Ariel Smith
Chorava enquanto tomava um banho rápido, pensava em todas as suas manipulações que sofri por todo esse tempo. Me sentia tola, de acreditar que aquele homem que havia batido em meu rosto mudaria algum dia. Por muito tempo eu aguentei suas ofensas, deboches e até mesmo humilhações, me esforcei para passar por cima de suas palavras que não passaram de ofensas e tentativas frustrantes para eu desacreditar de mim mesma.
Eu havia desistido do meu próprio pai nesta noite. Antes de entrar no banho eu liguei para Giovana avisando que logo mais estaria em sua casa, ela me perguntou deixando evidente sua preocupação após escutar meus choros engolidos, mas tratei de desligar e adiantar o processo de sair o quanto antes dessa casa. Peguei minhas duas malas de tamanho grande que estavam guardadas em cima do meu closet e tratei de colocar todos os meus pertences na mala, não deixaria nada para trás, nem mesmo uma foto de lembrança, ele não merecia o que eu fazia por ele. Trabalhei desde nova para que ele não passasse fome e sou retribuída com uma bofetada. Enquanto eu terminava o meu banho escutei batidas na porta por ele. — Eu.. Me desculpe. Não quis fazer aquilo, mas é que você falou de sua mãe e.. — não disse mais nada, deve ter desistido. Saio do banheiro enrolada no meu roupão e em mãos meus kit de higiene e produtos de pele que estavam na pia do banheiro. As malas estavam quase prontas, me visto com uma calça preta colada e um blusão de frio, já era tarde da noite e ao invés de está dormindo, estou aqui, com olhos lacrimejados arrumando minhas malas. Já pronta, certifico que estava tudo na mala, não quero deixar nada para trás. Pego minha bolsa onde estava meus documentos, chaves e celular e me dirijo para fora daquele quarto que agora não me pertencia mais. Desço as escadas sentindo dificuldade com excesso de bagagem, vejo meu pai sentado em sua poltrona em frente a lareira ligada, por escutar o barulho vindo das escadas ele se vira para trás e arregala os olhos vendo o que aparenta ser, estava indo embora. Parei ao lado do sofá tirando da minha bolsa as chaves da casa e jogo sobre o sofá. Ele me olha como se não estivesse acreditando no que estava vendo. — O que significa isso? — Não é óbvio? Estou indo embora. Não estava mais afim de escutar seus sermões, aquilo não se parecia que somos pai e filha, mas sim dois desconhecidos que não se davam bem, no entanto moravam sobre o mesmo teto, tomei a iniciativa de sair primeiro. — Se é por causa da bofetada, me desculpe. Percebi que falou da boca pra fora, nem ao menos teve coragem para me encarar. — A bofetada apenas me mostrou que estava na hora de sair do lugar que um dia foi o meu lar.— Foi apenas um mal entendido. — Eu não mereço mais passar por tudo que já passei ao longo desses anos, eu fiz de tudo.— Ariel,eu..— Eu realmente entendo sua dor em perder a mamãe, eu também sofri, mas eu tratei de seguir minha vida e não afundar nela. Sinto muita falta dela, mas que bom que não está aqui, ela se decepcionaria ao ver o que você se tornou. Falei tudo que eu estava querendo dizer há anos, já não me importava mais, eu quis feri-lo, pela primeira vez eu quis machucá-lo com palavras, fazer ele sentir na pele, sentir o gosto amargo da decepção, da frustração. Com uma onda de raiva, ele se levanta da poltrona e aponta para a porta. — Saia daqui! - ordenou. — Adeus! — O que espera? Suma já dessa casa! Seguro as lágrimas que se formavam em meus olhos para não acabar desmoronando em sua frente. Pego minhas malas e com a cabeça erguida me arrasto para fora, houve um breve silêncio enquanto destranco a porta, escuto falar preocupado. — Quem fará o jantar? Ou arrumar a casa? — Se precisar de algo é apenas trabalhar. - menciono as mesmas palavras que um dia ele disse para mim. Abro o porta mala do meu veículo jogando minhas malas dentro e sigo para o banco do motorista. Ao pôr o cinto enxuguei a lágrima que desliza pelo meu rosto e coloco meu celular no suporte adicionando uma música no bluetooth do carro. Minha mãe e eu gostávamos de escutar essa música juntas, nos trazia paz, toda vez que podia eu escutava diversas e diversas vezes repetidamente. Não havia muitos carros no trânsito naquela hora da noite, pude chorar e gritar dentro do