✯ANDREW WALDORF✯
Assim que estaciono minha moto, Agnês freia bruscamente sua Lamborghini Rosé, parando ao meu lado. Essa garota não pode ser normal!
- Estávamos apostando corrida e eu não sabia? - questiono quando a vejo sair do veículo. Ela se olho no reflexo da janela e joga os cabelos loiros e ondulados para trás.
- Foi você quem arrancou na minha frente, não era eu quem deveria te fazer essa pergunta? - Reviro os olhos e pego minhas coisas, indo até ela e apoiando o braço em sua cabeça. Por conta dos seus míseros 1.62m de altura.
- Desgruda, Waldorf! - resmungou me empurrando.
- Como se teu sobrenome também não fosse Waldorf - provoco a empurrando de volta, vendo que um sorrisinho se formava no canto dos seus lábios.
Ela anda na minha frente e eu puxo uma mecha de seus cabelos, vendo Agnês se virar rápido com um olhar furioso.
- Andrew!
- O que foi gracinha? - resmungo parando ao lado dela quando abre o armário para pegar seus livros.
- Oi, gatinho! - uma garota que eu não sei o nome joga seus braços ao redor do meu pescoço. Dou um sorriso convencido e devolvo seu cumprimento.
- Para de me chamar de gracinha e esteja em casa depois da escola, nossas pais querem conversar conosco. - Bate a porta do armário vermelho e logo se retira.
- Que bicho mordeu ela? - pergunta a morena para mim, apoiando sua mão direita em meu peitoral.
- Ela é mal humorada assim mesmo, mas qual é o seu nome? - pergunto com um sorriso de lado.
- É sério isso, Andrew? - questiona incrédula. A garota me empurra e sai bufando. Como se eu tivesse culpa por não me lembrar de todas as garotas padrão com quem fico.
Entro na sala de aula e vejo Agnês conversando com os garotos do time e mais duas líderes de torcida. Só agora percebo que Aylla não está presente.
Rodei um ano então sou obrigado a ficar na mesma sala em que as minhas irmãs. Não é ruim, mas também não é nada bom. Tenho que aturar meus amigos dando em cima delas, principalmente Eduardo que idolatra Agnês.
- Aí está o capitão do time! - Bryan diz animado, dando um soco fraco no meu ombro.
Se ele soubesse o quanto o detesto, nem chegaria muito perto de mim.
- Então, o que acham? - questiona Agnês enquanto mexe no celular, sem muito interesse no que falavam antes de eu chegar.
- Eu tô dentro, levo a bebida - Edu anuncia, levanto as sobrancelhas e encaro Agnês. Esperando alguma explicação.
- Ah, eu vou dar uma festa lá em casa. Nossos pais só queriam dizer que passarão alguns dias fora - explica cruzando as pernas, deixando expostas suas coxas. Não sei por que esse uniforme da escola precisa ser tão curto, essas meias bem que poderiam ser maiores ou as saias mais longas.
Ignoro o fato de meus amigos estarem quase babando nela agora. Sei que é só eu falar com a diretora que esses uniformes ficam menos... nem sei a palavra. Só não quero Agnês usando isso na frente deles.
- Já falei que não quero festas lá em casa. - Cruzo os braços na altura do peito, vendo as outras pessoas se afastar quando a professora anuncia sua chegada.
- Também moro lá, Andrew. Eu quero festa. - Salta de cima da classe e vai para o lugar dela. Que garota mais mimada e teimosa!
Sento atrás de Agnês e me perco em meus pensamentos.
Era muito melhor antes, antes dela perceber que não precisa mais de mim para nada. Eu sempre fui a única pessoa que esteve ao lado de Agnês para tudo, sempre fui o confidente dela.
Claro, Agnês ficava irritada porque nossa mãe sempre se mostrou mais presente para mim do que para ela. Só que ela também não poderia reclamar, já que antes dos seus dezesseis anos, nosso pai a tratava feito uma princesa.
Aylla foi a única que sempre foi deixada de lado pelos nossos pais. Eu até tentei me aproximar dela, mas consegue ser a mais complicada da família.
Quando éramos crianças, Agnês brigava com quase todas as pessoas da escola. Não aceitava ser contrariada e também nunca gostou que a chamassem por apelidos.
Toda aquela pose de garota revoltada mudou, dando espaço para uma patricinha mimada que idolatra rosa e está sempre andando em um grupinho com as líderes de torcida.
