Capítulo 5

— O que você fez?! — Batman rosnou, avançando na minha direção com uma intensidade palpável. Seus olhos brilhavam com uma mistura de raiva e frustração.

— Relaxe, Bats — respondi com um sorriso cínico. — Desta vez, parece que não desci para o subsolo.

O olhar de Batman se endureceu ainda mais, suas mãos cerradas em punhos apertados ao lado do corpo.

— Isso não é hora para piadas, Capuz Vermelho. Você colocou vidas em perigo.

— Eu sei o que fiz — retruquei, minha voz carregada de tensão. — Mas tinha minhas razões.

Robin permanecia em silêncio ao lado de Batman, seus olhos verdes fixos em mim, tentando decifrar minhas intenções.

— Não estamos aqui para discutir suas razões, Capuz Vermelho — Batman disse, sua voz um grunhido baixo. — Estamos aqui para garantir a segurança de Gotham.

— Como se você fosse o guardião da moralidade, Batman — respondi, minha própria raiva borbulhando à superfície. — Você pode ser cego para a realidade, mas eu não sou.

Robin deu um passo à frente, sua expressão séria sob a máscara.

— Você pode ter suas próprias regras, Capuz Vermelho, mas isso não significa que possa ignorar as consequências de suas ações.

— Eu sei muito bem das consequências, Robin — disse, olhando nos olhos do jovem herói. — Vivi com elas todos os dias desde que voltei.

Batman respirou fundo, tentando manter a calma.

— Precisamos descobrir o que Rottweiler estava planejando com esse dispositivo. E você vai nos ajudar a encontrar respostas, Capuz Vermelho. Quer você queira ou não.

Senti a tensão no ar enquanto Batman, Robin e eu encarávamos uns aos outros. Éramos três figuras sombrias em meio ao caos, cada um com sua própria missão e seus próprios demônios para enfrentar.

— Não conte comigo, Batman — respondi, firmando minha posição. — Eu vou seguir meu próprio caminho.

Batman assentiu, seu olhar penetrante nunca deixando o meu.

— Então que seja. Mas saiba que estamos de olho em você, Capuz Vermelho.

E assim, entre destroços e sombras, eu parti, deixando Batman e Robin para lidarem com as consequências daquela noite, enquanto eu seguia em busca de minhas próprias respostas, determinado a enfrentar meus próprios demônios, sozinho, nas ruas escuras de Gotham.

Enquanto me afastava da cena, a adrenalina ainda corria em minhas veias. As palavras de Batman ecoavam em minha mente, mas eu sabia que não poderia me desviar de meu caminho. Minha missão era clara, e eu estava determinado a seguir sozinho.

Passei pelos becos escuros de Gotham, minha mente trabalhando a mil por hora. Rottweiler estava morto, e o dispositivo que ele carregava era uma peça crucial de um quebra-cabeça maior. Eu precisava descobrir o que estava acontecendo, e rápido.

Caminhei por ruas conhecidas, me dirigindo ao meu esconderijo. Ao chegar, desativei as medidas de segurança e entrei, sentindo um alívio momentâneo ao estar longe dos olhos vigilantes de Batman e Robin. O esconderijo era uma caverna tecnológica, repleta de monitores e dispositivos de comunicação. Conectei o dispositivo de Rottweiler a um dos terminais, esperando que ele revelasse algum segredo.

Enquanto o sistema analisava os dados, meus pensamentos vagavam para o passado. Lembranças de minha infância com Dick Grayson surgiram, memórias de dias mais simples, quando acreditávamos que poderíamos salvar o mundo juntos. Agora, estávamos em lados opostos, separados por escolhas e circunstâncias.

O terminal emitiu um bip, indicando que a análise estava completa. Olhei para a tela e vi um diagrama complexo, cheio de códigos e coordenadas. Rottweiler não estava trabalhando sozinho; ele fazia parte de algo maior. Uma rede de crimes e conspirações que se estendia por Gotham e além.

Decidi que precisava de mais informações. Havia um homem que poderia me ajudar, alguém com acesso a redes de inteligência e conexões criminosas. Dirigi-me a um dos esconderijos de Oswald Cobblepot, o Pinguim. Ele era um informante relutante, mas sabia que o medo e a promessa de proteção poderiam fazer maravilhas.

Ao entrar no Iceberg Lounge, o club noturno do Pinguim, senti os olhos dos seguranças me seguirem. Passei pela multidão e entrei na sala privada de Cobblepot. Ele estava sentado atrás de sua mesa, olhando para mim com uma mistura de curiosidade e desconfiança.

