— Bem, a noite e de vocês. — Olhou para o lado e acenou.
Uma música começou a tocar, todos aplaudiram e gritaram. Igor estava sério, a sua mão segurou levemente a minha cintura e uma das minhas mãos, tentou se movimentar e eu pisei no seu Pé. Gemi escondendo uma careta, ele riu. A sua mão se estreitou me fazendo ficar colado no seu corpo, senti-me estranha e um pouco sem jeito. Ele suspirou me olhando — você e péssima dançarina... — sorriu relaxado.
— E mesmo assim você quis casar comigo...— fui irônica e ele estreitou os olhos surpreso.
Pisei no seu pé. — Ai!... Bianca! — falou entre dentes disfarçando no seu sorriso.
— Desculpa, eu fui criada para montar cavalos, e administrar empresas não para dançar! — olhei ao redor.
Ele sorriu sendo fingidamente simpático. — Eu só quero ter os meus dedos no lugar depois disso...— riu sem graça.
Pisei com vontade dessa vez. — Opa, desculpa. — Ri.
Igor sorria com uma veia levemente saltada na sua testa. — Você vai me pagar por isso...— ri o olhando.
Seus braços me ergueram um pouco e ele fez com que os meus pés ficassem sobre os seus, e agora nos dois, ou seja, ele, estávamos no mesmo ritmo. — Viu? está dançando. — Desviei o olhar.
Apesar da música parcialmente lenta, sentia-me a mil por hora. A minha mente estava um pandemônio, e tudo o que mais queria no universo era que tudo aquilo acabasse de uma vez por todas. E que, como num passe de mágica acordasse e respirasse aliviada por ser apenas um sonho ruim.
— No que está pensando? — Igor fitou-me um pouco apreensivo.
Dei de ombros — nada demais...— pisquei.
— Acha que isso vai dar certo? — seus dedos longos nas minhas costas afrouxaram. Uma pequena onda elétrica percorreu o meu corpo, me fazendo ficar em alerta.
Gemi — como assim? — Eu não sei... acredita que vamos conseguir viver juntos? — estava sério.
Franzi o cenho um pouco pensativa — acho que sim, nós só vamos estar juntos no papel... não vou ser sua mulher de verdade. — Ri — Então... sim, acho vamos conseguir. — Notei que uma ruga apareceu na sua testa.
De repente ele estava sério, como sempre fazia no trabalho. — Você tem razão, são apenas negócios. Nada mais. — O olhei intrigada.
Igor parecia... chateado, zangado, triste?... — E não são? — Inclinei a cabeça para o lado confusa.
Notei que as luzes ficaram mais fracas, talvez para termos um "clima romântico". Ele olhou-me e suspirou pesadamente — veremos tudo isso no nosso acordo. — Clareou a garganta — eu também não desejo nenhum tipo de aproximação entre nós. — Pisquei. Ele estava mudado... — São apenas negócios... — senti algo a mais na sua voz. — E ridículo você se envolver com a minha filha... são apenas negócios — resmungou.
— Você está bem? — toquei em seu rosto.
— ...— ele balançou a cabeça tentando clarear as ideias. Sorriu e fingiu não ter digo nada.
Por fim, a música acabou e nós dois ficamos de frente um para o outro em silêncio. Todos aplaudiram, ele sorriu e beijou a minha mão levemente, logo a plateia desmanchou-se na pista, todos já estavam "alegrinhos" com as bebidas.
Continuei parada o olhando, ele sorriu pondo as mãos no bolso da calça e caminhou par fora da pista.
Fiquei ali plantada o observando, homens são definitivamente muito, muito estranhos.
[...]
