Ah, faça-me o favor! Só mesmo em Fábula pra um escritor explicar ao fim o que deveria ter sido esclarecido no começo. Mas enfim (ou em começo, já não sei) vamos fazê-lo entender a loucura dos universos e expandir seus conhecimentos. Pra começar: esqueça tudo o que sabe sobre o universo. Sim, você foi enganado desde sempre. A verdade é esta aqui:
Teoria Poliversal
Nosso universo não é único. Vários universos coexistem no mesmo tempo e espaço. A todo momento estes universos se cruzam, mas como são formados por energias e matérias diferentes, eles nunca se chocam. Eles se cruzam imperceptíveis e inconscientes da existência um do outro. Um universo atravessa o outro de forma imaterial, intangível e invisível. O chamado “efeito fantasma”. Isso quer dizer que neste momento u
PINÓQUIOEra uma vez um velho carpinteiro chamado GepetoNunca teve filhos, ocupado cada dia com um novo inventoE de tudo o que criava, fazer bonecos era o que mais o agradavaAté que um dia construiu um tão belo que da perfeição se aproximavaTão logo terminou, encarou seus olhinhos pintados– Serás o filho que não tive – pensou alto encantado– E claro, precisas de um nome! Mas que nome eu te darei?De tanto pensar decidiu: – Pinóquio, assim o chamarei!E ao deitar-se Gepeto as estrelas pediuQue o boneco virasse um menino de verdadeE ainda pedindo virou-se e dormiuSem saber da visita que viria mais tardeFada Azul ouviu seu pedido, decidindo então atende-lo Disse: – Vou-te dar vida, boneco. Da pontinha do pé ao fio de cabeloE prometo mais do que isso: Em poucos
Uma folha vermelha se desprendeu da frondosa árvore que me refugiava sombra. Por trás da montanha o sol se despedia, sangrando o azul celeste e convidando o anoitecer. Desviando o olhar para a passagem há alguns metros de mim, senti meu rosto se transformar em um sorriso tímido. A grama se estendia entre ela e eu, formando um tapete verde sombreado pelas copas das muitas árvores que se projetavam ao céu. Mas naquele momento só me importava aquele vulto que se projetava, anunciando a chegada da donzela tão aguardada.A jovem me observou por um instante, retribuindo meu tímido sorriso com um mais largo e atrevido. Seu rosto alvo de pele sedosa rosava pelo esforço através do dificultoso trajeto. Ela ergueu-se assim que conseguiu sair do buraco, sacudiu o vestido azul fazendo voar alguns pedaços de grama e, após ajeitar os cachos dourados, apressou-se em minha direção.
"O som alto e rítmico do machado ecoava por toda a floresta, espantando os animais que buscavam abrigo. Os musculosos braços do incansável guerreiro tremiam ante a força dos seus próprios golpes. E apesar de toda a sua truculência, a criatura permanecia imóvel, firme e aparentemente inabalável. O inimigo era gigante, muitas vezes maior e parecia ser bem mais forte. Era evidente que travava uma batalha desigual. Mas então alguns potentes golpes acompanhados de grunhidos pareceram surtir algum efeito. O monstro balançou, primeiro quase que imperceptivelmente. Mas mesmo aquela sutil fraquejada foi suficiente para que o guerreiro reunisse toda a força que lhe restava em um último golpe devastador. Foi o suficiente para seu imenso inimigo gemer e tombar vagarosamente como qualquer gigante que se preze. E então ele finalmente encontrou o chão, fazendo toda floresta tremer e os pássaros mais distantes partirem em revoada, sob o alto grito do vitorioso guerreiro:" - MADEIRAAAA!!!
