Oculta no entretempo, em um pedaço fora da realidade conhecido ali como REM, uma sala reunia um conselho secreto de uma alta cúpula, cujo mistério transcendia o tempo e a tarefa guardava a mais elevada importância para aquele e os demais universos. Seu conhecimento vasto era ilimitado e o que faziam com este conhecimento poderia ser facilmente confundido com atos divinos enquanto eram eles quem moviam as peças e moviam as cordas invisíveis de toda Fábula e além.
A pequena fada cruzou apressada a teia da realidade, sacudindo suas asas e pousando sobre a entrada do salão. Suspirou fundo e entrou, sendo encarada pelos três já presentes, sentados em três das cinco cadeiras dispostas. Ignorando os olhares ela caminhou sobre a mesa até o centro, carregando consigo todos os olhares. E foi ela mesma quem começou a falar.
– Está feito. As peças já estã
Ah, faça-me o favor! Só mesmo em Fábula pra um escritor explicar ao fim o que deveria ter sido esclarecido no começo. Mas enfim (ou em começo, já não sei) vamos fazê-lo entender a loucura dos universos e expandir seus conhecimentos. Pra começar: esqueça tudo o que sabe sobre o universo. Sim, você foi enganado desde sempre. A verdade é esta aqui:Teoria PoliversalNosso universo não é único. Vários universos coexistem no mesmo tempo e espaço. A todo momento estes universos se cruzam, mas como são formados por energias e matérias diferentes, eles nunca se chocam. Eles se cruzam imperceptíveis e inconscientes da existência um do outro. Um universo atravessa o outro de forma imaterial, intangível e invisível. O chamado “efeito fantasma”. Isso quer dizer que neste momento u
PINÓQUIOEra uma vez um velho carpinteiro chamado GepetoNunca teve filhos, ocupado cada dia com um novo inventoE de tudo o que criava, fazer bonecos era o que mais o agradavaAté que um dia construiu um tão belo que da perfeição se aproximavaTão logo terminou, encarou seus olhinhos pintados– Serás o filho que não tive – pensou alto encantado– E claro, precisas de um nome! Mas que nome eu te darei?De tanto pensar decidiu: – Pinóquio, assim o chamarei!E ao deitar-se Gepeto as estrelas pediuQue o boneco virasse um menino de verdadeE ainda pedindo virou-se e dormiuSem saber da visita que viria mais tardeFada Azul ouviu seu pedido, decidindo então atende-lo Disse: – Vou-te dar vida, boneco. Da pontinha do pé ao fio de cabeloE prometo mais do que isso: Em poucos
Uma folha vermelha se desprendeu da frondosa árvore que me refugiava sombra. Por trás da montanha o sol se despedia, sangrando o azul celeste e convidando o anoitecer. Desviando o olhar para a passagem há alguns metros de mim, senti meu rosto se transformar em um sorriso tímido. A grama se estendia entre ela e eu, formando um tapete verde sombreado pelas copas das muitas árvores que se projetavam ao céu. Mas naquele momento só me importava aquele vulto que se projetava, anunciando a chegada da donzela tão aguardada.A jovem me observou por um instante, retribuindo meu tímido sorriso com um mais largo e atrevido. Seu rosto alvo de pele sedosa rosava pelo esforço através do dificultoso trajeto. Ela ergueu-se assim que conseguiu sair do buraco, sacudiu o vestido azul fazendo voar alguns pedaços de grama e, após ajeitar os cachos dourados, apressou-se em minha direção.
"O som alto e rítmico do machado ecoava por toda a floresta, espantando os animais que buscavam abrigo. Os musculosos braços do incansável guerreiro tremiam ante a força dos seus próprios golpes. E apesar de toda a sua truculência, a criatura permanecia imóvel, firme e aparentemente inabalável. O inimigo era gigante, muitas vezes maior e parecia ser bem mais forte. Era evidente que travava uma batalha desigual. Mas então alguns potentes golpes acompanhados de grunhidos pareceram surtir algum efeito. O monstro balançou, primeiro quase que imperceptivelmente. Mas mesmo aquela sutil fraquejada foi suficiente para que o guerreiro reunisse toda a força que lhe restava em um último golpe devastador. Foi o suficiente para seu imenso inimigo gemer e tombar vagarosamente como qualquer gigante que se preze. E então ele finalmente encontrou o chão, fazendo toda floresta tremer e os pássaros mais distantes partirem em revoada, sob o alto grito do vitorioso guerreiro:" - MADEIRAAAA!!!
