UMA SEMANA DEPOIS
- Entre Júlio, por favor...
- Obrigada por me receber.
- Sem problemas. Quer uma água, um café?
- Não. Estou bem.
- Júlio fiquei muito preocupada com você a semana inteira. Como você está se sentindo?
- Carolina, ainda não acredito que isso tudo aconteceu...
- Me conte como foi que tudo aconteceu.
- Foi no último dia que nos falamos. Eu estava saindo do trabalho e ia até a casa de Bricie deixar uma encomenda para ele...
- Sim...
- Quando desliguei o telefone, liguei o carro e fui para o meu destino. Eu estava tão cansado, Carolina...
- Continue, por favor...
- Eu estava me sentindo bem, mas um pouco cansado. Liguei o rádio para que pudesse ficar atento, mas eu estava com muitas dores de cabeça, então desliguei. Eu não sei, Carolina..
Escrever essa carta para despedir-me de você, foi a melhor maneira que encontrei. Sentado na beira do mar, onde um dia estivemos juntos contemplando o oceano e fazendo planos para o futuro me deixa mais a vontade para lhe falar que a sua morte não será em vão. Vendo por diversos ângulo o que aconteceu há uma semana, quando infelizmente adormeci no volante e te atropelei, não consigo medir em palavras o meu remorso. Passamos por tantas coisas juntos, que cada vez mais acredito que Deus tem planos para todos nós. Rever-te em condições lastimáveis causadas por minha irreponsabilidade, me mostra o quanto somos falhos e que sim... Nossa vida pode mudar da noite para o dia. Você me ensinou tanto, durante muitos anos que prever seu retorno à minha vida era praticamente impossível. Acreditei que tivesse tirado todas as lições do nosso relacionamento. Acreditei que tivesse sofrido o suficiente para essa vida.
Escrever Bandeira Branca foi a melhor coisa que fiz na minha vida e por diversas razões.Primeiro pelo aprendizado ao longo da história em que dois personagens fantásticos narram de maneira intensa a experiência de amar e ser amado.Segundo porque foi através dessas páginas que coloquei verdade misturada com ficção e o resultado não poderia ser diferente: Expus sentimentos verdadeiros, coloquei para fora mágoas que há muito tempo desconhecia e claro, ressentimentos escondidos no fundo da minha alma.Digo que não foi fácil escrever cada frase como se pudesse evitar estar entre Luísa e Júlio César, afinal observava tudo de perto. Cada movimento que eles faziam zelava para que tudo ficasse ou terminasse bem.Para quem é escritor ou para quem simplesmente escreve, criar personagens mesmo que sejam fictício é um grande desafio e a
A relação, no entanto, o transformou no meu principal mentor ao longo dos anos e, mesmo que conversássemos com bastante frequência dentro e fora dos plantões sobre diversos assuntos, era evidente que existia um limite que ambos não deveriam ultrapassar.Embora, eu estivesse fraca e vulnerável emocionalmente, levei minhas mãos ao rosto com vergonha por ter deixado as pessoas me verem naquele estado, principalmente os colegas de trabalho.Por sua vez, Marcus encostou as costas na cadeira afastando-se de mim intencionalmente, o que fez com que seu perfume se distanciasse de meu nariz, alertando-me sobre a postura frágil que estava adotando. Pacientemente, aguardou que eu me recompusesse.Limpei o rosto, mas parecia que quanto mais eu secava as lágrimas com a palma de uma das mãos, mais elas insistiam em cair.Ele tomou um gole do suco de manga enquanto aguardava por uma reação que não fosse o meu choro.Quando, finalmente, consegui controlar
ESSE LIVRO FOI TOTALMENTE REVISADO E SE ENCONTRA NO FORMATO FÍSICO PELO I***A: @MONIQUEMM18 ... O alarme do relógio tocava insistentemente. Estiquei o braço para desligá-lo, porém a única coisa que consegui foi derrubá-lo junto com o abajur em cima da cabeceira, ao lado da cama. Minha cabeça latejava e o gosto ruim na boca provocava um embrulho no estômago. Assim que meus pés encostaram no chão, olhei para a unha vermelha, que mesmo com todo o esforço para não borrá-la após a manicure, tinha sido em vão. Além dis
Assim que entrei na padaria, o cheiro do cappuccino preenchia todo o ambiente refrigerado e senti que definitivamente estava no paraíso. Nas caixas de som acopladas nas paredes de gesso, uma banda de jazz tocava ao fundo, tornando o ambiente agradabilíssimo, além de confortável. O volume da música, o cheiro dos pães saindo do forno, as tortas na vitrine, as nozes ensacadas, as frutas expostas para serem transformadas em sucos da preferência do cliente e as geladeiras repletas de frios e manteigas, davam requinte ao lugar, assim como o buffet do café da manhã servido em uma extensa mesa colorida que complementava o local de forma majestosa. Os atendentes eram extremamente simpáticos e afáveis. O bom humor que girava em torno de todos na loja, inclusive dos consumidores que escolhiam seus quitutes, era de dar inveja. No entanto, direcionei-me para os pães onde uma fila com três pessoas já se formava e passei os olhos rapidamente na geladeira avistando
JUNHO DE 2013 — Oi Luísa... Já resolveu o que vai fazer no seu aniversário? Eu estava com dezessete anos e a poucas semanas alcançaria a minha tão sonhada maioridade e ao contrário de muitas meninas que conhecia da minha idade, eu não faria uma grande festa ou ganharia de presente uma viagem para fora do país. Estava em ano letivo. O ano que decidiria o que seria do meu futuro, a escolha da tão almejada profissão e a conclusão do último ano do segundo grau, ou seja, um período extremamente estressante, de muito estudo e imensas responsabilidades.
A noite saía exatamente como planejada. Ela era longa, cheia de músicas, passos sincronizados, beijos na boca, drinks e uma possibilidade real de terminar com um nascer do sol na beira da praia, o que fazia meu corpo todo vibrar de excitação. Era a noite mais feliz da minha vida eu me sentia livre, capaz de qualquer coisa e totalmente segura de que coisas boas estavam reservadas para mim a partir daquele momento. Eu dançava no meio da pista sem me importar com absolutamente nada, quando de repente alguém pegou meu braço, puxando-me para longe do DJ. — Luísa!!! Bricie chegou!! — gritou Renata em meu ouvido. Olhei ao redor e Bricie estava acompanhado por um amigo que reconheci na hora, era Júlio, um dos meninos da nossa turma. Apesar de nunca ter falado com ele nos intervalos das aulas, sempre me pareceu ser gente boa e estava sempre na dele. Não se misturava com qualquer um e andava com um grupinho de três meninas, da qual uma
O chão começava a esquentar debaixo de mim e eu não conseguia mexer nenhum membro do meu corpo. Para a minha infelicidade, Júlio ainda não tinha me reconhecido. Ele se aproximou, a sua testa sangrava e sua respiração ofegava. Suas mãos estavam trêmulas e seus olhos pareciam perdidos no meu corpo, avaliando o meu estado. Procurou alguma coisa no bolso da calça, mas não encontrou, enquanto as pessoas em volta falavam palavras ofensivas para ele. — Você avançou o sinal!!— Não mexa nela!— Ele está sangrando! Muita gente falava ao mesmo tempo e eu só conseguia pensar que bem na minha frente estava o meu querido Júlio. Eu ti