Amor estupido
Amor estupido
Por: Anita viana
Capitulo 1

Abri os olhos.

As janelas ainda estão abertas, conseguia ver todos os convidados lá fora. sinto-me o pior ser humano do mundo, desde que disse "aceito", ao seu pedido absurdo de casamento. Mas não posso retroceder, e muito tarde para isso.

O som das conversas anuncia ao longe que todos já estão se acomodando nos seus lugares. Olhei para o meu vestido preto com pedrarias na altura dos joelhos, estava bem arrumada, e mesmo angustiada por dentro, o meu sorriso superficial tinha que estar no meu rosto pálido com camadas de uma maquiagem. Caminhei até a porta a abrindo, suspirei indo rumo à recepção do jantar, todos os acionistas e amigos mais íntimos estariam na festa de noivado.

Um presentinho dado por Kathy, que surtou ao Saber que nós iríamos nos casar no civil.

Barbara havia se arrumado mais cedo e estava com Chuck na sua mesa, com seus pais e outros convidados. E apesar das suas palavras de ânimo em relação ao noivado terem sido de bom grado, cada passo meu em direção aquele salão era mais que um lamento.

Virei o corredor vendo as portas do salão abertas, contive uma lágrima e caminhei rumo a festa.

Eu o vi.

— Ok... vamos lá. — Cruzei os dedos

— Você Sabe que isso e meio que suicíd*o ne? — olhei com para Ana que comia um salgadinho de requeijão.

— Eu sei..., mas eu não posso parar agora. — Caminhei lentamente e com certo receio. — isso... é por Nós duas, por nossa casa... —

— Você está fazendo a coisa errada! — estalou a língua. 

A olhei — ah, não enche! se tem uma ideia melhor então deveria ter dito isso antes! — Percebi que um dos garçons me olhava assustado.

— s-senhora?... está... tudo bem? —

— está! eu só... estou ensaiando um discurso... — Sorri constrangida e andei mais rápido até o meu chefe.

Igor estava parado, a suas costas largas se ajustavam no terno Preto. Alisei o vestido e ajustei as mangas, até finalmente parar ao seu lado.

— Oi...— tentei parecer calma.

Igor girou sobre os calcanhares me olhando surpreso. Desviei os meus olhos dos seus, e apesar de sorrir o meu peito doía. Os seus olhos agora com lentes de contato observaram-me com certa intensidade, afastei-me um pouco. — Nossa...— engoliu em seco. — Você está linda...— sorriu.

Pisquei. — Por favor... só... vamos terminar com isso de uma vez... — gemi baixinho.

— Claro... como quiser. — Me deu passagem e entrei na festa.

Haviam tantas mesas que seria impossível contar num primeiro olhar, travei na porta. Todos aplaudiram ouve assobios e provocações de amigos dele. Olhei para seu rosto um pouco sem jeito, e notei um sorriso de canto de boca, todos ainda nos aplaudiam, fechei os olhos tentando não surta.

— Bianca? — acariciou o meu rosto. — Está bem? — levantou o meu rosto com calma.

Acostumei-me com a luz forte — estou... — sorri.

Ele entrelaçou os nossos dedos e percebi que as minhas mãos estavam geladas, ou talvez as dele que estavam muito quentes. De todo modo preferi não comentar, com os dedos entrelaçados entramos no ambiente, a nossa mesa ficava bem no centro do salão, em meio a tantos sorrisos e acenos senti-me pequena.

Meu chefe puxou a cadeira para me sentar e logo após se sentou do meu lado, seu sorriso costumeiro estava no seu rosto outra vez. Baixei a vista para o medalhão no meu pescoço, o segurei com força quase que o amassando. Ele me observava quieto.

— Está bem? — piscou.

Respirei fundo tentando manter a cabeça no lugar. — Sim... — sorri. — To ótima...

— E que... está quase destruindo o medalhão... — o olhei séria.

Larguei a joia percebendo a minha atitude. — Estou bem...— sorri.

Ele bufou — Sabe essa e a pior mentira que as pessoas insistem em dizer. — Pisquei tentando não gritar na frente de todos — "Eu estou bem... Eu estou bem...", porque todos insistem em dizer essa mentira? — travei o maxilar o olhando.

— Porque todos acreditam nela facilmente...— sentia raiva.

A minha garganta ardia.

Ele encolheu-se fincando apenas uma das mãos sobre a mesa. Parecia constrangido. — Bianca, olha... e-eu... eu sei que isso não e o que você queria... e sinto muito por essa festa. Não fazia ideia que Kathy iria organizar isso tudo, se soubesse teria impedido...— os seus dedos acariciavam a minha bochecha.

O seu toque quente por um segundo fez-me relaxar, mas logo um flash bem nos meus olhos me cegou fazendo-me assustar com a claridade. Fechei os olhos por um curto período, não havia foco na minha visão, sorri disfarçando para as câmeras.

Disse entre sorrisos — seu idiot*...— pisquei incomodada com o fotografo.

Sorri sentindo uma irritação da luz, Igor pediu ao fotógrafo um pouco de privacidade e logo o homem saiu, me dando a oportunidade de respirar tranquila. Os seus dedos quentes descansaram na curvatura do meu pescoço com certa delicadeza. O olhei outra vez, mas com certa raiva em vez de fragilidade, tirei as suas mãos de mim, saindo da mesa em direção a mesa da minha amiga.

— Bianca... —

Não olhei para trás não queria dar-me o luxo de olhar no seu rosto outra vez.

Bah sorria conversando com Chuck, mas logo pôs-se em pé vindo ao meu encontro. — Bih... o que houve? — me abraçou no meio de todos.

Logo uma luz forte cegou-me irritando-me ainda mais. Olhei para o lado e outro fotógrafo registrava o "momento" para pôr em outra revista idiot* sobre fofoca. Gemi escondendo o rosto. — Por favor... me tira daqui... — suas mãos passaram na minha cintura me conduzindo até a saída mais próxima.

— Vem... vamos, eu vi um lugar tranquilo lá fora. — Andamos rumo ao jardim da casa de eventos. A lua brilhava lá em cima, com as estrelas.

Precisava pensar.

E assim fiz.

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