Capitulo 3

O salão de festas borbulhava de pessoas dançando, ao que parece com um globo de espelhos e música alta ninguém nunca iria sentira falta dos noivos.

Caminhamos em silêncio até o banheiro mais próximo, entramos e o fiz ficar em frente ao espelho. Haviam lâmpadas nas laterais dele, as liguei e pude observar os contornos do seu rosto com mais precisão.

— Vamos ver... — O olhei com atenção. — Está com os seus óculos horrorosos aqui? — ele ficou sério por alguns segundos. — Está ou não?! — fui firme.

Igor revirou os olhos avermelhados em desaprovação. — Olha, só pra você saber... eu os ganhei natal passado. E eu sei que são horríveis, não precisa lembrar-me disso... — sentou num banquinho perto da luz do espelho.

Tirei os saltos ficando aproximadamente da sua altura. — Ok... isso vai ser igual tirar um curativo... vamos fazer rápido. — Prendi os cabelos atrás da orelha. — Olha pra cima. — Igor ergueu os olhos para cima e com a ponta da unha tirei uma das lentes de contato. Igor segurava a caixinha das lentes em uma das mãos, a abri e pus lá dentro com todo o cuidado.

— Eu nunca imaginei que iria te ver fazendo isso...— ergui o rosto o olhando pelo espelho.

Tirei a outra lente e o vi respirar aliviado. Guardei as lentes na caixinha e pus os saltos novamente. — porquê diz isso? — questionei.

Ele piscou aliviado e lavou os olhos na pia, enquanto abotoava as tiras do sapato, eu observava-o de forma sutil seu reflexo no espelho, os óculos eram horríveis disso não havia dúvidas, mas no seu rosto expressivo e marcante eles caíam muito bem. — porquê você não é do tipo que parece querer uma família ou sei lá... cuidar de alguém. — Limpou as lentes. — Na verdade. Eu olho pra você e só vejo o seu potencial...— se encostou na pia me observando.

A música havia cessado e o barulho de conversas crescia a todo segundo. — Olha. Você não sabe nada sobre mim...— O olhei insegura, os seus olhos desenharam a minha boca com cuidado, desviei o olhar da sua mãos sai rumo ao salão.

Caminhei até a mesa em que estávamos sentados. Todos sorriam e acenavam, logo Igor sentou ao meu lado e o jantar foi servido.

[...]

Alguns dos amigos de faculdade do meu che... Igor. Estavam se acabando na pista de dança, muitas mulheres se arriscavam com os homens. Bah a essa altura estava sentada ao meu lado rindo e conversando com Katherine e eu. Nós falávamos de roupas, homens, família, coisas loucas do passado.

É claro que ambas já estavam bêbadas, de modo que a única em sã consciência ali, era eu.

Katherine se aproximou olhando para mim. — Sabe... você uma menina de sorte! — apontou. — Seu marido vai ser o melhor, você vai ver... — Bebeu outra taça de vinho seco.

Ri a olhando. — Katy...ele vai ser se eu não o matar antes de irmos ao altar... — ela gargalhou já alta com a bebida.

— Ela e muito engraçada, não é?! — Barbara ria com Katherine.

Suspirei olhando ao redor. Notei que meu chef... Igor não estava ao meu lado, olhei para as mesas e o avistei conversando com o que seriam sócios. Ele sorria segurando uma taça de champanhe nas mãos, um dos homens sorriu-me e ergueu a sua taça como forma de cumprimentos. Sorri de forma suave e assenti em silêncio, voltei os meus olhos para Igor e ele se mantinha calado com os olhos fixos em mim.

Engoli em seco.

— Vocês já sabem onde vão morar? — bah chamava-me atenção, a olhei confusa.

A música alta estava deixando-me surda. — O que? —

— Já sabem onde vão morar? — balbuciei.

— A... ah... e-eu não faço ideia... — meio que ri. — Mas creio que vou continuar com você, nós ainda somos colegas de A.P — beberiquei um pouco de água. 

Katherine olhou-me fixo — que?..., mas irão estar casados! — bah riu me olhando em pânico. — Não! Não! Não! ... Eu vou falar com o Igor, precisam de uma casa! — Katherine ameaçou se levantar.

Ri desesperada — não... fica, olha eu juro que nós vamos morar na mesma casa. — Pedi para bah a levar para outro lugar.

Nunca tinha visto Kathy tão bêbada.

Barbara a segurou com cuidado — ah... vamos ao banheiro, bih aguenta as pontas. — Assenti.

Kathy estava bêbada, o que era estranho. Ela nunca bebia, e mesmo com toda a alegria aparente, algo nela dizia-me que estava triste e que ela descontava tudo na bebida. Suspirei observando as duas caminhando com certa "alegria" pelo salão. E mesmo após discursos sobre a vida dos noivos, ainda sim, pessoas — das quais eu nunca vi — chegavam à mesa me parabenizando pelo "grande homem que fisguei ou por ser uma garota de sorte"... eles nunca entenderiam se soubessem a verdade.

Pus o rosto entre as mãos, sentia-me estranha naquele lugar. A música parou e uma moça loira com belos olhos azuis falava ao microfone, atentei-me a fala o máximo que pude.

— Bem, sei que muitos me conhecem e Sabem que eu sempre torci por esse casal...— olhei incrédula para meu chefe que parecia confuso com isso também. — E por que eu os amos tanto, vou pedir para que os dois venham ao centro da pista. — Minhas pernas travaram na mesma hora. Igor caminhou inseguro para a pista e de repente um foco de luz caiu sobre mim, me deixando cega por alguns segundos. Todos gritavam pedindo que fosse para a pista, engoli em seco e levantei indo ao seu encontro. Olhei para a loira e ela sorriu.

A noite não podia ficar melhor!

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