Os meus pés estavam cheios de bolhas, estava exausta e ainda tinha que cumprimentar algumas pessoas. Tentei ser o mais simpática possível, e mesmo já passando das (1:00) da manhã ainda haviam algumas pessoas andando e dançando na pista. Igor estava entretido numa conversa chata e cansativa sobre ações e novos investimentos na Gonzáles S.A.
muitos já haviam ido embora, e os que sobraram ou eram amigos de faculdade do meu chefe, ou eram alguns acionistas que queriam uma palavra amiga conosco. Para mim, não faziam diferença, mas nada era pior doque ficar com as esposas amigas da família.
sentia-me um ET entre elas, e aparentemente não ter nenhuma cirurgia plástica fazia com que para elas eu realmente fosse um ET.
Bebi outra taça de suco tentando manter-me sob aqueles saltos. — Obrigado...— sorri.
O homem de olhos puxados elogiava-me pela terceira vez. Notei duas mãos um pouco possessivas rodeando a minha cintura logo após ouvir tais comentários. — Nós agradecemos senhor Young. — Ele sorria e logo ficava sério.
Sentia o seu polegar acariciando vez ou outra a lateral do meu corpo, transmitindo pequenas ondas de arrepios por todo o meu peito, fazendo até mesmo que os meus mamilos ficassem durinhos por baixo da roupa. Sentia o meu rosto esquentar quando isso acontecia.
— Bom, se me dão licença. — O velho curvou-se num ato de cavalheirismo.
Sorri.
Suspirei aliviada olhando o velho ir. — Graças a Deus...— sentei fatigada com a roupa.
— Está cansada? — sentou ao meu lado.
— Estou morta... — girei o pescoço sentindo a tenção nos músculos. — Por favor me diz que já podemos ir? — gemi e ele riu.
Igor era lindo quando ria de modo distraído, os seus olhos se fechavam fazendo umas ruguinhas nos cantos dos olhos enquanto o seu corpo todo tremia junto da risada.
O olhei por mais de uns segundos, reparei haver um pequeno corte no canto da boca, talvez por falta de hidratação ou tinha mordido.
— Eu só irei comunicar que nós estamos indo. — Tirou a chaves dos bolsos e entregou-me. — Se quiser ir para o carro por mim tudo bem. — Piscou em cumplicidade e saiu.
Meio que sorri e voei para o sedã. Precisava livrar-me dos sapatos deitar em algo macio. Caminhei até o estacionamento e abri o carro. Joguei os meus sapatos no banco de trás e inclinei o banco fechando os olhos, mas logo voltei a abri-los. Olhei o céu manchado de nuvens brancas, que por sua vez formavam um arco-íris circular ao redor da lua. Segurei o medalhão, sorri meio confusa.
Olhei o volante, escorreguei para o banco ao lado e segurei o volante com calma, fechei os olhos, mas logo voltei a segurar o medalhão.
— a mãe e o pai estariam decepcionados...— olhei pelo retrovisor, ela estava no banco de trás.
Continuei a apertar o medalhão. — Eu sei...— cobri os olhos com as mãos.
— Como julga que vai ser nossa vida agora? — Suspirei com calma. — porquê... eu não sei se sabe, mas cuidar de uma criança não é tarefa fácil. Ainda mais de um marido... — ouvi tudo em silêncio.
— Ele não vai ser meu marido, bom. Não fisicamente... e quanto a Zola, eu acredito que posso cuidar dela sim. Não deve ser tão difícil criar uma menina. — Cruzei os braços olhando pelo vidro.
Ana riu. — Ah É?... então como vai fazer isso Sherlock? — Me cutucou com o dedão do pé.
Estapeei seu Pé — não faço ideia... — ouvi passos vindos do lado de fora. Virei o rosto e ele caminhava calmamente na direção do sedã. — Ana, some! — voltei para meu lugar, arrumei o vestido rapidamente.
— Fala sério? ... você gosta dele?! Não fod... — Igor abriu a porta do carro.
Ele sorriu — eu falei que estava cansada, provavelmente Kathy vai te ligar amanhã... — assenti envergonhada. — Algo sobre um chá de ...—
— Ok... ok, eu já entendi. — Cobri o rosto com as mãos.
