Ariel Smith
— O quê? - Noah questiona.
— Mas por quê? - Gio pergunta. — Sei que a intenção de me querer aqui é boa, mas não posso aproveitar da situação e morar na sua casa. — Mas você pode morar aqui ruivinha, eu quero que você fique aqui. - Gio insiste. Nesse momento, Noah me olhou com ternura e pousou a sua mão encima da minha, perguntou: — É isso que quer? — Sim. — Mas.. Valente. - Gio tenta intervir. — Está na hora de ter a minha primeira experiência de morar sozinha, de ser independente mais do que já sou, eu preciso disso. Algumas lágrimas inundam meus olhos,porém seguro para que não caiam em meu rosto, Noah olha para Gio e a convence de entender minha decisão. — É uma escolha sua, e respeitamos isso, não é Giovana? — Sim, ruivinha. - ela confirma com um pequeno sorriso. — Obrigada, não sei o que seria de mim sem vocês. — Eu também não sei. - Noah diz todo convincente. — Deixe tudo comigo, eu mesma irei procurar um apê perfeito para você. — Vai com calma Gio, meu orçamento é razoável. — Nada disso! O apartamento será por minha conta! — Mas é rica mesmo. - Noah olha para ela com um olhar soberbo. — Milionária com meu próprio trabalho e herdeira de empresas. - corrige. — Não é querendo dar o golpe, mas quer casar comigo? Giovana e eu sorrimos pela proposta de Noah, ele também sorri por suas palavras e logo voltamos a comer. (....) Já no caminho do trabalho, lembro da conversa que tive com Giovana e Noah, as tentativas falhas de Gio para mudar minha decisão, eles queriam me manter no apartamento. Mas por fim entenderam minha vontade e aceitaram. Sempre pensei em morar sozinha, bem antes do que me aconteceu na noite passada, agora que deixei o lar qual não me fazia bem, não irei desperdiçar essa oportunidade. Preciso me conhecer melhor, quero desfrutar de uma boa noite de sono e apenas com uma companhia, a minha. Me mantive presa por anos na presença daquele crápula que não media esforços para tornar meu dia mais difícil e exaustivo, e agora livre dele, é uma benção e paz que precisava. O dia foi exaustivo e tenso na ala de queimados. Havia acontecido um incêndio em uma fábrica, as chamas atingiram uma boa parte dos funcionários, umas eram de segunda e quarto grau. Ver a dor estampada nos rosto de homens e mulheres mexiam comigo. As duas enfermeiras que trabalhavam comigo percebiam isso, e para elas era o divertimento em ver que estava sentimentalista com aflição dos pacientes. Saí da sala de atendimento indo para o banheiro, me aproximo de uma pia e ligo a torneira, enche minha mão de água e jogo em meu rosto, faço isso diversas vezes até que escuto a porta do banheiro ser aberta. As duas enfermeiras entram e se olham entre si com sorrisos nos lábios. - Se não aguenta cheirinho de carne assada nem deveria ter se tornado médica. - É uma molenga de cabelo falsificado. Odeio ela. - É uma sonsa, sabe que não pode sentir laços íntimos com os pacientes, ela deveria ser expulsa desse hospital. - Concordo! Ela é patética. Aperto a barra da pia com força e solto uma imensa gargalhada por suas palavras, um imenso sorriso irônico desenha e ecoa pelo banheiro, viro-me para elas e começo falando poucas e boas verdades. — Sou médica, mas também humana. Não sou insensível ao ponto de brincar com a dor dos outros. — Olha escuta aqui.. — corto-a imediatamente. — Estão erradas, não tem argumentos e ponto final. Me envergonharia se tivesse um caráter idêntico ao de vocês. Elas ficam em silêncio com uma expressão séria, sei que eles desejam falar, desejam soltar todo o veneno que habitam em seus corpos. — Peçam desculpas. — O quê? - perguntam com desdém. — Quero pedido de desculpas, afinal trabalham comigo, uma queixa para o diretor e estarão em maus lençóis. Elas olham entre si e engolem em seco, abrem a boca e pedem. — Desculpe, doutora! — Agora vão embora, não trabalharão mais comigo. — Mas.. — Sem mas, só vão. Ao sair, suspirei soltando o ar de meus pulmões, respiro profundamente e volto a fazer o meu trabalho. Um senhor que estava ferido pelas chamas da fábrica, chamava sua esposa que ainda não havia chegado, aquilo era de partir o coração. — Clara, Clara. Cadê a minha mulher? — Calma senhor, sua esposa está a caminho. — Eu não posso morrer sem ver a minha esposa. — Você não vai morrer, se acalme! Suspiro controlando a vontade de chorar. Em minutos uma senhora entrou na sala e se aproximou do meu paciente, tratei de terminar o quanto antes para deixá-los a sós. Já estava perto do almoço e optei em almoçar mesmo no trabalho, meu dia havia sido muito cansativo e estava indisposta para sair. Ligo para Giovana já na minha sala ansiosa para saber se ela havia encontrado algum apê pequeno perto do meu trabalho. — Já ia ligar pra você. — E então.. Encontrou alguma coisa?