Capitulo 4

— Bem, a noite e de vocês. — Olhou para o lado e acenou.

Uma música começou a tocar, todos aplaudiram e gritaram. Igor estava sério, a sua mão segurou levemente a minha cintura e uma das minhas mãos, tentou se movimentar e eu pisei no seu Pé. Gemi escondendo uma careta, ele riu. A sua mão se estreitou me fazendo ficar colado no seu corpo, senti-me estranha e um pouco sem jeito. Ele suspirou me olhando — você e péssima dançarina... — sorriu relaxado.

— E mesmo assim você quis casar comigo...— fui irônica e ele estreitou os olhos surpreso.

Pisei no seu pé. — Ai!... Bianca! — falou entre dentes disfarçando no seu sorriso.

— Desculpa, eu fui criada para montar cavalos, e administrar empresas não para dançar! — olhei ao redor.

Ele sorriu sendo fingidamente simpático. — Eu só quero ter os meus dedos no lugar depois disso...— riu sem graça.

Pisei com vontade dessa vez. — Opa, desculpa. — Ri.

Igor sorria com uma veia levemente saltada na sua testa. — Você vai me pagar por isso...— ri o olhando.

Seus braços me ergueram um pouco e ele fez com que os meus pés ficassem sobre os seus, e agora nos dois, ou seja, ele, estávamos no mesmo ritmo. — Viu? está dançando. — Desviei o olhar.

Apesar da música parcialmente lenta, sentia-me a mil por hora. A minha mente estava um pandemônio, e tudo o que mais queria no universo era que tudo aquilo acabasse de uma vez por todas. E que, como num passe de mágica acordasse e respirasse aliviada por ser apenas um sonho ruim.

— No que está pensando? — Igor fitou-me um pouco apreensivo.

Dei de ombros — nada demais...— pisquei.

— Acha que isso vai dar certo? — seus dedos longos nas minhas costas afrouxaram. Uma pequena onda elétrica percorreu o meu corpo, me fazendo ficar em alerta.

Gemi — como assim? — Eu não sei... acredita que vamos conseguir viver juntos? — estava sério.

Franzi o cenho um pouco pensativa — acho que sim, nós só vamos estar juntos no papel... não vou ser sua mulher de verdade. — Ri — Então... sim, acho vamos conseguir. — Notei que uma ruga apareceu na sua testa.

De repente ele estava sério, como sempre fazia no trabalho. — Você tem razão, são apenas negócios. Nada mais. — O olhei intrigada.

Igor parecia... chateado, zangado, triste?... — E não são? — Inclinei a cabeça para o lado confusa.

Notei que as luzes ficaram mais fracas, talvez para termos um "clima romântico". Ele olhou-me e suspirou pesadamente — veremos tudo isso no nosso acordo. — Clareou a garganta — eu também não desejo nenhum tipo de aproximação entre nós. — Pisquei. Ele estava mudado... — São apenas negócios... — senti algo a mais na sua voz. — E ridículo você se envolver com a minha filha... são apenas negócios — resmungou.

— Você está bem? — toquei em seu rosto.

— ...— ele balançou a cabeça tentando clarear as ideias. Sorriu e fingiu não ter digo nada.

Por fim, a música acabou e nós dois ficamos de frente um para o outro em silêncio. Todos aplaudiram, ele sorriu e beijou a minha mão levemente, logo a plateia desmanchou-se na pista, todos já estavam "alegrinhos" com as bebidas.

Continuei parada o olhando, ele sorriu pondo as mãos no bolso da calça e caminhou par fora da pista.

Fiquei ali plantada o observando, homens são definitivamente muito, muito estranhos.

[...]