A fresta de luz que entrava pela porta aberta iluminava o corpo sem vida de Dora, fazendo cintilar a poça de sangue sob ele. Uma visão quase poeticamente bela, não fosse aquela sua esposa. Uma fúria crescente ascendia do peito do lenhador, que olhava fixamente seu inimigo.Do outro lado, a criatura grotesca de pelugem negra emitia um crescente som cavernoso. Ergueu lentamente as garras, evidenciando o sangue da mulher que as banhava até encharcar os pelos das patas. Súbito uma gota escorreu projetando-se e morrendo ao chão, produzindo um som que precedeu o início da batalha.emitindo um alto grito, Honor saltou contra o Lican com seu machado estendido, procurando-lhe o peito. A criatura avançou em confronto em uma velocidade surpreendente. Agarrou o aço afiado do machado despreocupado em cortar-se e com a outra garra desferiu um golpe que passou a milímetros do rosto do lenhador, tendo este de
Um raio cintilante cruzou o céu, rasgando a cortina celeste onde nuvens pesadas e negras se projetavam. Um trovão fez o solo tremer, ecoando longe. Ane ergueu o rosto. Os olhos úmidos refletiram o monstro acima dela. As garras em riste a rasgariam ao meio, cada uma do tamanho da sua pequena cabeça. O peito da menina inflou e paralisou, retendo o ar. Os olhos percorreram os pelos alvoroçados, presas afiadas, olhos famintos e continuaram, rumo ao alto. Então viu algo planando descendente: Uma faixa vermelha caindo serena, dançando no ar. As mãos da menina tatearam a árvore onde se recostava. Sentiu a carapaça, rígida como uma armadura. Então seus olhos viram. No alto, bem no alto, cada fita vermelha estava lá. Jogadas ao vento, tentavam se desprender da árvore. Da sua árvore.- Papai... – sussurrou a menina.“Papai mentiu. Papai não era invenc&iacut
Pouco se sabe sobre o quando e menos ainda sobre o porquê. Mas sabe-se, e isto é pouco do que se dão a muito falar, que a Ordem do Capuz tem um único e derradeiro propósito: caçar e destruir os monstros chamados "Lican"! Para isto vivem e apenas para isto. E tudo o que fazem leva a este objetivo.A Ordem é formada apenas por mulheres, reclusas em algum lugar da densa floresta. Poucas já foram avistadas perambulando entre cidades e reinos, raras vezes ao caçar algum Lican que se atreveu a cruzar tais lugares. Mas sua história é conhecida por todos, quais heroínas e protetoras. Diz-se que entre elas há uma hierarquia de poder, mas a verdade é que há:No topo está a tríade matriarca, também chamadas de Capuz Branco.Juízas de autoridade suprema, ditam e fazem ser respeitadas as regras. Sua palavra é lei, cuja autoridade
Um uivo longo rasgou a noite, estendendo-se pela densa floresta. Seu timbre e força impressionantes tornavam claro: O uivador anunciava o Ko-Klave. Antes que o fôlego terminasse todos os outros Lican o acompanharam em uníssono, fazendo o solo tremer e qualquer animal desavisado, que por ventura caminhasse por perto, correr e se esconder.- Me espera, Fenrir!O filhote tentava acompanhar seu primo, correndo o mais rápido que podia através do atribulado caminho mata à dentro. Bem à frente, quase a perder de vista, o pequeno Fenrir corria apressado, evidenciando uma maestria maior que a do amigo.- Vamos, Rukah! – Gritou Fenrir sem desacelerar. – Não quero perder o início do Ko-Klave.O Ko-Klave era um rito de desafio, invocado contra o Grande-Lobo, o líder de toda a tribo. Um ritual que definia quem teria direito a liderança, resultando em banimento ou morte para o perde
A fúria esvaiu do peito do Lican junto daquele estrondoso uivo, deixando o silêncio e o dissabor amargo de uma vergonhosa derrota que o corpo sem vida da Capuz Negro não era capaz de aplacar. Nada justificava sua falha, sua única falha que ele sabia, seria como uma farpa em sua mente. Uma mancha indelével em sua impecável jornada de caçadas perfeitas. Nunca havia falhado e por certo não gostou nem um pouco daquela angustiante sensação. Como pôde permitir que sua autoconfiança sobrepusesse a tarefa?Não havia o que fazer. Sua presa, a infeliz distração de vermelho e as corjas guerreiras das sombras já haviam fugido com a recompensa. Obtiveram sucesso onde ele fracassara miseravelmente.Fenrir olhou para o corpo ainda quente sob ele: Um amontoado de retalho negro, mesclado de vermelho. Afogou a culpa do erro no troféu descomedido que seria apresentar a gue