— É claro! O apartamento era divino, perfeito para você. - diz entusiasmada. — O que eu faria sem você? — Absolutamente nada! Eu sou a fada madrinha. — E onde fica esse apartamento? — Próximo do seu trabalho, o preço foi muito razoável, ele veio pronto com mobília. — Com mobília? Que estranho.. — Não entendo direito o vendedor não me explicou muita coisa, não me parecia muito com um vendedor. — Quanto custou? — Ah, baratinho.. — Quanto baratinho? — Uns 90 mil. - arregalei os olhos. — Nesse apartamento contém ouro? — Não por quê? — Olha o preço desse apartamento, eu não ganhei na loteria. — O dinheiro está saindo do meu bolso, não do seu. — Não posso aceitar! — Você vai, ele já está em seu nome, não me faça essa desfeita. Suspiro na ligação e falei aborrecida: — Eu te odeio. — E eu te amo ruivinha. — O apê é bonito? - perguntei risonha. — Vai ficar chocada com a beleza do apartamento, tem duas suítes, cozinha com uma bancada imensa. — Me manda a localização. — Acabei de enviar. — Logo mais passo na sua casa para pegar minhas malas. — Não precisa, já está tudo aqui. — Você é impossível! — Eu sei que você me ama, nosso amor é pra sempre. — Ele sempre foi. — E sempre vai ser! - completamos juntas. A tarde transcorreu normalmente, não havia pacientes para serem atendidos, fiquei a maior parte do tempo na ala da maternidade. Ver os bebês fazendo seus barulhinhos ou até mesmo dormindo me trazia paz pro meu coração. Embora não seja mãe sempre tive o dom de lidar com crianças, tenho vontade de formar uma família futuramente, mas ainda não achei o homem ideal tenha despertado o amor em mim. Já eram 6h da noite, estava próximo de encerrar o expediente, porém houve um acidente no meio do trânsito. Ao entrar no pronto socorro, vejo uma boa quantidade de homens vestidos formalmente, alguns estavam baleados, o que me faz questionar se realmente foi um acidente. Alguns médicos e enfermeiros os agilizam para atender os feridos, eu faço o mesmo, antes que pudesse fazer alguma coisa, o chefe senhor Vladmir me guiou para uma maca. — Os outros pacientes já estão atendendo os demais, atenda o homem no leito 6. Peguei a prancheta de suas mãos e ando em passos largos na direção do meu paciente. Vejo uma dúzia de seguranças rodeando meu paciente, parei por alguns segundos e suspirei algumas vezes, me aproximo rapidamente.Ariel SmithEncaro os brutamontes e passo por meio deles tentando fazer o meu trabalho, alguns até tentaram impedir que eu me aproximasse. No entanto, ao ver o meu uniforme do hospital, deram o devido espaço para que eu prestasse os devidos cuidados necessários ao meu paciente. Após colocar minhas luvas, eu encarei o seu rosto. O homem era um colírio para os olhos, tinha cabelos pretos e um par de olhos azuis bebê, uma face séria que o deixava mais lindo, um verdadeiro Deus grego.Um homem lindo desses acompanhado por diversos seguranças deve ser modelo, algum ator de cinema ou empresário, constato por ele usar roupas formais e elegante deixando-o mais atraente. Me apresento tímida e peço para que ele tire seu terno, alguns soldados se aproximam para ajudá-lo, mas algo estranho acontece. Meu paciente chamado Arthur Drummond, onde olhei seu nome na pranche
Arthur Drummond31 anos/ Russo/ Líder da Máfia RussaComo toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, também os subchefes, os anciãos, conselheiros, soldados e os associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como a máfia russa, os Bratva. Meu pai antes de mim foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos, eu demorei para aprender essa lição, aprendi da pior forma.Quando jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal eu fui o único homem que se envolveu nos negócios desde moleque, meu pai queria um impiedoso e ele teve o que tanto quis. Por anos fui apelidado como
