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Capítulo 6- Em suas mãos

Laura

Acordei na segunda-feira com o despertador tocando pela quarta vez. Me levantei sem forças e com tanto sono, e corri para o banheiro para tomar um banho bem gelado.

Assim que terminei de me arrumar desci e me encontrei com Cloe.

Hoje descidi colocar uma saia de couro com uma blusa social branca e uma sandalia vermelha. Cabelo em um rabo de cavalo no alto, um brinco de argola médio, um colar e dois anéis em cada mão. E na mão direita uma pulseira.

No aminho para a empresa, terminei de contar os detalhes do que havia acontecido na noite de sexta-feira, deixando Cloe atualizada. Contei sobre a gentileza de Oliver e também sobre sua petulância ao se intrometer em minha vida particular.

Quando cheguei no escritório, havia um bilhete em minha mesa dizendo " Assim que chegar, venha até minha sala! - Oliver"

Sorri... mesmo percebendo que era idiota esse sorriso. Ele era um intrometido!

Subi até o andar dele, me perguntando o que ele queria dessa vez. Será que... bobagem...

Oliver

Estava concentrado em um contrato quando alguém bateu na porta e abriu dizendo:

- Com licença! Bom dia, Oliver!

- Pode entrar Laura! - deixei meu computador de lado e apontei a poltrona para que ela se sentasse. Ela deu um leve sorriso, como se estivesse agradecendo.

- O que...

- Antes que diga qualquer coisa...- Disse Oliver interrompendo. - Não quero que comente o que aconteceu com ninguém. A não ser com a polícia. E, sem mais de longas, quero lembrar você que hoje é o dia de assinar o contrato.

- Não entendi!

- Vou refrescar sua memória. Na semana passada, lhe enviei o dinheiro que precisava para pagar suas dívidas e mesmo assim, paguei-as. Salvei sua vida de um estu****** e a única coisa que te peço, é que se case comigo.

- Isso é loucura... fez tudo isso para que eu estivesse em suas mãos? Não quis me dar escolha.

- Você não tem escolha... e sabe disso. Você me deve muito e muito a essa empresa também.

- Do que está falando? Cheguei até aqui com muito esforço. O dinheiro que me enviou contra minha vontade, estou reenviando para você agora mesmo. - Disse ela pegando o celular.

- Não precisa!

- Vou enviar mesmo assim...- Disse ela apontando o dedo para mim e mexendo no celular. Me levantei e peguei o celular dela. - Prontinho... e pode deixar que o restante eu vou dar um jeito de pagar.

- E os milhões que deve para essa empresa? Desde que trabalha aqui tem recebido vários cheques gordos do meu avô. Acha mesmo que eu não iria ver sua ambição e seus joguinhos de sedução? Meu vô deve ter sido muito tolo por acreditar numa vigarista que nem você.

- Do que está falando? - Interrompeu ela.

- Você vai ter que pagar todos esses cheques recebidos... - Disse eu pegando a pasta da gaveta que continha várias cópias de contra-cheque assinados pelo meu avô. - Estão todos em seu nome...- Ela pegou a pasta e olhou.

- Eu nunca recebi esses valores. - Disse ela alterada, se levantando com a mão na cabeça.

- Agora vai bancar a sinica? Vai fingir que não sabia de nada? Por favor, já estou acostumado com mulheres do seu tipo. Só pelo sorriso que deu ao entrar aqui, percebi que estava se sentindo vitoriosa. Mas aqui, apenas um vence e esse sou eu.

- Eu não estou mentindo... eu nunca recebi esse dinheiro. Estamos falando de milhões... Eu nunca pedi esse dinheiro. E jamais pediria isso ao vovô.

- Laura, chega! Em primeiro lugar, ele não é seu avô. E em segundo, tire essa mascara de boa moça. A partir de agora eu vou querer receber tudo o que deve. Exatamente cada centavo que roubou do meu avô com seus truques e joguinhos.