Eu não sou diferente, mas também não finjo ser outra pessoa só para agradar os outros. As vezes ela esquece que eu a conheço melhor do que qualquer um. Conheço todos os seus segredos e medos, o que a faz feliz e até mesmo quando está fingindo para conseguir alguma coisa.
- Waldorf, ao invés de ficar prestando atenção nos cabelos da sua irmã, preste atenção na aula. Suas notas estão baixas. - A professora faz com que eu saia dos meus pensamentos e a encare confuso.
- Eu não estava olhando para a minha irmã - retruco.
- Então qual das alternativas é a correta? - pergunta impaciente enquanto levanta um pouco o óculos, semicerrando os olhos.
Olho para minha mesa e percebo que não peguei o livro.
Meu celular se ilumina, mostrando uma mensagem de Agnês.
- É a alternativa B, professora. - Suspiro aliviado quando ela força um sorriso e balança em afirmação.
Agradeço Agnês por ter me dado a resposta. Nem se eu tivesse com o livro saberia responder.
Nem me esforço para prestar atenção nas aulas que passam devagar, são tudo monótonas e entediantes.
Quando o sinal de saída ecoa pela escola, os alunos se levantam correndo, atropelando uns aos outros e logo se retirando da sala.
- Vamos apostar corrida agora? - pergunta Agnês com um sorriso divertido. Ela adora me provocar.
- Claro, se você não for burra ao ponto de perder o controle...
- É mais fácil isso acontecer com você, idiota! - sorrio vendo que ficou irritada mesmo com o que eu disse.
É impressionante como ela explode fácil, qualquer palavra minha já é o suficiente para mudar seu humor e fazê-la ficar soltando fumaça.
- Te vejo em casa, gracinha - anuncio passando por ela.
- Não me chama de gracinha!!
Ela é uma graça, e eu realmente não me importo se fica brava com os apelidos. Minha intenção é provocar mesmo.
✯AGNÊS WALDORF✯Andrew me tira do sério. Me irrita o jeito de sermos iguais, o jeito que ele provoca e me chama de gracinha. Tudo nele me irrita demais.Sempre odiei as proximidades das garotas do colégio, sempre soube que elas me usavam só como um jeito de ir pra cama com ele.Claro, eu nunca fui santa. Mas Andrew ultrapassa todos os limites. Esse babaca fácilmente acabará engravidando alguma adolescente boba por aí, e meus pais que pagarão por ele… já que eles sempre compram o silêncio das pessoas quando nossa família “perfeita” está envolvida.E agora, eu estou surtando por não ter nenhuma merda de empregada nessa casa. Quer dizer… até tem. Mas quando estamos em casa, mamãe e papai desejam que nós nos viremos e sobrevivemos por conta própria.Não consigo alcançar os salgadinhos no armário de cima. Eu literalmente odeio ser baixa!O perfume masculino de Andrew invade minhas
✯ANDREW WALDORF✯Me sinto sufocado depois da conversa com Agnês. Não sei o que deu na minha cabeça por querer falar daquele assunto sem coerência alguma.Agnês sabe ser uma criança birrenta nos momentos em que precisa de alguma coisa. Quando quer se transforma em uma mulher de atitude que me deixa perplexo.Eu estaria mentindo se dissesse que sufoquei todos os meus desejos e sentimentos durante esses anos.Mas tinha amenizado. O meu desejo e ciúmes por ela estavam adormecidos e eu jurei que não voltariam tão cedo... Queria mesmo que fosse assim.Sempre acabamos nos aproximando e percebendo que só temos um ao outro. Quando o clima fica pesado e os olhares começam a surgir, nos afastamos novamente até esperar a poeira baixar.Já pensei em contar para minha mãe, mas ela me levaria ao psiquiatra e tentaria fazer minha "doença" sumir. Sei que isso realmente é errado, de todos
✯AGNÊS WALDORF✯Estou explodindo de raiva pelo teatrinho de segundos atrás.Sinto vontade de matar Bryan, e Andrew também. Eu tinha tudo sobre controle. Se meu irmão não fosse tão explosivo e idiota, perceberia.— Senta aí que eu já volto — anuncio, empurrando Andrew em direção à cama.Entro no quarto dos meus pais e pego um kit de primeiro socorros. Se minha mãe ver que meu irmão se machucou vai começar a incomodar e vai descobrir que eu passei por uma de suas regras.Vejo Andrew deitado na minha cama e reviro os olhos. Empurro seus pés para o lado e me sento perto dele.— Aprendeu alguma coisa com as aulas que a mamãe te deu? — debocha, me vendo passar o algodão com água oxigenada no seu rosto.— Aprendi que vai arder se eu colocar álcool... — resmungo abrindo a garrafa e lhe dando um sorriso sarcástico.— Por que tá fazendo isso
