capítulo 7- Encontro agradável

Robert finalizou a ligação com um suspiro e se clamou, retornando para a mesa com passos firmes. Angie, sem conseguir conter sua curiosidade, casualmente olhando para ele, os olhos fixos, como se buscasse entender o que se passava em sua mente.

Quando se acomodou, observa que Angie não conseguiu desviar os olhos dele. O olhar dela era profundo, curioso, como se estivesse tentando decifrar algo que ele ainda não havia revelado. Mas, ao contrário do que poderia parecer, ele também não conseguia tirar os olhos dela. Algo entre eles pareciam suspensos no ar, como uma conversa não dita. Enquanto seus pais conversavam e admiravam o ambiente sofisticado do restaurante, os dois continuavam a se observar em silêncio, cada um perdido na presença do outro.

_Então, Angie, me fale sobre você. Tudo o que eu sei foi seu pai quem me contou, mas eu gostaria de ouvir de você. Robert falou, a voz suave, mas cheia de um interesse genuíno. Seus olhos permaneciam fixos nela, tentando capturar cada nuance de sua expressão.

Angie demorou um instante para responder, claramente surpresa pela pergunta direta. Ela não sabia bem como reagir, mas algo na forma como ele a observava fazia com que ela se sentisse desarmada, como se a conversa fosse mais do que uma simples troca de palavras.

Aqui está a cena completa com a continuação:

"Então, Angie, me fale sobre você. Tudo o que eu sei foi seu pai quem me contou, mas eu gostaria de ouvir de você," disse Robert, com um olhar atento e curioso, como se realmente quisesse entender quem ela era.

Angie demorou um momento para refletir sobre a pergunta. Sabia que era o momento de deixar tudo às claras, de ser sincera, e finalmente colocar para fora o que pensava. Ela respirou fundo e, com um olhar direto para ele, respondeu:

_Sinceramente, senhor Robert, eu achava que o senhor seria mais velho, talvez com uns quarenta anos ou mais, e que fosse um chefe sem coração, já que sempre prende meu pai até tarde no escritório e eu mal consigo vê-lo em casa_ disse Angie, sem hesitar. Sua sinceridade foi instantânea, e as palavras que saiu de sua boca não foram nada filtradas.

A reação de Robert foi imediata, mas antes que pudesse falar, seu olhar se voltou para o pai de Angie. O homem estava visivelmente desconfortável, engasgando-se com a bebida e tentando disfarçar a surpresa. Não imaginava que sua filha fosse tão direta, ainda mais com um comentário tão pessoal e ousado para um chefe.

Robert, por sua vez, manteve a compostura, mas algo na fala de Angie o atingiu de forma inesperada. Ele se sentiu desconcertado por um instante, mas, ao mesmo tempo, a franqueza dela parecia ter quebrado uma barreira invisível entre eles.

_Bem, Angie,_Robert respondeu, tentando recuperar o ritmo da conversa, _acho que nem todos os estereótipos se aplicam, não é? Talvez eu seja mais jovem do que você imaginava e talvez eu me preocupe com mais coisas do que o trabalho._ Ele sorriu levemente, tentando aliviar o clima tenso.

O pai de Angie apenas sorriu timidamente, ainda sem palavras, enquanto Angie, por sua vez, parecia mais aliviada. Ela havia colocado suas cartas na mesa, sem saber o que isso causaria, mas sentia que o ambiente, por mais desconfortável, agora estava mais aberto.

Robert, por um momento, ficou em silêncio, observando Angie com uma expressão que misturava surpresa e uma curiosidade crescente. Ele gostou da ousadia e sinceridade dela. Muitas pessoas ao seu redor, especialmente no ambiente corporativo, costumavam falar palavras aparentemente gentis, mas carregadas de bajulação e falsidade. Era uma rotina com a qual ele já estava acostumado, mas ouvir Angie, tão jovem e direta, falando o que pensava sem se preocupar com sua posição, foi algo que o impressionou profundamente.

Ele não conseguiu deixar de admirar a confiança dela. Ela não estava tentando agradá-lo, nem buscando uma forma de conquistá-lo, ela simplesmente dizia o que sentia, sem medo das consequências. Isso a tornava, aos seus olhos, muito mais interessante do que qualquer elogio vazio.

_Você tem coragem, Angie, __ele disse, com um sorriso sutil, agora mais relaxado. _Poucos têm a audácia de falar o que realmente pensam, especialmente quando a pessoa com quem estão falando ocupa uma posição como a minha._ Ele deu um leve sorriso, quase como um reconhecimento. _Eu aprecio isso.

O pai de Angie, que ainda estava tentando digerir a sinceridade da filha, agora se sentiu um pouco mais aliviado. Ele sabia que sua filha tinha sempre sido franca, mas, naquele momento, parecia que Robert realmente apreciava isso.Angie, por sua vez, sentiu que a tensão na mesa havia diminuído. Ela não sabia bem o que aquilo significava, mas sabia que, pela primeira vez, estava sendo ouvida de uma forma diferente. Talvez sua sinceridade tivesse aberto um caminho para algo novo, mas ela preferiu não pensar demais sobre isso e apenas deixou a conversa fluir e aquilo a estava fazendo pensar diferente do que pensava sobre o chefe do seu pai.

A noite seguiu de maneira mais agradável, como se a tensão inicial tivesse desaparecido. Todos estavam se sentindo bem na presença uns dos outros, a conversa fluía naturalmente e o ambiente, antes tenso, agora parecia leve e descontraído. Angie, embora ainda pensativa sobre o que havia acontecido, não podia negar que a companhia de Robert e de seu pai estava sendo, de alguma forma, agradável. O pai de Angie também parecia mais relaxado, e até o sorriso que ele sempre mantinha em seu rosto se tornou mais genuíno.

Quando o relógio marcou 11 horas, Robert olhou para o relógio no pulso e, com um sorriso, pediu desculpas, interrompendo a conversa.

— Desculpem-me, pessoal, mas infelizmente tenho que ir embora. — Ele se levantou da cadeira e, com um gesto de educação, inclinou-se ligeiramente. — Fico feliz que a noite tenha sido agradável para todos, mas infelizmente o trabalho me chama.

Ele então fez uma pausa, olhando para os dois com uma expressão amigável.

— Por favor, não se preocupem com a conta — continuou ele, sorrindo. — Tudo será por minha conta. Fiquem à vontade para continuar a noite, eu insisto.

Angie e seu pai o olharam surpresos, especialmente considerando o estilo de Robert. A generosidade inesperada pareceu apenas mais um detalhe que fazia com que ele fosse diferente do que ela imaginava. Seu pai, por sua vez, apenas assentiu, agradecendo a gentileza de Robert, mas com uma leve expressão de desconforto.

— Muito obrigado, Robert. Fique à vontade para ir, entendemos perfeitamente. — disse o pai de Angie, tentando parecer descontraído.

Angie, ainda um pouco pensativa, apenas sorriu levemente.

— Obrigada pela noite, senhor Robert. — disse ela, com um tom genuíno, já se sentindo mais à vontade. — Foi bom passar esse tempo conversando.

Robert, com um último sorriso amigável, acenou e começou a caminhar em direção à saída do restaurante. Embora estivesse indo embora, parecia que algo havia mudado naquela noite. O ambiente que antes era carregado de formalidades e distância, agora estava mais próximo e confortável.

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