— Obrigada — agradeci e amarrei as faixas ao redor da cintura. — Já começo hoje?
Tentei entender a contratação rápida e confusa.
— Sim, pensei que fui claro em relação a isso.
Não, nem pensar.
— Sim, claro que foi — menti descaradamente. — Preciso de um minuto para fazer uma ligação.
Ele curvou os lábios, mas consentiu a contragosto.
Pisei a passos largos até a saída dos fundos, sendo monitorado com os olhos de águia do meu novo chefe. Os fundos era um espaço pequeno, com cestas de lixo enormes e um cheiro de gordura um pouco enjoativo, me afastei da porta para não levar uma portada caso uns dos funcionários resolvessem fumar no local, ou dispensar o lixo. Bem essa era uma das minhas funções naquele início. Por fim, saquei o celular e liguei para o Brasil.
— Pare, senhor, pelo amor de Deus, pare! — gritou de longe um dos empregados ao ouvir o estilhaço de mais um copo ao se chocar na parede.A fúria que queimava meu corpo trouxe consigo um desejo inacabado de quebrar tudo à minha volta, talvez fizesse isso se estivesse em outro lugar, mas como estava na mansão e meu pai, embora distante estava meramente debilitado, adiei por ora a decisão de destruir o mundo, caso Deus me desse aquela chance.Não era justo.Nunca me entreguei para o amor, nunca me entreguei a uma mulher, a Aurora é… não suportaria novamente a dor de perdê-la. Não suportaria o castigo de nunca mais tocá-la. De não gozar das sensações que aquela garota provocava no meu corpo.Que porra de golpe.Que caralho de covarde eu fui.Houve inúmeras chances de abrir o jogo, de contar a origem daquele ódio ou d
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com
Assim que entramos, inalei o cheiro divino de carne e a fome movimentou o meu estômago, seguimos em fila para o fundo da hamburgueria lotada, sendo difícil não apreciar cada detalhe, uma decoração retrô dos anos oitenta compunha cada pedacinho do lugar… SENSACIONAL!Como assim, morava em São Paulo, passeei diversas vezes pelo centro e nunca havia entrado ali? Aurora, sua distraída!Deixei a turma continuar e parei para olhar as fotos de um chinês abraçado a alguns artistas, o dono do lugar parecia ser importante.— Nossa, que lugar legal! — exclamei e me juntei ao grupo, admirada com tudo.Raica escolheu um cantinho bem ao fundo, onde não havia uma concentração muito grande de pessoas famintas.— Vocês já são muito bem-vindos! — sucateou um baixinho de olhos puxados e bandeja embaixo do braço. — Chill, Chill, vai rolar aquela porção de fritas grátis? — Raica esperta, tentou descaradamente.Chill fingiu se espantar, mas saquei que estava acostumado com o pedido.— Já querem falir o Chi
Aproveitei e voltei a respirar…Nossa, o que foi aquilo?Tentei raciocinar à medida que a máquina subia, só que as sensações que fluíam no meu corpo me confundiram um pouco. Era um misto de curiosidade com fascínio — estupidamente interessante.— Acho que você arrumou um fã — Lucca cochichou no meu ouvido.— Como? — sussurrei temendo que alguém o ouvisse.— Você viu como ele estava te olhando?— Quem?— O executivo bonitão.— Não… eu…— Chegamos — falou Renan, aliviado.A turma passou por mim, apressados, intrépidos, ao passo que minha mente abusada processava aquele rosto — intenso, atraente e sinuoso. Havia alguma coisa incomum ali, não sei explicar, ou compreender, só sei que aquele cara acordou algo adormecido em mim. Não levamos nenhuma bronca, pelo contrário, o supervisor Maico foi até compreensivo com o fato de o elevador ter dado pau.No segundo período as horas passaram rápido, o treinamento fluiu com uma preciosa lição: raciocínio rápido. Eles eram exigentes com cada detalhe
Vinte dias depois…— Aurora, acorda! — esbravejou minha mãe, enquanto invadia meu quarto. — Bora, o dia está sorrindo.— Ah… — Bocejei. — Apaga essa luz, mãe, enlouqueceu?— Aurora, acorda, temos que aproveitar o sábado!— Não, senhora, o sábado foi feito pra dormir — murmurei me embalando embaixo do edredom. — Adeus!Não esquece de apagar a luz.— Anda, menina.Toc toc toc, seu sapato começou a sapatear todo o piso, endoidando meus tímpanos, adeus soninho.Argh!Soltei uma lufada de ar e cobri minha cabeça com o travesseiro, na tentativa de ignorá-la. Estava exausta e minha mãe sabia disso, então por que diabos ela estava me atormentando? Nunca estudei tanto na vida, os vinte dias de treinamento foram intensos e só ressaltaram o título de número um do mundo. Passei a admirar ainda mais a universidade que preza pelo crescimento profissional dos seus colaboradores. O sistema deles era único e exclusivo, desenvolvido na Califórnia, sede de Berkeley. E sim!!! Eu teria um MacBook à minha d
Bem-vindo ao shopping, era o que estava escrito na placa prateada no alto da entrada. O lugar onde eu podia me passar por rica sem que ninguém duvidasse — ou me chamasse de louca —, estava lotado de famílias e pessoas desocupadas como eu e minha mãe. Confesso que meu sonho era um dia entrar na Gallerist e gastar alguns reais sem me preocupar que o mundo ia cair na minha cabeça depois. Mas como todos os shoppings de luxo, também tinha lojas populares como C&A e Riachuelo que reuniam diversos estilos a preço acessível.Era exatamente nelas que faria compras.Ainda receosa em acabar com o limite do cartão de crédito da mamãe, escolhi poucas peças, digamos que fui estratégica, peguei roupas que combinassem com o que já tinha no guarda-roupa. Porém, dona Ana me surpreendeu quando encheu meus braços com as peças escolhidas por ela, não fiz cerimônia e aceitei o presente.Passeamos pelo andar sem pressa, observando vitrines, só curtindo uma à outra — como há muito tempo não fazíamos. A mulhe
Um pouco depois voltamos para casa, exaustas, me refugiei logo no meu quarto com a desculpa de guardar as roupas novas que compramos. Minha mãe, que de boba não tinha nada, percebeu minha mudança de humor brusca assim que saímos do restaurante. Achei estranho tudo aquilo e não consegui entender por que me sentia brava pelo fato de ter visto David — alguém que nunca falei —, encontrar casualmente —esperava em Deus —, minha chefe direta.Que homem lindo, fiz questão de lembrar, estava tão casual com aquela malha branca.Qual será a relação daqueles dois? Namorados? Questionava. Encaixei uma peça no cabide.E qual será a ligação dele com a WUC? Talvez um cliente ou executivo?Embora não o tenha visto no prédio administrativo, tudo me levava a crer que David era envolvido de alguma forma com a empresa, ou melhor, com a Ellen. Provavelmente namorados, ou estavam se conhecendo, já que se cumprimentaram com um simples beijo no rosto.Eram perfeitos juntos.— Aurora… — Não tem jeito,