Capítulo 4- Perigo

Laura

Oliver está me dando medo. Seus olhos verdes, ficaram escuros e sua voz potente me faziam arrepiar dos pés à cabeça. Sai chorando do escritório, me sentindo frágil.

Peguei o elevador com todos olhando para mim. Desci e fui embora o mais rápido que pude.

Assim que cheguei no apartamento encontrei Cloe me esperando:

- O que houve?? Onde estava?

- Fui falar com Oliver...

- Como foi? Pela sua cara, foi péssimo.

- Não quero falar sobre ele... Minha mãe está doente. E tem a questão do pagamento, pois já tem dois meses atrasado e preciso pegar ainda hoje.

- Amiga, eu já disse que eu tenho.

- Cloe... Aii! Oliver me enviou o dinheiro. Como ele sabia que estava precisando de dinheiro?

- Ele te enviou o dinheiro ?? Que dinheiro?

- Ele me mandou 1 milhão. - Ela não conseguiu conter a cara de surpresa.

- Mas...

- Eu não sei o que fazer...

- Pague a conta da clinica!

- Não posso usar e aceitar esse dinheiro.

- Para de ser tão descente! Depois você devolve esse dinheiro. Mas primeiro, pague a clínica.

- Eu...

- Você vai fazer isso e sair hoje. Não fomos ontem pois estávamos cansadas, mas hoje, nos iremos sair e dançar. Desde que sua mãe voltou você não é mais a mesma. Não sorri, não dança, está insuportável. Agora entendo o porquê do vovô não querer que você se aproximasse dela, ela suga toda sua alegria.

- Isso tudo é para me convencer a ir?

- Você vai? Tudo que disse é verdade.

- Tudo bem, eu vou.

- Então vá se depilar, faz as unhas e coloque aquele vestido preto que você nunca usou com aquela sandália preta cheia de brilho.

- Você é muito mandona, sabia?!

- Te encontro às 8 horas. Vou beber todas hoje... - Disse Cloe indo embora.

Oliver

- Boa noite chefe!- Disse Gutto colocando apenas a cabeça para dentro da porta.

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu só queria saber se estava de bom humor... Não tive coragem de vir aqui desde que expulsou Laura da sala daquele jeito.

- Fala logo o que quer e saia!

- Queria ver se está a fim de ir para uma balada. É um lugar bem legal, tem a boate de um lado e um barzinho mas reservado do outro. Tem também um restaurante próximo.

- Até quando vai me encher com isso?

- Sei que não quer ser visto por aí por conta do luto, mas podemos ir só no restaurante. A comida é boa, e você tem que comer. Vamos, você come e depois volta a trabalhar. - Fechei o notebook com força, arrumei meu terno ao me levantar e saí.

- Ainda bem que fiz a reserva! - Disse Gutto atrás de mim. Fomos para o elevador e disse:

- Aquela garota é uma golpista sim.

- O que descobriu?

- Desde que ela entrou ela recebe várias comissões que não são do seu setor. Acho que é um meio que ela usou para roubar a empresa.

- As comissões sempre passam por várias mãos, não é tão fácil assim.

- Todas as notas tem a assinatura do meu avô.

- Então ela pedia diretamente para ele.

- Ela com certeza assediava ele, pois meu vô era pão duro com algumas coisas. Ele não dá dinheiro assim...ela deve...

- Isso é uma suposição! Enquanto isso for suposição, e não uma certeza com provas, é melhor guardar isso. Todos aqui amam ela, é bom estar ciente disso.

- Quero que investigue isso, quero saber com que estou lidando. Mas, se isso for verdade, vou destrui-la.

Assim que chegamos no restaurante, vi Laura entrando na boate junto com sua amiga. Ela estava bem arrumada, com um vestido preto e salto alto. Parecia radiante, confiante, pronta para agarrar o mais rico que aparecesse.

Sem pensar duas vezes, me levantei e saí. Precisava ficar de olho em meus inimigos e deixa-los próximo, assim ela se sentirá segura para dar em cima e tentar algo.

