Ariel Smith
22 anos/ Américana/ Médica
— ACORDA SUA IMPRESTÁVEL! - Ouço os gritos de meu pai. Logo, os fortes estrondos na madeira da porta pelas suas grossas batidas. — EU QUERO MEU CAFÉ EM MENOS DE VINTE MINUTOS!
Por um momento eu me assustei pelo fato de ainda não ter me acostumado com suas alterações de humor. Na última batida é um pontapé que me faz pular na cama. Céus! Coitada da pobre porta! Meu pai é Sivan Colucci. Um ex empresário que faliu sua empresa com apostas em cassinos. Infelizmente, somos apenas nós dois a seis longos anos. É quase inacreditável que antes era diferente pois minha mãe era viva. Meu pai era apaixonado. A tratava como uma linda flor, repleta de carinho e atenção, não apenas com ela, mas comigo também. Mas nada é eterno. Com sua falência, meu pai mudou de um homem gentil para um crápula. Fui iludida ao achar que meu pai fosse se tornar mais presente ao lutar para que sua família seguisse em frente. Mas apenas pensei. Em pouco tempo virou um alcoólatra e adquiriu vício em jogos. Pensei que fosse passageiro. Mas vem sendo assim há seis anos. Seis longos anos onde presenciei a falência da empresa e acúmulo de dívidas. Logo com 16 anos me vi obrigada a procurar emprego devido às suas severas palavras: "Precisa de dinheiro? Pois bem... Trabalhe!". Tornei-me garçonete para dar a essa casa condições de comprar comida. Isso foi como um aprendizado. Consegui trabalhar em dois empregos de turnos diferentes. Com dificuldade de muitas noites mal dormidas, estresse, cansaço e fome, conclui o ensino médio. Com o tempo, entrei para a faculdade e com motivação de Giovana e Noah - meus melhores amigos - paguei as dúvidas. De minhas economias consegui um carro. E agora, aos meus 22 anos, sou técnica de enfermagem no hospital escola em Los Angeles. O relógio marcava 04h20. Ainda processando o maldito motivo de ter que me levantar da cama, rastejo para o banheiro. A contra gosto faço minhas higienes e entro em um banho quente. Renovo minha preguiça deixando ciente que estou indo para missa um dia de trabalho. Um que sempre quis e agora orgulho-me de dizer que é meu! Minha mãe sempre me encorajou a lutar pelos menos sonhos. Não deixei meu pai - aquele que deveria me apoiar acima de tudo - destruir meus sonhos. Ao retornar ao quarto depois de alguns minutos, ajeito meus pertences e com orgulho separo meu lindo jaleco branco. Embora tenha passado apenas dois meses formada na área de saúde, ainda não acredito que sou uma médica. Sei que mamãe estaria extremamente contente vendo meu avanço. Já pronta, saio do quarto. Desço as escadas e deixo minha bolsa no sofá da sala principal. Vou para a cozinha preparar o café da manhã do meu pai. Quando ele faliu, não procurou outro emprego. Eu que sustento a casa e a família desde então. Nossa casa é um apartamento moderno, sofisticado e aconchegante em Malibu, Califórnia. Separo o café dele e pego algumas torradas com Nutella quando decido ir trabalhar. Com calma, como enquanto certifico de que a chave da casa e do meu carro estão na bolsa. Estava prestes a sair quando escuto a voz do meu velho: — Já vai para o emprego, vadi... digo; Ariel? Ignorando seu quase insulto, viro-me para olhá-lo. Com seus cabelos bagunçados e postura de homem derrotado, ele permanecia parado no meio da escada. — Sim papai, estou indo para onde ajudo pessoas e sou paga para isso, melhor do que passar dia após dia bebendo e acabando com minha vida. Seu café já está pronto, como sempre. - Ignoro sua face mal humorada e viro-me para sair. — É um trabalho sem futuro. Deveria ser uma empresária e não uma médica barata. Suas palavras contém ódio. Um demônio apoiaria mais minhas decisões do que ele. Ao destrancar e abrir a porta, digo: — Para quem perdeu a fama de empresário por jogos baratos não tem direito de opinar nada. Se sou uma enfermeira barata, o que você é?