tentou cobrir o vestido usando seu corpo, pois não era comum o noivo ver a noiva antes do casamento.Sebastian estava com os punhos cerrados.— Senhor, ainda não pode ver...— Saía daqui! — Ordenou com a voz grave, quase um grito.Assustando Marisa que saiu correndo com o rabo entre as patas.Sebastian andou em passos largos até mim, tive que erguer a cabeça para encará-lo, respirava com força.— Continua querendo fugir, você é impossível...— Nicolae já foi dizer a você? Ah! Que inesperado! — Cruzo os braços.Ele quebra a barreira que nos separava, caminhei para trás até minha costa colidir com a penteadeira. Ele colocou as mãos nos dois lados da penteadeira impedindo que eu escapasse.Virei meu rosto.— Quando vai entender que não tem escapatória? Isso só me faz querer te prender aqui até você morrer
O resort ficava em uma montanha coberta de neve, era todo de vidros, pessoas com cachecóis passavam pelo saguão, todas muito bem arrumadas a maioria casais.Fiquei ao lado dos seguranças enquanto Sebastian foi fazer o check-in.Atrás do sofá que eu estava sentada uma grande janela de vidro dava visão a todo aquele amontoado de neve lá embaixo, a floresta de pinheiros estava completamente coberta pela neve branquinha, parecia fofa. Nunca vi nada tão belo e, ao mesmo tempo, assustador, o hotel era completamente isolado.— Vamos? — Murmurou Sebastian atrás de mim.Dois mensageiros pegaram nossas malas e colocaram em um carrinho prata.Os seguranças de Sebastian não o abandonavam em momento algum, eu caminhava atrás dele
Na manhã seguinte, quando despertei Sebastian não estava mais ao meu lado, apenas a cama afundada e os lençóis revirados.Levantei procurando algum casaco, na mesa de cabeceira tinha um cartão escrito: "Herald espera porvocêdoladode fora.Nãodemore".Joguei o cartão em cima da cama.Procurei pelas roupas de frio que Marília colocou na minha mala, peguei uma calça e uma blusa de mangas compridas, vesti um casaco gigante e já estava pronta para sair.Dei duas batidas na porta, então foi aberta por um homem moreno usando roupas pretas.— Senhora Stan. — Ele fez um breve cumprimento."Senhora Stan"? Meu cenho franziu, po
Marília preparou uma mala pequena com todas as coisas que eu precisaria. Meu coração parecia não caber mais no peito de tão nervosa.Troquei o vestido, agora eu usava um branco mais justo acima do joelho, andava com as pernas abertas, pois o scarpim ainda era um desafio para mim.— Estou nervosa, Marília... — resmungo.Ela continua dobrando as roupas.— Basta não agir por impulso.— Caso ele tente alguma gracinha eu juro que enfio a primeira coisa que ver na minha frente! — Cruzo os braços para parecer ameaçadora, quando, na verdade, eu estava morrendo por dentro.Marília suspira pacientemente.— Sebastian não é tao assustador quanto parece. Ele pode ser rígido, grosseiro, a**o, mas nunca faria isso sem seu consentimento.Olho para ela com os olhos entre-abertos.— Você está falando de...Marília deu de ombros indo buscar algo na penteadeira.— Tenho certeza que você sabe que estamos falando. — Guardou algumas coisas na mala.Meu queixo caiu. Eu mal pensei nas possibilidades da lua de