Tenha uma boa viagem.
Era isso que ouvia durante todo o percurso até o avião, e por Deus... nada me faria mais feliz do que me sentar e tirar aqueles sapatos apertados, que faziam os meus pés ficarem quentes e doloridos.
Não me dirigi a palavra para ele por nenhum segundo sequer.
Ele não merecia a minha gentileza, mesmo me pedindo desculpas ou falando sobre assuntos aleatórios.
Não tinha jeito, o meu silêncio era tudo o que ele iria ouvir.
O avião era o mesmo que usamos para ir em Illinois a alguns meses atrás.
O tempo havia passado tão rápido, Igor já estavam na minha vida a praticamente alguns meses, e agora estaria por mais um ano. Com a gravata frouxa e com a blusa branca social dobrada até os cotovelos ele observava-me quieto na poltrona logo a minha
Caminhei lentamente quase tendo um ataque de pânico.Ele ergueu-a e veio ao meu encontro, sorri envergonhada.Zola sorria segurando o seu brinquedo, mas ao ver-me o seu sorriso sumiu dando lugar a uma confusão de olhares. Tentei ser simpática, mas estava quase gritando de pânico.— Zola, essa e a Bianca... a sua nova mamãe. —A toquei de forma suave e ela abraçou-o fortemente, tentando não ter contacto comigo. Igor a persuadiu mais ela continuava a me ignorar, sorri e tentei pega-la no colo.Porém, os gritos foram instantâneos.Afastei-me e ele tentou amenizar o seu choro. — Calma, ela só está assustada por não te conhecer... já vai passar. — Acariciou os seus cachos e voltou para a sala a deixando lá dentro.Quis chorar&
Peguei os meus fones e a minha caixa de jujuba de emergência, caminhei pela piscina e admirei a casa de longe. Havia uma parede de vidro na lateral da casa, mas não se podia constatar o que estava lá dentro, uma cortinha branca aparentemente pesada dava privacidade ao cômodo esquecido. Sentei em uma das espreguiçadeiras e observei a lua no céu.— Oi, Deus. — Comecei cautelosa. — Eu sei… faz muito tempo que eu não falo com o senhor. — Pensei um pouco em como iria conversar com ele sobre a minha vida... os meus problemas. — Bom, eu... to perdida. — Ri envergonhada — olha, me perdoa. Eu to errando muito na minha vida, eu... só... olha, eu sei que errei, mas me desculpa, e não me abandona. Por favor, não me deixa sozinha... e me ajuda a passar por isso. — Fechei os olhos. — Amém... —O farol do carro ilumi
O início de tarde foi agradável, o céu ameaçou uma chuva, mas nada muito preocupante. Sentei de frente uma pequena mesinha ao lado de uma janela com vista para piscina e para o morrinho da cidade. O sol brilhava forte e laranja entre as colinas ao longe da estrada.Não tinha visto Igor depois do almoço, ele estava ocupado com Zola, os dois eram perfeitos juntos.Havia uma cadeira de frente a mesa em que eu estava, ela estava vazia.Olhei para minhas pernas enquanto mordia a unha. Estava tão cansada...Cansada de como me sentia estranha perto dele, cansada de complicar tudo na minha vida.E se eu simplesmente o beija-se e mandasse tudo para o infer*o?E se eu falasse como me sinto quando estou com ele?E se...E se...Eram tantos porquês, tanta
Quis chorar e rir ao mesmo tempo.Igor correu e afagou as minhas costas. — Você está bem?! — virou o meu corpo me fazendo encara o teto.Gargalhei com as lágrimas saindo pelos olhos. Ele parecia espantado, cobri o rosto tentando conter as risadas de dor que o meu dedo provocava-me. Ele tirou alguns fios de cabelo do meu rosto e sentou ao meu lado.— Me responde, como é ter a habilidade de se machucar tão fácil e de maneira tão idiot*? —Limpei as lagrimas — é um dom natural. —— Eu tenho certeza que sim — examinou-me. — Onde bateu? —Gemi — no pé, mindinho... —Igor desceu as mãos examinando o meu dedo, que por sinal estava bem vermelho. Ele tocou com cuidado e eu gemi. — Acredito que pode inch
IgorJá faziam mais de 10 minutos de atraso, e ela não havia descido ainda.Mulheres, pensei.E então ela veio. Linda como um anjo, me dando pensamentos tão carnais que me mandariam para o inferno sem passagem de volta.Ela sorria, e eu...— Uau... — pisquei.— ...— parou me olhando, parecia se divertir com a minha cara de bobo. — Então... estou apropriada? — rodou mostrando aquele vestido cor de lodo, que bizarramente lhe caía tão bem.— Está incrível... — fui sincero.Nós olhamos por um curto período e sem jeito a guiei até a porta. — Margarida, nós não vamos muito longe, qualquer emergência é só ligar. Não vamos voltar mui
Ela falava sobre algo que parecia ser bem interessante, mas minha mente e ouvidos estavam tapados para uma só revelação.Como, quando?...Em que momento aquilo havia acontecido?Ela havia feito isso comigo e nem mesmo percebia.— Aqui está, uma lasanha a moda da casa. — A moça com um bloco de anotações serviu e retirou-se.E eu nem mesmo pisquei.— Hum... — murmurou. — Tá com uma cara ótima. — Sorriu.Cruzei as mãos debaixo da mesa.Eu não podia acreditar que ela havia me deixado assim.Bianca não era a mulher mais linda do universo.O seu corpo era magro e pequeno, seria confundido fácil com uma colegial de 17 anos.Haviam sardas
Cantei de forma suave, e logo os seus olhos fecharam-se, acariciei o seu rosto, e no fim da melodia ela dormia com o seu unicórnio, a beijei e sai a passos curtos de costas para a porta, desliguei a luz e esbarrei-me com o meu chefe. O olhei por sobre o ombro e ele sorria de forma suave, pisquei e voltamos a olhar aquele pedacinho de gente que dormia com tanta pureza. Ela olhou-me sibilando um - muito obrigado-,assenti e caminhei para meu quarto.Abri a porta deixando saltos ao lado dela, sentei na minha penteadeira, tirei os brincos e soltei o cabelo, ele olhava-me através do reflexo no espelho, tinha aqueles óculos terríveis no rosto, com as mãos nos bolsos.Mostrei a língua e ele riu alto, sorri e voltei a tirar o meu colar — foi uma noite muito agradável — começou cauteloso.— Foi sim, obrigado. — Me levantei e caminhei par
Uma chuva ameaçava cair, mas não me importei com isso. Estava no meu quarto, olhando pela janela fechada, vestia um vestido branco solto.— Quando vai entender que não podemos ficar pesando nele?! — Ana gritava do banheiro. — Nós deveríamos ir embora, e deixar tudo para trás! —— Não posso... —Ela riu — porque não? —Fechei os olhos — estou apaixonada... — fui sincera.Ela saiu do cômodo me olhando como se fosse um monstro. — O que? — piscou. — Não, não pode! Eu a proíbo! — Voltei a encarar a janela.— Não dá pra voltar... — um sereno ameaçava cair. — Está na hora de crescer Ana. —