Ela insistia.— Chato — ela cantarolava no banco de trás.Ele riu dando partida. Ana mostrava a língua bem perto do rosto do meu chefe, os meus olhos salvaram em espanto e a estapeei a fazendo rir e cair no banco outra vez. Igor me olhou um pouco assustado, os seus movimentos eram calmos e um pouco calculados. Ri, e sentei-me novamente no banco como se nada estivesse a acontecer.Ele piscou — está bem... quero dizer, sente-se bem? — olhou para trás desconfiado.Ri sem jeito. — Estou.... é só, o dia foi bem agitado. — Clareei a garganta. — tinha uma mosca ai.. grhh... nojento. — ri nervosa.— é — riu — ele foi...— notei que a suas mãos pressionaram com mais força o volante.Um silêncio constrangedor instalou-se depois disso, olhei para a janela, sentindo o carro entrar em movimento a abri e um vento gelado porem agradável invadiu o carro. Encostei-me na porta vendo as luzes indo embora, alguns fios de cabelos ruivos meio cacheados dançavam com o vento forte e gélido da noite. Não me im
Joguei-me sobre a cama analisando o penteado bem elaborado que bah insistia em fazer em mim no dia do casamento. E eu como sempre achava aquilo uma tolice, mas diante de tanta insistência rendi-me a chatices e birras da minha amiga. O penteado era uma trança lateral com flores-do-campo pequenas com botões de cravos, enrolados no meio da trança. Entortei o canto da boca, barbara bufou. Suas mãos delicadas batiam no quadril em posição de alerta. – O que?! — estava irritada. Segurei o queixo com uma das mãos — não acha... que está um pouco assim...— Gemi — exagerado? — Sorri de forma sutil. Ela riu sem graça alguma, se voltou para o computador me dando a visão nítida das suas costas seminuas. Infelizmente a época de neve já havia passado, e o tempo estava voando muito rápido, E com ele as mudanças na minha vida. Suspirei observando-a procurar outra vez um penteado simples e moderno para a cerimónia no Civil. Joguei-me sobre a cama pensando em tudo o que já me havia acontecido desde o
Depois do almoço decidi olhar as opções de penteados que ele havia separado para mim.E só após ouvir todo o blá blá blá da minha amiga, ela finalmente decidiu que ia comprar bolinhos. Ri da sua bipolaridade, mas foi a hora perfeita para falar com a agente do banco. Abri o e-mail e me obriguei a digitar:"Boa tarde, Venho por meio deste informar que a dívida em questão será paga antes do final do mês, 08/16. A forma de pagamento será em depósito bancário na agência em questão. Desde já agradeço,Atenciosamente, Bianca keppener."Olhei para o e-mail. — Não... melhor não enviar agora. — Mordi a boca.Suspirei fitando a vidraça ao longe, logo acima da cabeceira da cama. O céu tinha grandes nuvens brancas com um nítido alaranjando e rosa entre elas, um presentinho dado pelo pôr do sol no bairro de manhattan. Abri uma aba a mais na barra de pesquisas, fazia algum tempo que não entrava em redes sociais, por falta de tempo e por não querer conversar com ninguém. Mas depois de uns tempos pa
Depois de alguns minutos de conversa desliguei a ligação, o fato de minha minha madrinha não estar comigo nesse dia o tornaria mais difícil e duro ainda para mim. Pensava que com a sua presença, talvez com o seu carinho de mãe, pudesse aliviar o tal fardo que me abriguei a aguentar. Pressionei com força o aparelho entre os dedos, então finalmente o pus no bolso da jaqueta. Caminhei um pouco depois disso, precisava de ar puro. E apesar de ser quase meio-dia não sentia fome alguma, então obriguei-me a caminhar sozinha pelo Central Park, sentindo a brisa passar entre meus cabelos, que vez ou outra se agitava e se chocava contra o meu rosto pálido e sem graça alguma. Notei que pessoas corriam com fones nos ouvidos naquele início de tarde, muitas delas não ligavam a mínima para mim ou simplesmente não me notavam por estarem distraídas demais com seus exercícios rotineiros. E isso era reconfortante para mim. Ser invisível. Depois que se aprende a ser invisível a todos, ser notado
