Anos depois, as ruas de Gotham ainda estavam imersas em sombras. Eu era uma sombra entre sombras, um fantasma que caçava os criminosos com a mesma brutalidade que me foi imposta. Gotham era um lugar de caos, e eu era a ordem imposta pelo medo.
Numa noite particularmente fria, enquanto patrulhava os becos fétidos do Narrows, deparei-me com uma cena que despertou lembranças antigas. Um grupo de bandidos estava cercando uma jovem mulher, suas intenções claras e malignas. Meus punhos se apertaram, a raiva borbulhando dentro de mim. — Ei! — gritei, minha voz ecoando pelas paredes de tijolo. — A festa acabou, escória. Os homens se viraram, confusos por um momento, antes de verem a figura encapuzada diante deles. Um deles, um brutamontes com uma cicatriz no rosto, deu um passo à frente. — Quem diabos você pensa que é? — ele rosnou. Um sorriso frio se formou sob o meu capuz. — Sou a pior coisa que já vai te acontecer esta noite. O combate foi rápido e brutal. Eles eram numerosos, mas desorganizados, enquanto eu era um tornado de violência. Cada golpe meu era preciso, alimentado pela fúria e pelo desejo de vingança. Um a um, eles caíram, deixando a mulher assustada, mas ilesa. — Você está bem? — perguntei, minha voz suavizando ligeiramente. Ela assentiu, lágrimas nos olhos. — Obrigada. Eu... não sei o que teria feito sem você. Eu apenas acenei, a dor fantasma das minhas próprias feridas antigas palpitando em meu corpo. — Fique fora das ruas à noite. Gotham não é segura. Ela correu, desaparecendo na escuridão. Fiquei ali por um momento, olhando para os homens caídos ao meu redor. Em outra vida, talvez eu tivesse tentado ser mais como Bruce, mais compassivo. Mas essa parte de mim estava morta, enterrada naquele armazém junto com o Robin. Enquanto caminhava pelas ruas, meus pensamentos voltaram àquele dia fatídico. O Coringa me ensinou a lição mais cruel: em Gotham, não há misericórdia. Há apenas a sobrevivência do mais forte, do mais implacável. E eu me tornei o predador que os predadores temem. Um sinal de emergência piscava no meu visor. Era uma velha fábrica, abandonada, onde rumores diziam que uma nova gangue estava se reunindo. Uma parte de mim sabia que era uma armadilha, mas a outra parte, a parte que ansiava por justiça, não podia ignorar. Cheguei ao local rapidamente, esgueirando-me pelas sombras. Dentro, ouvi vozes – muitas vozes. Era uma reunião de chefes do crime, uma aliança que prometia caos para Gotham. Sorri para mim mesmo. O Coringa pode ter me destruído, mas ele também me criou. E eu estava aqui para garantir que Gotham nunca esquecesse essa lição. Com um movimento rápido, lancei uma granada de fumaça na sala. O pânico se instaurou enquanto eu me movia entre eles, um espectro de vingança. Meus punhos eram rápidos, meus movimentos precisos. Cada golpe era uma lembrança do passado, uma promessa de que o Capuz Vermelho não toleraria o mal. — Quem diabos é você? — um dos líderes gritou enquanto eu o arremessava contra uma parede. — Aquele que você nunca deveria ter provocado — respondi, minha voz fria. Quando a fumaça se dissipou, os líderes estavam no chão, gemendo de dor. Gotham era um poço sem fundo de corrupção, mas eu estava lá para garantir que, pelo menos por uma noite, ela fosse um pouco mais segura. Saí da fábrica, o vento frio acariciando meu rosto sob o capuz. A noite estava quieta, mas eu sabia que o silêncio não duraria. Gotham sempre encontrava uma maneira de desmoronar, de arrastar todos para suas profundezas sombrias. Mas enquanto eu estivesse lá, enquanto o Capuz Vermelho patrulhasse as ruas, eu garantiria que os culpados pagassem. Caminhando pelas ruas desertas, meus pensamentos vagaram até Bruce novamente. Ele nunca aprovaria meus métodos, mas eu sabia que, no fundo, ele entendia. Eu fazia o que ele não podia, o que ele não ousava. E, de certa forma, isso fazia de mim uma parte necessária de Gotham. O Capuz Vermelho não era um herói. Eu era uma sombra, uma lembrança de que o mal nunca dorme e que a vingança nunca morre. E enquanto houvesse injustiça, enquanto Gotham precisasse de alguém para fazer o trabalho sujo, eu estaria lá, pronto para lutar. — Você sabe — sussurrei para a noite — a redenção não é para todos. Mas a vingança... a vingança é uma chama eterna. E com isso, desapareci nas sombras, um guardião sombrio em uma cidade que nunca conheceu a luz. O amanhecer em Gotham era um lembrete cruel de que, mesmo nas horas mais sombrias, a cidade nunca dormia. O sol mal havia surgido no horizonte quando ouvi um rumor sobre uma nova droga circulando pelas ruas, algo chamado "Sorriso Mortal". A ironia do nome não me escapou, dado o meu encontro anterior com o verdadeiro sorriso mortal do Coringa. Eu sabia que precisava agir rápido. Enquanto investigava, encontrei um pequeno