_Isso não justifica o que aconteceu. disse o diretor, a voz grave e autoritária. _Vou liberar você Angie Vá para casa e esfrie a cabeça. Aliás vocês três estão dispensados.
As palavras dele cortaram o ar, e a sensação de derrota parecia pesar sobre todos ali. O diretor, tentando manter a calma em meio ao caos, fez um gesto para que todos se retirassem. Mark, ainda atônito, olhou uma última vez para Angie, mas sabia que as consequências já estavam além de qualquer explicação. Angie falou apenas algu palavras para eles: _Não precisam fazer mais nada pelas minhas costas , Suzy ele é todo seu , uma vez traidor sempre traidor . Depois virou as costas e foi embora com o pingo de dignidade que lhe restava . O olhar de ódio no rosto de Angie ,fez Mark perceber que cometeu um erro irremediável . _Deixa ela ir Mark. Disse Suzy . _Não me toque ,olha o que você fez . _Eu fiz , nós fizemos Mark , você é tão culpado quanto eu . _Você sabia que eu namorava e mesmo assim sempre dava em cima de mim , quem sabe você não me embriagou de propósito para me levar para a cama. _Não venha com essa, você bem que gostou não se faça de inocente . Falou Suzy . _Eu não quero ver você entendeu , desaparece da minha frente . Angie chegou em casa arrasada, com os olhos inchados e o semblante perdido. Sua mãe, preocupada, a olhou atentamente e, com uma voz suave, perguntou o que havia acontecido. Angie respirou fundo, tentando controlar as lágrimas, e, com a voz trêmula, começou a explicar o que tinha acontecido. Ela contou sobre a traição de Mark, como havia descoberto tudo e como isso a havia destruído por dentro. Cada palavra parecia pesar como um tijolo, mas ela precisava desabafar. A dor em seu coração transbordava em cada frase que saía de seus lábios. _Eu sempre te alertei, filha_disse Natália, com uma expressão de tristeza e preocupação. _Algo me dizia que esse garoto iria te machucar. Ela a olhou com um olhar de compreensão, como se soubesse que, por mais que tivesse tentado evitar, a dor de Angie era inevitável. Natália abraçou a filha com força, tentando transmitir um pouco de conforto, mas suas palavras, embora recheadas de dor, eram também um reflexo do amor e da proteção que ela sempre quis oferecer. Angie chorou nos braços de sua mãe, o peso da dor finalmente transbordando. Cada lágrima parecia levar um pouco do amor que ela havia dedicado a Mark. Natália a acariciou, oferecendo o consolo silencioso de uma mãe que sabia que não havia muito o que dizer, apenas estar ali. Após algum tempo, Angie se levantou, enxugando as lágrimas e, com o rosto marcado pela tristeza, subiu para o seu quarto. Sozinha, com o coração apertado, ela começou a rasgar todas as fotos com Mark, como se cada pedaço de papel fosse um lembrete da dor que não queria mais carregar. As imagens de momentos felizes agora pareciam distantes e irreais. Ela então pegou o celular, deletou todas as mensagens trocadas entre eles, tentando apagar de vez as lembranças que ainda a assombravam. Com um suspiro profundo, tomou uma decisão: deixar tudo para trás, seguir em frente, mesmo que fosse difícil. Ela sabia que era o único caminho para começar a se curar. Os dias passaram devagar e dolorosamente, como se o tempo se arrastasse diante dela. A cada amanhecer, Angie sentia um peso no peito, sabendo que teria que enfrentar o Mark novamente no colégio. Ver seu rosto, ouvir sua voz, tudo parecia um constante lembrete da dor que ela ainda não conseguia superar. Cada olhar furtivo dele, cada sorriso que ela sabia ser falso, era como uma facada no coração. O emocional de Angie estava se esvaindo, e ela não sabia quanto mais conseguiria suportar aquilo. A escola, que antes era um lugar de rotina, agora se tornava um campo de batalha silencioso, onde ela lutava todos os dias contra suas próprias emoções. A dúvida a consumia: até quando ela conseguiria aguentar a presença de Mark sem que isso a destruísse por completo?. Estava quase no fim do segundo bimestre, e as férias de julho se aproximavam, trazendo uma esperança renovada para Angie. Ela sabia que alguns dias longe de tudo e todos fariam bem, uma pausa para respirar e se afastar da dor que a consumia. O simples pensamento de estar em um lugar tranquilo, sem a presença de Mark, a fazia sentir um alívio instantâneo. Já em casa, seu pai, que soubera de tudo pela sua esposa no mesmo dia do ocorrido, a procurou para conversar. Ele, com a intenção de oferecer um pouco de conforto, lhe contou que a empresa lhe proporcionaria férias em um resort de luxo e que cobriria as despesas deles três. Angie, surpresa, sentiu uma onda de gratidão. Pela primeira vez, ela achou algo bom no patrão de seu pai, uma pessoa que, até aquele momento, ela sempre criticara sem sequer conhecer direito. Agora, ela reconhecia que ele havia sido generoso, oferecendo uma oportunidade de descanso e recuperação