Capítulo 2

Anos depois, as ruas de Gotham ainda estavam imersas em sombras. Eu era uma sombra entre sombras, um fantasma que caçava os criminosos com a mesma brutalidade que me foi imposta. Gotham era um lugar de caos, e eu era a ordem imposta pelo medo.

Numa noite particularmente fria, enquanto patrulhava os becos fétidos do Narrows, deparei-me com uma cena que despertou lembranças antigas. Um grupo de bandidos estava cercando uma jovem mulher, suas intenções claras e malignas. Meus punhos se apertaram, a raiva borbulhando dentro de mim.

— Ei! — gritei, minha voz ecoando pelas paredes de tijolo. — A festa acabou, escória.

Os homens se viraram, confusos por um momento, antes de verem a figura encapuzada diante deles. Um deles, um brutamontes com uma cicatriz no rosto, deu um passo à frente.

— Quem diabos você pensa que é? — ele rosnou.

Um sorriso frio se formou sob o meu capuz.

— Sou a pior coisa que já vai te acontecer esta noite.

O combate foi rápido e brutal. Eles eram numerosos, mas desorganizados, enquanto eu era um tornado de violência. Cada golpe meu era preciso, alimentado pela fúria e pelo desejo de vingança. Um a um, eles caíram, deixando a mulher assustada, mas ilesa.

— Você está bem? — perguntei, minha voz suavizando ligeiramente.

Ela assentiu, lágrimas nos olhos.

— Obrigada. Eu... não sei o que teria feito sem você.

Eu apenas acenei, a dor fantasma das minhas próprias feridas antigas palpitando em meu corpo.

— Fique fora das ruas à noite. Gotham não é segura.

Ela correu, desaparecendo na escuridão. Fiquei ali por um momento, olhando para os homens caídos ao meu redor. Em outra vida, talvez eu tivesse tentado ser mais como Bruce, mais compassivo. Mas essa parte de mim estava morta, enterrada naquele armazém junto com o Robin.

Enquanto caminhava pelas ruas, meus pensamentos voltaram àquele dia fatídico. O Coringa me ensinou a lição mais cruel: em Gotham, não há misericórdia. Há apenas a sobrevivência do mais forte, do mais implacável.

E eu me tornei o predador que os predadores temem.

Um sinal de emergência piscava no meu visor. Era uma velha fábrica, abandonada, onde rumores diziam que uma nova gangue estava se reunindo. Uma parte de mim sabia que era uma armadilha, mas a outra parte, a parte que ansiava por justiça, não podia ignorar.

Cheguei ao local rapidamente, esgueirando-me pelas sombras. Dentro, ouvi vozes – muitas vozes. Era uma reunião de chefes do crime, uma aliança que prometia caos para Gotham. Sorri para mim mesmo. O Coringa pode ter me destruído, mas ele também me criou. E eu estava aqui para garantir que Gotham nunca esquecesse essa lição.

Com um movimento rápido, lancei uma granada de fumaça na sala. O pânico se instaurou enquanto eu me movia entre eles, um espectro de vingança. Meus punhos eram rápidos, meus movimentos precisos. Cada golpe era uma lembrança do passado, uma promessa de que o Capuz Vermelho não toleraria o mal.

— Quem diabos é você? — um dos líderes gritou enquanto eu o arremessava contra uma parede.

— Aquele que você nunca deveria ter provocado — respondi, minha voz fria.

Quando a fumaça se dissipou, os líderes estavam no chão, gemendo de dor. Gotham era um poço sem fundo de corrupção, mas eu estava lá para garantir que, pelo menos por uma noite, ela fosse um pouco mais segura.

Saí da fábrica, o vento frio acariciando meu rosto sob o capuz. A noite estava quieta, mas eu sabia que o silêncio não duraria. Gotham sempre encontrava uma maneira de desmoronar, de arrastar todos para suas profundezas sombrias. Mas enquanto eu estivesse lá, enquanto o Capuz Vermelho patrulhasse as ruas, eu garantiria que os culpados pagassem.

Caminhando pelas ruas desertas, meus pensamentos vagaram até Bruce novamente. Ele nunca aprovaria meus métodos, mas eu sabia que, no fundo, ele entendia. Eu fazia o que ele não podia, o que ele não ousava. E, de certa forma, isso fazia de mim uma parte necessária de Gotham.

O Capuz Vermelho não era um herói. Eu era uma sombra, uma lembrança de que o mal nunca dorme e que a vingança nunca morre. E enquanto houvesse injustiça, enquanto Gotham precisasse de alguém para fazer o trabalho sujo, eu estaria lá, pronto para lutar.

— Você sabe — sussurrei para a noite — a redenção não é para todos. Mas a vingança... a vingança é uma chama eterna.

E com isso, desapareci nas sombras, um guardião sombrio em uma cidade que nunca conheceu a luz.

O amanhecer em Gotham era um lembrete cruel de que, mesmo nas horas mais sombrias, a cidade nunca dormia. O sol mal havia surgido no horizonte quando ouvi um rumor sobre uma nova droga circulando pelas ruas, algo chamado "Sorriso Mortal". A ironia do nome não me escapou, dado o meu encontro anterior com o verdadeiro sorriso mortal do Coringa. Eu sabia que precisava agir rápido.

Enquanto investigava, encontrei um pequeno laboratório escondido nos becos sujos do distrito industrial. A porta estava entreaberta, e pude ouvir vozes lá dentro. Com cuidado, me esgueirei para dentro, encontrando dois homens misturando substâncias em uma bancada improvisada.

— Vocês têm uma nova receita? — perguntei, minha voz ecoando pela sala.

Os homens se viraram bruscamente, olhos arregalados de surpresa. Não lhes dei tempo para reagir. Meus punhos voaram, derrubando o primeiro antes que ele pudesse levantar uma arma. O segundo tentou fugir, mas um chute rápido nas pernas o fez desabar no chão.

— Quem está por trás disso? — rosnei, segurando o segundo homem pelo colarinho.

— Eu... eu não sei! — ele gaguejou. — Só seguimos ordens!

Apertei o colarinho, aproximando meu rosto do dele.

— Ordens de quem?

— Um cara chamado Máscara Negra — ele finalmente confessou, o medo evidente em seus olhos. — Ele está tentando dominar o mercado.

Máscara Negra, sempre foi um jogador importante no submundo de Gotham. Soltei o homem, deixando-o cair no chão, enquanto contemplava minhas próximas ações.

Sabia que enfrentar Máscara Negra diretamente não seria fácil, mas era necessário. Cada passo que eu dava em direção à sua fortaleza era um passo mais perto de trazer um pouco de ordem ao caos. E, se necessário, eu estava disposto a usar a mesma brutalidade que ele empregava.

Cheguei ao esconderijo de Máscara Negra ao anoitecer, uma velha mansão abandonada na periferia de Gotham. Os guardas patrulhavam a entrada, mas não eram páreo para a minha determinação. Movendo-me como uma sombra, nocauteei cada um deles antes que pudessem soar o alarme.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo