Inspirado em um romance real, Luísa e Júlio César narram de forma dramática e angustiante como após quinze anos se reencontram através de um acidente de carro. O romance cujos, protagonistas viveram faz do livro Bandeira Branca uma história cheia de amor, paixões avassaladoras, mentiras e perdão.
Ler maisA relação, no entanto, o transformou no meu principal mentor ao longo dos anos e, mesmo que conversássemos com bastante frequência dentro e fora dos plantões sobre diversos assuntos, era evidente que existia um limite que ambos não deveriam ultrapassar.Embora, eu estivesse fraca e vulnerável emocionalmente, levei minhas mãos ao rosto com vergonha por ter deixado as pessoas me verem naquele estado, principalmente os colegas de trabalho.Por sua vez, Marcus encostou as costas na cadeira afastando-se de mim intencionalmente, o que fez com que seu perfume se distanciasse de meu nariz, alertando-me sobre a postura frágil que estava adotando. Pacientemente, aguardou que eu me recompusesse.Limpei o rosto, mas parecia que quanto mais eu secava as lágrimas com a palma de uma das mãos, mais elas insistiam em cair.Ele tomou um gole do suco de manga enquanto aguardava por uma reação que não fosse o meu choro.Quando, finalmente, consegui controlar
Escrever Bandeira Branca foi a melhor coisa que fiz na minha vida e por diversas razões.Primeiro pelo aprendizado ao longo da história em que dois personagens fantásticos narram de maneira intensa a experiência de amar e ser amado.Segundo porque foi através dessas páginas que coloquei verdade misturada com ficção e o resultado não poderia ser diferente: Expus sentimentos verdadeiros, coloquei para fora mágoas que há muito tempo desconhecia e claro, ressentimentos escondidos no fundo da minha alma.Digo que não foi fácil escrever cada frase como se pudesse evitar estar entre Luísa e Júlio César, afinal observava tudo de perto. Cada movimento que eles faziam zelava para que tudo ficasse ou terminasse bem.Para quem é escritor ou para quem simplesmente escreve, criar personagens mesmo que sejam fictício é um grande desafio e a
Escrever essa carta para despedir-me de você, foi a melhor maneira que encontrei. Sentado na beira do mar, onde um dia estivemos juntos contemplando o oceano e fazendo planos para o futuro me deixa mais a vontade para lhe falar que a sua morte não será em vão. Vendo por diversos ângulo o que aconteceu há uma semana, quando infelizmente adormeci no volante e te atropelei, não consigo medir em palavras o meu remorso. Passamos por tantas coisas juntos, que cada vez mais acredito que Deus tem planos para todos nós. Rever-te em condições lastimáveis causadas por minha irreponsabilidade, me mostra o quanto somos falhos e que sim... Nossa vida pode mudar da noite para o dia. Você me ensinou tanto, durante muitos anos que prever seu retorno à minha vida era praticamente impossível. Acreditei que tivesse tirado todas as lições do nosso relacionamento. Acreditei que tivesse sofrido o suficiente para essa vida.
UMA SEMANA DEPOIS - Entre Júlio, por favor... - Obrigada por me receber. - Sem problemas. Quer uma água, um café? - Não. Estou bem. - Júlio fiquei muito preocupada com você a semana inteira. Como você está se sentindo? - Carolina, ainda não acredito que isso tudo aconteceu... - Me conte como foi que tudo aconteceu. - Foi no último dia que nos falamos. Eu estava saindo do trabalho e ia até a casa de Bricie deixar uma encomenda para ele... - Sim... - Quando desliguei o telefone, liguei o carro e fui para o meu destino. Eu estava tão cansado, Carolina... - Continue, por favor... - Eu estava me sentindo bem, mas um pouco cansado. Liguei o rádio para que pudesse ficar atento, mas eu estava com muitas dores de cabeça, então desliguei. Eu não sei, Carolina..