Laura

Jantamos no restaurante perto de casa e fomos para a boate às onze horas da noite. Cloe como sempre, estava super animada, já tinha bebido várias e dançava no meio da boate com dois homens.

Eu estava sentada no bar bebendo água, já que não bebo. Comi alguns amendoins e fiquei olhando para ela dançar.

Com o tempo, recebi alguns drinks de uns caras. Que rapidamente recusei.

Cloe se aproximou dançando e me abraçou:

- Você acredita que meu boy não apareceu.

- Não acredito que me trouxe aqui por causa de um homem! - Disse eu revirando os olhos.

- Não fique chateada, você não pode me dar o que eu quero. - Ela me deu um beijo no rosto e foi dançar novamente. Me virei para o balcão e senti um toque suave em minhas costas.

- Que bom te ver aqui! - Me virei e vi Rafael. Ele estava sorrindo e contente em me ver.

- Oi!- Disse sem graça.

- Não atende minhas ligações...não responde minhas mensagens, o que houve?

- Acho que já tenho que ir! - Disse eu me levantando. Rafael parou bem na minha frente, me prendendo contra o balcão, passou sua mão em minha cintura e disse mostrando uma garrafa de água, enquanto eu virava o rosto e desviava o olhar.

- Trouxe para você! Não me recuse, já está ficando cansativo suas rejeições.

- Obrigado pela água...

- Bebe, acabei de pegar para você!- Dei um leve sorriso e me virei, abri a garrafa e coloquei no copo que estava bebendo. Bebi bastante enquanto Rafael estava atras de mim.

- Eu preciso ir! - Disse eu me virando com o copo na mão. Rafael pegou o copo com água, colocou no balcão e segurou em meu queixo tentando me beijar. Tentei me afastar dele, mas ele não me soltava.- Melhor me deixar ir! - Disse grosseiramente.

- Por que me rejeita? - Disse ele encostando a cabeça na minha. - Tudo bem... para onde precisa ir? Talvez posso te levar?

- Eu vou ir para minha casa e você para a sua.- Rafael, apertou minhas bochechas com força e disse:

- Vou te dar um conselho, que agora que não tem mais seu protetor será muito útil. Não adianta me rejeitar, posso muito bem acabar com você em segundos. Agora que sou amigo do chefe, posso fazer ele te demitir. Então pense bem se vale a pena continuar me rejeitando.

- Está com algum problema, Laura? - Disse uma voz grossa e grave vindo atrás de Rafael. - Acho que não é da sua conta. Eu e essa gostosa estamos nos entendendo. Tem mulheres que gostam de uns amassos...- Nesse momento reconheci a voz do homem que estava atrás de Rafael e disse:

- Oliver, me ajuda?! - Disse eu com a voz embargada e sufocada pelas mãos de Rafael.

Em questão de segundo, Oliver me tirou das mãos de Rafael... Foi tudo tão rápido que quando vi, já tinha seguranças os separando. Peguei no braço de Oliver e o puxei para fora. Os seguranças ficaram nos olhando enquanto eu tentava me desculpar pela bagunça:

- Vamos, o motorista chegou! - Disse Oliver me levando pela cintura até o carro.

- Mas, eu não vou com...- Tentativa inútil de dizer algo, já que Oliver estava obstinado a me levar embora com ele.

- Entra!- Disse ele abrindo a porta do carro. Respirei fundo e entrei. Ele entrou pela outra porta e o motorista seguiu.

- Me deixa em casa...

- O que estava fazendo com aquele homem? Quem era ele? É seu namorado?

- Não estava com ele, e não importa quem é ele. E não...- Nesse momento começou a me dar muita tontura, e moleza. - Oliver, não estou me sentindo bem...

- O que aconteceu? Bebeu demais? O que tomou?- Disse ele com tom sarcástico.

- Eu...na..não....be...be...bebo...- Minha fala começou a ficar enrolada, visão turva, perdendo a sensibilidade das pernas...

- OLHA PARA MIM...NÃO DORME!...

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