laboratório escondido nos becos sujos do distrito industrial. A porta estava entreaberta, e pude ouvir vozes lá dentro. Com cuidado, me esgueirei para dentro, encontrando dois homens misturando substâncias em uma bancada improvisada. — Vocês têm uma nova receita? — perguntei, minha voz ecoando pela sala. Os homens se viraram bruscamente, olhos arregalados de surpresa. Não lhes dei tempo para reagir. Meus punhos voaram, derrubando o primeiro antes que ele pudesse levantar uma arma. O segundo tentou fugir, mas um chute rápido nas pernas o fez desabar no chão. — Quem está por trás disso? — rosnei, segurando o segundo homem pelo colarinho. — Eu... eu não sei! — ele gaguejou. — Só seguimos ordens! Apertei o colarinho, aproximando meu rosto do dele. — Ordens de quem? — Um cara chamado Máscara Negra — ele finalmente confessou, o medo evidente em seus olhos. — Ele está tentando dominar o mercado. Máscara Negra, sempre foi um jogador importante no submundo de Gotham. Soltei o homem, deixando-o cair no chão, enquanto contemplava minhas próximas ações. Sabia que enfrentar Máscara Negra diretamente não seria fácil, mas era necessário. Cada passo que eu dava em direção à sua fortaleza era um passo mais perto de trazer um pouco de ordem ao caos. E, se necessário, eu estava disposto a usar a mesma brutalidade que ele empregava. Cheguei ao esconderijo de Máscara Negra ao anoitecer, uma velha mansão abandonada na periferia de Gotham. Os guardas patrulhavam a entrada, mas não eram páreo para a minha determinação. Movendo-me como uma sombra, nocauteei cada um deles antes que pudessem soar o alarme.Gotham nunca dorme. É uma cidade que pulsa com vida a qualquer hora do dia ou da noite, um organismo vivo de caos e corrupção. Eu já conhecia seus ritmos, seus suspiros e gemidos. E naquela noite, enquanto me esgueirava pelas sombras, eu senti algo diferente. Uma inquietação no ar, como se Gotham estivesse se preparando para algo grande. Voltei para meu esconderijo, uma base improvisada escondida no subsolo de um prédio abandonado. Era um lugar escuro e úmido, mas servia ao seu propósito. As paredes eram revestidas de telas que monitoravam os pontos críticos da cidade, conectadas aos meus drones de vigilância. Eu me sentei diante de uma das telas, observando a movimentação nos becos e ruas. Enquanto revisava as imagens, meu telefone tocou. Um número desconhecido. Eu atendi, mas ninguém falou do outro lado. Apenas respirei fundo e desliguei, me preparando para sair novamente. Algo me dizia que essa noite seria longa. Eu estava certo. Pulei de telhado em telhado, minhas botas faz
Gotham, apesar de todos os seus horrores, tinha uma beleza melancólica sob o manto da noite. As luzes tremeluzentes, as sombras profundas e a brisa fria que soprava dos becos davam à cidade uma atmosfera única, quase romântica, mas eu sabia que era um romance trágico. Minha vida tinha se entrelaçado com essa tragédia, e eu não podia simplesmente me afastar. Depois do encontro com Batman e Robin no armazém, minha mente estava um turbilhão de emoções e pensamentos conflitantes. Damian havia plantado uma semente de dúvida que eu não conseguia ignorar. Ele cresceu no seio da Liga dos Assassinos, um mundo de escuridão e morte, e ainda assim, ele estava tentando ser algo mais. Ele estava tentando ser melhor. Seria possível para mim fazer o mesmo? Voltei para meu esconderijo, uma base improvisada escondida no subsolo de um prédio abandonado. Era um lugar escuro e úmido, mas servia ao seu propósito. As paredes eram revestidas de telas que monitoravam os pontos críticos da cidade, conectadas
— O que você fez?! — Batman rosnou, avançando na minha direção com uma intensidade palpável. Seus olhos brilhavam com uma mistura de raiva e frustração. — Relaxe, Bats — respondi com um sorriso cínico. — Desta vez, parece que não desci para o subsolo. O olhar de Batman se endureceu ainda mais, suas mãos cerradas em punhos apertados ao lado do corpo. — Isso não é hora para piadas, Capuz Vermelho. Você colocou vidas em perigo. — Eu sei o que fiz — retruquei, minha voz carregada de tensão. — Mas tinha minhas razões. Robin permanecia em silêncio ao lado de Batman, seus olhos verdes fixos em mim, tentando decifrar minhas intenções. — Não estamos aqui para discutir suas razões, Capuz Vermelho — Batman disse, sua voz um grunhido baixo. — Estamos aqui para garantir a segurança de Gotham. — Como se você fosse o guardião da moralidade, Batman — respondi, minha própria raiva borbulhando à superfície. — Você pode ser cego para a realidade, mas eu não sou. Robin deu um passo à frente, sua e