- Eu não peguei esse dinheiro!

- Então prove!

- Eu não sei como fazer isso...- Laura se sentou chorando. - Eu nunca roubei nada de ninguém.

- Engole essas lágrimas... não convence ninguém. Assine nosso contrato de casamento e contrato de fidelidade.

- Eu não posso fazer isso...- Ela não parava de chorar.

- Você é minha enquanto não pagar essa dívida.

- Por favor Oliver, acredite em mim. Eu nunca recebi...- Ela estava em lágrimas, segurando os comprovantes nas mãos.

- Quando todos souberem que és uma golpista que assediava um pobre velhinho, ninguém aqui irá conseguir olhar para você. Todos teram nojo, repulsa ao pensar em tudo o que fez com meu avô, que era um homem tão bom. Agora assine esse contrato, e pare de me fazer perder tempo. ASSINE! - Gritei.

- Eu não posso fazer isso...

- Você tem duas escolhas, paga essa divida e fica livre desse casamento ou se casa e no final de um ano estara livre. ASSINA! -Ela se assustou e relutante pegou a caneta na mão.

- Eu nao sei como, mas vou provar que sou inocente.

- Enquanto não fizer isso, você vai ser minha. - Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas não vou me deixar levar por choro de uma golpista como ela. - ASSINE! - Gritei. Ela se assustou, em seguida, abaixou a cabeça e assinou os contratos. - Agora saída da minha sala. No próximo passo que for dar, avisarei você. Quero que esteja à minha disposição à todo momento. Não me faça perder tempo.- Coloquei uma cópia do contrato na paste e disse- Agora saída! SAI! - Gritei.

Ela saiu chorando, carregando a pasta nas mãos.

- Não terei piedade de você Laura!

Depois disso, me concentrar estava quase impossível...Pensava em todo momento no que meu avô viu nela. Quero dizer, ela é bonita, mas por que me casar com ela? O que ela fez com ele para que ele fizesse isso?

Já no período da tarde, estava focado em terminar de rever os orçamentos e contratos quando alguém abre a porta de forma brusca:

- Por que não retornou minhas ligações? - Olhei rapidamente e vi ali na porta de braços cruzados uma mulher que ficava de vez em quando... Gabriela.

- O que faz aqui Gabriela! - Disse surpreso.

- Vim buscar meu homem! - Disse ela convicta de que tínhamos algo. Olhei sério para ela - Olha...- Disse ela mudando o tom de voz. - Amor, eu fiquei sabendo que anda ficando com uma garota daqui. Eu não sou de aceitar dividir você.

- Acho melhor você ir para casa! - Disse eu me levantando e a pegando pelo braço. - Gabriela colocou a mão em meu peito e cheirou meu pescoço.

- Continua sexy como sempre... não me dispense assim... Eu vim da Califórnia só para ficar com você. - Ela sempre teve o jeito certo para me seduzir. Seus olhos azuis e seu cabelo ruivo, belas curvas e tudo em seu devido lugar. Ela sempre esteve em uma ótima posição para uma noite quente. Mas hoje, era diferente, pois já não me sentia tão atraído por ela.

- Gabriela, preciso que vá embora! - Disse eu sendo firme.

- E se fizéssemos uma rapidinha aqui no escritório? Só para estrear o escritório novo.- Ela se aproximou dos meus lábios e me beijou. Mas, não me deixei seduzir por ela. Ela me olhou soltando o pescoço- Esta apaixonado por aquela garota da revista?

- Que revista?

- Meu Deus... Aquela garota brega conseguiu...ela conseguiu o que eu nunca consegui.

- Do que está falando?

- Oliver!- Ela mudou o tom de voz sendo grosseira - Como pode ter dado à ela seu coração? O que ela fez para merecer tanto de você?

- Acho que está enganada.

