Ariel Smith
Ao chegar no estacionamento subterrâneo do hospital, estaciono o veículo e rapidamente vou para o elevador, conduzo até a recepção. Havia uma boa quantidade de pacientes quando cumprimentei a balconista e os seguranças que haviam ali. Em seguida, segui para minha sala onde havia mais duas enfermeiras novatas. Ambas parecem soberbas. Sempre aparentando serem mesquinhas ao se acharem melhores do que todos. Isso me frustra! Se pelo menos fossem médicas, talvez até tivesse alguma moral.
Eu as evito. Em dois meses não trocamos palavras alguma além do necessário. Às vezes sequer é preciso, já que o Dr. Vladmir, o médico geral do hospital, sempre está presente nas consultas que atendemos. Somos formadas, porém não adaptadas. Ainda estamos em treinamento. Deposito minha bolsa na mesa que tinha meu nome. As duas enfermeiras logo retiram-se para começar seu turno. Sigo para a lista de alas onde hoje eu seria responsável. Graças a essa lista, não me perco em minhas obrigações na ala de curativos, ressurreição, pediatria, queimados e dentre outros. Meu turno agora de manhã seria a ala de parto. Embora eu ache a ala mais linda em que seguro uma vida recém nascida em meus braços e recebo toda essa maravilhosa sensação maternal, sempre me esforço para que a paciente não sinta dor alguma. Embora difícil, que seja confortável. Já eram 10h da manhã quando eu estava auxiliando a médica de dilatação. — Me dope, por favor! Não aguento mais sentir tanta dor! A paciente gritava de dor. Embora eu tenha passado da conta de analgésicos para que as dores fossem mínimas, ela não para de reclamar. — Não posso medicá-la novamente, senhorita! - informo vendo-a reprimir sua dor. — Seu corpo tem quantidades altíssimas de.. — NÃO IMPORTA, PORRA! Grita. Ela contrai-se e esmaga o canto da cama com toda a força que tem. Pragueja e grita devido a dor. O marido ao seu lado tenta acalmá-la. — Esse bebê não quer sair! INFERNO! Eu a ajudava a fazer o exercício para a dilatação. A cada dez minutos eu verificava. Seu marido ajudava-a a manter a calma com carinho e cuidado. Observá-lo orientando-a a cada passo que dava é lindo. A paciente estava dando a luz a uma menina. Não estava muito feliz em ter um bebê, mas o marido estava radiante. — Minha joaninha, aguente mais um pouquinho! - Ele a incentiva. — Nossa bebezinha irá nascer! — JOANINHA É UM CARALHO SEU CABEÇUDO! Ela pragueja e grita. Confiro novamente a dilatação e certifico-me que o bebê deles irá nascer. — Estou sofrendo para parir sua filha! — Senhor, por favor, ajude sua esposa a deitar-se. A dilatação já é suficiente para o nascimento de sua filha. - Informo. — AH! GRAÇA A DEUS! A mulher fica eufórica sabendo da notícia e deita-se. Logo respirou fundo controlando sua ansiedade. — Vamos Dylan! Ajude-me! — Irei diminuir a anestesia. Isso a fará sentir uma dor muito forte na perda de sua barriga. Será a hora que você empurra, certo? — C-Certo! Imediatamente começou o procedimento com o máximo de calma possível. Já fiz três partos durante esses dois meses, contudo, o nervosismo ainda atinge-me. Respiro fundo para acalmar-me e não correr o risco de deixar a futura mamãe preocupada. Não tarda até a paciente começar a sentir as dores do parto. Lembro-a de empurrar e percebo que seu marido estava parecendo um perfeito manequim modelo da vitrine de uma loja. Céus! Que esse homem não desmaie agora! — Isso mamãe! Incentivo-a quando vejo algo similar a um grande caroço em meio ao sangue de sua vagina. — Estou vendo a cabeça! Empurre! Ouço um forte barulho na sala. Seu marido havia caído desmaiado e, rapidamente, foi socorrido pelas enfermeiras que estavam me acompanhando. — Seu frouxo de merda! AH! Ela esbraveja de raiva e põe mais força. Assusto-me com o bebê escorregando de sua vagina. Pisco três vezes para recompor-me e cortar o cordão umbilical. Enrolou-a em uma manta e a entreguei para a mãe. — Sua bebê é linda! - Elogio a pequena recém nascida. — Parabéns mamãe! Ela respira rápido para recuperar o oxigênio perdido pelo esforço. Mas não evitou de sorrir ao ver sua filha. (...) Às 11h37 da