— Sua vad— Bom dia! - Bati a porta antes que prosseguisse com suas ofensas. Algo que não sou e nunca serei, é uma vadia. Sequer sou festeira e saio com homens para ser chamada assim. E mesmo que tivesse esse costume, pelo que sei, vadia é quem nada faz. Eu ao menos trabalho e tenho dinheiro para curtir com Giovana e Noah. Mas não. Não pretendo envolver-me em algo do gênero tão cedo. Já no estacionamento ainda com pensamentos de suas palavras, entro no carro e coloco meu destino no GPS. Meu horário é um pouco mais que 7h30. Mas como eu moro há 40 minutos de Los Angeles onde é o meu trabalho eu não poderia chegar atrasada. Às 06h da manhã já estava no ar. Ainda abalada pelas ofensas, sigo meu destino. A perda da minha mãe foi forte para ele. Ele a amava, mas isso não justifica seus maus tratos e desprezo. Com seis anos nessa situação eu já deveria estar acostumada, contudo, nunca realmente irei me acostumar. Ainda mais nessa época. Maldita TPM! Em meio a um sinal de trânsito, aproveito a parada para distrair minha mente quando coloco o celular no suporte e ligo para Gio. O sinal abriu e, mesmo assim, demora até que sou atendida. — Hm!? - Ouço seu resmungar sonolento. Ora essa! Não é assim que se trata alguém como eu! Abusada... — Bom dia, sol da manhã! - Cantarolo alegre.— Ariel, como consegue ser tão alegre às 6h da manhã? Por deus valente, eu quero dormir! Sorrio. Esse apelido foi dado por ela que afirma eu ter uma semelhança muito grande com uma princesa da Disney. Com um passado ruim, mas nunca desistindo. Uma valente! — Você não trabalha hoje? - Pergunto enquanto ainda dirijo. — Meu chefe me deu folga. E eu prefiro dormir às 11h da noite, mas alguém, que não digo o nome, decidiu me tirar dos meus sonhos eróticos! - reviro os olhos e sorrio. — Por Deus, Valente! Aquele pedaço de mal caminho ia me mostrar o seu nobre comprimento! Não poderia ter ligado, não sei... umas três horas depois que eu terminasse o que ia fazer? — Você precisa de um homem. Por um momento, pensei em contar sobre a discussão breve que tive com meu pai, mas não vejo o porquê de ter um assunto tão desagradável no início do dia. — Eu preciso de uma rola! Agora se me permite, voltarei a mimi. - Ouço-a bocejar pelo celular. Contagiosa, também bocejo. — Bom dia sol da manhã... A ligação é encerrada. No próximo semáforo, coloco uma música linda enquanto, à minha frente, vejo o sol nascer. Mais um lindo dia..Ariel SmithAo chegar no estacionamento subterrâneo do hospital, estaciono o veículo e rapidamente vou para o elevador, conduzo até a recepção. Havia uma boa quantidade de pacientes quando cumprimentei a balconista e os seguranças que haviam ali. Em seguida, segui para minha sala onde havia mais duas enfermeiras novatas. Ambas parecem soberbas. Sempre aparentando serem mesquinhas ao se acharem melhores do que todos. Isso me frustra! Se pelo menos fossem médicas, talvez até tivesse alguma moral.Eu as evito. Em dois meses não trocamos palavras alguma além do necessário. Às vezes sequer é preciso, já que o Dr. Vladmir, o médico geral do hospital, sempre está presente nas consultas que atendemos. Somos formadas, porém não adaptadas. Ainda estamos em treinamento.Deposito minha
Ariel Smith— Realizei um parto hoje.— Nossa, deve ter sido exaustivo. - Noah disse.— Exaustivo foi para a paciente que teve sua buceta rasgada. - disse Gio com seu exagero.— Para ambos foi exaustivo.— Nem me fale. - Digo.Noah e Giovana haviam feito o pedido antes que eu chegasse, o que para mim foi ótimo já que não aguentaria esperar nem mais um minuto. O almoço transcorreu normalmente. Em meio a refeição conversávamos sobre o trabalho de Gio. Ela é empresária executiva na empresa do seu pai. Também havia algumas desavenças com seu pai, contudo é mais difícil se verem pois Giovana morava sozinha no centro de Los Angeles.Noah, Giovana e eu nos conhecemos no ensino médio. Somos praticamente os
Ariel SmithChorava enquanto tomava um banho rápido, pensava em todas as suas manipulações que sofri por todo esse tempo. Me sentia tola, de acreditar que aquele homem que havia batido em meu rosto mudaria algum dia. Por muito tempo eu aguentei suas ofensas, deboches e até mesmo humilhações, me esforcei para passar por cima de suas palavras que não passaram de ofensas e tentativas frustrantes para eu desacreditar de mim mesma.Eu havia desistido do meu próprio pai nesta noite. Antes de entrar no banho eu liguei para Giovana avisando que logo mais estaria em sua casa, ela me perguntou deixando evidente sua preocupação após escutar meus choros engolidos, mas tratei de desligar e adiantar o processo de sair o quanto antes dessa casa.Peguei minhas duas malas de tamanho grande que estavam guardadas em cima do meu closet e tratei de colocar to