para a família. Isso a fez perceber que, às vezes, as primeiras impressões podem ser equivocadas, e que até mesmo as pessoas que ela menos esperava poderiam trazer algo positivo para sua vida. Angie não deu nenhuma bola para as tentativas de Mark de se reconciliarem, ela não consegue perdoar a traição dele , embora ainda o amasse, estava muito magoada e decepcionada para sequer falar com ele, ela sempre fora muito firme em suas decisões e uma vez que decidisse algo ,jamais voltaria atrás . As Férias de julho finalmente chegaram . — Finalmente, uns dias de férias! Que bom! — disse Angie, aliviada. — Filha, já arrumou as malas? — perguntou seu pai, entrando no quarto dela. — Já sim, papai! — respondeu ela, com um sorriso. — Que bom te ver assim animada, minha filha. Ah, e eu esqueci de te falar, à noite temos um jantar com o senhor Robert. — Ah, não, pai! Eu não quero passar a noite jantando com o seu patrão, né! — exclamou Angie, fazendo uma careta. — Filha, eu já me comprometi. Ele quer conhecer minha esposa e minha filha pessoalmente. Faça isso por mim, por favor. — insistiu o pai, com um tom mais sério. Angie sabia o quanto aquele jantar era importante para seu pai, então, com um suspiro, acabou concordando. Então, partiram para o resort. Após a longa viagem de carro em um dia quente, Angie finalmente chegou ao resort. Assim que pôde, colocou seu biquíni e se dirigiu à piscina. Embora nunca tivesse usado sua aparência para obter vantagem, Angie era uma jovem muito bonita, com um corpo bem definido, cabelos claros e um pouco compridos. Ela não podia evitar que chamasse a atenção de qualquer homem ao seu redor. Já na piscina , ela percebeu que enquanto passava seu bronzeador , um jovem muito bonito a olhava despreocupado. Ela não deixou de notar o seu corpo levemente malhado e abdômen definido, olhar sedutor e dono de uma presença importante . Ela pela primeira vez se sentiu desejada novamente , mais não foi falar com ele e nem ele foi falar com ela , só trocaram olhares indiscretos. Após algum tempo na piscina ela resolveu voltar para o quarto, já havia tomado sol suficiente para aquele dia , decidiu dormir um pouco ,já que a noite teria que acompanhar seus pais para um jantar entediante com o patrão de seu pai ,ela sabe como esses velhos poderosos gostam de pontualidade .Enquanto Robert se afastava, Angie permaneceu no restaurante, ainda sentada à mesa com seu pai. Mas sua mente estava longe, perdida em pensamentos. Ela observava o movimento do restaurante, mas sua mente estava focada em tudo o que havia acontecido naquela noite. _Eu acho que estava errada sobre ele,_pensou Angie, enquanto passava os dedos pela borda de seu copo de água, refletindo sobre suas primeiras impressões de Robert. _Talvez eu tenha julgado sem razão..._ A imagem do sorriso de Robert, sua resposta sincera à sua sinceridade, e a maneira como ele a tratou sem nenhuma fachada, começaram a mudar sua visão sobre ele. Eu preciso saber mais sobre ele. Ela não estava mais tão certa de que ele fosse o chefe frio e distante que ela havia imaginado. Sim, ele era diferente do que ela esperava, mas em um sentido que ela não conseguia explicar totalmente. Era como se, em algum momento, ele tivesse se mostrado mais humano do que o estereótipo que ela havia criado em sua mente. Angie olhou
Robert finalizou a ligação com um suspiro e se clamou, retornando para a mesa com passos firmes. Angie, sem conseguir conter sua curiosidade, casualmente olhando para ele, os olhos fixos, como se buscasse entender o que se passava em sua mente. Quando se acomodou, observa que Angie não conseguiu desviar os olhos dele. O olhar dela era profundo, curioso, como se estivesse tentando decifrar algo que ele ainda não havia revelado. Mas, ao contrário do que poderia parecer, ele também não conseguia tirar os olhos dela. Algo entre eles pareciam suspensos no ar, como uma conversa não dita. Enquanto seus pais conversavam e admiravam o ambiente sofisticado do restaurante, os dois continuavam a se observar em silêncio, cada um perdido na presença do outro. _Então, Angie, me fale sobre você. Tudo o que eu sei foi seu pai quem me contou, mas eu gostaria de ouvir de você. Robert falou, a voz suave, mas cheia de um interesse genuíno. Seus olhos permaneciam fixos nela, tentando capturar cada nuance
Angie deitava tranquila à beira da piscina, o som suave da água e o calor do sol criando o ambiente perfeito para relaxar. Ela estava aproveitando a paz que aquele momento proporcionava, sem pressa, sem preocupações. "Talvez ele esteja trabalhando," pensou, referindo-se a Robert, já que não o viu por ali. "Bem, vou curtir sozinha mesmo." A ideia de passar o dia tranquila, sem pensar em nada além do momento presente, parecia a melhor escolha . Ela se acomodou melhor na espreguiçadeira, tirando o óculos de sol para deixar os raios de sol tocarem seu rosto. Era um daqueles momentos em que se sentia em sintonia com o lugar, uma sensação de liberdade que a fez sorrir sozinha. Porém, sua paz foi interrompida quando um homem se aproximou de sua espreguiçadeira. Ela percebeu que ele estava se aproximando com uma postura descontraída, mas logo entendeu que sua intenção era bem diferente. Ele parou ao seu lado e, com um sorriso um tanto excessivo, começou a falar. — Oi, tudo bem? Não pu
