***** Rio de Janeiro, Brasil, 1991 ***** PS: Esse livro não é de máfia, é de ação e de aventura. O herói dessa história não é Mark, é Murillo, o homem da vida de Anytha. Já deixo claro que Mark é um antagonista egoísta e mimado. Esqueçam, que Anytha não fica com Mark, mas com Murillo. Percy Mark Wilson, é um britânico, recém-saído da marinha mercante. Alto, loiro, moço, ainda com seus trinta e dois anos. Resolveu entrar para o serviço de espionagem, em especial, no desembarque de cargas em navios, para descobrir importações e exportações criminosas, como tráfico de drogas nas ilhas próximas ao Reino Unido. Naquele momento, tentava escapar em sua lancha, pois numa noite, acabou impedindo o maior desembarque de drogas, sem saber que um dos seus Comandantes estava por detrás de tudo. Mark entregou toda mercadoria, se tornando o único responsável pelo término da operação, sendo a partir daí, perseguido. E em alto-mar, com grandes ondas e o vento forte em seu rosto, Mark tentava deses
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Terminada a inspeção, Mark decidiu permanecer mais um pouco no Brasil. Assim se encaminhou até a cabine de Anytha e Alanis.— Com licença! Me desculpe incomodar outra vez, mas gostaria de saber se você poderia me indicar um bom hotel para que eu possa passar a noite? — Mark perguntou para Anytha enquanto Alanis ouvia. — Conhece algum?— Está me achando com cara de guia turística, né? — Anytha sorriu e respondeu em português. — Quem sabe?— Ah, não faça isso! — Mark comentou, meio atrapalhado. — Só vim pedir auxílio, porque conhece bem minha língua!— Obrigada! É um prazer conhecer sua língua! — Anytha se abaixou, mexendo numa gaveta, continuando a seguir. — Está aqui! O mapa da capital! Está em ingl
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Os três dias marcados por Mark foram preenchidos com passeios e muita diversão. Todas as noites, Mark vinha pegá-la para jantar e dançar nas mais badaladas discotecas do Rio de Janeiro. Até Alanis acompanhava-os, aproveitando a companhia de Mark também, mas algo dentro de si mesma estava crescendo em atenção por aquele homem, mesmo tendo sonhos em que passeavam por vários lugares. Mark era alegre e cavalheiro. Além do mais, havia uma intimidade única entre os três, que seria o idioma inglês. Mark não conversava e nem entendia nada de português. Assim todos se divertiam muito, mas Anytha e Alanis começaram a notar um comportamento meio estranho em Mark, que quando se via rodeado de pessoas, parecia cismado, tenso, não estando seguro. E numa noite, Mark foi buscar Anytha mais uma vez, com Alanis rode
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Eram umas sete e meia da manhã quando Anytha acordou e tratou de tomar seu desjejum, pensando no pedido de Mark. "Como esconderia o verdadeiro motivo dos dois irem à França para seus pais?", pensou aturdida. Tinha conversado com Alanis e não chegaram à nenhuma conclusão, mas terminou dizendo-lhe para aceitar o pedido, porque com isso, seria uma chance de esquecer a dor que Murillo causou-lhe. E assim Anytha ligou para sua mãe Marina e avisou que iria com Alanis até Nova Iguaçu para visitá-los. Aquele bairro trazia-lhe muitas lembranças, boas e ruins, só que teria que de alguma maneira se despedir de vez daquele lugar, pois afinal de contas, seus pais moravam lá. Quando desligou o telefone, sentiu uma ansiedade tomar conta, querendo expor tudo à sua mãe Marina, talvez para que entendesse sua decisão. E
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Um dia antes da data do casamento no Consulado Britânico do Rio de Janeiro, apesar de animada, Anytha daria seu último plantão e a primeira chamada que recebeu, deixou-a apreensiva. Conhecia o navio brasileiro que acabara de ancorar. Era o navio que Eduardo, onde seu ex-namorado, viajava. Alanis notou algo estranho em seu olhar e pediu que tivesse muita calma, pois não podia se impacientar, já que afinal de contas, estaria casada no dia seguinte. Mesmo chateada com a ideia de se encontrar com Eduardo, assumiu sua função, dando boas-vindas aos tripulantes. Após desligar seu transmissor, permaneceu examinando pela janela da cabine os marinheiros que desciam do navio com aquela farda branca. Avistou Eduardo, que se aproximava cada vez mais. Alanis continuou do lado, segurando sua mão em apoio, com Anytha sentindo até firmeza pela quentura do toqu
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Já pela manhã, Anytha percebeu que Mark não estava mais na cama. Se levantou e viu um bilhete escrito em francês."Fui comprar as passagens e volto em breve, Madame Anytha.Um beijo do seu Mark".Anytha tratou de arrumar suas malas e dar uma vistoria no apartamento. Parou um pouco e permaneceu analisando as pessoas pela sacada. Da altura em que se encontrava, pareciam formigas indo para a praia, para aquele mar imenso. Assim sorriu e continuou decidida nas suas tarefas. Sentiria falta do Brasil, mas nem tanto. Quando estava terminando de fechar a última mala, Mark chegou.— Bom Dia, querida! — Mark se aproximou e deu-lhe um beijo no rosto. — Desculpe não ter chamado você, mas trouxe umas coisas para beliscarmos na viagem!— Que horas é o voo? — Anytha se sentiu meia ansiosa. — Estou muito animada c
*****Paris - França, 1991*****Ao chegarem no centro de Paris, na França, Anytha e Mark desembarcaram do avião aninhados. E assim pegaram um táxi direto para o Hotel Ritz. No caminho, Anytha contemplava a cidade pela janela do carro. Tinha que se conformar com a pressa de Mark para chegar logo. Mas quando atingiram seu destino, Mark deixou-a no quarto escolhido e prometendo que voltaria depressa, saiu sem dar maiores explicações. Se sentindo cansada da viagem, Anytha desfez as malas e se deitou. Olhou para o relógio, notando que já eram cinco da tarde. Com isso, aproveitou o friozinho da capital europeia e a cama macia para dar um cochilo. No momento que despertou, com o telefone tocando, descobriu ser o recepcionista. — Madame? Quer que sirvamos seu jantar no quarto? — o recepcionista disse. — O Senhor Mark Wilson deu permissão para perguntar-lhe!— Mar
*****Paris e Giverny - França, 1991*****Quando Anytha despertou, o Sol estava encoberto de nuvens. Já eram mais de sete horas da manhã e Mark ainda não havia chegado. Sentiu uma ponta de preocupação, mas se lembrou da carta e do desabafo com Alanis. Olhou pela janela de seu quarto e viu densas nuvens se aproximarem. Mesmo assim estava resoluta. Se agasalharia e poria a carta no correio. Colocou o casaco de pele sobre o conjunto de lã bege e desceu direto para a rua, nem querendo tomar desjejum. Já fora, vendo o movimento das pessoas na rua, suspirou. Não se sentia bem sozinha, mas adorava caminhar. No dia anterior, Mark havia mostrado-lhe uma agência de correios bem próximo dali. O que Anytha não sabia, seria que Mark estava correndo perigo. Naquela mesma noite, Mark foi se encontrar com um agente, seu amigo da Inglaterra. Juntos, passaram a noite esquematizando como