Sila
Resmungo completamente apavorada.
— Vamos, Ali, precisamos ir! — Me levanto abruptamente do chão e lhe estendo a minha mão. Contudo, o menino segura um dos brinquedos e o abraça, olhando direto para mim.
Sabe o que me deixou completamente sem ação? A boneca representou o meu papel durante toda a nossa brincadeira.
— Você quer levá-la consigo? — Ele faz um sim, a abraçando fortemente. Satisfeita, me ajoelho-me para ficar da sua altura e olho dentro dos seus olhos. — Tudo bem, estou muito feliz que me escolheu para fazê-lo companhia — sussurro, ajeitando algumas mechas dos seus cabelos no lugar e o meu coração dispara fortemente quando ele desenha um coração com os seus dedos, me abraçando em seguida.
Beijo várias vezes o topo da sua cabeça.
— Agora precisamos ir, Ali. Eles devem estar malucos nos procurando.
Saber que passamos horas trancados nessa casa e longe de todos do casarão deve ter deixado os empregados em polvorosa. Só es
MuratMomentos antes de encontrar o filho…— Bom dia, Senhor Arslan!— Bom dia, Isla, alguma novidade?— Sem reuniões por hoje, Senhor, mas o Senhor precisa ir até a plataforma da BlakSea II.— Por quê?— Parece que houve um problema com uma das hélices das escavações, Senhor Arslan.— Entendi. Chamaram o técnico responsável?— Sim, ele já deve estar chegando. E já acionei um helicóptero para levá-los também.— Perfeito, Isla, obrigado! — Observo a minha funcionária seguir para a saída do meu escritório. Contudo, ao levar a sua mão para a maçaneta da porta ela para e me olha.— Desculpe, Senhor Arslan! — Ela diz meio encabulada. — Eu posso dizer uma coisa? — Faço um gesto de mão para ela continuar. — É bom tê-lo de volta! — Confuso, uno as sobrancelhas.— Desculpe, eu não entendi!— É que… faz tempo que não vejo sorrir assim e… o Senhor está até mais calmo esses dias. Até se parece
Murat— Que conversa é essa? Por que a Sila usaria o meu filho para especular a minha vida?— Porque eu a vi, Murat. — Franzo a testa.— O quer dizer com isso, Dilara? Onde você a viu?— A sua querida esposa estava na ala sul do casarão mais cedo. — Fecho as mãos em punho, pressionando fortemente os meus dedos.Não é possível! Não quando a pedi para ficar longe.— Você tem certeza disso? — O meu tom frio sai rasgando a minha garganta como espinhos perfurando a minha carne.— É claro que eu tenho! E quando a contestei ela disfarçou, mas eu a vi saindo do seu quarto.Apenas trinco o maxilar.— Certo, conversarei com ela sobre isso. No mais, eu preciso que a deixe à vontade com o Ali.— Murat, você me ouviu? Eu disse que a Sila… —
Murat— Eu já disse que não sei, Murat! — Sila esbraveja, porém, o seu olhar assustado ganha uma determinação ímpar e para a minha surpresa, ela dá um passo firme na minha direção.Afrontosa como sempre. Penso ainda mais irritado.— Então você não sabe? — ralho com desdém.— Não, eu não sei, Senhor Arslan! — Chego perto demais dela para olhar bem dentro dos seus olhos. Minha esposa une as sobrancelhas em meio a uma tempestade furiosa que nublam as suas retinas e a sua respiração ofegante chega a aquecer a minha pele.— Pois eu vou lhe dizer, Sila Arslan. Esse é o diário pertenceu a Cecília e ele deveria estar no meu quarto agora, mas por algum motivo ele estava em cima do seu criado mudo! — vocifero. Contudo, Sila olha para o objeto na minha mão com