— Capuz Vermelho — ele disse, levantando uma sobrancelha. — A que devo a honra?

— Preciso de informações, Cobblepot — respondi, minha voz firme. — Rottweiler estava envolvido em algo grande, e preciso saber o que era.

O Pinguim sorriu, mas seus olhos permaneceram frios.

— E o que eu ganho com isso?

— A sua vida — retruquei. — E a chance de continuar seus negócios sem interferência.

Cobblepot considerou minha oferta por um momento antes de acenar com a cabeça. Ele digitou algo em seu computador e, momentos depois, um arquivo apareceu na tela. Aproximando-me, vi uma rede de conexões que se estendia por toda Gotham, envolvendo figuras conhecidas do submundo.

— Rottweiler estava trabalhando com um grupo chamado 'A Mão Negra' — explicou Cobblepot. — Uma organização secreta que visa controlar Gotham de dentro para fora.

— Quem lidera essa organização? — perguntei, minha curiosidade aguçada.

— Alguém conhecido apenas como O Tigre Branco — respondeu Cobblepot. — Ele é uma figura misteriosa, mas extremamente perigosa.

Com essas informações em mãos, saí do Iceberg Lounge, minha mente trabalhando rapidamente para formular um plano. Se eu quisesse parar a Mão Negra, precisaria de mais do que apenas minha habilidade e determinação. Precisaria de aliados, mesmo que temporários.

Enquanto caminhava pelas ruas de Gotham, meus pensamentos voltaram para Batman e Robin. Eu sabia que precisaria enfrentá-los novamente, e que nosso próximo encontro poderia ser ainda mais tenso. Mas eu estava pronto. Determinado a seguir em frente, independente das consequências.

No caminho de volta ao meu esconderijo, senti uma presença familiar me observando. Virei rapidamente e vi Asa Noturna, parado na entrada de um beco. Seus olhos brilhavam com uma mistura de desconfiança e curiosidade.

— Precisamos conversar, Capuz Vermelho — ele disse, sua voz calma, mas firme.

— Não há nada para discutir, Asa Noturna — respondi. — Estou lidando com isso à minha maneira.

— Você está lidando com isso do jeito errado — retrucou Asa Noturna, dando um passo à frente. — Precisamos trabalhar juntos, pelo menos desta vez.

Senti uma pontada de nostalgia ao olhar para ele. Lembrei-me dos dias em que éramos parceiros, lutando lado a lado contra o crime. Mas aqueles dias estavam no passado, enterrados sob camadas de raiva e traição.

— Eu não trabalho com Batman — declarei, minha voz firme. — Não mais — sussurrei baixo.

— Não estou pedindo para você trabalhar com Batman — disse Asa Noturna, sua voz carregada de sinceridade. — Estou pedindo para você trabalhar comigo. Por Gotham.

Olhei para ele por um momento, ponderando suas palavras. Sabia que trabalhar juntos poderia aumentar nossas chances de sucesso, mas a ideia de confiar neles novamente me incomodava profundamente.

— Não preciso de você, Asa Noturna — respondi finalmente, minha voz carregada de desconfiança. — Prefiro trabalhar sozinho.

Asa Noturna assentiu, um leve sorriso surgindo em seu rosto.

— Não espero nada menos de você, Capuz Vermelho.

Com um aceno, ele se virou e desapareceu na escuridão, deixando-me sozinho com meus pensamentos. O caminho à frente seria difícil, mas eu estava determinado a seguir em frente. Gotham precisava de mim, e eu estava pronto para lutar, custe o que custasse.

Enquanto voltava ao meu esconderijo, senti a tensão em meus músculos diminuir ligeiramente. O próximo confronto seria inevitável, mas pelo menos, desta vez, eu teria um aliado ao meu lado.

Chegando ao meu esconderijo, analisei as informações que Cobblepot havia fornecido. O Tigre Branco e a Mão Negra eram uma ameaça real, e eu precisava agir rápido. Preparei meu equipamento, verificando cada arma e dispositivo, sabendo que a próxima batalha seria uma das mais difíceis da minha vida.

Enquanto a noite avançava, sentei-me em uma cadeira velha, revisando os detalhes mais uma vez. A luta pela alma de Gotham estava apenas começando, e eu estava pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse em meu caminho. Sozinho ou com aliados temporários, eu não recuaria.

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