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Costa Azul - França — Londres - Inglaterra — Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Graças a Deus, tudo correu muito bem para Anytha, Alanis e Mark. Os três, depois de almoçarem em Paris, embarcaram no mesmo voo em direção da Inglaterra, onde Mark resolveria as papeladas da anulação de seu casamento no Consulado do Brasil e outra parte em Londres com auxílio de algum bacharel também. Em pouco tempo, o casamento seria dissolvido e para espanto daqueles que se encontravam lá, ambos sorriram radiantes da vida enquanto Alanis se sentia uma estranha, sem saber como tudo rumaria após aquele desenlace, pois tinha conhecimento que estava envolvida até o pescoço com Mark agora na medida que era devorada pelos seus olhos famintos constantemente. Aproveitando a oportunidade, Mark se encontrou com os pais de Anytha quando partiram para o Brasil em seguid
*****Costa Azul, França - 1991*****— O que houve, meu amor? — Anytha estranhou o silêncio de Murillo. — Me diga! O que está acontecendo?— Por que marcou esse encontro aqui? — Murillo soltou Anytha, não querendo encará-la, pois estava temendo muito. — O que pretende me dizer?— Ah, seu bobo! — Anytha voltou a agarrá-lo pelo pescoço. — Vou contar-lhe um segredo! Sabia que te amo?— Finalmente! — Murillo sentiu um alívio muito grande, segurando-lhe bem vigorosamente pela cintura e dizendo com mais tranquilidade. — Pensei que tinha te perdido!— Nunca! — Anytha assegurou. — Porque serei sua para sempre! Pelo resto da eternidade! Eu prometo!— Mas ainda quero dizer... — Murillo continuou engasgando. — Meu passado? Aquilo que cometi contra você?— Nada
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1992*****O dia do casamento de Murillo e Anytha chegou, com todo mundo nervoso. Anytha era puxada de um lado para outro até ser colocada num dos quartos do hotel de onde se casaria, quase gritando de histeria, de tamanho desespero ao se sentir no meio de um cabo de guerra.— Agora chega! — Alanis berrou no meio de tanta gente, já irritada. — Caiam fora daqui imediatamente! Quero apenas a maquiadora e a cabeleireira de Anytha! Vazem para longe!Estando nervosa, Anytha se espantou, mas permaneceu calada na medida que Alanis acalmava-lhe um pouco, passando as mãos pelos seus cabelos castanhos.Anytha resolveu obedecer Alanis e permaneceu quieta enquanto era preparada. Depois de alguma espera, a maquiadora e a cabeleireira concluíram um ótimo trabalho. Ao se olhar no espelho, Anytha nem se reconhecia. Seu vestido era todo branco, com diversas pedrarias ao l
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1992***** Ao se aproximar mais um pouco, sentiu um cheiro de perfume de lavanda, que correu pelas suas narinas e atiçou seu corpo com toda ânsia que tinha em possuí-la. Murillo permaneceu mudo por alguns instantes. Analisou sua camisola de renda preta, que nem conseguia esconder suas curvas delineadas. Seus longos cabelos escuros estavam soltos, espalhados pelos travesseiros. Todos os músculos de Murillo se endureceram de cobiça, quase como um descontrolado.Murillo olhou Anytha com muito amor na vida, sentindo aquela paixão crescer a cada segundo. Como quase perdeu-a por causa de seu medo? Agora com Anytha divorciada de Mark, seria sua realmente. Só algo deixava-lhe muito alegre, porque Anytha nunca havia pertencido a outro homem antes, respeitando sua vontade de consumarem aquele amor apenas na noite de núpcias de ambos.Anytha estava usando uma camisola preta muito bonita e sensual, parecendo bem ingênua e inocente, atiçando os sentidos de Murillo en
