Agora
Carlos parou o carro, olhei lentamente para a porta da igreja. Flores com arranjos se espalhavam por todos os lados na entrada. Fechei os olhos tentando não chorar, com as mãos trêmulas, agarrei-me ao carro. Carlos tentou abrir a porta e eu não o impedi. Mas, pude perceber o seu sorriso sumir ao olhar-me nos olhos. Solucei enxugando as lágrimas — pode me dar alguns minutos? — ele assentiu.Respirei fundo olhando para a porta da igreja, uma mulher de vermelho com uma espécie de prancheta na mão acenava. — Quando eu me casei também fiquei nervoso. — O olhei surpresa. — Achei que iria desmaiar quando vi minha rosa Maria naquele vestido de renda. Mas, então eu encontrei os seus olhos, e uma paz tomou conta de mim...— sorriu.— Não sabia que era casado... —— E tenho dois filhos, senhora. — Beijou um cordão.Olhei para a mulher na porta da igreja, reprimi um grito.Carlos se abaiZanzei pelo apartamento por um longo tempo, bah falava ao telefone e Katherine digitava algo em seu tablet. As olhei sem emoção alguma, as duas pareciam tão ansiosas pelo grande dia que, por um segundo, cheguei a compartilhar do mesmo sentimento de euforia. Mas para o meu bel-prazer. Essa euforia toda durou apenas alguns minutos.Era estranho ter que deixar a minha casa, minha vida e tudo o que havia construído de lado por um ano. Só para viver uma farsa, com um homem arrogante e que com toda a certeza iria me fazer querer pedir o divórcio em menos de um mês.Me inclinei sobre o sofá, Grey’s anatomy passava na TV, era minha série de médico favorita. Olhei para mim mesma, aquele era o meu último dia de solteira, o último dia para ser quem eu era. não que fosse grande coisa ser eu. Minha vida não passava de séries, livros, comida e sono. Antigamente havia um ‘trabalhar' no meio da lista, mas Igor já havia tirado isso de mim também.<
Um babac* de argola no nariz tentava me agarrar, o empurrei e mais flashes surgiam do nada. Seu cheiro era de vinho barato — eu vi que você estava me encarando princesa... —— Me solta idiot*! — gritei.— Não se faz de santa, safad*. Sei que você me quer... — desceu suas mãos pelas minhas pernas. — Vou te deixar molhada — senti um volume cutucar minha bund*.Senti nojo.O chutei — eu disse pra me soltar! —Mais flashes surgiram, o olhei gemer palavrões, tentei controlar-me, a música alta e as luzes estavam-me deixando tonta, parecia que tudo ao redor ia explodir. Ele se recompôs e caminhou na minha direção. — Sua vadiazin*...— encolhi-me, então eu ouvi o barulho de algo colidindo no chão e logo após o barulho de copos sendo estilhaçado no chão. Cobri a boca ao perceber quem era o outro brutamontes brigando com o babac* do bar. Uma roda de pessoas abriu-se e eu me limitei a ficar em estado de choque parad
Meio hesitante toquei em seu braço, sorri meio sem jeito e ele suspirou — olha, não é uma estória feliz. Mas se insiste, quando os conheci, os dois estavam muito doentes, o pai tinha um caso grave de desnutrição e tuberculose. Fora as outras doenças infecciosas... — pisquei — a mãe, Quitana, também sofria com as desnutrições e a cólera os atingia de forma grave... sem falar nos surtos de ebola. — Passou as mãos pelo cabelo bagunçado — a mãe, não podia alimentar a filha, então, Zola desenvolveu um caso de anemia crítica e desnutrição crônica. Ela mal conseguia ficar sentada, os ossos amostra sobre a pele ressecada. — Seus olhos estavam perdidos no nada — ela pesava 9 quilos. Uma criança de 3 anos, pesando... — sua voz embargada cessou por um momento. — Ela era tão pequena... — respirou. — Os conflitos entre estados e governos da angola nunca param. Tem ideia de como e isso? — me olhou mostrando o terror no seu rosto — nunca ter paz, já não bastando a dor, a fome, ainda ter guerras por
Bianca.Louc*.Era isso que ele estava parecendo, um louc* maníaco que estava em algum tipo de surto psicóti*o. Seria fácil um Psicólogo o diagnosticar com algum tipo de síndrome ou surto mental. Estava explícito no seu rosto. Notei isso desde o momento em que toquei na sua mão, estava fria... e úmida.O seu rosto pálido, o suor e os lábios sem cor alguma, sem contar a respiração ofegante.O olhei com o canto dos olhos, Carlos dirigia com tranquilidade e segurança, Igor tremia a perna obsessivamente, enquanto fingia não estar ouvindo o barulho que o vestido fazia quando me mexia.A cerimônia durou quase uma hora, não conseguiria relatar nada do que o juiz disse, talvez por nervosismo, quem sabe devido às várias possibilidades e ideias loucas de sair correndo... ou simplesmente torcer para algum desastre natural acontecer e termos que adiar a cerimônia.&nb
