Sentamos perto de uma fonte de pedras cinzentas. O lugar estava cheio de luzes por todos os lugares, algumas pessoas caminhavam distraídas por perto, evitei levantar o rosto. Bah olhava-me aflita, e apesar do vestido longo verde musgo e a maquiagem bem trabalhada haviam pequenas rugas de preocupação no seu rosto delicado. — Bih... o que houve? — Secou uma lágrima.
Cobri a boca um pouco tremula — eu não posso fazer isso... — os meus olhos ardiam. - Eu não consigo fingir... quando ele me toca eu lembro de tudo o que ouvi naquela m*****a noite... — funguei na mão. — Eu tenho nojo de mim mesma... estou me vendendo como... como uma Grhhh... — Gemi enterrando os dedos na cabeça.
Bah abraçou-me tentando me acalmar. — Bih... olha pra mim. — Pôs o meu rosto entre a suas mãos macias. — Presta atenção está bom?... vamos lá, você assinou um contrato prévio. — Me preparei para contestar, mas bah era bem convincente. — Fica quieta e deixa-me falar! Agora... assinou um contrato prévio, eu sei que estava triste e não pensou muito bem na hora, mas você assinou. Sabe que a anulação iria causar um escândalo envolvendo os nomes de vocês dois, e isso não é bom pra você nem para o Igor. E por mais que eu queira muito que aquele idiot* se ferre, NO momento isso não pode acontecer... — funguei ouvindo tudo. — Se ele afundar, você também afunda. — Barbara tentava ao máximo ser gentil. — Amiga Sabe que eu te amo, eu quero o melhor para você, e por mim você nunca iria ficar com ele. Não nessas circunstâncias —
a encarei assustada, o que queria dizer com," não nessas circunstâncias? "
— mas... pensa pelo lado bom, o contrato será só por um ano... quando notar isso já vai ter terminado e vai poder cuidar da fazenda e sei lá... abrir o haras que quisemos sempre. — Bati os calcanhares levemente, bah tinha razão. Não era por mim, era pelo papai e pela mamãe. — Bih, eu te amo... e sei como deve estar se sentindo. — Suspirou olhando por cima do ombro. — Sabe que pode contar comigo para tudo... ok? — sorri em silêncio.
A abracei sentindo o seu perfume delicado de lavanda. — Também te amo... — sorri de olhos fechados.
— Bianca...— abri os olhos me pondo de pé. Igor estava a poucos metros, as mãos no bolso da calça social o faziam ficar maior. Olhei para bah que se levantava erguendo a barra do vestido voltando para o salão.
— Qualquer coisa grita...— passou por mim e bateu levemente no ombro dele ao passar perto.
O olhei por alguns segundos e voltei a sentar-me no banco de costas para a sua pessoa. Logo senti o seu corpo tocar o meu, fechei os olhos ao notar que ele havia sentado do meu lado. Cruzei os braços tentando não chorar outra vez, funguei na mão e ele riu olhando a fonte.
— Sabe, eu vou fazer 30 daqui a alguns dias... — riu.
Me mantive quieta. Queria Saber aonde ele queria chegar com esse assunto.
Notei que ao fundo um jazz tocava, deixando os meus nervos mais tranquilos.
— A minha mãe dizia pra mim todos os natais. " você precisa se casar! Daqui a alguns anos terá 30, e estará sozinho! ". — O olhei quieta. — Eu sempre acreditei que ela estava exagerando..., mas hoje eu vejo que estava certa, vou fazer 30 anos... e não tenho uma família. — Suspirou e depois riu — só não acreditei que seria assim... — Olhou para os pés — olha, eu sei... que está assustada, que tudo isso e demais pra você. — O olhei e ele estava com os olhos irritados e vermelhos. — Eu sei que não é como planejou ou como sonhou que iria se casar, mas prometo fazer desse ano o melhor que puder.— Pisquei ainda sensível.
— porque me fez vir aqui? — foquei nos meus sapatos. — Sabe como eu me senti quando vi o meu rosto estampado em uma revista de fofoca? — seu suspiro pareceu pesado. — Não tem nem um mês que assinei aquele contrato prévio e até o meu padeiro sabe que sou sua noiva... — o olhei séria.
Soltou um logo suspiro — eu sinto muito. — Igor piscava os olhos insistentemente. — Prometo que a cerimônia será apenas no civil e com a presença das pessoas que você desejar. — Seus olhos estavam vermelhos. — De lá vamos direto para o... — Inclinei a cabeça.
— Os seus olhos estão irritados? — aproximei-me.
