✯AGNÊS WALDORF✯
Andrew me tira do sério. Me irrita o jeito de sermos iguais, o jeito que ele provoca e me chama de gracinha. Tudo nele me irrita demais.
Sempre odiei as proximidades das garotas do colégio, sempre soube que elas me usavam só como um jeito de ir pra cama com ele.
Claro, eu nunca fui santa. Mas Andrew ultrapassa todos os limites. Esse babaca fácilmente acabará engravidando alguma adolescente boba por aí, e meus pais que pagarão por ele… já que eles sempre compram o silêncio das pessoas quando nossa família “perfeita” está envolvida.
E agora, eu estou surtando por não ter nenhuma merda de empregada nessa casa. Quer dizer… até tem. Mas quando estamos em casa, mamãe e papai desejam que nós nos viremos e sobrevivemos por conta própria.
Não consigo alcançar os salgadinhos no armário de cima. Eu literalmente odeio ser baixa!
O perfume masculino de Andrew invade minhas narinas, merda eu adoro esse perfume! Ainda estou cogitando a ideia de comprar um igual, mesmo que não seja feminino.
Me viro e o vejo secando os cabelos com a toalha branca. É impossível não descer os olhos para seu abdômen que parece ter sido esculpido. Os gominhos, o "V" na cintura, levando para um lugar extremamente… meu Deus.
— Agnês? — Me chama com um sorriso sacana, sabe que eu estava secando seu corpo.
— Pega pra mim — digo apontando para as embalagens no alto do armário.
Andrew revira os olhos e se aproxima. Quase grudando nossos corpos e pegando o que eu pedi. Minha respiração está tão acelerada que ele sorri ao perceber.
Coloca as coisas nas minhas mãos e murmura um "de nada", o tom de deboche em sua voz me faz revirar os olhos e o empurrar.
— Quando nossos pais chegam de viagem? — questiona se encostando no balcão ao meu lado.
— Amanhã, infelizmente…
— Por quê? Não gosta tanto de tê-los em casa? — Sei que está sendo irônico.
— A única pessoa que eu gosto de ter em casa, é Aylla. Apenas ela, entende? — Isso é mentira, eu adoro quando ele está aqui. Andrew é a única pessoa que fica fazendo meus mimos… a contragosto, mas faz.
— Ah, sei que está mentindo. Quase implora para que eu assista filmes com você — fala convencido.
Ele não perde uma mesmo. Sabe que não gosto de ficar sozinha quando nossos pais não estão em casa e Aylla fica na casa de sua melhor amiga — Vitória —.
— Você sempre dorme na metade do filme, então nem faz tanta diferença assim. — empurra meu ombro, me provocando com um sorriso de lado.
— Só escolhe filmes clichês de menininhas… — o empurro de volta, com mais força. — Ainda quer que eu fique acordado?
— Óbvio! É sua obrigação me aturar — falo revirando os olhos ao sentir ele esbarrar mais forte no meu ombro.
Quase perco o equilíbrio, mas por sorte, esse idiota me segura e começa a dar risadas. Nem tenta esconder que se diverte ao ser bem mais alto e forte do que eu.
Andrew tem maravilhosos 1,84cm. Eu o invejo, ele é alto e ainda é musculoso. Eu sou baixa e magra. Claro, tenho seios grandes, uma cintura fina e uma bunda de acordo com o meu corpo. Mas mesmo assim, sinto que não sou nada perto das modelos que se jogam para cima dele, mas foda-se, eu não me importo.
— Eu poderia ter caído, Andrew! — esbravejo, ainda sentindo suas mãos na minha cintura. Ele não está tão perto, mas ainda posso sentir sua respiração acelerar que nem a minha.
Engulo em seco e tiro suas mãos de mim, me virando constrangida e logo saindo da cozinha. Não consigo dizer nenhuma palavra e muito menos voltar a estar no mesmo cômodo que ele.
— O que achou? — questiona Aylla ao pé da escada. Ela dá uma voltinha e logo abre um sorriso amplo e brilhante.
Está com uma calça rasgada nos joelhos, coxas e até na polpa da bunda. Uma blusa preta da mesma cor da calça e botas. O cabelo descolorido em duas tranças, ela está perfeita.
— Uau! Se não fosse minha gêmea eu pegava! — digo a fazendo dar uma risada.
— Ah, então só se não fosse gêmea? — pergunta Andrew passando por nós e se jogando no sofá. — Sabe que isso é incesto, não sabe? — estou me segurando para não responder, porque sei que vai sair algo arrogante ou… algo pior.
— Tem algum preconceito com incesto? — pergunto cruzando os braços, não acredito que estamos falando sobre isso.
— Talvez, acho isso nojento. Conseguiria se imaginar transando comigo? — engasgo com a saliva e escuto suas risadas.