Não tinha visto Igor ou falado com ele desde a noite passada, por vezes pegava-me pensando na sua pessoa. Em como ele se sentia com o casamento, ou em como ele me enxergava de fato.Se como uma garotinha ou como uma mulher.Quando finalmente a tortura nas sobrancelhas tiveram fim, senti algo quente sendo espalhado nas minhas pernas, reprimi o grito e logo senti um puxão seguido de uma dormência dolorosa.Bah ria do outro lado do balcão, com uma costureira que apertava o vestido e trocava algumas perolas já quebradas do meio costura.Pela parte da tarde, com as pernas depiladas, sobrancelhas tiradas e unhas feitas, um homem de mechas azuis no cabelo preto e liso olhava-me fixamente, fazendo as minhas bochechas queimarem.— Então... — ri sem jeito. Você vai fazer o meu cabelo ou...—— Xii! — silenciava-me. — Você acredita que o meu trabalho e só chegar aqui e cortar eu cabelo? NÃO! — Pulei na cadeira. — Meu trabalho monamur, e transfo
Abri os olhos.As janelas ainda estão abertas, conseguia ver todos os convidados lá fora. sinto-me o pior ser humano do mundo, desde que disse "aceito", ao seu pedido absurdo de casamento. Mas não posso retroceder, e muito tarde para isso.O som das conversas anuncia ao longe que todos já estão se acomodando nos seus lugares. Olhei para o meu vestido preto com pedrarias na altura dos joelhos, estava bem arrumada, e mesmo angustiada por dentro, o meu sorriso superficial tinha que estar no meu rosto pálido com camadas de uma maquiagem. Caminhei até a porta a abrindo, suspirei indo rumo à recepção do jantar, todos os acionistas e amigos mais íntimos estariam na festa de noivado.Um presentinho dado por Kathy, que surtou ao Saber que nós iríamos nos casar no civil.Barbara havia se arrumado mais cedo e estava com Chuck na sua mesa, com seus pais e outros convidados. E apesar das suas palavras de ânimo em relação ao noivado terem sido de bom grado, cada passo meu em direção aquele salão er
Sentamos perto de uma fonte de pedras cinzentas. O lugar estava cheio de luzes por todos os lugares, algumas pessoas caminhavam distraídas por perto, evitei levantar o rosto. Bah olhava-me aflita, e apesar do vestido longo verde musgo e a maquiagem bem trabalhada haviam pequenas rugas de preocupação no seu rosto delicado. — Bih... o que houve? — Secou uma lágrima.Cobri a boca um pouco tremula — eu não posso fazer isso... — os meus olhos ardiam. - Eu não consigo fingir... quando ele me toca eu lembro de tudo o que ouvi naquela maldita noite... — funguei na mão. — Eu tenho nojo de mim mesma... estou me vendendo como... como uma Grhhh... — Gemi enterrando os dedos na cabeça.Bah abraçou-me tentando me acalmar. — Bih... olha pra mim. — Pôs o meu rosto entre a suas mãos macias. — Presta atenção está bom?... vamos lá, você assinou um contrato prévio. — Me preparei para contestar, mas bah era bem convincente. — Fica quieta e deixa-me falar! Agora... assinou um contrato prévio, eu sei que es
O salão de festas borbulhava de pessoas dançando, ao que parece com um globo de espelhos e música alta ninguém nunca iria sentira falta dos noivos.Caminhamos em silêncio até o banheiro mais próximo, entramos e o fiz ficar em frente ao espelho. Haviam lâmpadas nas laterais dele, as liguei e pude observar os contornos do seu rosto com mais precisão.— Vamos ver... — O olhei com atenção. — Está com os seus óculos horrorosos aqui? — ele ficou sério por alguns segundos. — Está ou não?! — fui firme.Igor revirou os olhos avermelhados em desaprovação. — Olha, só pra você saber... eu os ganhei natal passado. E eu sei que são horríveis, não precisa lembrar-me disso... — sentou num banquinho perto da luz do espelho.Tirei os saltos ficando aproximadamente da sua altura. — Ok... isso vai ser igual tirar um curativo... vamos fazer rápido. — Prendi os cabelos atrás da orelha. — Olha pra cima. — Igor ergueu os olhos para cima e com a ponta da unha tirei uma das lentes de contato. Igor segurava a c