Amor Inesperado pelo Chefe do meu Pai
Amor Inesperado pelo Chefe do meu Pai
Por: LUCIANA SILVAH
capítulo 1-Encontro frustrado

Angie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”.

Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento.

_Meu pai já está em casa ?. Perguntou .

-Não filha , ele ainda está no trabalho .

Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai.

— Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente.

Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação.

— Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom patrão. Ele paga direitinho e sempre paga as horas extras que seu pai faz. Além disso, ele nos deu todos os benefícios, até plano de saúde.

Angie fez um gesto impaciente com as mãos, como se a explicação da mãe não fosse suficiente para acalmá-la.

— Isso é dever dele! O tempo da escravidão acabou, mãe. — Ela cruzou os braços, claramente revoltada com a ideia de que o trabalho excessivo fosse visto como algo normal.

Natália suspirou, vendo que sua filha não estava disposta a entender a complexidade da situação. Ela não queria entrar em um debate sobre isso naquele momento, mas sabia que a visão de Angie ainda estava moldada por um idealismo juvenil, longe da realidade do mundo adulto.

- Vamos jantar só nós duas. Quando seu pai chegar, eu esquento a comida dele — disse Natália, com um tom suave, percebendo que a conversa sobre o trabalho do pai de Angie estava tomando um rumo que ela preferia evitar. Sabia que sua filha tinha uma personalidade forte e, se não interviesse, ela passaria o resto da tarde criticando o patrão do seu pai.

Angie deu de ombros, não querendo mais continuar o assunto.

— Está bem, estou morrendo de fome — respondeu, com uma leve irritação na voz, enquanto se sentava à mesa.

Natália percebeu a mudança no tom da filha e sorriu levemente, aliviada por não precisar mais lidar com a tensão. Ela sabia que, em alguns momentos, Angie podia ser um pouco impulsiva e que a juventude ainda a fazia enxergar as coisas de uma maneira muito idealizada. Natália, por outro lado, sempre tentava trazer um pouco mais de realismo para as situações.

Logo depois, após o jantar ,ela subiu as escadas para seu quarto. A noite estava chegando, e ela precisava se preparar para o encontro com Mark.

No quarto, ela se movia com agilidade, escolhendo cuidadosamente o que vestir. O tempo passava rapidamente enquanto ela ajeitava os detalhes, como o cabelo e o toque final de maquiagem. Cada gesto era uma pequena ansiedade, uma antecipação pela noite que a aguardava. Quando o relógio marcou a hora, ela respirou fundo, sentindo a adrenalina de quem espera por algo especial.

Uma hora depois, o som de um carro estacionando na frente da casa a fez sorrir. Mark estava chegando. Angie se olhou no espelho, ajustou o que faltava e, com um suspiro, desceu as escadas. O encontro que ela tanto aguardava estava prestes a começar.

_Entre, Mark. – disse Natália, mãe de Angie, com um sorriso acolhedor.

_Angie está se arrumando, daqui a pouco ela desce.

_Obrigada, senhora Natália. – respondeu Mark, entrando na sala com passos tranquilos.

_Quer tomar alguma coisa enquanto espera a minha filha?

_Não, senhora, eu estou bem. – Mark respondeu educadamente, com um leve sorriso..

Angie desceu , despediu-se de sua mãe e entrou no carro de Mark com um sorriso largo no rosto, a animação estampada em seus olhos. O cheiro do carro e a sensação de estar ao lado dele a faziam se sentir leve e feliz.

_Aonde vamos? – perguntou ela, curiosa, enquanto se ajeitava no banco ao seu lado.

_Ao restaurante Cobby J. – respondeu Mark, com um sorriso discreto.

_Que bom sair com você... – disse Angie, olhando para ele com carinho. A ideia de uma noite tranquila juntos parecia perfeita.

Mas, antes que ela pudesse se acomodar completamente, Mark interrompeu seus pensamentos.

_Ah, esqueci de te dizer, mas o Jack e a Suzy vão com a gente. – ele falou casualmente, sem perceber o impacto das palavras.

Angie o olhou surpresa, sentindo uma leve frustração tomar conta dela.

_Como assim? – perguntou, com um tom de incredulidade. Achei que fôssemos só nós dois, uma noite romântica. De novo chamando companhia? Não bastava a minha presença?

Mark respirou fundo, claramente tentando evitar uma discussão, e olhou para ela com calma.

_Para com isso, Angie. Eles são nossos amigos. Não começa. – disse ele, mantendo a voz firme, mas sem perder a paciência.

Angie se recostou no banco, tentando esconder a decepção. Ela queria muito um momento íntimo com Mark, mas parecia que a ideia de sair com os amigos dele sempre se impunha.

- Eles não são meus amigos, são seus amigos! – disse Angie, enfatizando a última parte, a frustração evidente em sua voz. Ela fez uma pausa, olhando para Mark antes de continuar. – Poxa, hoje era um momento só nosso, e você trouxe os dois a tira-colo. Parece que não gosta de estar comigo.

Mark sentiu o tom magoado nas palavras dela e, tentando acalmar a situação, respondeu rápido:

- Não é isso! Eu só queria tornar a noite mais agradável, com mais pessoas... – ele tentou se justificar, mas percebeu que Angie não parecia nada contente com a ideia.

Ela ficou em silêncio por um momento, claramente chateada, e Mark, notando a expressão dela, tentou amenizar a situação.

- Olha, na próxima vez, eu prometo que deixo você cuidar de tudo e vamos só eu e você, tá? – disse ele, com um tom mais suave. – Agora, eu já os convidei, fica chato desconvidar, né? Muda essa cara, por favor..

Mesmo relutante, Angie não podia continuar contrariando. Ela suspirou fundo e tentou disfarçar o desconforto. Era difícil, mas no fundo, ela sabia que Mark só queria agradar a todos. Ela se forçou a dar um sorriso forçado.

- Tá...– disse ela, ainda um pouco insatisfeita.

Eles chegaram ao restaurante, e como Mark havia mencionado, Jack e Suzy já os esperavam na entrada. Ao vê-los, Angie se forçou a ser educada, mas seu coração ainda estava com um gosto amargo da noite que ela imaginava diferente.

Angie e Mark se acomodaram na mesa do restaurante, onde seus amigos já estavam animadamente conversando e rindo. O ambiente era acolhedor, com luzes suaves e o aroma de pratos deliciosos no ar. No entanto, Angie não conseguia relaxar. Seu olhar se fixou em uma das amigas de Mark, que parecia ter um brilho especial nos olhos ao falar com ele.

Enquanto a conversa fluía, Angie sentiu um nó no estômago. A maneira como a amiga de Mark o olhava, com um misto de admiração e carinho, a deixou inquieta. Ela percebeu que havia algo mais do que amizade naquele olhar, e isso a fez se sentir deslocada. Tentando se envolver na conversa, Angie forçou um sorriso, mas a insegurança a acompanhava, tornando difícil aproveitar a noite. A mesa estava cheia de risadas, mas para Angie, o clima estava carregado de uma tensão que ela não conseguia ignorar.

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