Espero que estejam gostando da obra, faço ela com muito carinho ^^.
Na manhã seguinte pegamos o jato de volta para a mansão. A noite anterior foi conturbada, mas pelo menos depois do que aconteceu não vi o Sebastian até entrar no avião, ele parecia estar com uma cara de ressaca, pelo visto a noite não foi nos braços da mulher loira. Sentei em uma cadeira afastada fingindo estar dormindo para não ser incomodada como da última vez, não tinha cara para olhá-lo depois desse fim de semana.Descemos do avião indo direto ao carro conversível, o percurso inteiro foi em completo silêncio, virei o rosto para o lado observando a paisagem, para evitar qualquer contato.Chegamos na mansão pela tarde, como de costume fui direto para meu quarto escoltada por Marília.Entramos no quarto, ela pegou minhas malas e começou a arrumar as roupas.Me joguei na cama e fitei o teto branco.Meu coração acelerava ao pensar no dia anterior, em tudo, na mão dele em meu pescoço e no tecido da calça roçando em minha coxa.Aperto meus olhos com força. O frio na barriga aumenta.Sebas
— Meu deus. — A mulher coloca as mãos em frente aos lábios. — Você realmente veio!Acompanho o sorriso amarelo de Sebastian quando sua tia veio nos recepcionar, ela era uma mulher de cabelos castanhos e rosto maduro, bonita, muito elegante, os olhos tinha a mesma tonalidade dos dele, os lábios finos e as bochechas rosadas lhe deixavam bonita de certa forma. Inegavelmente eram parentes.Seu olho desce até mim, percorreu dos pés a cabeça até seu sorriso se desfazer em meu rosto. Enquanto ela vestia um vestido de marca famosa, eu usava um que Marília disse que ficaria bom.Já era uma ótima maneira de ser recepcionada.— Jade. — Cumprimentou balançando a cabeça lentamente. Sua atenção volta para Sebastian. — Venha, vamos entrar! Vai congelar aí fora, querido.Do lado de dentro dei de cara com a sala de estar, uma lareira aquecia o local enquanto do outro lado, perto de um dos sofás marrons estava uma grande árvore de Natal com caixas embaixo, nas paredes tinham diversas fotos de Sebastian
O mordomo abre a porta para mim, o vento frio arde nas minhas bochechas, mas continuo andando. Sebastian preferiu que todos pensassem que eu, uma pobretona, estivesse atrás de um homem rico para me bancar, ele preferiu assim sendo que eu não estou aqui por querer. A raiva tomava conta do meu peito, eu queria socar ele, odiava aquela expressão de satisfação em seu rosto ao me ver em saia justa.Sinto uma mão segurando meu braço me puxando para trás.— Me solta, Sebastian! — Grito.— Vai tentar fugir mais uma vez? — Ele puxa meu braço para cima — você realmente não desiste.Puxo meu braço mais uma vez. Por que ele se achava no direito de me segurar daquela forma?— Não vou fugir, apenas queria sair de lá. Posso?Soltou meu braço piscando algumas vezes. Coloca as mãos na cintura esperando que eu arredasse o pé de volta, mas não voltaria nem que me pagassem. Nicolae era insuportável, mas eu não sabia que o resto da família era assim também.— Quero ir embora.Sebastian dá as costas para m
Vesti uma calça jeans e uma blusa de manga cumprida por conta do frio, o céu desabava do lado de fora.Saímos do quarto, agora eu caminhava ao lado da Marília, era estranho imaginar que depois desses meses eu já agia como se a casa fosse minha, como se aquilo fosse normal, aquele teatro para tapear o pai do Sebastian.Fomos para a cozinha, mas pela janela notei ter um carro diferente do lado de fora. Quem seria aquele horário da manhã?Ainda mais curiosa caminhei em passos largos até a sala de jantar, parei quando vi os cabelos loiros e os lábios finos, a tia do Sebastian me olhou com um sorriso de orelha a orelha, como se fôssemos grandes amigas se reencontrando após anos longe.— Querida! — Falou ela. Viviane correu na minha direção com os braços abertos, ela me puxou para um abraço enquanto eu olhava para Sebastian pelo ombro dela. Ele estava sentado na ponta da mesa observando a cena. Dei dois tapinhas na costa dela. — Realmente sinto muito por ontem. Eu não estava num bom dia e a