manhã o parto havia sido encerrado. Seu marido logo acordou e foi levado para a ala das incubadoras onde sua filha estava. Sua esposa adormeceu e passaria mais uma noite no hospital recuperando-se até receber alta na manhã seguinte. Pego meu celular na bolsa e ligo para Noah, meu amigo que trabalha e mora aqui mesmo em Los Angeles. Seu dom com roupas o levou a ser estilista. O fato de sua orientação sexual nunca me incomodou. Para mim é gratificante ter uma um amigo sem segundas intenções comigo. — Valente! Como está?! — Estou ótima, Noah! E você? Te liguei para almoçarmos juntos. Está livre? - Pergunto. — Para você estou sempre livre. Sabe disso. — Pergunto apenas por educação. - Sorrio com meu tom convencido. — Chamou a Gio? Precisamos colocar os babados em dia! — Claro! Avise a Gio. - Respiro pensando onde possamos ir. — Que tal no Maccheroni Republic? — Perfeito! Até lá então. - Ele desliga. Sem demora fui para o estacionamento entrando no carro e indo de encontro a comida e, claro, meus amigos. Por Deus! Aquele parto havia me deixado faminta! Estaciono já no local marcado e adentro no lugar vendo Noah e Gio sentados numa mesa perto da entrada. Vou em direção deles e observo a expressão de Noah ao olhar-me. — Por Deus, minha Valente! Que olheiras... — Noites mal dormidas. - Sentei na cadeira. — E você sabe. Papai, acordar mais cedo que o habitual.. — Por que não vem morar em Los Angeles? Seria muito mais fácil para você. - ele sugere. — Em meu apartamento tem um quarto disponível. - Gio afirma. — Deixe que seu pai se vire. Você já é maior e não tem obrigação alguma de sustentar ele. — Vou pensar... — Ainda vai pensar? Sivan não merece esforço algum da filha que tem, você é um diamante em meio aquele.. — Noah! - Giovana o repreende. — Me desculpe. Apenas pense com carinho. — Então. - Gio muda de assunto sorrindo animada. — Como foi seu dia no trabalho? Pouso minhas costas sobre a madeira da cadeira e respiro profundamente ao lembrar do que fiz antes de vir para o restaurante encontrá-los. — Bem..Ariel Smith— Realizei um parto hoje.— Nossa, deve ter sido exaustivo. - Noah disse.— Exaustivo foi para a paciente que teve sua buceta rasgada. - disse Gio com seu exagero.— Para ambos foi exaustivo.— Nem me fale. - Digo.Noah e Giovana haviam feito o pedido antes que eu chegasse, o que para mim foi ótimo já que não aguentaria esperar nem mais um minuto. O almoço transcorreu normalmente. Em meio a refeição conversávamos sobre o trabalho de Gio. Ela é empresária executiva na empresa do seu pai. Também havia algumas desavenças com seu pai, contudo é mais difícil se verem pois Giovana morava sozinha no centro de Los Angeles.Noah, Giovana e eu nos conhecemos no ensino médio. Somos praticamente os
Ariel SmithChorava enquanto tomava um banho rápido, pensava em todas as suas manipulações que sofri por todo esse tempo. Me sentia tola, de acreditar que aquele homem que havia batido em meu rosto mudaria algum dia. Por muito tempo eu aguentei suas ofensas, deboches e até mesmo humilhações, me esforcei para passar por cima de suas palavras que não passaram de ofensas e tentativas frustrantes para eu desacreditar de mim mesma.Eu havia desistido do meu próprio pai nesta noite. Antes de entrar no banho eu liguei para Giovana avisando que logo mais estaria em sua casa, ela me perguntou deixando evidente sua preocupação após escutar meus choros engolidos, mas tratei de desligar e adiantar o processo de sair o quanto antes dessa casa.Peguei minhas duas malas de tamanho grande que estavam guardadas em cima do meu closet e tratei de colocar to
Ariel SmithEstava em um dos quartos de hóspedes na casa de Giovana. Era 2h da manhã, me encontrava sentada na janela do quarto admirando a vista que era me proporcionado. Quando me tranquilizei contei o que havia acontecido, e claro, eles me entenderam perfeitamente.O homem cujo bateu meu rosto era um desconhecido que carregava vestígios de DNA em meu sangue, não era igual ao que cuidou de mim quando criança, não era o mesmo quem me ensinou a cantar todas as músicas do meu ídolo favorito. Não dava para acreditar que eram a mesma pessoa. Sinto falta da mamãe, era tudo diferente quando ela estava aqui, cuidando de mim, cuidando de nós. Meu pai vivia para ela, ele a idolatrava, eu era a metade deles e quando o câncer a levou fez papai e eu tornar-se estranhos, dois desconhecidos.Eu não estava contente por ter feito o que fiz antes de sai
