O resort ficava em uma montanha coberta de neve, era todo de vidros, pessoas com cachecóis passavam pelo saguão, todas muito bem arrumadas a maioria casais.Fiquei ao lado dos seguranças enquanto Sebastian foi fazer o check-in.Atrás do sofá que eu estava sentada uma grande janela de vidro dava visão a todo aquele amontoado de neve lá embaixo, a floresta de pinheiros estava completamente coberta pela neve branquinha, parecia fofa. Nunca vi nada tão belo e, ao mesmo tempo, assustador, o hotel era completamente isolado.— Vamos? — Murmurou Sebastian atrás de mim.Dois mensageiros pegaram nossas malas e colocaram em um carrinho prata.Os seguranças de Sebastian não o abandonavam em momento algum, eu caminhava atrás dele
Na manhã seguinte, quando despertei Sebastian não estava mais ao meu lado, apenas a cama afundada e os lençóis revirados.Levantei procurando algum casaco, na mesa de cabeceira tinha um cartão escrito: "Herald espera porvocêdoladode fora.Nãodemore".Joguei o cartão em cima da cama.Procurei pelas roupas de frio que Marília colocou na minha mala, peguei uma calça e uma blusa de mangas compridas, vesti um casaco gigante e já estava pronta para sair.Dei duas batidas na porta, então foi aberta por um homem moreno usando roupas pretas.— Senhora Stan. — Ele fez um breve cumprimento."Senhora Stan"? Meu cenho franziu, po
Marília preparou uma mala pequena com todas as coisas que eu precisaria. Meu coração parecia não caber mais no peito de tão nervosa.Troquei o vestido, agora eu usava um branco mais justo acima do joelho, andava com as pernas abertas, pois o scarpim ainda era um desafio para mim.— Estou nervosa, Marília... — resmungo.Ela continua dobrando as roupas.— Basta não agir por impulso.— Caso ele tente alguma gracinha eu juro que enfio a primeira coisa que ver na minha frente! — Cruzo os braços para parecer ameaçadora, quando, na verdade, eu estava morrendo por dentro.Marília suspira pacientemente.— Sebastian não é tao assustador quanto parece. Ele pode ser rígido, grosseiro, a**o, mas nunca faria isso sem seu consentimento.Olho para ela com os olhos entre-abertos.— Você está falando de...Marília deu de ombros indo buscar algo na penteadeira.— Tenho certeza que você sabe que estamos falando. — Guardou algumas coisas na mala.Meu queixo caiu. Eu mal pensei nas possibilidades da lua de
Na manhã seguinte pegamos o jato de volta para a mansão. A noite anterior foi conturbada, mas pelo menos depois do que aconteceu não vi o Sebastian até entrar no avião, ele parecia estar com uma cara de ressaca, pelo visto a noite não foi nos braços da mulher loira. Sentei em uma cadeira afastada fingindo estar dormindo para não ser incomodada como da última vez, não tinha cara para olhá-lo depois desse fim de semana.Descemos do avião indo direto ao carro conversível, o percurso inteiro foi em completo silêncio, virei o rosto para o lado observando a paisagem, para evitar qualquer contato.Chegamos na mansão pela tarde, como de costume fui direto para meu quarto escoltada por Marília.Entramos no quarto, ela pegou minhas malas e começou a arrumar as roupas.Me joguei na cama e fitei o teto branco.Meu coração acelerava ao pensar no dia anterior, em tudo, na mão dele em meu pescoço e no tecido da calça roçando em minha coxa.Aperto meus olhos com força. O frio na barriga aumenta.Sebas
