AGNÊS WALDORF
Desde ontem eu estava ao redor de Aylla, perguntando se ela precisava de alguma coisa ou estava bem. Desde o momento em que ela desmaiou na minha frente por insuficiência respiratória. Eu entrei em desespero, não soube o que fazer ou para quem pedir ajuda. Estava em completo choque, sem dizer nem uma palavra. Eu não consegui ajudar minha irmã, eu vi que ela estava morrendo e eu não consegui fazer nada. Sebastian chegou em casa e a levou para o hospital, antes que ela morresse diante dos meus olhos. Por que fiquei parada? Por que não ajudei em nada? Era como se todo o meu corpo estivesse desligado, como se nada me pertencesse e eu não tivesse o poder de mexer um músculo. Foi terrível, senti uma sensação estranha de quase morte. Eu sei que Aylla é minha irmã gêmea e estamos ligadas. Porém naquele momento, quando eu vi ela
ANDREW WALDORFAlguns meses depois...— Qual o problema, Waldorf? — questionou Agnês, em um tom forçadamente sarcástico. Com o semblante cansado das noites em que passara em claro. Mas ela em si, estava perfeitamente arrumada. Com um vestido azul celeste, rendado. Os cabelos dourados e ondulados estavam soltos, os lábios pintados de rosa e, seu sorriso parecia mais feliz do que nunca; iluminando seu rosto.Eu continuava sorridente, lembrando da noite em que Ashley nasceu. Naquela noite, quase desmaiei três vezes durante o parto. Entrei em desespero, sem saber uma forma de ajudá-la com toda a dor que estava sentindo. Até que finalmente Ashley nasceu. E porra, o mundo todo pareceu ter ficado no mudo. As coisas que aconteceram nos últimos meses, parecem ter sido apagadas com apenas um único momento. O nascimento dela, da nossa filha. Eu não sei exatamente o que senti no segundo em que vi e segurei meu bebê, mas eu sei que meu cor
Alguns anos depois ANDREW WALDORF — Ashley, você já tem várias bonecas iguais a esta. Agnês estava exausta de tanto correr atrás da garotinha loira que parece estar ligada no 220v. Ela não para nem um segundo, parece uma pequena máquina que não descansa nunca. Na semana que vem é seu aniversário de 4 anos, então fomos obrigados a dar um passeio com ela no shopping. Está tão ansiosa que não para de falar disso nem por um segundo, parece até mesmo com Agnês toda vez que seu aniversário se aproximava. Na verdade, Ashley é uma mini Agnês. Com os grandes cabelos dourados e ondulados. Iguais os da mãe. Seus olhos alternam entre azuis e verdes, na maioria das vezes ficam azuis. Um azul escuro e marcante, exatamente iguais aos olhos da minha esposa. Nada mudou nestes 4 anos. Bom, poucas coisas mudaram. Como, Elizabeth e Blake terminaram o casamento deles, meu pai a trocou p
✯AGNÊS WALDORF✯ — Você não manda em mim, Andrew! — esbravejo batendo a porta com força. Na maioria da vezes, meu irmão consegue me irritar tanto ao ponto de me fazer odiá-lo.Entendo que esteja me protegendo, mas isso é chato e irritante. Deveria saber que já não preciso mais dele. Eu já tenho dezoito anos, não sou mais a garotinha inocente e delicada que sempre chamava o irmão para tudo. Meus pais e Andrew parecem não aceitar o fato de que Aylla e eu crescemos.Não posso sair de casa, a não ser que Andrew me leve. Eu não posso nem ficar mexendo até tarde no celular. Meus pais só podem ter ódio de mim.A única pessoa que me entende é Aylla. Minha irmã gêmea e melhor amiga. Claro, todos pegam mais no meu pé e deixam ela mais livre, e isso foi ela mesma que conquistou com toda sua birra e personalidade forte.Ter uma irmã gêmea tem o lado bom e o ruim. Todos sempre acham
