Fechei os olhos vendo as estrelas pontilhadas num céu descortinado de nuvens brancas. A lua brilhava cheia e iluminada no céu, suspirei fadigada ao chegar no salão de festas. O lugar estava incrível, as luzes e cores faziam tudo parecer um sonho em Paris.
Carlos saiu do carro e abriu a minha porta, permaneci sentada no banco. Olhei para o meu "marido" que se mantinha quieto ao meu lado, sorri para Carlos.
— Pode nos dar um minuto Carlos — a sua voz grossa fez-me parar de sorrir.
— Sim senhor. —
Mordi o lábio segurando o palavrão. — O que? — rosnei
Ele aproximou-se me olhando fixamente. — O vôo para a Angola está marcado para ainda hoje... se quiser podemos apenas cumprimentar a todos e ir direto para o avião. —
— Faça como quiser...— sai do carro indo rumo à festa. — Não que a minha opinião faça diferença pra você... —
Ele saiu do carro —
Tenha uma boa viagem.Era isso que ouvia durante todo o percurso até o avião, e por Deus... nada me faria mais feliz do que me sentar e tirar aqueles sapatos apertados, que faziam os meus pés ficarem quentes e doloridos.Não me dirigi a palavra para ele por nenhum segundo sequer.Ele não merecia a minha gentileza, mesmo me pedindo desculpas ou falando sobre assuntos aleatórios.Não tinha jeito, o meu silêncio era tudo o que ele iria ouvir.O avião era o mesmo que usamos para ir em Illinois a alguns meses atrás.O tempo havia passado tão rápido, Igor já estavam na minha vida a praticamente alguns meses, e agora estaria por mais um ano. Com a gravata frouxa e com a blusa branca social dobrada até os cotovelos ele observava-me quieto na poltrona logo a minha
Caminhei lentamente quase tendo um ataque de pânico.Ele ergueu-a e veio ao meu encontro, sorri envergonhada.Zola sorria segurando o seu brinquedo, mas ao ver-me o seu sorriso sumiu dando lugar a uma confusão de olhares. Tentei ser simpática, mas estava quase gritando de pânico.— Zola, essa e a Bianca... a sua nova mamãe. —A toquei de forma suave e ela abraçou-o fortemente, tentando não ter contacto comigo. Igor a persuadiu mais ela continuava a me ignorar, sorri e tentei pega-la no colo.Porém, os gritos foram instantâneos.Afastei-me e ele tentou amenizar o seu choro. — Calma, ela só está assustada por não te conhecer... já vai passar. — Acariciou os seus cachos e voltou para a sala a deixando lá dentro.Quis chorar&
Peguei os meus fones e a minha caixa de jujuba de emergência, caminhei pela piscina e admirei a casa de longe. Havia uma parede de vidro na lateral da casa, mas não se podia constatar o que estava lá dentro, uma cortinha branca aparentemente pesada dava privacidade ao cômodo esquecido. Sentei em uma das espreguiçadeiras e observei a lua no céu.— Oi, Deus. — Comecei cautelosa. — Eu sei… faz muito tempo que eu não falo com o senhor. — Pensei um pouco em como iria conversar com ele sobre a minha vida... os meus problemas. — Bom, eu... to perdida. — Ri envergonhada — olha, me perdoa. Eu to errando muito na minha vida, eu... só... olha, eu sei que errei, mas me desculpa, e não me abandona. Por favor, não me deixa sozinha... e me ajuda a passar por isso. — Fechei os olhos. — Amém... —O farol do carro ilumi
O início de tarde foi agradável, o céu ameaçou uma chuva, mas nada muito preocupante. Sentei de frente uma pequena mesinha ao lado de uma janela com vista para piscina e para o morrinho da cidade. O sol brilhava forte e laranja entre as colinas ao longe da estrada.Não tinha visto Igor depois do almoço, ele estava ocupado com Zola, os dois eram perfeitos juntos.Havia uma cadeira de frente a mesa em que eu estava, ela estava vazia.Olhei para minhas pernas enquanto mordia a unha. Estava tão cansada...Cansada de como me sentia estranha perto dele, cansada de complicar tudo na minha vida.E se eu simplesmente o beija-se e mandasse tudo para o infer*o?E se eu falasse como me sinto quando estou com ele?E se...E se...Eram tantos porquês, tanta
Quis chorar e rir ao mesmo tempo.Igor correu e afagou as minhas costas. — Você está bem?! — virou o meu corpo me fazendo encara o teto.Gargalhei com as lágrimas saindo pelos olhos. Ele parecia espantado, cobri o rosto tentando conter as risadas de dor que o meu dedo provocava-me. Ele tirou alguns fios de cabelo do meu rosto e sentou ao meu lado.— Me responde, como é ter a habilidade de se machucar tão fácil e de maneira tão idiot*? —Limpei as lagrimas — é um dom natural. —— Eu tenho certeza que sim — examinou-me. — Onde bateu? —Gemi — no pé, mindinho... —Igor desceu as mãos examinando o meu dedo, que por sinal estava bem vermelho. Ele tocou com cuidado e eu gemi. — Acredito que pode inch
IgorJá faziam mais de 10 minutos de atraso, e ela não havia descido ainda.Mulheres, pensei.E então ela veio. Linda como um anjo, me dando pensamentos tão carnais que me mandariam para o inferno sem passagem de volta.Ela sorria, e eu...— Uau... — pisquei.— ...— parou me olhando, parecia se divertir com a minha cara de bobo. — Então... estou apropriada? — rodou mostrando aquele vestido cor de lodo, que bizarramente lhe caía tão bem.— Está incrível... — fui sincero.Nós olhamos por um curto período e sem jeito a guiei até a porta. — Margarida, nós não vamos muito longe, qualquer emergência é só ligar. Não vamos voltar mui
Ela falava sobre algo que parecia ser bem interessante, mas minha mente e ouvidos estavam tapados para uma só revelação.Como, quando?...Em que momento aquilo havia acontecido?Ela havia feito isso comigo e nem mesmo percebia.— Aqui está, uma lasanha a moda da casa. — A moça com um bloco de anotações serviu e retirou-se.E eu nem mesmo pisquei.— Hum... — murmurou. — Tá com uma cara ótima. — Sorriu.Cruzei as mãos debaixo da mesa.Eu não podia acreditar que ela havia me deixado assim.Bianca não era a mulher mais linda do universo.O seu corpo era magro e pequeno, seria confundido fácil com uma colegial de 17 anos.Haviam sardas
Cantei de forma suave, e logo os seus olhos fecharam-se, acariciei o seu rosto, e no fim da melodia ela dormia com o seu unicórnio, a beijei e sai a passos curtos de costas para a porta, desliguei a luz e esbarrei-me com o meu chefe. O olhei por sobre o ombro e ele sorria de forma suave, pisquei e voltamos a olhar aquele pedacinho de gente que dormia com tanta pureza. Ela olhou-me sibilando um - muito obrigado-,assenti e caminhei para meu quarto.Abri a porta deixando saltos ao lado dela, sentei na minha penteadeira, tirei os brincos e soltei o cabelo, ele olhava-me através do reflexo no espelho, tinha aqueles óculos terríveis no rosto, com as mãos nos bolsos.Mostrei a língua e ele riu alto, sorri e voltei a tirar o meu colar — foi uma noite muito agradável — começou cauteloso.— Foi sim, obrigado. — Me levantei e caminhei par