Angie, que também percebeu que reagiu de maneira mais ríspida do que gostaria, respirou fundo. Ela não queria parecer rude com ele, especialmente depois da forma como ele havia a defendido. Por isso, se recompôs rapidamente e olhou para Robert com um olhar mais suave. — Olha, me desculpe... Eu não deveria ter falado assim. — Ela fez uma pausa, sentindo um nó no peito. — Isso é um assunto um pouco dolorido... Eu tinha um namorado, mas terminamos, e não foi de maneira amigável. Robert a observou com atenção, percebendo a sinceridade em suas palavras. Ele não quis pressioná-la mais, respeitando o espaço que ela parecia precisar, e apenas acenou com a cabeça, compreendendo o que ela estava dizendo. — Entendo, Angie. Não quero trazer à tona algo que te faça sentir mal. Sinto muito por ter tocado nesse ponto — disse ele, com um tom mais suave agora, querendo transmitir a ela que respeitava seus sentimentos. Angie sorriu levemente, sentindo-se um pouco mais aliviada por poder falar abert
— Acho que todos nós gostaríamos de ter um pouco mais de tempo para as coisas que realmente importam.Ele olhou para Angie com um sorriso leve e acrescentou:_E quem sabe seu pai não começa a se permitir mais momentos de descanso.Angie sorriu de volta, grata pela compreensão de Robert. A conversa com ele era sempre agradável.Angie, sentindo que a conversa estava se desenrolando de maneira mais leve e sincera, decidiu mudar a dinâmica. Ela deu uma risada leve, como se estivesse se permitindo sair de sua zona de conforto, e disse:— Eu estou em desvantagem aqui! Você sabe quase tudo sobre mim e eu não sei nada sobre você, Robert. Porque não muda isso?Robert a olhou com um sorriso divertido, surpreso com a ousadia dela, mas ao mesmo tempo, achando aquilo refrescante. Ele sempre estava acostumado a ser o mais reservado nas conversas, mas Angie parecia querer virar as coisas do avesso.— Então você quer que eu abra o jogo, é isso? — perguntou Robert, com um tom brincalhão.Angie fez um
Angie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”. Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento._Meu pai já está em casa ?. Perguntou .-Não filha , ele ainda está no trabalho .Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai.— Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente.Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação.— Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom patrã
Ela já havia conversado com Mark sobre seus sentimentos em relação a Suzy. Mark sempre a tranquilizava, dizendo que conhecia Suzy desde antes de Angie e que nunca houve nada além de amizade entre eles. Ele tentava convencê-la de que não havia motivo para ciúmes, mas Angie não conseguia afastar a sensação de desconforto. Para ela, a conexão entre os dois parecia mais intensa do que ele admitia, e isso a deixava insegura. Apesar das palavras de Mark, a presença de Suzy a fazia sentir que havia algo mais ali, algo que ela não conseguia ignorar. A conversa que tiveram não parecia suficiente para acalmar suas preocupações, e a dúvida continuava a pairar sobre sua mente enquanto tentava se concentrar na noite com os amigos. Angie tentava se convencer de que estava apenas vendo coisas e que seus ciúmes eram a verdadeira fonte de sua insegurança em relação a Suzy. Ela se repetia que não havia motivos para rivalizar com a amiga de Mark, que, segundo ele, era apenas uma boa amiga. No en
Angie não conseguia acreditar no que via. As palavras pareciam não fazer sentido, e o mundo ao seu redor havia se tornado irreconhecível. Ela segurava o celular com as mãos trêmulas, os olhos fixos na tela, onde uma foto a encarava com uma frieza cruel. Mark, seu namorado, estava ali, claramente beijando Suzy. O sorriso de Suzy, tão familiar e tão sedutor, estava estampado junto ao rosto de Mark, e a cena a fez gelar por dentro. A dor foi imediata, como uma faca cortando fundo. Era como se o ar tivesse sumido. Suzy... A mesma Suzy que Angie sempre desconfiara que tinha sentimentos por Mark, mas ele sempre havia insistido com um sorriso tranquilizador: “É só uma amiga, Angie, você está exagerando.” Ele tinha dito isso tantas vezes, e ela acreditara, mesmo com aquele aperto no peito sempre que Suzy estava por perto. Mas agora, ali, naquela foto, não havia mais espaço para dúvidas. Mark a havia mentido, e Suzy... Suzy sempre esteve ali, mais perto do que Angie jamais imaginou. Angie