veículo enquanto eu dirigia novamente para los Angeles, mas desta vez sem voltar para Malibu, já marcava onze horas da noite, o horário em que eu deveria está dormindo mais ao invés disso estou dentro do carro sentindo mil emoções ao mesmo tempo. Amanhã iria para o trabalho com olheiras profundas por não estar dormindo. Olho para a tela do celular e vejo diversas mensagens e chamadas perdidas de Noah e Gio, o que não foi nenhuma surpresa, eles estavam preocupados, mas eu não queria falar com ninguém no momento, queria dirigir sem dizer nenhuma palavra para ninguém, aquele era meu momento de descarregar todos os choros em que eu engoli todos esses anos. Estaciono o carro na garagem do condomínio em que Gio morava e vou até o porta malas tirando as duas malas, pego o elevador e subo até o seu andar enxugando meu rosto. Não sei ao certo o que dizer, se eu quero realmente tocar no assunto em que eu pensei por 40 minutos pensando no carro. Meus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Assim que parei na porta de seu apartamento. Suspirei controlando o meu nervosismo aflorado e toquei a campainha, logo escuto seus passos até a porta. Ela abre e se surpreende por me ver alí, parada na porta de seu apartamento. — Ariel? Por Deus! Estava preocupada com você. Gio abre mais a porta do seu apartamento e percebo que Noah também estava em sua casa. Ela abre espaço para que eu passe com minhas malas e logo em seguida trancar a porta. — Minha menina, o que aquele monstro te fez? Noah pergunta enquanto segue na minha direção, meus ombros caem e as lágrimas começam a cair pelo meu rosto. Rapidamente ele estende seus braços e me abraça forte enquanto enterro meu rosto em seu moletom. — Fui muito tola..— Shh, pequena, isso passou! Acabou. — Fui tão boa para ele e fui retribuída por uma bofetada. - falo em prantos o apertando ainda mais. — Aquele animal teve coragem de bater em você? - Giovana pergunta sem acreditar. Sinto o corpo do Noah arquear e me apertar. — Isso passou meu anjo, respire fundo.. — Está doendo Noah.. - solto um choro alto. — Gio, vá buscar água para Ariel, não fique parada aí! - ele grita com Gio, seguro meu sorriso em um momento como esse. — Se não fosse por Ariel já teria rodado minha mão na sua cara. - ela o ameaça com tamanha zanga, dá as costas e anda até a cozinha.Ariel SmithEstava em um dos quartos de hóspedes na casa de Giovana. Era 2h da manhã, me encontrava sentada na janela do quarto admirando a vista que era me proporcionado. Quando me tranquilizei contei o que havia acontecido, e claro, eles me entenderam perfeitamente.O homem cujo bateu meu rosto era um desconhecido que carregava vestígios de DNA em meu sangue, não era igual ao que cuidou de mim quando criança, não era o mesmo quem me ensinou a cantar todas as músicas do meu ídolo favorito. Não dava para acreditar que eram a mesma pessoa. Sinto falta da mamãe, era tudo diferente quando ela estava aqui, cuidando de mim, cuidando de nós. Meu pai vivia para ela, ele a idolatrava, eu era a metade deles e quando o câncer a levou fez papai e eu tornar-se estranhos, dois desconhecidos.Eu não estava contente por ter feito o que fiz antes de sai
Ariel Smith— O quê? - Noah questiona.— Mas por quê? - Gio pergunta.— Sei que a intenção de me querer aqui é boa, mas não posso aproveitar da situação e morar na sua casa.— Mas você pode morar aqui ruivinha, eu quero que você fique aqui. - Gio insiste.Nesse momento, Noah me olhou com ternura e pousou a sua mão encima da minha, perguntou:— É isso que quer?— Sim.— Mas.. Valente. - Gio tenta intervir.— Está na hora de ter a minha primeira experiência de morar sozinha, de ser independente mais do que já sou, eu preciso disso.Algumas lágrimas inundam meus olhos,porém seguro para que não caiam em meu rosto, Noah olha para Gio e a convence de entender minha decis&a