O pior, é que imaginei essa cena agora… e só quero apagar isso, antes que eu fique me sentindo suja só por ter imaginado.
— Vocês são bizarros! — resmunga Aylla.
— O Andrew que fica falando essas coisas idiotas… — digo para ela que sorri e se senta no sofá, pegando o celular e se desligando da nossa conversa. — Mas o que eu deveria esperar de um canalha que só pensa em sexo, não é mesmo? — Ele ergue as sobrancelhas e sorri, isso me irrita! Sei que seus sorrisos são carregados de deboche e sarcasmo.
— Não me respondeu ainda… — cantarolou ligando a televisão e levando seu olhar para ela.
— Meu Deus, Andrew! Claro que não, seu idiota! Você é meu irmão e ainda por cima deve ter AIDS, ou qualquer coisa do tipo. — Me enrolo toda para falar, que ódio de mim!
— Ei! Eu sempre uso camisinha.
— Okay! Chega desse assunto! — digo irritada e subo as escadas. Encosto a porta do quarto e vou para o banheiro.
Me apoio na pia e respiro fundo, jogando uma água no meu rosto. Tentando apagar todos os pensamentos impróprios de alguns segundos atrás.
Eu não posso conviver com isso, Andrew é a própria tentação e eu reconheço isso. Não posso olhar para ele e sentir desejo, somos irmãos. Eu abomino qualquer coisa que envolva nós dois. Acho ele um idiota, mas ao mesmo tempo... Seu corpo e personalidade me atraem. Merda, o que estou pensando? Eu não o desejo! Só estou confusa e carente!
— Agnês. — Olho para o espelho e o vejo atrás de mim, escorado no batente da porta. — O idiota do Bryan está aqui. — avisa com uma expressão nada boa.
— Okay! — suspiro colocando um sorriso no rosto e passando por ele.
Andrew puxa meu braço e eu arregalo os olhos, espalmando minhas mãos eu seu peitoral por conta do susto que levei.
— Desculpas ter falado aquilo lá embaixo, eu só estava brincando — diz se abaixando e beijando suavemente meu rosto.
Sinto vontade de me sentar em um canto e chorar, chorar por ter pensado coisas impuras enquanto ele só estava caçoando de mim.
✯ANDREW WALDORF✯Me sinto sufocado depois da conversa com Agnês. Não sei o que deu na minha cabeça por querer falar daquele assunto sem coerência alguma.Agnês sabe ser uma criança birrenta nos momentos em que precisa de alguma coisa. Quando quer se transforma em uma mulher de atitude que me deixa perplexo.Eu estaria mentindo se dissesse que sufoquei todos os meus desejos e sentimentos durante esses anos.Mas tinha amenizado. O meu desejo e ciúmes por ela estavam adormecidos e eu jurei que não voltariam tão cedo... Queria mesmo que fosse assim.Sempre acabamos nos aproximando e percebendo que só temos um ao outro. Quando o clima fica pesado e os olhares começam a surgir, nos afastamos novamente até esperar a poeira baixar.Já pensei em contar para minha mãe, mas ela me levaria ao psiquiatra e tentaria fazer minha "doença" sumir. Sei que isso realmente é errado, de todos
✯AGNÊS WALDORF✯Estou explodindo de raiva pelo teatrinho de segundos atrás.Sinto vontade de matar Bryan, e Andrew também. Eu tinha tudo sobre controle. Se meu irmão não fosse tão explosivo e idiota, perceberia.— Senta aí que eu já volto — anuncio, empurrando Andrew em direção à cama.Entro no quarto dos meus pais e pego um kit de primeiro socorros. Se minha mãe ver que meu irmão se machucou vai começar a incomodar e vai descobrir que eu passei por uma de suas regras.Vejo Andrew deitado na minha cama e reviro os olhos. Empurro seus pés para o lado e me sento perto dele.— Aprendeu alguma coisa com as aulas que a mamãe te deu? — debocha, me vendo passar o algodão com água oxigenada no seu rosto.— Aprendi que vai arder se eu colocar álcool... — resmungo abrindo a garrafa e lhe dando um sorriso sarcástico.— Por que tá fazendo isso
✯ANDREW WALDORF✯— Qual é, Andrew — fala, Taylor levantando e ficando em minha frente. — Deixa a garota se divertir, mano.— Eu não sou seu mano, seu idiota de merda! — Dou ênfase na palavra e ele arqueia as sobrancelhas.— Bom, acho melhor todos... — Aylla começa a falar, notando o clima tenso que ficou.Percebo que meus punhos estavam cerrados, eu estava prestes a bater no idiota do Taylor. Mas Agnês apenas coloca a mão em meu braço e resmunga algo em meu ouvido.Estou mais calmo. Eles já estão indo embora e deixando apenas nós quatro na sala. Agnês ainda está ao meu lado, me observando de canto de olho.— Vitória e eu vamos estudar um pouco e depois dormir. Mas se quiser ficar lá com n&
