O silêncio que se seguiu foi pesado. Júlia não sabia como reagir. Ela estava acostumada a ter a última palavra, mas agora, as coisas eram diferentes.Robert, sentindo a tensão diminuir um pouco, se virou para sua mãe, ainda na cama.— Mãe... — ele disse, com um tom mais suave. — Eu estou aqui agora. Vamos lidar com isso juntos. Eu sei que foi difícil, mas nós vamos superar.Sua mãe olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas, e, pela primeira vez, algo no rosto dela suavizou.— Eu não queria que você me deixasse, Robert... não queria que isso acontecesse.Ele pegou sua mão, com um sorriso pequeno, mas sincero.— Eu estou aqui, mãe. E você não vai me perder.Angie observou o momento com um olhar compreensivo, e deu um passo atrás para dar espaço a Robert e sua mãe. Ela sabia que, agora, o que importava era a cura — para ele, para a mãe dele e, de alguma forma, para todos os envolvidos.Júlia, por sua vez, percebeu que, apesar de seus esforços, não tinha mais controle sobre a vida d
Depois da conversa tensa com sua mãe, Robert se sentou em um canto da sala, tentando processar tudo o que havia acontecido. O conflito entre o que ele queria e as pressões externas estavam esmagando-o. Ele sabia que precisava manter-se firme em sua decisão, mas uma parte dele ainda estava presa ao vínculo com a mãe e à memória de Júlia. Ele não podia negar que a relação deles tinha sido importante, mas, ao mesmo tempo, sabia que precisava cortar os laços para seguir em frente.Angie, que havia permanecido ao lado dele durante todo o momento, notou a expressão de exaustão no rosto de Robert. Ela se aproximou, colocando uma mão em seu ombro.— Robert, você fez a coisa certa. Não precisa se sentir culpado por escolher o que é melhor para você. Ninguém pode viver a vida dos outros, nem sua mãe, nem a Júlia. Você tem que pensar no seu próprio futuro, e isso é o que importa agora.Ele olhou para ela, seu olhar um pouco distante, como se estivesse se distanciando ainda mais do que estava aco
Angie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”. Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento. _Meu pai já está em casa ?. Perguntou . -Não filha , ele ainda está no trabalho . Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai. — Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente. Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação. — Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom
Ela já havia conversado com Mark sobre seus sentimentos em relação a Clara . Mark sempre a tranquilizava, dizendo que conhecia Clara desde antes de Angie e que nunca houve nada além de amizade entre eles. Ele tentava convencê-la de que não havia motivo para ciúmes, mas Angie não conseguia afastar a sensação de desconforto. Para ela, a conexão entre os dois parecia mais intensa do que ele admitia, e isso a deixava insegura. Apesar das palavras de Mark, a presença de Clara a fazia sentir que havia algo mais ali, algo que ela não conseguia ignorar. A conversa que tiveram não parecia suficiente para acalmar suas preocupações, e a dúvida continuava a pairar sobre sua mente enquanto tentava se concentrar na noite com os amigos. Angie tentava se convencer de que estava apenas vendo coisas e que seus ciúmes eram a verdadeira fonte de sua insegurança em relação a clara. Ela se repetia que não havia motivos para rivalizar com a amiga de Mark, que, segundo ele, era apenas uma boa amiga. No enta
Angie não conseguia acreditar no que via. As palavras pareciam não fazer sentido, e o mundo ao seu redor havia se tornado irreconhecível. Ela segurava o celular com as mãos trêmulas, os olhos fixos na tela, onde uma foto a encarava com uma frieza cruel. Mark, seu namorado, estava ali, claramente beijando clara . O sorriso de Clara, tão familiar e tão sedutor, estava estampado junto ao rosto de Mark, e a cena a fez gelar por dentro. A dor foi imediata, como uma faca cortando fundo. Era como se o ar tivesse sumido. Clara... A mesma Clara que Angie sempre desconfiara que tinha sentimentos por Mark, mas ele sempre havia insistido com um sorriso tranquilizador: “É só uma amiga, Angie, você está exagerando.” Ele tinha dito isso tantas vezes, e ela acreditara, mesmo com aquele aperto no peito sempre que Suzy estava por perto. Mas agora, ali, naquela foto, não havia mais espaço para dúvidas. Mark a havia mentido, e Clara... sempre esteve ali, mais perto do que Angie jamais imaginou. Angi
Angie se arrumou muito bem e foi com seus pais para o jantar com o figurão . Ela foi a contragosto ,mas foi . Ao chegar no restaurante do resort decidiu ir ao banheiro primeiro . _vão indo na frente , preciso ir ao toalete .disse ela aos seus pais . _Não demore filha . Disse a sua mãe . Angie entrou no banheiro, respirando fundo para tentar aliviar o desconforto que sentia. Ela estava longe de grandes perspectiva de uma noite cheia de conversas superficiais e olhares avaliadores, isso fazia sentir-se ainda mais inquieta e desconfortável . Ela se olhou no espelho, ajustou o cabelo e tentou se animar. No fundo, sabia que a situação era uma oportunidade para aprender e, quem sabe, até fazer boas conexões, mas a possibilidade de passar a noite só ouvindo seus pais falarem sobre trabalho com o Senhor Robert , o patrão de seu pai,a impedia de se empolgar. Ela lavou as mãos e foi em direção a mesa em que seus pais estavam . Ela ficou surpresa ao ver que o homem jovem que a estava o
_Isso não justifica o que aconteceu. disse o diretor, a voz grave e autoritária. _Vou liberar você Angie Vá para casa e esfrie a cabeça. Aliás vocês três estão dispensados. As palavras dele cortaram o ar, e a sensação de derrota parecia pesar sobre todos ali. O diretor, tentando manter a calma em meio ao caos, fez um gesto para que todos se retirassem. Mark, ainda atônito, olhou uma última vez para Angie, mas sabia que as consequências já estavam além de qualquer explicação. Angie falou apenas algu palavras para eles: _Não precisam fazer mais nada pelas minhas costas , Suzy ele é todo seu , uma vez traidor sempre traidor . Depois virou as costas e foi embora com o pingo de dignidade que lhe restava . O olhar de ódio no rosto de Angie ,fez Mark perceber que cometeu um erro irremediável . _Deixa ela ir Mark. Disse Suzy . _Não me toque ,olha o que você fez . _Eu fiz , nós fizemos Mark , você é tão culpado quanto eu . _Você sabia que eu namorava e mesmo assim sempre dava
Enquanto Robert se afastava, Angie permaneceu no restaurante, ainda sentada à mesa com seu pai. Mas sua mente estava longe, perdida em pensamentos. Ela observava o movimento do restaurante, mas sua mente estava focada em tudo o que havia acontecido naquela noite. _Eu acho que estava errada sobre ele,_pensou Angie, enquanto passava os dedos pela borda de seu copo de água, refletindo sobre suas primeiras impressões de Robert. _Talvez eu tenha julgado sem razão..._ A imagem do sorriso de Robert, sua resposta sincera à sua sinceridade, e a maneira como ele a tratou sem nenhuma fachada, começaram a mudar sua visão sobre ele. Eu preciso saber mais sobre ele. Ela não estava mais tão certa de que ele fosse o chefe frio e distante que ela havia imaginado. Sim, ele era diferente do que ela esperava, mas em um sentido que ela não conseguia explicar totalmente. Era como se, em algum momento, ele tivesse se mostrado mais humano do que o estereótipo que ela havia criado em sua mente. Angie olhou