Os meus pés estavam cheios de bolhas, estava exausta e ainda tinha que cumprimentar algumas pessoas. Tentei ser o mais simpática possível, e mesmo já passando das (1:00) da manhã ainda haviam algumas pessoas andando e dançando na pista. Igor estava entretido numa conversa chata e cansativa sobre ações e novos investimentos na Gonzáles S.A.

muitos já haviam ido embora, e os que sobraram ou eram amigos de faculdade do meu chefe, ou eram alguns acionistas que queriam uma palavra amiga conosco. Para mim, não faziam diferença, mas nada era pior doque ficar com as esposas amigas da família.

sentia-me um ET entre elas, e aparentemente não ter nenhuma cirurgia plástica fazia com que para elas eu realmente fosse um ET.

Bebi outra taça de suco tentando manter-me sob aqueles saltos. — Obrigado...— sorri.

O homem de olhos puxados elogiava-me pela terceira vez. Notei duas mãos um pouco possessivas rodeando a minha cintura logo após ouvir tais comentários. — Nós agradecemos senhor Young. — Ele sorria e logo ficava sério.

Sentia o seu polegar acariciando vez ou outra a lateral do meu corpo, transmitindo pequenas ondas de arrepios por todo o meu peito, fazendo até mesmo que os meus mamilos ficassem durinhos por baixo da roupa. Sentia o meu rosto esquentar quando isso acontecia.

— Bom, se me dão licença. — O velho curvou-se num ato de cavalheirismo.

Sorri.

Suspirei aliviada olhando o velho ir. — Graças a Deus...— sentei fatigada com a roupa.

— Está cansada? — sentou ao meu lado.

— Estou morta... — girei o pescoço sentindo a tenção nos músculos. — Por favor me diz que já podemos ir? — gemi e ele riu.

Igor era lindo quando ria de modo distraído, os seus olhos se fechavam fazendo umas ruguinhas nos cantos dos olhos enquanto o seu corpo todo tremia junto da risada.

O olhei por mais de uns segundos, reparei haver um pequeno corte no canto da boca, talvez por falta de hidratação ou tinha mordido.

— Eu só irei comunicar que nós estamos indo. — Tirou a chaves dos bolsos e entregou-me. — Se quiser ir para o carro por mim tudo bem. — Piscou em cumplicidade e saiu.

Meio que sorri e voei para o sedã. Precisava livrar-me dos sapatos deitar em algo macio. Caminhei até o estacionamento e abri o carro. Joguei os meus sapatos no banco de trás e inclinei o banco fechando os olhos, mas logo voltei a abri-los. Olhei o céu manchado de nuvens brancas, que por sua vez formavam um arco-íris circular ao redor da lua. Segurei o medalhão, sorri meio confusa.

Olhei o volante, escorreguei para o banco ao lado e segurei o volante com calma, fechei os olhos, mas logo voltei a segurar o medalhão.

— a mãe e o pai estariam decepcionados...— olhei pelo retrovisor, ela estava no banco de trás.

Continuei a apertar o medalhão. — Eu sei...— cobri os olhos com as mãos.

— Como julga que vai ser nossa vida agora? — Suspirei com calma. — porquê... eu não sei se sabe, mas cuidar de uma criança não é tarefa fácil. Ainda mais de um marido... — ouvi tudo em silêncio.

— Ele não vai ser meu marido, bom. Não fisicamente... e quanto a Zola, eu acredito que posso cuidar dela sim. Não deve ser tão difícil criar uma menina. — Cruzei os braços olhando pelo vidro.

Ana riu. — Ah É?... então como vai fazer isso Sherlock? — Me cutucou com o dedão do pé.

Estapeei seu Pé — não faço ideia... — ouvi passos vindos do lado de fora. Virei o rosto e ele caminhava calmamente na direção do sedã. — Ana, some! — voltei para meu lugar, arrumei o vestido rapidamente.

— Fala sério? ... você gosta dele?! Não fod... — Igor abriu a porta do carro.

Ele sorriu — eu falei que estava cansada, provavelmente Kathy vai te ligar amanhã... — assenti envergonhada. — Algo sobre um chá de ...—

— Ok... ok, eu já entendi. — Cobri o rosto com as mãos.

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