Ariel SmithEstava em um dos quartos de hóspedes na casa de Giovana. Era 2h da manhã, me encontrava sentada na janela do quarto admirando a vista que era me proporcionado. Quando me tranquilizei contei o que havia acontecido, e claro, eles me entenderam perfeitamente.O homem cujo bateu meu rosto era um desconhecido que carregava vestígios de DNA em meu sangue, não era igual ao que cuidou de mim quando criança, não era o mesmo quem me ensinou a cantar todas as músicas do meu ídolo favorito. Não dava para acreditar que eram a mesma pessoa. Sinto falta da mamãe, era tudo diferente quando ela estava aqui, cuidando de mim, cuidando de nós. Meu pai vivia para ela, ele a idolatrava, eu era a metade deles e quando o câncer a levou fez papai e eu tornar-se estranhos, dois desconhecidos.Eu não estava contente por ter feito o que fiz antes de sai
Ariel Smith— O quê? - Noah questiona.— Mas por quê? - Gio pergunta.— Sei que a intenção de me querer aqui é boa, mas não posso aproveitar da situação e morar na sua casa.— Mas você pode morar aqui ruivinha, eu quero que você fique aqui. - Gio insiste.Nesse momento, Noah me olhou com ternura e pousou a sua mão encima da minha, perguntou:— É isso que quer?— Sim.— Mas.. Valente. - Gio tenta intervir.— Está na hora de ter a minha primeira experiência de morar sozinha, de ser independente mais do que já sou, eu preciso disso.Algumas lágrimas inundam meus olhos,porém seguro para que não caiam em meu rosto, Noah olha para Gio e a convence de entender minha decis&a
Ariel SmithEncaro os brutamontes e passo por meio deles tentando fazer o meu trabalho, alguns até tentaram impedir que eu me aproximasse. No entanto, ao ver o meu uniforme do hospital, deram o devido espaço para que eu prestasse os devidos cuidados necessários ao meu paciente. Após colocar minhas luvas, eu encarei o seu rosto. O homem era um colírio para os olhos, tinha cabelos pretos e um par de olhos azuis bebê, uma face séria que o deixava mais lindo, um verdadeiro Deus grego.Um homem lindo desses acompanhado por diversos seguranças deve ser modelo, algum ator de cinema ou empresário, constato por ele usar roupas formais e elegante deixando-o mais atraente. Me apresento tímida e peço para que ele tire seu terno, alguns soldados se aproximam para ajudá-lo, mas algo estranho acontece. Meu paciente chamado Arthur Drummond, onde olhei seu nome na pranche
Arthur Drummond31 anos/ Russo/ Líder da Máfia RussaComo toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, também os subchefes, os anciãos, conselheiros, soldados e os associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como a máfia russa, os Bratva. Meu pai antes de mim foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos, eu demorei para aprender essa lição, aprendi da pior forma.Quando jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal eu fui o único homem que se envolveu nos negócios desde moleque, meu pai queria um impiedoso e ele teve o que tanto quis. Por anos fui apelidado como
Arthut DrummondQuando a limousine é estacionada no cassino eu desço, vou para o elevador e logo as portas se abrem dentro do local. Olhares, vários deles se cruzam nos meus, alguns assustados, outros surpresos e até maliciosos vindo de mulheres. Em passos largos ando para o próximo elevador, quero chegar o quanto antes na minha sala, enquanto ando vejo funcionários e clientes saírem do meu caminho.Sentado em minha poltrona, tirei um charuto do terno, acendo-o e fumo profundamente, solto a fumaça. Alguns minutos a porta bate, ordeno:— Entrem.Encaro os dois idiotas, eles se aproximam da minha mesa, estão assustados com a minha presença. Meros insetos, posso destruí-los facilmente. Controlo minha raiva, decidi brincar com eles.— Um viciado de merda invadiu o sistema do cassino, est&ati