✯ANDREW WALDORF✯— Qual é, Andrew — fala, Taylor levantando e ficando em minha frente. — Deixa a garota se divertir, mano.— Eu não sou seu mano, seu idiota de merda! — Dou ênfase na palavra e ele arqueia as sobrancelhas.— Bom, acho melhor todos... — Aylla começa a falar, notando o clima tenso que ficou.Percebo que meus punhos estavam cerrados, eu estava prestes a bater no idiota do Taylor. Mas Agnês apenas coloca a mão em meu braço e resmunga algo em meu ouvido.Estou mais calmo. Eles já estão indo embora e deixando apenas nós quatro na sala. Agnês ainda está ao meu lado, me observando de canto de olho.— Vitória e eu vamos estudar um pouco e depois dormir. Mas se quiser ficar lá com n&
✯AGNÊS WALDORF✯Meus olhos vão se abrindo aos poucos por conta da claridade do quarto. Estou sonolenta ainda, mas sei que estou deitada no peito de Andrew e um de seus braços está envolta de mim.Meu coração se acelera e eu prendo o fôlego. Merda, não deveria ter feito o convite para ele dormir aqui. Minha cama cabe quatro de mim, mas sempre acordamos abraçados e constrangidos por isso.Tiro seu braço com cuidado para não acordá-lo. Fico por alguns segundos observando com um sorriso bobo seu semblante calmo. Com os lábios entreabertos e as maçãs do rosto com uma leve coloração rosada.Seus cabelos castanhas estão bagunçados, o que o deixa ainda mais... Preciso me arrumar para escola!Depois de alguns minutos volto para o quarto e minha cama está arrumada, Andrew não está mais lá e nem mesmo no quarto. Reviro os olhos para mim mesma. Só quero me mudar de uma vez por todas, ir
✯ANDREW WALDORF✯— Que lindo hein, Sr.Waldorf! — Olho para a dona da voz e Aylla está com as mãos na cintura e a sobrancelha arqueada. — Esqueceu que seus pais são médicos? — pergunta com sarcasmo e se aproxima.— E os pais são só meus agora? — questiono lhe oferecendo um cigarro.— Só quando eles surtam e começam a incomodar — sorri pegando e ascendendo logo em seguida. — Cadê a Agnês?— Por que eu saberia? Deve estar com as líderes de torcida — respondo indiferente. A verdade é que eu já procurei ela pela escola toda e estou quase surtando.Agnês não apareceu em nenhuma aula, não a vi nos corredores e nem pela escola. Já passou cinco minutos desde que o sinal de saída tocou
✯AGNÊS WALDORF✯Ódio, ódio, ódio e mais ódio! É só isso que consigo sentir nesse momento. Meus pais estão cogitando seriamente em me mandar para a casa da minha avó materna.Já faz três dias que eu e minha mãe brigamos e ela ainda está com essa ideia maluca na cabeça.— Mamãe mandou você colocar um vestido branco, uma sapatilha e passar um batom rosa. — Reviro os olhos para a voz de Aylla que está deitada na minha cama.— Por quê? — questiono ainda em frente ao closet. Apenas de lingerie e os cabelos ainda úmidos por conta do banho recente.— A diretora viu o Andrew com uma garota atrás da escola e disse que os filhos da dona Elizabeth eram problemáticos. — Seu tom de deboche me faz rir.— E por que eu tenho que usar branco? — pergunto, olhando para o vestido preto de couro.— Vamos à igreja para a mamãe poder provar que nossa fam
✯ANDREW WALDORF✯Ficamos horas no shopping esperando Agnês comprar várias roupas e sapatos. Eu e Aylla ficamos comendo e carregando sacolas, como sempre.E agora já estamos a quase duas horas no mercado, sendo que ficaremos naquela casa apenas por uma semana.—Pra que tudo isso? — questiono, vendo Agnês colocar no carrinho mais bebidas do que posso contar. — Não vamos ficar eternamente naquela casa — aviso.— São só algumas poucas garrafas de diversão. — Sorri, voltando a colocar mais dos líquidos destilados dentro do carrinho.— Festa hoje? — Aylla questiona voltando com vários salgadinhos e doces. Acho que sou o único que tem uma alimentação saudável.— Talvez. Quem sabe o Andrew não convida aquela “amiga” dele que a diretora viu os dois juntos atrás da escola — resmunga indiferente, mexendo no celular.— O nome dela é Lívia Seatle, gracinha. — A