OITO ANOS DEPOIS - Bom dia Carolina! - Bom dia, Júlio como você está? - Estou ótimo! Me sinto ótimo, apesar do cansaço do trabalho. - Isso é excelente. Você disse que tinha algo muito importante para me dizer. - Sim, sim... Desculpe mais uma vez ter que fazer essa sessão dentro do carro e por vídeo em pleno sábado as sete da manhã. - Não se preocupe, tenho paciente às nove. Mas diga o que houve? - Olha isso.... .... - Uau, Júlio! É um solitário? - Sim! É sim! - O que exatamente isso quer dizer, Júlio? - Que vou pedir a Vanessa em casamento. - Isso é ótimo !! - Sim! Estou muito empolgado e me sinto realmente pronto para dar esse passo. - Olha carolina... Quero muito
Ao voltar para a realidade o meu mundo estava mais vazio e mais silencioso. Fiquei dois dias dentro do quatro, sem querer falar com ninguém. Sem querer ver ninguém. Desliguei o celular e fiquei recluso no escuro, na minha cama pensando e chorando. Eu não comia, não saía e automaticamente não interagia com meus próprios familiares. Pensava e repensava nos mínimos detalhes todas as histórias que Luísa havia inventado e juntando as peças, vi o quão ingênuo fui em suas mãos. Muitas vezes chorei de soluçar no chão do banheiro para que ninguém me ouvisse. Outras vezes, socava o travesseiro para abafar a minha raiva e então chorava semelhante a uma criança contrariada. Sentia saudades, mas na maior parte do tempo também sentia raiva. Muita raiva, convicto de não querer falar ou vê-la em hipótese alguma. ... Quando finalmente resolvi sair do quarto, dei o ar da graça na cozinha procurando o que comer e depar
Quando Gilberto chegou em casa, Rosana, meu pai e eu estávamos sentados na cozinha, enquanto tentava esclarecer detalhes do que acontecia. Sagazmente, Rosana me fazia perceber os pequenos detalhes nas histórias que Luísa contava e dos quais acreditava cegamente. Alguns tão bobos que me faziam rir de desespero, outros nem tanto a ponto de me fazerem literalmente cair em um buraco obscuro e fundo da loucura que se escancarava a minha frente. Gilberto colocou as crianças para o quarto e ficou conosco, para tentar entender também a dimensão dos problemas causados por Luísa e quanto mais falava sobre sua inocência, mais me arrependia ao imaginar a destruição que causaria por mentiras. Era inacreditável! Inviáve! Eu estava pasmo como todo mundo, com o labirinto que Luísa tinha montado para nos fazer de ratinhos de laboratório, pois era assim que me sentia. Toda a situação era surreal. Perdi as contas de quantas vezes, pedi perdão a Ros
O fato de Luísa ter sido minha primeira namorada, provocou mudanças não somente em mim, mas em tudo relacionado a minha vida.Se por acaso teve algo real naquele relacionamento, além do amor que sentia por ela, foi o que de ruim ela trouxe para mim.Estava destruído e fechado para qualquer relacionamento.Passei algum tempo sem confiar ou acreditar em alguém.As pessoas conversavam comigo e eu duvidava de todas as histórias que ouvia e quando as histórias vinham de mulheres com quem ficava, era ainda pior.Eu desconfiava até a última palavra e mesmo preferindo namorar do que ficar casualmente com alguém, ainda sim evitava relações profundas.O medo de me envolver novamente e ser atraído para um buraco negro de mentiras e falsidades, me mantinha distante de qualquer pessoa.Dizem que a paixão nos cega e é prov&aac
Ao longo do tempo, comecei a perceber uma transição quando ingressamos na faculdade.Não sei extamante em que momento tudo mudou.Se foi quando pegamos o resultado das provas ou quando as aulas tinham começado, mas acredito que tenha sido logo nos primeiros meses.Eu estava muito ansioso com o resultado do vestibular.Precisava passar para uma universidade pública ou então, não sabia o que faria da minha vida.Sofria muita pressão em casa, afinal já tinha sido reprovado na escola duas vezes e não passar para faculdade seria a gota dágua, principalmente para meu pai que não parecia muito satisfeito a investir em mais quatro anos de faculdade particular.Então não me restou escolha. Era passar ou passar e até hoje quando olho para trás, não sei como consegui ser aprovado, mesmo sem ter estudado, dedicando todo o tempo dispon&i