✯ANDREW WALDORF✯Assim que estaciono minha moto, Agnês freia bruscamente sua Lamborghini Rosé, parando ao meu lado. Essa garota não pode ser normal!- Estávamos apostando corrida e eu não sabia? - questiono quando a vejo sair do veículo. Ela se olho no reflexo da janela e joga os cabelos loiros e ondulados para trás.- Foi você quem arrancou na minha frente, não era eu quem deveria te fazer essa pergunta? - Reviro os olhos e pego minhas coisas, indo até ela e apoiando o braço em sua cabeça. Por conta dos seus míseros 1.62m de altura.- Desgruda, Waldorf! - resmungou me empurrando.- Como se teu sobrenome também não fosse Waldorf - provoco a empurrando de volta, vendo que um sorrisinho se formava no canto dos seus lábios.Ela anda na minha
✯AGNÊS WALDORF✯Andrew me tira do sério. Me irrita o jeito de sermos iguais, o jeito que ele provoca e me chama de gracinha. Tudo nele me irrita demais.Sempre odiei as proximidades das garotas do colégio, sempre soube que elas me usavam só como um jeito de ir pra cama com ele.Claro, eu nunca fui santa. Mas Andrew ultrapassa todos os limites. Esse babaca fácilmente acabará engravidando alguma adolescente boba por aí, e meus pais que pagarão por ele… já que eles sempre compram o silêncio das pessoas quando nossa família “perfeita” está envolvida.E agora, eu estou surtando por não ter nenhuma merda de empregada nessa casa. Quer dizer… até tem. Mas quando estamos em casa, mamãe e papai desejam que nós nos viremos e sobrevivemos por conta própria.Não consigo alcançar os salgadinhos no armário de cima. Eu literalmente odeio ser baixa!O perfume masculino de Andrew invade minhas
✯ANDREW WALDORF✯Me sinto sufocado depois da conversa com Agnês. Não sei o que deu na minha cabeça por querer falar daquele assunto sem coerência alguma.Agnês sabe ser uma criança birrenta nos momentos em que precisa de alguma coisa. Quando quer se transforma em uma mulher de atitude que me deixa perplexo.Eu estaria mentindo se dissesse que sufoquei todos os meus desejos e sentimentos durante esses anos.Mas tinha amenizado. O meu desejo e ciúmes por ela estavam adormecidos e eu jurei que não voltariam tão cedo... Queria mesmo que fosse assim.Sempre acabamos nos aproximando e percebendo que só temos um ao outro. Quando o clima fica pesado e os olhares começam a surgir, nos afastamos novamente até esperar a poeira baixar.Já pensei em contar para minha mãe, mas ela me levaria ao psiquiatra e tentaria fazer minha "doença" sumir. Sei que isso realmente é errado, de todos
✯AGNÊS WALDORF✯Estou explodindo de raiva pelo teatrinho de segundos atrás.Sinto vontade de matar Bryan, e Andrew também. Eu tinha tudo sobre controle. Se meu irmão não fosse tão explosivo e idiota, perceberia.— Senta aí que eu já volto — anuncio, empurrando Andrew em direção à cama.Entro no quarto dos meus pais e pego um kit de primeiro socorros. Se minha mãe ver que meu irmão se machucou vai começar a incomodar e vai descobrir que eu passei por uma de suas regras.Vejo Andrew deitado na minha cama e reviro os olhos. Empurro seus pés para o lado e me sento perto dele.— Aprendeu alguma coisa com as aulas que a mamãe te deu? — debocha, me vendo passar o algodão com água oxigenada no seu rosto.— Aprendi que vai arder se eu colocar álcool... — resmungo abrindo a garrafa e lhe dando um sorriso sarcástico.— Por que tá fazendo isso
✯ANDREW WALDORF✯— Qual é, Andrew — fala, Taylor levantando e ficando em minha frente. — Deixa a garota se divertir, mano.— Eu não sou seu mano, seu idiota de merda! — Dou ênfase na palavra e ele arqueia as sobrancelhas.— Bom, acho melhor todos... — Aylla começa a falar, notando o clima tenso que ficou.Percebo que meus punhos estavam cerrados, eu estava prestes a bater no idiota do Taylor. Mas Agnês apenas coloca a mão em meu braço e resmunga algo em meu ouvido.Estou mais calmo. Eles já estão indo embora e deixando apenas nós quatro na sala. Agnês ainda está ao meu lado, me observando de canto de olho.— Vitória e eu vamos estudar um pouco e depois dormir. Mas se quiser ficar lá com n&