Na manhã seguinte Sebastian e eu pegamos a estrada até Costinesti, durante o percusso passamos por algumas vilas, estranhei ver outras pessoas, isso me lembrou que eu quase não tinha memórias de uma vida normal assim. Trabalhar, estudar, viver. Passei anos trancada em um lugar úmido, em meios aos ratos, a única diferença agora era que me davam comida e roupas para vestir, mas nunca deixaria de ser uma prisão.Apoiei minha cabeça no banco, observando as árvores.Avistei uma menina correndo em um campo de trigo com uma mulher — provavelmente sua mãe — vindo logo atrás. Os cabelos loiros soltos sobre o rosto e os pezinhos cheioS de lama até a canela, parecia tão livre. Quase quebrei o pescoço olhando para trás, penso que nunca quis tanto ser uma pessoa quanto aquela menina.Talvez agora eu tenha uma chance de ser dona do meu futuro, isso estava nas mãos de Sebastian.Acordei quando o carro finalmente parou. Nós estávamos numa garagem feita de pedras.Sebastian saiu do carro, eu o acompan
Acordei dos meus devaneios com a porta do quarto sendo aberta, abri os olhos com medo que fosse vir Nicolae buscando algum tipo de vingança, mas não era, apesar do ambiente mal iluminado, eu sabia quem era. Sebastian caminhou pelo quarto com os passos pesados, cambaleando um pouco para os lados, estava bêbado demais para se importar se iria quebrar algum jarro do quarto.Ele não percebeu que eu estava acordada, então continuei fingindo.Ouvi seus sapatos batendo no chão, em seguida lugar na cama ao meu lado afundando. Ele saltou um suspiro cansado, o cheiro de álcool se espalhou pelo quarto. Eu estava de costas para ele, mas senti seu rosto virando para mim, então sua cabeça se aproximou de mim, com seu corpo e por fim ele passou o braço ao redor da minha cintura, me puxando para mais perto de si. Seu peito junto a minha costa, sua perna colada a minha e a sua virilha tão próximo a minha nádega que eu o senti.Arregalei os olhos.Eu deveria dizer-lhe que se afastasse de mim, dizer tud
Levantei do chão segurando minhas lágrimas, olhando para o belo vestido que Marília reservou-me. Queria correr de lá, mas antes que pudesse sair esbarrei no torso de alguém, era o Sebastian. Olhei para cima, com os olhos inundados, ele olhou para mim boquiaberta. Saí de lá esbarrando em seu braço, com as mãos no rosto me sentindo envergonhada.Fui pela porta da frente, mas ao invés de ir para a cidade, corri para a praia, larguei os sapatos que afundavam na areia e continuei correndo até seguir a água em meus pés. Olhei para frente, o mar estava calmo, enquanto meu peito em fúria.Cai de joelhos no chão.Não queria ver o mar daquele jeito, triste, mas foi a única forma que pude.Fiz uma concha com a mão e tirei metade do líquido vermelho do vestido, porém de qualquer maneira ele já estava condenado.— Jade? — Uma voz ressoa atrás de mim, quase como um sussurro.Olho para trás atordoada.— O que você quer Sebastian? — Pergunto voltando meus olhos para frente.— Sinto muito pelo que acon
Nunca pensei que estar de volta na mansão seria bom, mas devo admitir que soltei um longo suspiro como se estivesse ficando fora durante anos. Chegamos na propriedade pela madrugada, não consegui pregar os olhos uma hora sequer, pois meu corpo inteiro irradiava calor.Sebastian me levou para o quarto em completo silêncio, acredito que ele também pensava no que aconteceu hoje. Entrei no quarto olhando ao redor como se algo tivesse mudado, buscando não ter que encarar seus olhos. Estava com meu peito exasperado como se tivesse corrido uma maratona. A respiração pesada de Sebastian ressoa atrás de mim, lembrando que não estou sozinha no quarto. Fecho meus olhos por impulso no momento em que senti seu queixo apoiar na minha cabeça.— Vai querer terminar o que começou? — Questiono.— Peça-me.Minha boca se calou mais uma vez. Ambos sabíamos que eu não daria esse gostinho a ele tão cedo. Seu lábio encolheu para um lado formando um sorriso.— Boa noite, Jade.Sai