Ao amanhecer, saí do esconderijo, determinado a encontrar o Tigre Branco e desmantelar a Mão Negra. A cidade ainda estava envolta em sombras, mas eu sabia que cada passo me aproximava da verdade. E enquanto avançava pelas ruas de Gotham, sabia que a luta estava apenas começando. Cada movimento que fiz era uma dança entre luz e escuridão, uma luta constante pela justiça em uma cidade mergulhada no caos. E assim, com determinação renovada, continuei meu caminho, pronto para enfrentar o que quer que viesse a seguir. O nevoeiro se espalhava pelas ruas de Gotham, envolvendo a cidade em um manto de mistério e melancolia. Era uma noite como tantas outras, onde o mal se misturava às sombras e os heróis lutavam para manter a luz acesa. Eu estava no meu esconderijo, refletindo sobre os eventos recentes. A explosão no armazém havia desencadeado uma série de perguntas em minha mente, e eu sabia que precisava encontrar respostas. Decidi investigar mais a fundo o que Rottweiler estava planejan
O silêncio pesava no ar enquanto eu percorria as sombras das ruas de Gotham. Cada passo ecoava como um lembrete sombrio da escuridão que permeava a cidade. Havia algo sinistro se movendo nas entranhas de Gotham, algo que eu podia sentir no âmago do meu ser. Minha última batalha com Shadow havia me deixado com mais perguntas do que respostas. Quem era ele? E o que ele queria? As respostas pareciam escapar de mim, esquivando-se entre as sombras como fantasmas indescritíveis. Decidi recorrer ao único lugar onde poderia encontrar algumas respostas: o submundo de Gotham. Entrei no bar sombrio e enfumaçado conhecido como "O Covil", onde os criminosos se reuniam para compartilhar informações e fazer negócios obscuros. A atmosfera estava carregada de tensão enquanto eu me infiltrava no ambiente, meu capuz vermelho ocultando meu rosto dos olhares curiosos. Eu me movia com cautela, observando os rostos sombrios ao meu redor, cada um ocultando segredos tão escuros quanto a própria noite. Enco
Gotham à noite era como um campo de batalha, onde sombras dançavam ao ritmo de segredos obscuros e desespero. E naquela noite, eu não era uma exceção. Minha jornada me levou ao submundo da cidade, em um lugar conhecido apenas como "A Arena", onde os mais perigosos e implacáveis lutadores se enfrentavam em batalhas brutais até a morte. Após a revelação de informações cruciais sobre Shadow, o mestre das sombras, durante meu último encontro com Rottweiler, decidi que era hora de agir. Shadow era uma ameaça que não podia ser ignorada, e eu estava determinado a descobrir seus planos antes que causasse mais estragos em Gotham. A entrada na Arena foi acompanhada por uma mistura de expectativa e perigo iminente. O local estava impregnado com a energia elétrica da multidão, ansiosa por sangue e violência. Eu me misturei entre as sombras, observando atentamente os lutadores se prepararem para seus combates. Quando chegou a minha vez, entrei no ringue com uma determinação fria. Meu capuz verme
No momento em que saí do armazém, uma sensação de urgência me envolveu. A vitória sobre Shadow não significava o fim dos problemas em Gotham, apenas mais uma batalha vencida na guerra interminável contra o crime. A cidade estava repleta de desafios, cada esquina escondendo novas ameaças e segredos sombrios. Eu me movi pelas ruas escuras, minha mente trabalhando freneticamente enquanto tentava decifrar as pistas que Shadow havia deixado para trás. Seus últimos momentos tinham revelado algo significativo, algo que poderia me levar mais perto da verdade por trás da escuridão que envolvia Gotham. Minha jornada me levou a um beco estreito e sombrio, onde uma figura solitária se agachava sobre um corpo caído. Instintivamente, aproximei-me, observando com cautela enquanto a figura examinava o que parecia ser uma ferida de bala. — O que você está fazendo aqui? — minha voz cortou o silêncio, fazendo a figura pular de surpresa. Era uma mulher jovem, vestida com a roupa icônica da Mulher-Gato,
No silêncio carregado do esconderijo do Capuz Vermelho, ele mergulhou profundamente na análise dos dispositivos capturados de Shadow. Cada artefato pulsava com uma energia misteriosa, prometendo segredos ocultos e possibilidades inexploradas. Determinado a desvendar o mistério por trás desses artefatos, o Capuz Vermelho começou sua análise meticulosa. Sentado em seu laboratório improvisado, ele estudava os dispositivos com cuidado, desmontando-os peça por peça enquanto sua mente trabalhava para decifrar sua complexidade. Foi então que ele decidiu recorrer à sua assistente de inteligência artificial, uma voz suave e perspicaz que ele chamava de “Iris”. — Iris, preciso de sua ajuda — disse o Capuz Vermelho, ativando o sistema de inteligência artificial. — Analise esses dispositivos e veja o que pode descobrir sobre eles. — Entendido, Capuz Vermelho — respondeu a voz suave de Iris. — Começarei a análise imediatamente. Enquanto Iris iniciava sua análise, o Capuz Vermelho continuou