Ela gemia nos meus braços, enquanto a carregava até o seu quarto, não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e talvez os meus instintos de tentar proteger dessa vez não faria com que se acalmasse, de modo a termos uma conversa tranquila.Entrei no quarto olhando a cama analisando tudo ao redor, seu corpo trêmulo fazia contato direto com o meu, de um modo que a minha pele formigava de uma forma estranha.Debrucei-me sobre o seu corpo com uma das pernas apoiadas na beirada da cama no intuito de acomodá-la melhor o possível.Estava apavorado, nunca havia visto alguém no mesmo estado em que Bianca se encontrava, os seus gemidos e murmúrios eram de alguém com uma dor profunda e reprimida. Alisei os seus cabelos ruivos sobre a pele avermelhada de tanta força que fazia para conter os seus gritos contra o travesseiro de penas. Barbara chorava silenciosamente encostada no batente da porta, a olhei sibilando o que estava acontece
AgoraCarlos parou o carro, olhei lentamente para a porta da igreja. Flores com arranjos se espalhavam por todos os lados na entrada. Fechei os olhos tentando não chorar, com as mãos trêmulas, agarrei-me ao carro. Carlos tentou abrir a porta e eu não o impedi. Mas, pude perceber o seu sorriso sumir ao olhar-me nos olhos. Solucei enxugando as lágrimas — pode me dar alguns minutos? — ele assentiu.Respirei fundo olhando para a porta da igreja, uma mulher de vermelho com uma espécie de prancheta na mão acenava. — Quando eu me casei também fiquei nervoso. — O olhei surpresa. — Achei que iria desmaiar quando vi minha rosa Maria naquele vestido de renda. Mas, então eu encontrei os seus olhos, e uma paz tomou conta de mim...— sorriu.— Não sabia que era casado... —— E tenho dois filhos, senhora. — Beijou um cordão.Olhei para a mulher na porta da igreja, reprimi um grito.Carlos se abai
Zanzei pelo apartamento por um longo tempo, bah falava ao telefone e Katherine digitava algo em seu tablet. As olhei sem emoção alguma, as duas pareciam tão ansiosas pelo grande dia que, por um segundo, cheguei a compartilhar do mesmo sentimento de euforia. Mas para o meu bel-prazer. Essa euforia toda durou apenas alguns minutos.Era estranho ter que deixar a minha casa, minha vida e tudo o que havia construído de lado por um ano. Só para viver uma farsa, com um homem arrogante e que com toda a certeza iria me fazer querer pedir o divórcio em menos de um mês.Me inclinei sobre o sofá, Grey’s anatomy passava na TV, era minha série de médico favorita. Olhei para mim mesma, aquele era o meu último dia de solteira, o último dia para ser quem eu era. não que fosse grande coisa ser eu. Minha vida não passava de séries, livros, comida e sono. Antigamente havia um ‘trabalhar' no meio da lista, mas Igor já havia tirado isso de mim também.<
Um babac* de argola no nariz tentava me agarrar, o empurrei e mais flashes surgiam do nada. Seu cheiro era de vinho barato — eu vi que você estava me encarando princesa... —— Me solta idiot*! — gritei.— Não se faz de santa, safad*. Sei que você me quer... — desceu suas mãos pelas minhas pernas. — Vou te deixar molhada — senti um volume cutucar minha bund*.Senti nojo.O chutei — eu disse pra me soltar! —Mais flashes surgiram, o olhei gemer palavrões, tentei controlar-me, a música alta e as luzes estavam-me deixando tonta, parecia que tudo ao redor ia explodir. Ele se recompôs e caminhou na minha direção. — Sua vadiazin*...— encolhi-me, então eu ouvi o barulho de algo colidindo no chão e logo após o barulho de copos sendo estilhaçado no chão. Cobri a boca ao perceber quem era o outro brutamontes brigando com o babac* do bar. Uma roda de pessoas abriu-se e eu me limitei a ficar em estado de choque parad