Ela gemia nos meus braços, enquanto a carregava até o seu quarto, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e talvez os meus instintos de tentar proteger dessa vez não faria com que se acalmasse, de modo a termos uma conversa tranquila.
Entrei no quarto olhando a cama analisando tudo ao redor, seu corpo trêmulo fazia contato direto com o meu, de um modo que a minha pele formigava de uma forma estranha.Debrucei-me sobre o seu corpo com uma das pernas apoiadas na beirada da cama no intuito de acomodá-la melhor o possível.Estava apavorado, nunca havia visto alguém no mesmo estado em que Bianca se encontrava, os seus gemidos e murmúrios eram de alguém com uma dor profunda e reprimida. Alisei os seus cabelos ruivos sobre a pele avermelhada de tanta força que fazia para conter os seus gritos contra o travesseiro de penas. Barbara chorava silenciosamente encostada no batente da porta, a olhei sibilando o que estava aconteceAgoraCarlos parou o carro, olhei lentamente para a porta da igreja. Flores com arranjos se espalhavam por todos os lados na entrada. Fechei os olhos tentando não chorar, com as mãos trêmulas, agarrei-me ao carro. Carlos tentou abrir a porta e eu não o impedi. Mas, pude perceber o seu sorriso sumir ao olhar-me nos olhos. Solucei enxugando as lágrimas — pode me dar alguns minutos? — ele assentiu.Respirei fundo olhando para a porta da igreja, uma mulher de vermelho com uma espécie de prancheta na mão acenava. — Quando eu me casei também fiquei nervoso. — O olhei surpresa. — Achei que iria desmaiar quando vi minha rosa Maria naquele vestido de renda. Mas, então eu encontrei os seus olhos, e uma paz tomou conta de mim...— sorriu.— Não sabia que era casado... —— E tenho dois filhos, senhora. — Beijou um cordão.Olhei para a mulher na porta da igreja, reprimi um grito.Carlos se abai
Zanzei pelo apartamento por um longo tempo, bah falava ao telefone e Katherine digitava algo em seu tablet. As olhei sem emoção alguma, as duas pareciam tão ansiosas pelo grande dia que, por um segundo, cheguei a compartilhar do mesmo sentimento de euforia. Mas para o meu bel-prazer. Essa euforia toda durou apenas alguns minutos.Era estranho ter que deixar a minha casa, minha vida e tudo o que havia construído de lado por um ano. Só para viver uma farsa, com um homem arrogante e que com toda a certeza iria me fazer querer pedir o divórcio em menos de um mês.Me inclinei sobre o sofá, Grey’s anatomy passava na TV, era minha série de médico favorita. Olhei para mim mesma, aquele era o meu último dia de solteira, o último dia para ser quem eu era. não que fosse grande coisa ser eu. Minha vida não passava de séries, livros, comida e sono. Antigamente havia um ‘trabalhar' no meio da lista, mas Igor já havia tirado isso de mim também.<
Um babac* de argola no nariz tentava me agarrar, o empurrei e mais flashes surgiam do nada. Seu cheiro era de vinho barato — eu vi que você estava me encarando princesa... —— Me solta idiot*! — gritei.— Não se faz de santa, safad*. Sei que você me quer... — desceu suas mãos pelas minhas pernas. — Vou te deixar molhada — senti um volume cutucar minha bund*.Senti nojo.O chutei — eu disse pra me soltar! —Mais flashes surgiram, o olhei gemer palavrões, tentei controlar-me, a música alta e as luzes estavam-me deixando tonta, parecia que tudo ao redor ia explodir. Ele se recompôs e caminhou na minha direção. — Sua vadiazin*...— encolhi-me, então eu ouvi o barulho de algo colidindo no chão e logo após o barulho de copos sendo estilhaçado no chão. Cobri a boca ao perceber quem era o outro brutamontes brigando com o babac* do bar. Uma roda de pessoas abriu-se e eu me limitei a ficar em estado de choque parad