— Meu deus. — A mulher coloca as mãos em frente aos lábios. — Você realmente veio!Acompanho o sorriso amarelo de Sebastian quando sua tia veio nos recepcionar, ela era uma mulher de cabelos castanhos e rosto maduro, bonita, muito elegante, os olhos tinha a mesma tonalidade dos dele, os lábios finos e as bochechas rosadas lhe deixavam bonita de certa forma. Inegavelmente eram parentes.Seu olho desce até mim, percorreu dos pés a cabeça até seu sorriso se desfazer em meu rosto. Enquanto ela vestia um vestido de marca famosa, eu usava um que Marília disse que ficaria bom.Já era uma ótima maneira de ser recepcionada.— Jade. — Cumprimentou balançando a cabeça lentamente. Sua atenção volta para Sebastian. — Venha, vamos entrar! Vai congelar aí fora, querido.Do lado de dentro dei de cara com a sala de estar, uma lareira aquecia o local enquanto do outro lado, perto de um dos sofás marrons estava uma grande árvore de Natal com caixas embaixo, nas paredes tinham diversas fotos de Sebastian
O mordomo abre a porta para mim, o vento frio arde nas minhas bochechas, mas continuo andando. Sebastian preferiu que todos pensassem que eu, uma pobretona, estivesse atrás de um homem rico para me bancar, ele preferiu assim sendo que eu não estou aqui por querer. A raiva tomava conta do meu peito, eu queria socar ele, odiava aquela expressão de satisfação em seu rosto ao me ver em saia justa.Sinto uma mão segurando meu braço me puxando para trás.— Me solta, Sebastian! — Grito.— Vai tentar fugir mais uma vez? — Ele puxa meu braço para cima — você realmente não desiste.Puxo meu braço mais uma vez. Por que ele se achava no direito de me segurar daquela forma?— Não vou fugir, apenas queria sair de lá. Posso?Soltou meu braço piscando algumas vezes. Coloca as mãos na cintura esperando que eu arredasse o pé de volta, mas não voltaria nem que me pagassem. Nicolae era insuportável, mas eu não sabia que o resto da família era assim também.— Quero ir embora.Sebastian dá as costas para m
Vesti uma calça jeans e uma blusa de manga cumprida por conta do frio, o céu desabava do lado de fora.Saímos do quarto, agora eu caminhava ao lado da Marília, era estranho imaginar que depois desses meses eu já agia como se a casa fosse minha, como se aquilo fosse normal, aquele teatro para tapear o pai do Sebastian.Fomos para a cozinha, mas pela janela notei ter um carro diferente do lado de fora. Quem seria aquele horário da manhã?Ainda mais curiosa caminhei em passos largos até a sala de jantar, parei quando vi os cabelos loiros e os lábios finos, a tia do Sebastian me olhou com um sorriso de orelha a orelha, como se fôssemos grandes amigas se reencontrando após anos longe.— Querida! — Falou ela. Viviane correu na minha direção com os braços abertos, ela me puxou para um abraço enquanto eu olhava para Sebastian pelo ombro dela. Ele estava sentado na ponta da mesa observando a cena. Dei dois tapinhas na costa dela. — Realmente sinto muito por ontem. Eu não estava num bom dia e a
Na manhã seguinte Sebastian e eu pegamos a estrada até Costinesti, durante o percusso passamos por algumas vilas, estranhei ver outras pessoas, isso me lembrou que eu quase não tinha memórias de uma vida normal assim. Trabalhar, estudar, viver. Passei anos trancada em um lugar úmido, em meios aos ratos, a única diferença agora era que me davam comida e roupas para vestir, mas nunca deixaria de ser uma prisão.Apoiei minha cabeça no banco, observando as árvores.Avistei uma menina correndo em um campo de trigo com uma mulher — provavelmente sua mãe — vindo logo atrás. Os cabelos loiros soltos sobre o rosto e os pezinhos cheioS de lama até a canela, parecia tão livre. Quase quebrei o pescoço olhando para trás, penso que nunca quis tanto ser uma pessoa quanto aquela menina.Talvez agora eu tenha uma chance de ser dona do meu futuro, isso estava nas mãos de Sebastian.Acordei quando o carro finalmente parou. Nós estávamos numa garagem feita de pedras.Sebastian saiu do carro, eu o acompan