Capitulo 8

Arthur Drummond

31 anos/ Russo/ Líder da Máfia Russa

Como toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, também os subchefes, os anciãos, conselheiros, soldados e os associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como a máfia russa, os Bratva. Meu pai antes de mim foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos, eu demorei para aprender essa lição, aprendi da pior forma. 

 

Quando jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal eu fui o único homem que se envolveu nos negócios desde moleque, meu pai queria um impiedoso e ele teve o que tanto quis. Por anos fui apelidado como ceifador, nesse apelido havia uma história por trás no qual odeio me lembrar, por agora ser o líder da máfia russa demonstro que não sou um homem benevolente, jamais sou. 

 

Nossa organização sempre teve inimigo de máfias rivais, tudo pelo império ilegal que temos e eles não, era ameaçado constantemente, mas nunca me importei com isso, sou um líder,  jamais alguém conseguiu me matar, sequer chegaram próximo disso. Minha organização criminosa é a mais temível do mundo e isso deixo bem claro que ousa intervir nos meus negócios. 

 

Quando era moleque, nem sempre fui cruel assim, era um garoto assustado e covarde, tão covarde que não protegi minha mãe do seu agressor, meu pai. Minha mãe era uma mulher doce e gentil, meu pai casou-se com ela por ser filha de grande líder mafioso francês. Ela era muito linda e amorosa, mas isso não chamava atenção dele, afinal ele apenas casou com ela pelo poder que ganharia através do casamento. 

 

Ele a machucava, humilhava, mas independente do inferno que viveu, ela sempre mostrou ser uma mulher forte e persistente, embora ele a machucasse, sempre o enfrentava e ameaçava, afirmando que fugiria comigo. Ela sabia que aquilo apenas alimentava o ódio dele por ela, ela não se importava. Muitas vezes presenciei a violência que ela sofria, ele fazia apenas para alimentar um ego para mostrar que mandava, que era o poder, o alfa. 

 

Ela foi tola, sabia que de jeito ou de outro eu seguiria o mesmo caminho que o de meu pai, inconformada com isso ela decidiu fugir comigo na mesma noite que ele avisou que faria uma viagem a negócios. Mas tudo não passou de uma estratégia para acabar com ela. Seu ódio foi tão grande que não exitou matá-la na minha frente, ele a matou e deixou seu corpo estirado no chão como se fosse um nada. 

 

Depois que ela morreu eu me tornei o que ele tanto queria, desde pequeno comecei a ser intitulado como algo aterrorizante. Meu pai estava orgulhoso de mim, mas mal sabia que o mataria quando assumisse o cargo de líder, e quando esse dia chegou, o aniquilei da mesma forma que ele a matou. 

 

(...) 

 

Estava na fortaleza onde costumo torturar desgraçados ladrões e traidores, sentado em uma cadeira fumando meu charuto, observo um soldado torturar um membro bratva esmagando suas mãos em um objeto de metal. Ele grita, súplica, chora, mas ignoro, continuo a observar toda a cena sem sentir remorso algum. 

 

Estava relaxado, bastante calmo depois da transa que tive com uma mulher do meu bordel, o soldado estava fazendo meu trabalho, estava entediado, então hoje eu deixei que o soldado desfrutar da minha diversão diária. 

 

— Pare! 

 

Em ordem alta, o soldado dá um passo para atrás e espera o próximo passo. Levantei-me da cadeira e joguei o cigarro no chão, me aproximo do traidor e vejo ele levantar os olhos para me encarar. 

 

— Chefe. 

— Calado seu merda. 

— Perdoe-me senhor. 

— Cale-se! 

— Fiz isso pela minha família. 

 

Aborrecido, pego uma navalha afiada e enfio no seu braço direito, faço uma linha acima e continuo a cortar até o ombro fazendo um corte profundo e longo. Ele grita e chora, pergunto quem foi seu mandante mas ele se nega a falar, faz tempo que venho na tentativa de descobrir quem é o rato peçonhento que comanda esse ninho. Minha frustração maior é saber que estou torturando um membro da minha organização. Os Bratva são ensinados a serem persistentes com a dor até seu último suspiro. 

