Angie entrou em seu quarto com o coração batendo descompassado, como se quisesse sair pela boca. A mente estava turbilhonada, uma mistura de incredulidade e uma euforia proibida que a envolvia completamente. Ela não conseguia acreditar no que acabara de acontecer – Robert, o chefe de seu pai, Robert… Eles haviam se beijado. Era surreal, como uma fantasia que se tornava real demais para ser ignorada. Ela fechou os olhos por um momento, lembrando-se do toque dele, da suavidade e da urgência que ele transmitira. A sensação queimava sua pele, e, por mais que o medo de se machucar novamente a consumisse, havia algo mais forte dentro dela, algo que dizia para seguir em frente. Um impulso irresistível. Apesar das dúvidas, da confusão, e das cicatrizes do passado, ela se deu conta de que não poderia se deixar paralisar. O medo não poderia ser mais forte que o que havia despertado nela naquele instante. Ela sabia que estava se arriscando, mas, pela primeira vez em muito tempo, sentia que vali
Angie sorriu ao ler a última mensagem de Suzy, sentindo-se um pouco mais leve. Fechou os olhos por um momento, permitindo-se sentir o conforto de saber que, apesar dos altos e baixos, sempre teria sua amiga ao seu lado. O peso do dia começava a cobrar seu preço, e o cansaço se instalava em seus ombros. Era hora de dormir. Ela desligou o celular, jogando-o na cama ao seu lado. Com um suspiro, se ajeitou no travesseiro e fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos que ainda zumbiam em sua mente. Mas, antes que o sono pudesse dominá-la, o impulso de pegar o celular novamente foi mais forte. Ela não sabia o que procurava, talvez apenas um pouco de distração, até que uma notificação chamou sua atenção. Sem querer, ela deslizou pela tela e abriu uma rede social. A página inicial carregou, e seus olhos se fixaram em uma foto que apareceu logo na sequência. Seu coração parou por um segundo. Era Robert. Ele estava em um evento, sorrindo ao lado de uma mulher loira. E a legenda? "Robert e
Quando saiu do quarto , sua mãe parecia mais animada que nunca. Ela já estava pronta para o dia, com um sorriso no rosto e a energia de sempre. Angie tentou seguir o fluxo, embora a preocupação com a possibilidade de esbarrar em Robert ainda estivesse presente em sua mente._Então, o que vamos fazer primeiro?"_disse sua mãe, animada._ podemos aproveitar a piscina, tem aquele barzinho que você adora..."Angie olhou para ela, tentando disfarçar a preocupação que ainda tinha. Não queria ser mal-educada, mas estava lutando contra a avalanche de sentimentos confusos. "Acho que... a piscina seria bom." Ela deu um sorriso sem muita convicção, mas queria manter as coisas leves._"Ótimo, então! Vamos aproveitar antes que o sol fique muito forte!_Seu pai disse, com um sorriso acolhedor. "Vamos curtir o dia e esquecer esses problemas por um tempo, filha."Angie assentiu, tentando se convencer de que, ao menos por hoje, ela poderia tentar deixar a dor de lado. Ao caminharem para a área da piscina
Angie se afastou sem olhar para trás. Robert ficou ali, parado, observando seus passos até que ela sumisse entre as árvores que cercavam o resort. O vento soprou leve, mas dentro dele o peso era esmagador. Ele sentia o gosto amargo da decepção — não por ter sido rejeitado, mas por saber que tinha falhado com alguém que, mesmo em tão pouco tempo, tinha tocado algo profundo dentro dele.Ela não merecia isso. Não depois de tudo que havia contado. Não depois de ter se aberto sobre a traição, sobre o medo de confiar de novo. E ele... ele, idiota, tinha deixado o passado e as amarras da família interferirem justamente quando deveria ter sido transparente.Robert passou a mão pelos cabelos, respirando fundo. Algo dentro dele se acendeu — uma certeza que até então ele tinha adiado enfrentar.Ele precisava resolver essa situação