- Não estou! O Oliver que me deixava subindo pelas paredes não é o mesmo de hoje... Você sempre ficava excitado com meus beijos. E não está... Oliver- Ela se afastou com a mão no rosto, enquanto arrumava meu terno.

- Acho melhor você ir embora.

- Eu não vou sair daqui, até que me diga o que aconteceu com você.

- Acho que tem razão! Me apaixonei por ela e agora só penso em passar meu tempo com ela. Ela é uma mulher pra casar! - Gabriela colocou a mão no rosto como se estivesse assustada.

- O que esta acontecendo aqui? - Disse Gutto aparecendo na sala.

- Gutto, tire ela daqui. De preferência pela porta dos fundos.

- Vamos... Vamos Gabriela...- Disse ele puxando-a pelo braço. Respirei fundo...

- O que foi até aconteceu comigo?!

Laura

Após me acalmar e ler o contrato entendi que estaria completamente sozinha nessa. Não podia contar a ninguém sobre essa mentira que Oliver estava criando... "Fingir sermos um casal" E esse acordo de fidelidade? Será que ele vai conseguir cumprir? Todos sabem sobre sua vocação em pegar mulher. Aaaaahhhhh....

No contrato tinha várias cláusulas sobre a confidencialidade e a quebra dele. O valor a ser pago era altíssimo. Completa disposição? Ele acha que vou ser empregada pessoal dele? Aiii meu Deuss...

O tempo passou e só pensava no que estava fazendo da minha vida e em como pude me deixar levar pelo medo que ele me passou. Agora tenho mais problemas para resolver do que antes e a questão desses cheques é a primeira delas.

Quando enfim, consegui me concentrar no trabalho Ana ligou pedindo que levasse o orçamento para o próximo ano. Então, engoli todo minha ansiedade, peguei os documentos e subi o elevador.

Antes de sair do elevador, olhei para ver se Oliver não estava pelo caminho. Reve-lo novamente não estava no meus planos... caminho livre fui direto para a sala de Ana que já me aguardava com uma xícara de café:

- Sente-se!

- Obrigada! - Disse me sentando. Coloquei o documento na mesa enquanto ela mexia no celular.

- Pois bem! - Disse ela colocando o celular na mesa. - Eu não sei o que está fazendo, mas gostaria de lhe dar um conselho.

- Ah sim, não gostou do orçamento? Fiz algo errado?

- O orçamento... Não! Não é dele que quero falar. Pedi que viesse pessoalmente, porque gostaria de entender o que está acontecendo entre você e Oliver. Na verdade, não é da minha conta. Mas gostaria de aconselhar você a se afastar dele. Não sei se percebeu, mas você não é muito o tipo de mulher que ele está acostumado.

- Acho que percebeu que sou bem grandinha!

- Aiii Laura... Para de ser sonsa! - Ana se levantou e veio em minha direção, se encontou na mesa. Me levantei e a olhei receosa, mas firme. - Se afaste dele, pois ele é meu!

- Acho que ele não é de ninguém e sabe muito bem escolher com quem quer ficar. Então diga isso à ele. - me virei para sair da sala, quando Ana pegou em meu braço e puxou.

- Quem você pensa que é para dar as costas para mim? Funcionariazinha tola!

- Me solta!

- Acha mesmo que ele vai te levar a sério? Acho melhor começar a se enxergar. Você não passa de uma aproveitadora que só quer subir na vida. Então, pare de perseguir o meu homem.

- Ele não é seu! Acho melhor parar de sonhar com isso. - Ana estendeu a mão e a aproximou do meu rosto, mas não me tocou. Ela se segurou firme enquanto eu me controlava para não chorar. Ana me encarou se contorcendo de raiva, mordia os lábios enquanto eu saia da sala aliviada.

Caminhei até o elevador e apertei o botão. Esperei por um tempo, que foi suficiente para ver Gutto arrastar uma mulher pelo braços da sala de Oliver. Eles pararam ao meu lado e antes da porta se abrir ela disse:

- Você é a garota da revista!

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