 

— Quem é o mandante? - pergunto. 

— Por favor senhor. - implora. 

— Caralho você está acabando com a minha paciência. 

— Eu não sei seu nome, ele nunca me contou. 

— Dê-me um nome, um único nome! 

— Não posso, ele irá me matar. 

— Deveria sentir medo de mim seu bastardo, e não dele. 

— Ele sabia de alguns crimes que poderiam me prejudicar, por isso trai a irmandade. 

— Nada justifica você ser desleal, traidores não merece perdão. 

— Por favor senhor, piedade! 

— Não sou Deus pra ser benevolente com seres imundos como você. 

— Eu não direi nada! 

 

Sorri diabolicamente pela sua teimosia, ele me olha assustado, se recriminando por ter falado daquela maneira com a pessoa errada. 

 

— Você morre de qualquer maneira. Irei descobrir quem ele é, e quando encontrá-lo, arrancarei sua pele e jogarei para meus animais. Quanto a você estará no inferno, queimando ao lado de traidores. 

— Senhor, por favor. 

— Eu conheço a sua família, é uma filha que você tem, não é? 

— Deixe-as em paz! Elas não tem nada com isso. 

— Mas é claro que tem, parentes também são culpados pelos traidores, sabe disso tão bem quanto eu. 

— Piedade, senhor, por favor. 

— Conte-me quem é, um nome porra! 

 

O traidor não sabe,vejo-o aflito por saber que matarei sua família, sinto a sua impotência sair de suas órbitas cansadas. 

 

— Ótimo! Trevor. — chamo meu subchefe. 

— Senhor. - ele se aproxima. 

— Mande alguns soldados até a casa do nosso traidor, busquem a mulher e filha, que torture na frente dele, ele deve presenciar tudo para ter ciência do que acontece com quem trai os Bratva. 

— Sim chefe. 

 

Trevor trata de cumprir minhas ordens e logo ordeno para o soldado voltar a tortura-lo enquanto sua família ainda não chega. Caminho em direção a saída, ele continua a implorar por piedade mas ignoro, ele sabe que sua família morrerá com ele. Volto para a propriedade necessitado de um banho, após isso vejo a minha mala de viagem pronta que pedi para a empregada fazer. Hoje irei viajar para Los Angeles visitar meus negócios que tenho por lá, a cada seis meses visito meus negócios. 

 

Embora haja pessoas capacitadas para cuidar dos meus negócios, sempre me certifico pessoalmente, não sou homem de confiar em ninguém. As pessoas são gananciosas capazes de trair e matar por dinheiro fácil, e claro, sou um deles no meio de milhares, até mesmo um homem extremamente poderoso como eu. Embora eu seja líder mafioso e receba tão bem quanto qualquer um empresário, não igualo meu dinheiro que ganho na máfia. Os cassinos e bordéis que tenho espalhados pelos quatro cantos do mundo. Sou um empresário bem conhecido pela mídia, sempre deixando as aparências para não levantar suspeitas. Mesmo que a máfia russa seja conhecida, não sabem quem lidera. 

 

Depois de passar horas em meu jato particular, finalmente pousou em terras americanas. Sempre que venho para este fim de mim tomo cuidado com paparazzis, peço absoluta descrição. Vou para a limousine indo diretamente para o cassino, quanto antes checar que tudo está okay, mais rápido voltarei para a Rússia. Percorro o tráfego avaliando a contabilidade do cassino no ipad. Não costumo avisar aos meus funcionários sobre a minha chegada, não devo explicações, além do mais eu adoro fazer surpresas. 

 

Enquanto ainda olhava a contabilidade, vejo um pequeno rótulo de aviso no canto inferior do dispositivo, alguém estava tentando invadir minha conta. Rapidamente uso minhas técnicas de hacker e localizo o dispositivo invasor, Malibu, espero ver o que ele pretende fazer, ele me guia pelo navegador. Estava tentando modificar uma conta altíssima de dívidas. Fico prestando atenção, sorri até, o que foi apenas um único motivo para soltar meus demônios internos. 

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