✯ANDREW WALDORF✯
— Qual é, Andrew — fala, Taylor levantando e ficando em minha frente. — Deixa a garota se divertir, mano.
— Eu não sou seu mano, seu idiota de merda! — Dou ênfase na palavra e ele arqueia as sobrancelhas.
— Bom, acho melhor todos... — Aylla começa a falar, notando o clima tenso que ficou.
Percebo que meus punhos estavam cerrados, eu estava prestes a bater no idiota do Taylor. Mas Agnês apenas coloca a mão em meu braço e resmunga algo em meu ouvido.
Estou mais calmo. Eles já estão indo embora e deixando apenas nós quatro na sala. Agnês ainda está ao meu lado, me observando de canto de olho.
— Vitória e eu vamos estudar um pouco e depois dormir. Mas se quiser ficar lá com nós... — Aylla pousa a mão no ombro de Agnês, esperando sua resposta.
— Não precisa, também vou dormir agora. — Ela abre um sorriso amarelo e logo passa por nós, subindo as escadas e entrando no quarto.
Suspiro cansado e me viro para Aylla e Vitória.
—Estudar? Já viram a hora que é? — pergunto desconfiado.
— Não enche, Andrew. — Revira os olhos. — Ao invés de ficar aqui se metendo na minha vida, vai lá se desculpar com a Agnês... Você foi um idiota.
Eu posso ter feito coisa errada, mas não acho que tenha sido um idiota. Agnês tem que aprender que não é qualquer um que pode chegar e ir colocando as mãos nela. Ainda é muito ingênua e sempre acredita no melhor das pessoas. Enquanto eu puder, vou fazer o máximo para mantê-la longe desses babacas que só querem transar com ela e depois descartá-la como lixo.
Estou fazendo isso apenas para protegê-la... Mesmo que uma pequena parte disso seja desejo e ciúmes. Me odeio por não conseguir mais vê-la como minha irmãzinha que precisava de mim para tudo, como a criança que eu enxergava nela... Mesmo eu sendo apenas um ano mais velho, sempre senti no dever de cuidar e proteger Agnês. Ela também sempre foi mais frágil que Aylla. Todas as vezes em que nossos pais começavam a brigar, ela ia correndo para o meu quarto e ficava chorando até dormir.
Sempre fomos o porto seguro um do outro. E agora tudo isso começa acontecer. Estou deixando a loucura e emoção tomar conta de mim. Não deveria deixar à mostra meus ciúmes e provocações, o desejo e tudo o que sinto por ela desde que começou a se tornar uma mulher e desde aquele maldito beijo.
Eu a amo apenas como um irmão e nunca vou me deixar levar pelos meus desejos, nunca vou encostar um dedo nela. Porque sei que depois disso nunca mais vamos conseguir recuperar nosso amor fraternal. O amor que tínhamos quando éramos crianças. O amor que eu sempre deveria ter tido por ela, desde aquele beijo.
Vitória e Aylla sobem as escadas, logo a porta do quarto se fecha e a chave é passada na fechadura. Paro em frente à porta de Agnês e suspiro fundo, pensando no que vou falar e se devo mesmo me desculpar.
Dou três batidas na porta do quarto e espero até que ela abra.
— O que foi, Andrew? — Cruza os braços e me encara com uma sobrancelha arqueada.
Desço os olhos até sua camisola curta, que deixa suas curvas bem marcadas e expostas. Consigo ver o desenho de seus seios na camisola rosa quase transparente de tecido finl. Balanço a cabeça, afastando os pensamentos e voltando o olhar para seu rosto.
— Eu... — recupero o fôlego. — Queria me desculpar.
Ela franze o cenho, surpresa por isso realmente ter saído da minha boca.
— Se desculpar? — pergunta ainda sem acreditar em mim.
— É, Agnês — Reviro os olhos —, me desculpar por ter feito você passar vergonha — reforço, entrando no quarto e me sentando em sua cama.
— Duas vezes — completa com um esboço de sorriso.
Eu não deveria ficar aqui. Ainda mais com ela vestida desse jeito...
— O que disse?
— Não falei nada... — Acho que eu estava pensando alto demais. Espero que ela realmente não tenha escutado.
— Okay, tira os tênis se vai mesmo ficar aqui. — Minha respiração acelera. Por que ela quer que eu fique? Ao perceber meu olhar confuso, volta a falar:
— Para assistir série, Andrew. Não é isso o que sempre fazemos depois de um desentendimento nosso? — Se deita e puxa as cobertas. Coloca uma série de médicos e começa a prestar atenção nela.