Naquele fim de tarde, querendo apenas respirar longe de tudo, Angie decidiu ir até a praça perto do terminal. Era seu lugar seguro, onde costumava ler ou apenas ficar sozinha. Mas dessa vez, havia alguém esperando por ela.Robert.Ele estava encostado em uma árvore, com os ombros tensos e um olhar nervoso, como se estivesse esperando por algo ou alguém.Ela parou no meio da calçada, surpresa, e por um momento pensou em simplesmente voltar. Mas já era tarde demais — ele a havia visto.— Você de novo? — disse Angie, tentando disfarçar a surpresa, mas não conseguindo esconder a impaciência na voz.Robert deu um leve sorriso, sem graça.— Eu sei. Tô ficando repetitivo, né?— Bastante. — ela respondeu, cruzando os braços. — Não tem como você par
Angie não conseguiu se livrar da sensação de desconforto mesmo após o confronto com Mark. Cada vez que passava pelos corredores do colégio, ela sentia os olhares. Alguns curiosos, outros reprovadores, e alguns até cheios de compaixão disfarçada. Mas nada disso a afetava tanto quanto a forma como Mark continuava a aparecer nos lugares onde ela estava, tentando, de alguma forma, dar a entender que ainda havia algo entre eles.Ela sabia que ele não estava lá apenas para pedir desculpas. Ele queria que ela se sentisse culpada. Queria que ela voltasse, como se nada tivesse acontecido. Mas Angie não ia ceder a isso. Não mais.Era uma sexta-feira, e ela estava saindo do colégio quando viu Robert esperando perto do portão. Ele a viu, sorriu, e deu um leve aceno. Depois de todo o drama com Mark, a presença dele a deixava, de certa forma, mais tranquila. Ao menos ele parecia genuíno. Não estava ali para ganhar nada com ela, mas apenas para tentar construir algo real.— E aí, como foi o dia? — p
Angie olhou para ele, surpresa. Ela sabia que havia algo estranho naquela história, mas nunca imaginou que ele tivesse ido tão longe para resolver aquilo.— Você fez isso por mim? — ela perguntou, surpresa, mas também tocada.Robert deu um sorriso tranquilo.— Eu fiz porque, quando eu te conheci, percebi que não queria mais viver a vida que outros decidiram pra mim. Eu só queria te dar a verdade, e você merece isso.Angie olhou para ele por um momento, pensando. Ela nunca havia esperado algo assim, mas sentiu que, talvez, pudesse começar a acreditar em uma nova possibilidade para o futuro — um futuro onde ela não fosse definida por traidores do passado, mas por escolhas próprias.Ela suspirou e olhou para o horizonte, sentindo que, apesar de tudo, a vida estava dando uma chance para recomeçar.— Obrigada, Robert. Eu... Eu vou tentar acreditar. Em você, em nós.Ele sorriu, sentindo um alívio genuíno.— Eu sei que não é fácil, Angie. Mas vou estar aqui, pacientemente, esperando que você
— Sabe, Angie — disse ele, com aquele tom venenoso que ela conhecia tão bem —, eu sei de uma coisa curiosa. Algo que talvez você queira ver.Robert já endurecia o maxilar, como se soubesse o que viria.Mark tirou o celular do bolso, destravou a tela e virou para ela. A imagem era inconfundível: Robert, anos mais jovem, abraçado a uma mulher de cabelos escuros, sorrindo. Os dois pareciam íntimos, felizes. A legenda no canto inferior da foto dizia: “...Robert e sua noiva.”Angie reconheceu a imagem de imediato. Já tinha visto antes. Já sabia da história.Mas fingiu surpresa por um breve momento, apenas para ver até onde Mark iria.— Você sabia disso? — ele perguntou, baixando o celular lentamente, como quem deposita dinamite na mesa. — Ele já foi noivo. Isso mesmo. Você está confiando em alguém que sabe muito bem esconder partes inteiras da vida dele. Será que contou essa parte também? Ou você descobriu sozinha?Robert respirou fundo, se mantendo em silêncio. O olhar dele era fixo em An