Ariel Smith— O quê? - Noah questiona.— Mas por quê? - Gio pergunta.— Sei que a intenção de me querer aqui é boa, mas não posso aproveitar da situação e morar na sua casa.— Mas você pode morar aqui ruivinha, eu quero que você fique aqui. - Gio insiste.Nesse momento, Noah me olhou com ternura e pousou a sua mão encima da minha, perguntou:— É isso que quer?— Sim.— Mas.. Valente. - Gio tenta intervir.— Está na hora de ter a minha primeira experiência de morar sozinha, de ser independente mais do que já sou, eu preciso disso.Algumas lágrimas inundam meus olhos,porém seguro para que não caiam em meu rosto, Noah olha para Gio e a convence de entender minha decis&a
Ariel SmithEncaro os brutamontes e passo por meio deles tentando fazer o meu trabalho, alguns até tentaram impedir que eu me aproximasse. No entanto, ao ver o meu uniforme do hospital, deram o devido espaço para que eu prestasse os devidos cuidados necessários ao meu paciente. Após colocar minhas luvas, eu encarei o seu rosto. O homem era um colírio para os olhos, tinha cabelos pretos e um par de olhos azuis bebê, uma face séria que o deixava mais lindo, um verdadeiro Deus grego.Um homem lindo desses acompanhado por diversos seguranças deve ser modelo, algum ator de cinema ou empresário, constato por ele usar roupas formais e elegante deixando-o mais atraente. Me apresento tímida e peço para que ele tire seu terno, alguns soldados se aproximam para ajudá-lo, mas algo estranho acontece. Meu paciente chamado Arthur Drummond, onde olhei seu nome na pranche
Arthur Drummond31 anos/ Russo/ Líder da Máfia RussaComo toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, também os subchefes, os anciãos, conselheiros, soldados e os associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como a máfia russa, os Bratva. Meu pai antes de mim foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos, eu demorei para aprender essa lição, aprendi da pior forma.Quando jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal eu fui o único homem que se envolveu nos negócios desde moleque, meu pai queria um impiedoso e ele teve o que tanto quis. Por anos fui apelidado como
Arthut DrummondQuando a limousine é estacionada no cassino eu desço, vou para o elevador e logo as portas se abrem dentro do local. Olhares, vários deles se cruzam nos meus, alguns assustados, outros surpresos e até maliciosos vindo de mulheres. Em passos largos ando para o próximo elevador, quero chegar o quanto antes na minha sala, enquanto ando vejo funcionários e clientes saírem do meu caminho.Sentado em minha poltrona, tirei um charuto do terno, acendo-o e fumo profundamente, solto a fumaça. Alguns minutos a porta bate, ordeno:— Entrem.Encaro os dois idiotas, eles se aproximam da minha mesa, estão assustados com a minha presença. Meros insetos, posso destruí-los facilmente. Controlo minha raiva, decidi brincar com eles.— Um viciado de merda invadiu o sistema do cassino, est&ati
Arthur DrummondNão sabia onde estava, mas provavelmente passou a noite na casa de alguma amiga. Queria rastreá-la e saber onde posso encontrá-la. Não conheço a pela mulher mas já me vejo tão fascinado por ela, ela era linda, tinha uma beleza que jamais surgiu diante de meu olhos, novamente encaro sua fotografia, um olhar jovial e puro, não me surpreenderia caso fosse virgem.Mas sinto que é improvável ela ser virgem, em pleno século 21 não existem tantas mulheres virgens, principalmente com 22 anos, talvez ela tenha algum namorado e o pai não esteja informado, talvez deva investigar a sua vida e dar um fim com quem esteja se envolvendo. Mas caso ela seja virgem, há a possibilidade de ser a mãe do meu herdeiro. Já tenho 31 anos e alguns conselheiros da máfia já me chamaram atenção sobre o casamento,