— Sabe, Angie — disse ele, com aquele tom venenoso que ela conhecia tão bem —, eu sei de uma coisa curiosa. Algo que talvez você queira ver.Robert já endurecia o maxilar, como se soubesse o que viria.Mark tirou o celular do bolso, destravou a tela e virou para ela. A imagem era inconfundível: Robert, anos mais jovem, abraçado a uma mulher de cabelos escuros, sorrindo. Os dois pareciam íntimos, felizes. A legenda no canto inferior da foto dizia: “...Robert e sua noiva.”Angie reconheceu a imagem de imediato. Já tinha visto antes. Já sabia da história.Mas fingiu surpresa por um breve momento, apenas para ver até onde Mark iria.— Você sabia disso? — ele perguntou, baixando o celular lentamente, como quem deposita dinamite na mesa. — Ele já foi noivo. Isso mesmo. Você está confiando em alguém que sabe muito bem esconder partes inteiras da vida dele. Será que contou essa parte também? Ou você descobriu sozinha?Robert respirou fundo, se mantendo em silêncio. O olhar dele era fixo em An
Angie assentiu. E pela primeira vez em muito tempo, deixou-se simplesmente estar. Ali, naquele refúgio de verdades, onde o passado não batia à porta e o futuro ainda não exigia respostas, Angie e Robert encontraram algo raro: Paz. Mesmo que só por uma noite. A manhã estava calma, e o cheiro de café fresco preenchia o ar na pequena casa que Robert e Angie estavam compartilhando naquele momento. O sol começava a se infiltrar pelas cortinas, iluminando os pequenos detalhes do ambiente, criando uma atmosfera tranquila e acolhedora. Robert estava de pé na cozinha, preparando o café da manhã, quando seu celular vibrou na mesa. Ele olhou rapidamente para o número que apareceu na tela, e seu rosto mudou instantaneamente. A expressão tensa e o olhar fixo na tela indicavam que algo estava errado. — É do hospital — ele disse em voz baixa, mais para si mesmo, antes de atender. Angie, que estava sentada à mesa, observou ele de forma atenta, notando a mudança na postura dele. Algo estava pre
O silêncio que se seguiu foi pesado. Júlia não sabia como reagir. Ela estava acostumada a ter a última palavra, mas agora, as coisas eram diferentes.Robert, sentindo a tensão diminuir um pouco, se virou para sua mãe, ainda na cama.— Mãe... — ele disse, com um tom mais suave. — Eu estou aqui agora. Vamos lidar com isso juntos. Eu sei que foi difícil, mas nós vamos superar.Sua mãe olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas, e, pela primeira vez, algo no rosto dela suavizou.— Eu não queria que você me deixasse, Robert... não queria que isso acontecesse.Ele pegou sua mão, com um sorriso pequeno, mas sincero.— Eu estou aqui, mãe. E você não vai me perder.Angie observou o momento com um olhar compreensivo, e deu um passo atrás para dar espaço a Robert e sua mãe. Ela sabia que, agora, o que importava era a cura — para ele, para a mãe dele e, de alguma forma, para todos os envolvidos.Júlia, por sua vez, percebeu que, apesar de seus esforços, não tinha mais controle sobre a vida d
Depois da conversa tensa com sua mãe, Robert se sentou em um canto da sala, tentando processar tudo o que havia acontecido. O conflito entre o que ele queria e as pressões externas estavam esmagando-o. Ele sabia que precisava manter-se firme em sua decisão, mas uma parte dele ainda estava presa ao vínculo com a mãe e à memória de Júlia. Ele não podia negar que a relação deles tinha sido importante, mas, ao mesmo tempo, sabia que precisava cortar os laços para seguir em frente.Angie, que havia permanecido ao lado dele durante todo o momento, notou a expressão de exaustão no rosto de Robert. Ela se aproximou, colocando uma mão em seu ombro.— Robert, você fez a coisa certa. Não precisa se sentir culpado por escolher o que é melhor para você. Ninguém pode viver a vida dos outros, nem sua mãe, nem a Júlia. Você tem que pensar no seu próprio futuro, e isso é o que importa agora.Ele olhou para ela, seu olhar um pouco distante, como se estivesse se distanciando ainda mais do que estava aco
Angie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”. Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento. _Meu pai já está em casa ?. Perguntou . -Não filha , ele ainda está no trabalho . Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai. — Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente. Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação. — Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom
Ela já havia conversado com Mark sobre seus sentimentos em relação a Clara . Mark sempre a tranquilizava, dizendo que conhecia Clara desde antes de Angie e que nunca houve nada além de amizade entre eles. Ele tentava convencê-la de que não havia motivo para ciúmes, mas Angie não conseguia afastar a sensação de desconforto. Para ela, a conexão entre os dois parecia mais intensa do que ele admitia, e isso a deixava insegura. Apesar das palavras de Mark, a presença de Clara a fazia sentir que havia algo mais ali, algo que ela não conseguia ignorar. A conversa que tiveram não parecia suficiente para acalmar suas preocupações, e a dúvida continuava a pairar sobre sua mente enquanto tentava se concentrar na noite com os amigos. Angie tentava se convencer de que estava apenas vendo coisas e que seus ciúmes eram a verdadeira fonte de sua insegurança em relação a clara. Ela se repetia que não havia motivos para rivalizar com a amiga de Mark, que, segundo ele, era apenas uma boa amiga. No enta
Angie não conseguia acreditar no que via. As palavras pareciam não fazer sentido, e o mundo ao seu redor havia se tornado irreconhecível. Ela segurava o celular com as mãos trêmulas, os olhos fixos na tela, onde uma foto a encarava com uma frieza cruel. Mark, seu namorado, estava ali, claramente beijando clara . O sorriso de Clara, tão familiar e tão sedutor, estava estampado junto ao rosto de Mark, e a cena a fez gelar por dentro. A dor foi imediata, como uma faca cortando fundo. Era como se o ar tivesse sumido. Clara... A mesma Clara que Angie sempre desconfiara que tinha sentimentos por Mark, mas ele sempre havia insistido com um sorriso tranquilizador: “É só uma amiga, Angie, você está exagerando.” Ele tinha dito isso tantas vezes, e ela acreditara, mesmo com aquele aperto no peito sempre que Suzy estava por perto. Mas agora, ali, naquela foto, não havia mais espaço para dúvidas. Mark a havia mentido, e Clara... sempre esteve ali, mais perto do que Angie jamais imaginou. Angi
Angie se arrumou muito bem e foi com seus pais para o jantar com o figurão . Ela foi a contragosto ,mas foi . Ao chegar no restaurante do resort decidiu ir ao banheiro primeiro . _vão indo na frente , preciso ir ao toalete .disse ela aos seus pais . _Não demore filha . Disse a sua mãe . Angie entrou no banheiro, respirando fundo para tentar aliviar o desconforto que sentia. Ela estava longe de grandes perspectiva de uma noite cheia de conversas superficiais e olhares avaliadores, isso fazia sentir-se ainda mais inquieta e desconfortável . Ela se olhou no espelho, ajustou o cabelo e tentou se animar. No fundo, sabia que a situação era uma oportunidade para aprender e, quem sabe, até fazer boas conexões, mas a possibilidade de passar a noite só ouvindo seus pais falarem sobre trabalho com o Senhor Robert , o patrão de seu pai,a impedia de se empolgar. Ela lavou as mãos e foi em direção a mesa em que seus pais estavam . Ela ficou surpresa ao ver que o homem jovem que a estava o