Ele piscou lacrimejando um pouco. — Estou bem... — ergui uma sobrancelha sugestiva. Ele riu — julgo que não consigo mais usar as lentes de contato... — sorriu constrangido. Suspirei o olhando. — Bianca, vamos nós casar. Sei que não seremos como marido e mulher, mas não quero esse peso entre nós... se vamos passar um ano juntos, vamos ser bons amigos. — Coçou um olho avermelhado.
Franzi o cenho. — Eu concordo...— falei compassadamente — olha... porque não tirar essa coisa de uma vez? — Igor bodejou inquieto.
— Meus olhos ardem...— gemeu lacrimejando. — Me ajuda...,acho que a poeira as irritou.— coçou os olhos.
Segurei a sua mão o guiando para banheiro vazio. — Vem... preciso de luz. — Andei a sua frente um pouco sem jeito.
sentia minhas mãos tremendo.
Que os céus me ajudassem.
O salão de festas borbulhava de pessoas dançando, ao que parece com um globo de espelhos e música alta ninguém nunca iria sentira falta dos noivos.Caminhamos em silêncio até o banheiro mais próximo, entramos e o fiz ficar em frente ao espelho. Haviam lâmpadas nas laterais dele, as liguei e pude observar os contornos do seu rosto com mais precisão.— Vamos ver... — O olhei com atenção. — Está com os seus óculos horrorosos aqui? — ele ficou sério por alguns segundos. — Está ou não?! — fui firme.Igor revirou os olhos avermelhados em desaprovação. — Olha, só pra você saber... eu os ganhei natal passado. E eu sei que são horríveis, não precisa lembrar-me disso... — sentou num banquinho perto da luz do espelho.Tirei os saltos ficando aproximadamente da sua altura. — Ok... isso vai ser igual tirar um curativo... vamos fazer rápido. — Prendi os cabelos atrás da orelha. — Olha pra cima. — Igor ergueu os olhos para cima e com a ponta da unha tirei uma das lentes de contato. Igor segurava a c
— Bem, a noite e de vocês. — Olhou para o lado e acenou.Uma música começou a tocar, todos aplaudiram e gritaram. Igor estava sério, a sua mão segurou levemente a minha cintura e uma das minhas mãos, tentou se movimentar e eu pisei no seu Pé. Gemi escondendo uma careta, ele riu. A sua mão se estreitou me fazendo ficar colado no seu corpo, senti-me estranha e um pouco sem jeito. Ele suspirou me olhando — você e péssima dançarina... — sorriu relaxado.— E mesmo assim você quis casar comigo...— fui irônica e ele estreitou os olhos surpreso.Pisei no seu pé. — Ai!... Bianca! — falou entre dentes disfarçando no seu sorriso.— Desculpa, eu fui criada para montar cavalos, e administrar empresas não para dançar! — olhei ao redor.Ele sorriu sendo fingidamente simpático. — Eu só quero ter os meus dedos no lugar depois disso...— riu sem graça.Pisei com vontade dessa vez. — Opa, desculpa. — Ri.Igor sorria com uma veia levemente saltada na sua testa. — Você vai me pagar por isso...— ri o olhand
Ela insistia.— Chato — ela cantarolava no banco de trás.Ele riu dando partida. Ana mostrava a língua bem perto do rosto do meu chefe, os meus olhos salvaram em espanto e a estapeei a fazendo rir e cair no banco outra vez. Igor me olhou um pouco assustado, os seus movimentos eram calmos e um pouco calculados. Ri, e sentei-me novamente no banco como se nada estivesse a acontecer.Ele piscou — está bem... quero dizer, sente-se bem? — olhou para trás desconfiado.Ri sem jeito. — Estou.... é só, o dia foi bem agitado. — Clareei a garganta. — tinha uma mosca ai.. grhh... nojento. — ri nervosa.— é — riu — ele foi...— notei que a suas mãos pressionaram com mais força o volante.Um silêncio constrangedor instalou-se depois disso, olhei para a janela, sentindo o carro entrar em movimento a abri e um vento gelado porem agradável invadiu o carro. Encostei-me na porta vendo as luzes indo embora, alguns fios de cabelos ruivos meio cacheados dançavam com o vento forte e gélido da noite. Não me im
Joguei-me sobre a cama analisando o penteado bem elaborado que bah insistia em fazer em mim no dia do casamento. E eu como sempre achava aquilo uma tolice, mas diante de tanta insistência rendi-me a chatices e birras da minha amiga. O penteado era uma trança lateral com flores-do-campo pequenas com botões de cravos, enrolados no meio da trança. Entortei o canto da boca, barbara bufou. Suas mãos delicadas batiam no quadril em posição de alerta. – O que?! — estava irritada. Segurei o queixo com uma das mãos — não acha... que está um pouco assim...— Gemi — exagerado? — Sorri de forma sutil. Ela riu sem graça alguma, se voltou para o computador me dando a visão nítida das suas costas seminuas. Infelizmente a época de neve já havia passado, e o tempo estava voando muito rápido, E com ele as mudanças na minha vida. Suspirei observando-a procurar outra vez um penteado simples e moderno para a cerimónia no Civil. Joguei-me sobre a cama pensando em tudo o que já me havia acontecido desde o