Arthut DrummondQuando a limousine é estacionada no cassino eu desço, vou para o elevador e logo as portas se abrem dentro do local. Olhares, vários deles se cruzam nos meus, alguns assustados, outros surpresos e até maliciosos vindo de mulheres. Em passos largos ando para o próximo elevador, quero chegar o quanto antes na minha sala, enquanto ando vejo funcionários e clientes saírem do meu caminho.Sentado em minha poltrona, tirei um charuto do terno, acendo-o e fumo profundamente, solto a fumaça. Alguns minutos a porta bate, ordeno:— Entrem.Encaro os dois idiotas, eles se aproximam da minha mesa, estão assustados com a minha presença. Meros insetos, posso destruí-los facilmente. Controlo minha raiva, decidi brincar com eles.— Um viciado de merda invadiu o sistema do cassino, est&ati
Arthur DrummondNão sabia onde estava, mas provavelmente passou a noite na casa de alguma amiga. Queria rastreá-la e saber onde posso encontrá-la. Não conheço a pela mulher mas já me vejo tão fascinado por ela, ela era linda, tinha uma beleza que jamais surgiu diante de meu olhos, novamente encaro sua fotografia, um olhar jovial e puro, não me surpreenderia caso fosse virgem.Mas sinto que é improvável ela ser virgem, em pleno século 21 não existem tantas mulheres virgens, principalmente com 22 anos, talvez ela tenha algum namorado e o pai não esteja informado, talvez deva investigar a sua vida e dar um fim com quem esteja se envolvendo. Mas caso ela seja virgem, há a possibilidade de ser a mãe do meu herdeiro. Já tenho 31 anos e alguns conselheiros da máfia já me chamaram atenção sobre o casamento,
Ariel SmithSinto como se estivesse sendo observada, não sei, mas sei que o corpo reage quando alguém está nos observando, até mesmo quando estamos dormindo. Abro os olhos, com a visão embaçada vejo algo, levantei-me rapidamente da cama e liguei o abajur ao lado. Meus olhos estavam pesados e ainda sonolentos. Olhei para o relógio, marcava 1h30 da manhã, comemorei internamente por isso, embora hoje seja meu dia de folga terei de acordar mais ou menos às 8h da manhã, pretendo fazer a faxina na minha nova casa.Me levantei da cama, em passos lentos vou ao banheiro fazer minhas necessidades, depois volto para o quarto e novamente me desligo por completo. Mas pela segunda vez me sinto ser observada, mas tratei de dar importância, eu nunca morei sozinha e meu corpo está se acostumando com isso, irei me adaptar conforme o tempo.O sol ilum
Ariel ColucciAbro meus olhos com dificuldade para observar, aperto as pálpebras e as abro novamente. Encaro o local onde estou, não consigo ver direito, a luz fraca impossibilitava. Tento mover meu corpo, mas percebo estar amarrada em uma cadeira, mesmo ainda confusa tento me mexer, me soltar, mas estava impossível, a corda apertava firmemente meus pulsos. Arrasto meus olhos aonde estou, parecia uma espécie de galpão ou armazém, parecia estar em um filme de terror.Ouço gemidos de dor, levanto meus olhos para frente e vejo meu pai, amarrado em uma parede como um animal, olhei para a cena assustada, ele estava deplorável, era de partir o coração. Ele levanta os olhos e me encara, em um tom de voz preocupado, falou:
Ariel ColucciAbro os olhos, eles estão com um borrão, impedindo que observe com clareza. Volto a fechar, desta vez, se tornam lúcidos e pude observar melhor o local onde estou. Estava deitada no centro de uma cama, vaguei meus olhos para aquele quarto, me sentindo confusa, sentei-me na borda do colchão, bocejo e levantei. Sou atingida com uma forte vertigem, e desequilíbrio, mas logo passa, dou o primeiro passo pelo imenso quarto luxuoso.Observava cada centímetro do cômodo, aquele cômodo não era o meu quarto. Começo a recordar do pesadelo, não! Não pode ter sido real, devo estar sonhando, isso não pode está acontecendo.
Ariel ColucciOs gemidos e sussurros, ainda conseguia ouví-los na minha cabeça, me lembrando cada minuto da noite anterior, com ele, Arthur Drummond. Não consigo acreditar que tudo aconteceu, a morte do meu pai, ser sequestrada e agora, violada por esse homem. Me condeno das vezes que por um momento senti alguma coisa em seus braços, arrepios ou até lubrificação, mas eu sabia que tudo aquilo estava acontecendo, era porque ele queria.Toda noite me mantive imóvel, parecia uma boneca sexual embaixo do seu corpo. Não era capaz de participar, ele matou meu pai friamente, e agora, está me mantendo prisioneira em sua casa, em sua vida. Tenho 22 anos e sou capaz de decidir qualquer coisa por mim mesma, mas agora, não sou capaz de fazê-lo, ele não permitirá que eu volte para