— Pare, Dilara! — ordeno, mas ela não para e logo os seus lábios tocam no meu rosto, roçando a sua pele sensível com suavidade pela minha pele, causando-me uma repulsa incontrolável.— Oh, Murat, será que não consegue ver, querido? — Ela sibila com um doce lamento que me irrita. Um som arrastado, sensual e preguiçoso que surte um único efeito, me deixa furioso. — Por que não esquece essa maldita mulher? — Meu sangue ferve com esse pedido eloquente. — Por que não ver que ela não te faz bem, querido? — Fervilhando por dentro, seguro nos seus pulsos sem qualquer delicadeza e os seus olhos me encaram amedrontados no mesmo instante. Entretanto, a faço afastar-se de mim bruscamente, porém, olhando-a duramente nos seus olhos assustados.— Eu pedi pra você parar com isso, Dilara! — rosno gélido.&mdash
MuratComo mensurar o que estou sentindo agora? O meu coração está batendo tão forte dentro do meu peito que é possível ouvir o som das suas batidas dentro dos meus ouvidos e eu não consigo evitar de segurar as minhas lágrimas. Elas simplesmente estão brotando dos meus olhos com uma corrente de águas agitadas, e respirar é algo difícil de se fazer. Impactado, adentro o quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de mim e caminho suspenso do chão na direção da sua cama sem perder um segundo sequer dessa linda visão.Ali, meu filho, por que ele está aqui?Por que ela o está abraçando tão protetoramente como se fosse a sua mãe?E quando ela conquistou a sua confiança que eu não percebi?Enquanto dezenas de questionamentos preenchem os meus pensamentos, eu m
Murat— Murat, eu sei o quanto você amou a Cecília e sei que estava disposto a não colocar outra mulher no seu lugar. A Sila e eu nos amamos, e eu vou entender se você precisar de um tempo com esse…— Tempo? — O corto outra vez.— Qual é, Murat? Eu sei que você não a ama…— Você destruiu a minha vida uma vez, Taylor Miller e agora está tentando destruir o meu casamento?— Calma aí, meu amigo, você sabe que eu não tive culpa do que aconteceu naquela noite. Você com essa droga ciúme possessivo entendeu tudo errado. Foi você quem gritou com ela e foi você quem disse coisas que a magoaram, não eu!Bato firme na mesa, me levantando imediatamente para ir até a mureta. Respiro fundo e tento me conter.— Eu recebi fotos e mensagens que me mostravam a traição
SilaA porta do meu quarto se fecha como se fosse o ferro pesado de um cárcere privado e trêmula, me sento na ponta do colchão tentando recuperar as minhas forças.… Ah, você soube? Deixe-me adivinhar, Senhor Arslan? A Dilara falou para você que me viu saindo do seu quarto, certo?… Exatamente! — Como você pode ser tão burro, Murat Arslan? — ralho indignada. — Como não consegue ver que ela o manipula de uma forma tão terrível?Bufo alto e determinada. pensando em ir confrontá-la, porém, a porta volta a se abrir, dessa vez bem devagar e para a minha surpresa o Ali passa por ela um tanto receoso. Respiro fundo, porém, analiso o seu semblante por alguns segundos. Ele parece bem assustado, provavelmente escutou os gritos do seu pai. Portanto, abro um sorriso confiante para ele e faço um gesto de m&atild
Sila— Dilara, peço que retire dessa mesa agora!Não é um pedido, é uma ordem e sim, estou surpresa mais uma vez.— Com que direito você me dá ordens, sua empregadinha de meia idade?!— Com as ordens do Senhor Arslan.O que?! Inquiro mentalmente, inteiramente estarrecida.— A partir de hoje você será tratada como uma empregada qualquer dessa casa e terá que usar uniforme como todos os outros.— A caso você ficou louca, mulher?! Eu sou Dilara Bruser, sou a tia de Ali Arslan e devo ser tratada como tal! — Ela exige quase aos berros.— O Senhor Arslan foi bem claro quanto a sua ordem. Ou você aceita as condições que ele impôs, ou sai dessa casa.A garota fica pálida e balbucia, olhando-me em seguida. No entanto, faço um gesto de desdém para ela, apontando o cami