Meio hesitante toquei em seu braço, sorri meio sem jeito e ele suspirou — olha, não é uma estória feliz. Mas se insiste, quando os conheci, os dois estavam muito doentes, o pai tinha um caso grave de desnutrição e tuberculose. Fora as outras doenças infecciosas... — pisquei — a mãe, Quitana, também sofria com as desnutrições e a cólera os atingia de forma grave... sem falar nos surtos de ebola. — Passou as mãos pelo cabelo bagunçado — a mãe, não podia alimentar a filha, então, Zola desenvolveu um caso de anemia crítica e desnutrição crônica. Ela mal conseguia ficar sentada, os ossos amostra sobre a pele ressecada. — Seus olhos estavam perdidos no nada — ela pesava 9 quilos. Uma criança de 3 anos, pesando... — sua voz embargada cessou por um momento. — Ela era tão pequena... — respirou. — Os conflitos entre estados e governos da angola nunca param. Tem ideia de como e isso? — me olhou mostrando o terror no seu rosto — nunca ter paz, já não bastando a dor, a fome, ainda ter guerras por
Bianca.Louc*.Era isso que ele estava parecendo, um louc* maníaco que estava em algum tipo de surto psicóti*o. Seria fácil um Psicólogo o diagnosticar com algum tipo de síndrome ou surto mental. Estava explícito no seu rosto. Notei isso desde o momento em que toquei na sua mão, estava fria... e úmida.O seu rosto pálido, o suor e os lábios sem cor alguma, sem contar a respiração ofegante.O olhei com o canto dos olhos, Carlos dirigia com tranquilidade e segurança, Igor tremia a perna obsessivamente, enquanto fingia não estar ouvindo o barulho que o vestido fazia quando me mexia.A cerimônia durou quase uma hora, não conseguiria relatar nada do que o juiz disse, talvez por nervosismo, quem sabe devido às várias possibilidades e ideias loucas de sair correndo... ou simplesmente torcer para algum desastre natural acontecer e termos que adiar a cerimônia.&nb
Não tinha visto Igor ou falado com ele desde a noite passada, por vezes pegava-me pensando na sua pessoa. Em como ele se sentia com o casamento, ou em como ele me enxergava de fato.Se como uma garotinha ou como uma mulher.Quando finalmente a tortura nas sobrancelhas tiveram fim, senti algo quente sendo espalhado nas minhas pernas, reprimi o grito e logo senti um puxão seguido de uma dormência dolorosa.Bah ria do outro lado do balcão, com uma costureira que apertava o vestido e trocava algumas perolas já quebradas do meio costura.Pela parte da tarde, com as pernas depiladas, sobrancelhas tiradas e unhas feitas, um homem de mechas azuis no cabelo preto e liso olhava-me fixamente, fazendo as minhas bochechas queimarem.— Então... — ri sem jeito. Você vai fazer o meu cabelo ou...—— Xii! — silenciava-me. — Você acredita que o meu trabalho e só chegar aqui e cortar eu cabelo? NÃO! — Pulei na cadeira. — Meu trabalho monamur, e transfo
IgorTodos que estavam na capela colocaram-se de pé. A música suave e harmoniosa foi iniciada, me virei lentamente.Senti-me naquele momento, em que estamos chegando no topo da montanha-russa, segundos antes da queda livre. O ponto em que queremos gritar e os nossos corações param de bater por um segundo, e mesmo sabendo da queda livre e que a adrenalina estará no seu limite, você insiste em ir bem na frente?E o mesmo princípio...O meu coração parou um segundo.— ...— senti a minha boca ressecar.Basth puxou-me levemente para o lado, mas meus olhos não saíram dos seus por nenhum segundo sequer... — você e um filho da mãe de sorte. — A minha boca estava seca.Não sorri, não me movi do lugar, e nem mesmo me lembrava de que tinha que respirar. Bianca... estava estonteante, magnífica, nem mesmo o mais sensível de todos os a
Fechei os olhos vendo as estrelas pontilhadas num céu descortinado de nuvens brancas. A lua brilhava cheia e iluminada no céu, suspirei fadigada ao chegar no salão de festas. O lugar estava incrível, as luzes e cores faziam tudo parecer um sonho em Paris.Carlos saiu do carro e abriu a minha porta, permaneci sentada no banco. Olhei para o meu "marido" que se mantinha quieto ao meu lado, sorri para Carlos.— Pode nos dar um minuto Carlos — a sua voz grossa fez-me parar de sorrir.— Sim senhor. —Mordi o lábio segurando o palavrão. — O que? — rosneiEle aproximou-se me olhando fixamente. — O vôo para a Angola está marcado para ainda hoje... se quiser podemos apenas cumprimentar a todos e ir direto para o avião. —— Faça como quiser...— sai do carro indo rumo à festa. — Não que a minha opinião faça diferença pra você... —Ele saiu do carro —