Meio hesitante toquei em seu braço, sorri meio sem jeito e ele suspirou — olha, não é uma estória feliz. Mas se insiste, quando os conheci, os dois estavam muito doentes, o pai tinha um caso grave de desnutrição e tuberculose. Fora as outras doenças infecciosas... — pisquei — a mãe, Quitana, também sofria com as desnutrições e a cólera os atingia de forma grave... sem falar nos surtos de ebola. — Passou as mãos pelo cabelo bagunçado — a mãe, não podia alimentar a filha, então, Zola desenvolveu um caso de anemia crítica e desnutrição crônica. Ela mal conseguia ficar sentada, os ossos amostra sobre a pele ressecada. — Seus olhos estavam perdidos no nada — ela pesava 9 quilos. Uma criança de 3 anos, pesando... — sua voz embargada cessou por um momento. — Ela era tão pequena... — respirou. — Os conflitos entre estados e governos da angola nunca param. Tem ideia de como e isso? — me olhou mostrando o terror no seu rosto — nunca ter paz, já não bastando a dor, a fome, ainda ter guerras por
Bianca.Louc*.Era isso que ele estava parecendo, um louc* maníaco que estava em algum tipo de surto psicóti*o. Seria fácil um Psicólogo o diagnosticar com algum tipo de síndrome ou surto mental. Estava explícito no seu rosto. Notei isso desde o momento em que toquei na sua mão, estava fria... e úmida.O seu rosto pálido, o suor e os lábios sem cor alguma, sem contar a respiração ofegante.O olhei com o canto dos olhos, Carlos dirigia com tranquilidade e segurança, Igor tremia a perna obsessivamente, enquanto fingia não estar ouvindo o barulho que o vestido fazia quando me mexia.A cerimônia durou quase uma hora, não conseguiria relatar nada do que o juiz disse, talvez por nervosismo, quem sabe devido às várias possibilidades e ideias loucas de sair correndo... ou simplesmente torcer para algum desastre natural acontecer e termos que adiar a cerimônia.&nb
Não tinha visto Igor ou falado com ele desde a noite passada, por vezes pegava-me pensando na sua pessoa. Em como ele se sentia com o casamento, ou em como ele me enxergava de fato.Se como uma garotinha ou como uma mulher.Quando finalmente a tortura nas sobrancelhas tiveram fim, senti algo quente sendo espalhado nas minhas pernas, reprimi o grito e logo senti um puxão seguido de uma dormência dolorosa.Bah ria do outro lado do balcão, com uma costureira que apertava o vestido e trocava algumas perolas já quebradas do meio costura.Pela parte da tarde, com as pernas depiladas, sobrancelhas tiradas e unhas feitas, um homem de mechas azuis no cabelo preto e liso olhava-me fixamente, fazendo as minhas bochechas queimarem.— Então... — ri sem jeito. Você vai fazer o meu cabelo ou...—— Xii! — silenciava-me. — Você acredita que o meu trabalho e só chegar aqui e cortar eu cabelo? NÃO! — Pulei na cadeira. — Meu trabalho monamur, e transfo
IgorTodos que estavam na capela colocaram-se de pé. A música suave e harmoniosa foi iniciada, me virei lentamente.Senti-me naquele momento, em que estamos chegando no topo da montanha-russa, segundos antes da queda livre. O ponto em que queremos gritar e os nossos corações param de bater por um segundo, e mesmo sabendo da queda livre e que a adrenalina estará no seu limite, você insiste em ir bem na frente?E o mesmo princípio...O meu coração parou um segundo.— ...— senti a minha boca ressecar.Basth puxou-me levemente para o lado, mas meus olhos não saíram dos seus por nenhum segundo sequer... — você e um filho da mãe de sorte. — A minha boca estava seca.Não sorri, não me movi do lugar, e nem mesmo me lembrava de que tinha que respirar. Bianca... estava estonteante, magnífica, nem mesmo o mais sensível de todos os a
Fechei os olhos vendo as estrelas pontilhadas num céu descortinado de nuvens brancas. A lua brilhava cheia e iluminada no céu, suspirei fadigada ao chegar no salão de festas. O lugar estava incrível, as luzes e cores faziam tudo parecer um sonho em Paris.Carlos saiu do carro e abriu a minha porta, permaneci sentada no banco. Olhei para o meu "marido" que se mantinha quieto ao meu lado, sorri para Carlos.— Pode nos dar um minuto Carlos — a sua voz grossa fez-me parar de sorrir.— Sim senhor. —Mordi o lábio segurando o palavrão. — O que? — rosneiEle aproximou-se me olhando fixamente. — O vôo para a Angola está marcado para ainda hoje... se quiser podemos apenas cumprimentar a todos e ir direto para o avião. —— Faça como quiser...— sai do carro indo rumo à festa. — Não que a minha opinião faça diferença pra você... —Ele saiu do carro —
Tenha uma boa viagem.Era isso que ouvia durante todo o percurso até o avião, e por Deus... nada me faria mais feliz do que me sentar e tirar aqueles sapatos apertados, que faziam os meus pés ficarem quentes e doloridos.Não me dirigi a palavra para ele por nenhum segundo sequer.Ele não merecia a minha gentileza, mesmo me pedindo desculpas ou falando sobre assuntos aleatórios.Não tinha jeito, o meu silêncio era tudo o que ele iria ouvir.O avião era o mesmo que usamos para ir em Illinois a alguns meses atrás.O tempo havia passado tão rápido, Igor já estavam na minha vida a praticamente alguns meses, e agora estaria por mais um ano. Com a gravata frouxa e com a blusa branca social dobrada até os cotovelos ele observava-me quieto na poltrona logo a minha
Caminhei lentamente quase tendo um ataque de pânico.Ele ergueu-a e veio ao meu encontro, sorri envergonhada.Zola sorria segurando o seu brinquedo, mas ao ver-me o seu sorriso sumiu dando lugar a uma confusão de olhares. Tentei ser simpática, mas estava quase gritando de pânico.— Zola, essa e a Bianca... a sua nova mamãe. —A toquei de forma suave e ela abraçou-o fortemente, tentando não ter contacto comigo. Igor a persuadiu mais ela continuava a me ignorar, sorri e tentei pega-la no colo.Porém, os gritos foram instantâneos.Afastei-me e ele tentou amenizar o seu choro. — Calma, ela só está assustada por não te conhecer... já vai passar. — Acariciou os seus cachos e voltou para a sala a deixando lá dentro.Quis chorar&
Peguei os meus fones e a minha caixa de jujuba de emergência, caminhei pela piscina e admirei a casa de longe. Havia uma parede de vidro na lateral da casa, mas não se podia constatar o que estava lá dentro, uma cortinha branca aparentemente pesada dava privacidade ao cômodo esquecido. Sentei em uma das espreguiçadeiras e observei a lua no céu.— Oi, Deus. — Comecei cautelosa. — Eu sei… faz muito tempo que eu não falo com o senhor. — Pensei um pouco em como iria conversar com ele sobre a minha vida... os meus problemas. — Bom, eu... to perdida. — Ri envergonhada — olha, me perdoa. Eu to errando muito na minha vida, eu... só... olha, eu sei que errei, mas me desculpa, e não me abandona. Por favor, não me deixa sozinha... e me ajuda a passar por isso. — Fechei os olhos. — Amém... —O farol do carro ilumi