***** Rio de Janeiro, Brasil, 1991 ***** PS: Esse livro não é de máfia, é de ação e de aventura. O herói dessa história não é Mark, é Murillo, o homem da vida de Anytha. Já deixo claro que Mark é um antagonista egoísta e mimado. Esqueçam, que Anytha não fica com Mark, mas com Murillo. Percy Mark Wilson, é um britânico, recém-saído da marinha mercante. Alto, loiro, moço, ainda com seus trinta e dois anos. Resolveu entrar para o serviço de espionagem, em especial, no desembarque de cargas em navios, para descobrir importações e exportações criminosas, como tráfico de drogas nas ilhas próximas ao Reino Unido. Naquele momento, tentava escapar em sua lancha, pois numa noite, acabou impedindo o maior desembarque de drogas, sem saber que um dos seus Comandantes estava por detrás de tudo. Mark entregou toda mercadoria, se tornando o único responsável pelo término da operação, sendo a partir daí, perseguido. E em alto-mar, com grandes ondas e o vento forte em seu rosto, Mark tentava deses
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Terminada a inspeção, Mark decidiu permanecer mais um pouco no Brasil. Assim se encaminhou até a cabine de Anytha e Alanis.— Com licença! Me desculpe incomodar outra vez, mas gostaria de saber se você poderia me indicar um bom hotel para que eu possa passar a noite? — Mark perguntou para Anytha enquanto Alanis ouvia. — Conhece algum?— Está me achando com cara de guia turística, né? — Anytha sorriu e respondeu em português. — Quem sabe?— Ah, não faça isso! — Mark comentou, meio atrapalhado. — Só vim pedir auxílio, porque conhece bem minha língua!— Obrigada! É um prazer conhecer sua língua! — Anytha se abaixou, mexendo numa gaveta, continuando a seguir. — Está aqui! O mapa da capital! Está em ingl
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Os três dias marcados por Mark foram preenchidos com passeios e muita diversão. Todas as noites, Mark vinha pegá-la para jantar e dançar nas mais badaladas discotecas do Rio de Janeiro. Até Alanis acompanhava-os, aproveitando a companhia de Mark também, mas algo dentro de si mesma estava crescendo em atenção por aquele homem, mesmo tendo sonhos em que passeavam por vários lugares. Mark era alegre e cavalheiro. Além do mais, havia uma intimidade única entre os três, que seria o idioma inglês. Mark não conversava e nem entendia nada de português. Assim todos se divertiam muito, mas Anytha e Alanis começaram a notar um comportamento meio estranho em Mark, que quando se via rodeado de pessoas, parecia cismado, tenso, não estando seguro. E numa noite, Mark foi buscar Anytha mais uma vez, com Alanis rode
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Eram umas sete e meia da manhã quando Anytha acordou e tratou de tomar seu desjejum, pensando no pedido de Mark. "Como esconderia o verdadeiro motivo dos dois irem à França para seus pais?", pensou aturdida. Tinha conversado com Alanis e não chegaram à nenhuma conclusão, mas terminou dizendo-lhe para aceitar o pedido, porque com isso, seria uma chance de esquecer a dor que Murillo causou-lhe. E assim Anytha ligou para sua mãe Marina e avisou que iria com Alanis até Nova Iguaçu para visitá-los. Aquele bairro trazia-lhe muitas lembranças, boas e ruins, só que teria que de alguma maneira se despedir de vez daquele lugar, pois afinal de contas, seus pais moravam lá. Quando desligou o telefone, sentiu uma ansiedade tomar conta, querendo expor tudo à sua mãe Marina, talvez para que entendesse sua decisão. E
*****Rio de Janeiro - Brasil, 1991*****Um dia antes da data do casamento no Consulado Britânico do Rio de Janeiro, apesar de animada, Anytha daria seu último plantão e a primeira chamada que recebeu, deixou-a apreensiva. Conhecia o navio brasileiro que acabara de ancorar. Era o navio que Eduardo, onde seu ex-namorado, viajava. Alanis notou algo estranho em seu olhar e pediu que tivesse muita calma, pois não podia se impacientar, já que afinal de contas, estaria casada no dia seguinte. Mesmo chateada com a ideia de se encontrar com Eduardo, assumiu sua função, dando boas-vindas aos tripulantes. Após desligar seu transmissor, permaneceu examinando pela janela da cabine os marinheiros que desciam do navio com aquela farda branca. Avistou Eduardo, que se aproximava cada vez mais. Alanis continuou do lado, segurando sua mão em apoio, com Anytha sentindo até firmeza pela quentura do toqu