Tiro os tênis e me deito ao seu lado. Fitando o teto, sem conseguir pensar em nada que não seja na garota ao meu lado.
Dormir na mesma cama que ela nunca foi um problema, já que Agnês se sentia sozinha e sempre pedia para eu fazer companhia.
Mas agora... Sua bunda empinada está encostando em mim. Os cabelos loiros jogados por cima do meu braço e a respiração acelerada.
— Agnês — lhe chamo. — Vira pra cá, por favor. — Não quero que minha mente e corpo comecem a reagir vendo-a desse jeito. Preciso olhar diretamente em seus olhos para lembrar que eu jamais encostaria um dedo nela.
— Por quê? — Se vira, ficando com o rosto à centímetros do meu. Não sei o que é pior, na verdade. — Quer colocar outra série? — questiona procurando pelo celular que estava conectado à tv.
— Não, não precisa. — Seguro em sua mão, a impedindo de continuar sua procura.
Ela entrelaça nossos dedos e fica me observando por alguns segundos.
Logo abre um sorriso e começa a rir, ainda com os dedos entrelaçados aos meus.
— O que foi? Do que tá rindo? — pergunto, abrindo um sorriso amarelo.
Sua risada é tão contagiante e gostosa de ouvir que é impossível não rir também.
— Você é todo metido a play boy e pegador. Nem parece que no final da noite assiste séries entediantes com a irmã mais nova. — Sorri e tira alguns fios de cabelos que estavam grudados em seus lábios por causa do gloss labial.
Seus dentes são perfeitamente brancos e alinhados. Os lábios carnudos e visivelmente macios.
— Tem razão. Eu posso ir em qualquer festa de Miami... Vou fazer isso, vou começar a curtir mais e te deixar aqui com suas séries chatas.
— Querido, uma identidade falsa não é aceita em qualquer festa. Então espera você completar vinte e um, para depois pensar em me abandonar nos finais de semana.
Ainda estamos com aquele sorriso bobo nos lábios. Ficar aqui sem fazer nada é muito melhor do que estar em qualquer outro lugar e/ou com qualquer outra garota.
✯AGNÊS WALDORF✯Meus olhos vão se abrindo aos poucos por conta da claridade do quarto. Estou sonolenta ainda, mas sei que estou deitada no peito de Andrew e um de seus braços está envolta de mim.Meu coração se acelera e eu prendo o fôlego. Merda, não deveria ter feito o convite para ele dormir aqui. Minha cama cabe quatro de mim, mas sempre acordamos abraçados e constrangidos por isso.Tiro seu braço com cuidado para não acordá-lo. Fico por alguns segundos observando com um sorriso bobo seu semblante calmo. Com os lábios entreabertos e as maçãs do rosto com uma leve coloração rosada.Seus cabelos castanhas estão bagunçados, o que o deixa ainda mais... Preciso me arrumar para escola!Depois de alguns minutos volto para o quarto e minha cama está arrumada, Andrew não está mais lá e nem mesmo no quarto. Reviro os olhos para mim mesma. Só quero me mudar de uma vez por todas, ir
✯ANDREW WALDORF✯— Que lindo hein, Sr.Waldorf! — Olho para a dona da voz e Aylla está com as mãos na cintura e a sobrancelha arqueada. — Esqueceu que seus pais são médicos? — pergunta com sarcasmo e se aproxima.— E os pais são só meus agora? — questiono lhe oferecendo um cigarro.— Só quando eles surtam e começam a incomodar — sorri pegando e ascendendo logo em seguida. — Cadê a Agnês?— Por que eu saberia? Deve estar com as líderes de torcida — respondo indiferente. A verdade é que eu já procurei ela pela escola toda e estou quase surtando.Agnês não apareceu em nenhuma aula, não a vi nos corredores e nem pela escola. Já passou cinco minutos desde que o sinal de saída tocou
✯AGNÊS WALDORF✯Ódio, ódio, ódio e mais ódio! É só isso que consigo sentir nesse momento. Meus pais estão cogitando seriamente em me mandar para a casa da minha avó materna.Já faz três dias que eu e minha mãe brigamos e ela ainda está com essa ideia maluca na cabeça.— Mamãe mandou você colocar um vestido branco, uma sapatilha e passar um batom rosa. — Reviro os olhos para a voz de Aylla que está deitada na minha cama.— Por quê? — questiono ainda em frente ao closet. Apenas de lingerie e os cabelos ainda úmidos por conta do banho recente.— A diretora viu o Andrew com uma garota atrás da escola e disse que os filhos da dona Elizabeth eram problemáticos. — Seu tom de deboche me faz rir.— E por que eu tenho que usar branco? — pergunto, olhando para o vestido preto de couro.— Vamos à igreja para a mamãe poder provar que nossa fam