A fresta de luz que entrava pela porta aberta iluminava o corpo sem vida de Dora, fazendo cintilar a poça de sangue sob ele. Uma visão quase poeticamente bela, não fosse aquela sua esposa. Uma fúria crescente ascendia do peito do lenhador, que olhava fixamente seu inimigo.Do outro lado, a criatura grotesca de pelugem negra emitia um crescente som cavernoso. Ergueu lentamente as garras, evidenciando o sangue da mulher que as banhava até encharcar os pelos das patas. Súbito uma gota escorreu projetando-se e morrendo ao chão, produzindo um som que precedeu o início da batalha.emitindo um alto grito, Honor saltou contra o Lican com seu machado estendido, procurando-lhe o peito. A criatura avançou em confronto em uma velocidade surpreendente. Agarrou o aço afiado do machado despreocupado em cortar-se e com a outra garra desferiu um golpe que passou a milímetros do rosto do lenhador, tendo este de
Um raio cintilante cruzou o céu, rasgando a cortina celeste onde nuvens pesadas e negras se projetavam. Um trovão fez o solo tremer, ecoando longe. Ane ergueu o rosto. Os olhos úmidos refletiram o monstro acima dela. As garras em riste a rasgariam ao meio, cada uma do tamanho da sua pequena cabeça. O peito da menina inflou e paralisou, retendo o ar. Os olhos percorreram os pelos alvoroçados, presas afiadas, olhos famintos e continuaram, rumo ao alto. Então viu algo planando descendente: Uma faixa vermelha caindo serena, dançando no ar. As mãos da menina tatearam a árvore onde se recostava. Sentiu a carapaça, rígida como uma armadura. Então seus olhos viram. No alto, bem no alto, cada fita vermelha estava lá. Jogadas ao vento, tentavam se desprender da árvore. Da sua árvore.- Papai... – sussurrou a menina.“Papai mentiu. Papai não era invenc&iacut
Pouco se sabe sobre o quando e menos ainda sobre o porquê. Mas sabe-se, e isto é pouco do que se dão a muito falar, que a Ordem do Capuz tem um único e derradeiro propósito: caçar e destruir os monstros chamados "Lican"! Para isto vivem e apenas para isto. E tudo o que fazem leva a este objetivo.A Ordem é formada apenas por mulheres, reclusas em algum lugar da densa floresta. Poucas já foram avistadas perambulando entre cidades e reinos, raras vezes ao caçar algum Lican que se atreveu a cruzar tais lugares. Mas sua história é conhecida por todos, quais heroínas e protetoras. Diz-se que entre elas há uma hierarquia de poder, mas a verdade é que há:No topo está a tríade matriarca, também chamadas de Capuz Branco.Juízas de autoridade suprema, ditam e fazem ser respeitadas as regras. Sua palavra é lei, cuja autoridade
Um uivo longo rasgou a noite, estendendo-se pela densa floresta. Seu timbre e força impressionantes tornavam claro: O uivador anunciava o Ko-Klave. Antes que o fôlego terminasse todos os outros Lican o acompanharam em uníssono, fazendo o solo tremer e qualquer animal desavisado, que por ventura caminhasse por perto, correr e se esconder.- Me espera, Fenrir!O filhote tentava acompanhar seu primo, correndo o mais rápido que podia através do atribulado caminho mata à dentro. Bem à frente, quase a perder de vista, o pequeno Fenrir corria apressado, evidenciando uma maestria maior que a do amigo.- Vamos, Rukah! – Gritou Fenrir sem desacelerar. – Não quero perder o início do Ko-Klave.O Ko-Klave era um rito de desafio, invocado contra o Grande-Lobo, o líder de toda a tribo. Um ritual que definia quem teria direito a liderança, resultando em banimento ou morte para o perde