Ariel SmithEncaro os brutamontes e passo por meio deles tentando fazer o meu trabalho, alguns até tentaram impedir que eu me aproximasse. No entanto, ao ver o meu uniforme do hospital, deram o devido espaço para que eu prestasse os devidos cuidados necessários ao meu paciente. Após colocar minhas luvas, eu encarei o seu rosto. O homem era um colírio para os olhos, tinha cabelos pretos e um par de olhos azuis bebê, uma face séria que o deixava mais lindo, um verdadeiro Deus grego.Um homem lindo desses acompanhado por diversos seguranças deve ser modelo, algum ator de cinema ou empresário, constato por ele usar roupas formais e elegante deixando-o mais atraente. Me apresento tímida e peço para que ele tire seu terno, alguns soldados se aproximam para ajudá-lo, mas algo estranho acontece. Meu paciente chamado Arthur Drummond, onde olhei seu nome na pranche
Arthur Drummond31 anos/ Russo/ Líder da Máfia RussaComo toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, também os subchefes, os anciãos, conselheiros, soldados e os associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como a máfia russa, os Bratva. Meu pai antes de mim foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos, eu demorei para aprender essa lição, aprendi da pior forma.Quando jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal eu fui o único homem que se envolveu nos negócios desde moleque, meu pai queria um impiedoso e ele teve o que tanto quis. Por anos fui apelidado como
Arthut DrummondQuando a limousine é estacionada no cassino eu desço, vou para o elevador e logo as portas se abrem dentro do local. Olhares, vários deles se cruzam nos meus, alguns assustados, outros surpresos e até maliciosos vindo de mulheres. Em passos largos ando para o próximo elevador, quero chegar o quanto antes na minha sala, enquanto ando vejo funcionários e clientes saírem do meu caminho.Sentado em minha poltrona, tirei um charuto do terno, acendo-o e fumo profundamente, solto a fumaça. Alguns minutos a porta bate, ordeno:— Entrem.Encaro os dois idiotas, eles se aproximam da minha mesa, estão assustados com a minha presença. Meros insetos, posso destruí-los facilmente. Controlo minha raiva, decidi brincar com eles.— Um viciado de merda invadiu o sistema do cassino, est&ati
Arthur DrummondNão sabia onde estava, mas provavelmente passou a noite na casa de alguma amiga. Queria rastreá-la e saber onde posso encontrá-la. Não conheço a pela mulher mas já me vejo tão fascinado por ela, ela era linda, tinha uma beleza que jamais surgiu diante de meu olhos, novamente encaro sua fotografia, um olhar jovial e puro, não me surpreenderia caso fosse virgem.Mas sinto que é improvável ela ser virgem, em pleno século 21 não existem tantas mulheres virgens, principalmente com 22 anos, talvez ela tenha algum namorado e o pai não esteja informado, talvez deva investigar a sua vida e dar um fim com quem esteja se envolvendo. Mas caso ela seja virgem, há a possibilidade de ser a mãe do meu herdeiro. Já tenho 31 anos e alguns conselheiros da máfia já me chamaram atenção sobre o casamento,
Ariel SmithSinto como se estivesse sendo observada, não sei, mas sei que o corpo reage quando alguém está nos observando, até mesmo quando estamos dormindo. Abro os olhos, com a visão embaçada vejo algo, levantei-me rapidamente da cama e liguei o abajur ao lado. Meus olhos estavam pesados e ainda sonolentos. Olhei para o relógio, marcava 1h30 da manhã, comemorei internamente por isso, embora hoje seja meu dia de folga terei de acordar mais ou menos às 8h da manhã, pretendo fazer a faxina na minha nova casa.Me levantei da cama, em passos lentos vou ao banheiro fazer minhas necessidades, depois volto para o quarto e novamente me desligo por completo. Mas pela segunda vez me sinto ser observada, mas tratei de dar importância, eu nunca morei sozinha e meu corpo está se acostumando com isso, irei me adaptar conforme o tempo.O sol ilum
Ariel ColucciAbro meus olhos com dificuldade para observar, aperto as pálpebras e as abro novamente. Encaro o local onde estou, não consigo ver direito, a luz fraca impossibilitava. Tento mover meu corpo, mas percebo estar amarrada em uma cadeira, mesmo ainda confusa tento me mexer, me soltar, mas estava impossível, a corda apertava firmemente meus pulsos. Arrasto meus olhos aonde estou, parecia uma espécie de galpão ou armazém, parecia estar em um filme de terror.Ouço gemidos de dor, levanto meus olhos para frente e vejo meu pai, amarrado em uma parede como um animal, olhei para a cena assustada, ele estava deplorável, era de partir o coração. Ele levanta os olhos e me encara, em um tom de voz preocupado, falou:
Último capítulo