✯ANDREW WALDORF✯Ficamos horas no shopping esperando Agnês comprar várias roupas e sapatos. Eu e Aylla ficamos comendo e carregando sacolas, como sempre.E agora já estamos a quase duas horas no mercado, sendo que ficaremos naquela casa apenas por uma semana.—Pra que tudo isso? — questiono, vendo Agnês colocar no carrinho mais bebidas do que posso contar. — Não vamos ficar eternamente naquela casa — aviso.— São só algumas poucas garrafas de diversão. — Sorri, voltando a colocar mais dos líquidos destilados dentro do carrinho.— Festa hoje? — Aylla questiona voltando com vários salgadinhos e doces. Acho que sou o único que tem uma alimentação saudável.— Talvez. Quem sabe o Andrew não convida aquela “amiga” dele que a diretora viu os dois juntos atrás da escola — resmunga indiferente, mexendo no celular.— O nome dela é Lívia Seatle, gracinha. — A
✯AGNÊS WALDORF✯Eu odeio ele, eu preciso odiá-lo! Andrew é tudo de ruim que um homem poderia ser. Não existe nada bom nele!Ele é alto demais, é arrogante, egocêntrico e canalha demais. E também tem aquele corpo... Todas nós sabemos que os mais bonitos são os magrinhos, não garotos que nem ele com aquele abdômen sarado, aquela entrada em V bem na cintura e aquele sorriso malicioso que só por Deus.Okay isso não está dando certo. Tentar odiá-lo e achar ele a pessoa mais feia do mundo é totalmente impossível de fazer.Preciso pensar em outra coisa então. Qualquer coisa que faça minha mente e corpo esquecer hoje mais cedo quando o empurrei na piscina.Se eu fosse normal estaria surtando e dizendo para ele manter distância de
✯ANDREW WALDORF✯—Você tem noção do tamanho dessa merda? — É uma tortura fingir estar escutando Bryan. Eu detesto esse cara e mesmo depois de levar uma surra ele continua tentando ser meu amigo, qual é a desse idiota?— Seus pais são ricos, eles podem comprar outro carro para você — retruco colocando a bebida para dentro.Olho para a garrafa em minha mão e olho para Bryan já embriagado. Estou prestes a quebrar essa garrafa na cabeça dele.— Ela deveria ter aceitado que não era mulher o suficiente pra mim, não quebrar a porra do meu carro zero. — Reviro os olhos e saio andando na direção da piscina.Sentando na borda e colocando meus pés na água. Agnês e Lívia conversam sobre roupas e sapatos — hoje com certeza é o dia das falsas amizades —, enquanto Aylla e Vitória estão trocando olhares e risadas.Tento não pensar e muito menos olhar para Agnês, mas ela está perfe
✯AGNÊS WALDORF✯Meu coração está acelerado, minha cabeça me condenando por ter feito isso e meu corpo implorando para que eu continue com as provocações.Estou só de roupa íntima, na mesma cama que Andrew e sei que depois do que aconteceu na cozinha, nós nem deveríamos estar juntos assim... Tão perto.Fiquei irritada mas ao mesmo tempo aliviada por ele ter colocado a coberta por cima de mim. Estou tentando deixá-lo louco, mas nem sei o motivo disso... Já que se acontecesse algo entre nós eu iria surtar e me odiar pelo resto da vida.Ninguém além de nós precisaria saber disso, mas mesmo assim eu me sentiria suja. Ele é meu irmão, filho dos meus pais com o mesmo DNA do que eu.— Não consigo dormir. — Me
✯ANDREW WALDORF✯Sinto Agnês se desfazer dos meus braços e sair da cama. Abro os olhos devagar e vejo a claridade do sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina.Pisco algumas vezes e volto meu olhar para ela. Abrindo um sorriso por vê-la ainda sem roupa, andando pelo quarto como se estivesse procurando alguma coisa.— Pode parar de olhar para a minha bunda? — ironiza, me fazendo revirar os olhos e fitar o teto. Ninguém mandou ela dormir desse jeito é ser tão... Porra! Irmã, minha irmã e só isso!— Vai fazer o que? — pergunto, me espreguiçando e logo levantando da cama.— Eu vou tomar banho, assim que eu achar meu celular. — Arqueio as sobrancelhas, desviando rápido o olhar do seu corpo quando ela se vira para mim. — Homens — resmunga bufando.— Pra que iria precisar do celular? E eu vou tomar banho primeiro. — Pego uma toalha e vou em direção ao ba