Depois do almoço decidi olhar as opções de penteados que ele havia separado para mim.E só após ouvir todo o blá blá blá da minha amiga, ela finalmente decidiu que ia comprar bolinhos. Ri da sua bipolaridade, mas foi a hora perfeita para falar com a agente do banco. Abri o e-mail e me obriguei a digitar:"Boa tarde, Venho por meio deste informar que a dívida em questão será paga antes do final do mês, 08/16. A forma de pagamento será em depósito bancário na agência em questão. Desde já agradeço,Atenciosamente, Bianca keppener."Olhei para o e-mail. — Não... melhor não enviar agora. — Mordi a boca.Suspirei fitando a vidraça ao longe, logo acima da cabeceira da cama. O céu tinha grandes nuvens brancas com um nítido alaranjando e rosa entre elas, um presentinho dado pelo pôr do sol no bairro de manhattan. Abri uma aba a mais na barra de pesquisas, fazia algum tempo que não entrava em redes sociais, por falta de tempo e por não querer conversar com ninguém. Mas depois de uns tempos pa
Depois de alguns minutos de conversa desliguei a ligação, o fato de minha minha madrinha não estar comigo nesse dia o tornaria mais difícil e duro ainda para mim. Pensava que com a sua presença, talvez com o seu carinho de mãe, pudesse aliviar o tal fardo que me abriguei a aguentar. Pressionei com força o aparelho entre os dedos, então finalmente o pus no bolso da jaqueta. Caminhei um pouco depois disso, precisava de ar puro. E apesar de ser quase meio-dia não sentia fome alguma, então obriguei-me a caminhar sozinha pelo Central Park, sentindo a brisa passar entre meus cabelos, que vez ou outra se agitava e se chocava contra o meu rosto pálido e sem graça alguma. Notei que pessoas corriam com fones nos ouvidos naquele início de tarde, muitas delas não ligavam a mínima para mim ou simplesmente não me notavam por estarem distraídas demais com seus exercícios rotineiros. E isso era reconfortante para mim. Ser invisível. Depois que se aprende a ser invisível a todos, ser notado
Ela gemia nos meus braços, enquanto a carregava até o seu quarto, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e talvez os meus instintos de tentar proteger dessa vez não faria com que se acalmasse, de modo a termos uma conversa tranquila.Entrei no quarto olhando a cama analisando tudo ao redor, seu corpo trêmulo fazia contato direto com o meu, de um modo que a minha pele formigava de uma forma estranha.Debrucei-me sobre o seu corpo com uma das pernas apoiadas na beirada da cama no intuito de acomodá-la melhor o possível.Estava apavorado, nunca havia visto alguém no mesmo estado em que Bianca se encontrava, os seus gemidos e murmúrios eram de alguém com uma dor profunda e reprimida. Alisei os seus cabelos ruivos sobre a pele avermelhada de tanta força que fazia para conter os seus gritos contra o travesseiro de penas. Barbara chorava silenciosamente encostada no batente da porta, a olhei sibilando o que estava acontece
AgoraCarlos parou o carro, olhei lentamente para a porta da igreja. Flores com arranjos se espalhavam por todos os lados na entrada. Fechei os olhos tentando não chorar, com as mãos trêmulas, agarrei-me ao carro. Carlos tentou abrir a porta e eu não o impedi. Mas, pude perceber o seu sorriso sumir ao olhar-me nos olhos. Solucei enxugando as lágrimas — pode me dar alguns minutos? — ele assentiu.Respirei fundo olhando para a porta da igreja, uma mulher de vermelho com uma espécie de prancheta na mão acenava. — Quando eu me casei também fiquei nervoso. — O olhei surpresa. — Achei que iria desmaiar quando vi minha rosa Maria naquele vestido de renda. Mas, então eu encontrei os seus olhos, e uma paz tomou conta de mim...— sorriu.— Não sabia que era casado... —— E tenho dois filhos, senhora. — Beijou um cordão.Olhei para a mulher na porta da igreja, reprimi um grito.Carlos se abai