✯AGNÊS WALDORF✯Meus olhos vão se abrindo aos poucos por conta da claridade do quarto. Estou sonolenta ainda, mas sei que estou deitada no peito de Andrew e um de seus braços está envolta de mim.Meu coração se acelera e eu prendo o fôlego. Merda, não deveria ter feito o convite para ele dormir aqui. Minha cama cabe quatro de mim, mas sempre acordamos abraçados e constrangidos por isso.Tiro seu braço com cuidado para não acordá-lo. Fico por alguns segundos observando com um sorriso bobo seu semblante calmo. Com os lábios entreabertos e as maçãs do rosto com uma leve coloração rosada.Seus cabelos castanhas estão bagunçados, o que o deixa ainda mais... Preciso me arrumar para escola!Depois de alguns minutos volto para o quarto e minha cama está arrumada, Andrew não está mais lá e nem mesmo no quarto. Reviro os olhos para mim mesma. Só quero me mudar de uma vez por todas, ir
✯ANDREW WALDORF✯— Que lindo hein, Sr.Waldorf! — Olho para a dona da voz e Aylla está com as mãos na cintura e a sobrancelha arqueada. — Esqueceu que seus pais são médicos? — pergunta com sarcasmo e se aproxima.— E os pais são só meus agora? — questiono lhe oferecendo um cigarro.— Só quando eles surtam e começam a incomodar — sorri pegando e ascendendo logo em seguida. — Cadê a Agnês?— Por que eu saberia? Deve estar com as líderes de torcida — respondo indiferente. A verdade é que eu já procurei ela pela escola toda e estou quase surtando.Agnês não apareceu em nenhuma aula, não a vi nos corredores e nem pela escola. Já passou cinco minutos desde que o sinal de saída tocou
✯AGNÊS WALDORF✯Ódio, ódio, ódio e mais ódio! É só isso que consigo sentir nesse momento. Meus pais estão cogitando seriamente em me mandar para a casa da minha avó materna.Já faz três dias que eu e minha mãe brigamos e ela ainda está com essa ideia maluca na cabeça.— Mamãe mandou você colocar um vestido branco, uma sapatilha e passar um batom rosa. — Reviro os olhos para a voz de Aylla que está deitada na minha cama.— Por quê? — questiono ainda em frente ao closet. Apenas de lingerie e os cabelos ainda úmidos por conta do banho recente.— A diretora viu o Andrew com uma garota atrás da escola e disse que os filhos da dona Elizabeth eram problemáticos. — Seu tom de deboche me faz rir.— E por que eu tenho que usar branco? — pergunto, olhando para o vestido preto de couro.— Vamos à igreja para a mamãe poder provar que nossa fam
✯ANDREW WALDORF✯Ficamos horas no shopping esperando Agnês comprar várias roupas e sapatos. Eu e Aylla ficamos comendo e carregando sacolas, como sempre.E agora já estamos a quase duas horas no mercado, sendo que ficaremos naquela casa apenas por uma semana.—Pra que tudo isso? — questiono, vendo Agnês colocar no carrinho mais bebidas do que posso contar. — Não vamos ficar eternamente naquela casa — aviso.— São só algumas poucas garrafas de diversão. — Sorri, voltando a colocar mais dos líquidos destilados dentro do carrinho.— Festa hoje? — Aylla questiona voltando com vários salgadinhos e doces. Acho que sou o único que tem uma alimentação saudável.— Talvez. Quem sabe o Andrew não convida aquela “amiga” dele que a diretora viu os dois juntos atrás da escola — resmunga indiferente, mexendo no celular.— O nome dela é Lívia Seatle, gracinha. — A
✯AGNÊS WALDORF✯Eu odeio ele, eu preciso odiá-lo! Andrew é tudo de ruim que um homem poderia ser. Não existe nada bom nele!Ele é alto demais, é arrogante, egocêntrico e canalha demais. E também tem aquele corpo... Todas nós sabemos que os mais bonitos são os magrinhos, não garotos que nem ele com aquele abdômen sarado, aquela entrada em V bem na cintura e aquele sorriso malicioso que só por Deus.Okay isso não está dando certo. Tentar odiá-lo e achar ele a pessoa mais feia do mundo é totalmente impossível de fazer.Preciso pensar em outra coisa então. Qualquer coisa que faça minha mente e corpo esquecer hoje mais cedo quando o empurrei na piscina.Se eu fosse normal estaria surtando e dizendo para ele manter distância de