Capítulo 8- Ruiva

Laura

Passei a noite no escritório terminando as publicidades. Só notei a hora quando Cloe colocou uma caneca de café em minha mesa:

- Eu fiz o jantar ontem! - Disse ela se sentando ao meu lado.

- E o que era? - Disse eu, sem olha-la. Cloe viu a caixa de comida japonesa e disse:

- O que está acontecendo com você é Oliver? - Parei e olhei para ela.

- Do que está falando?

- Você não... Para começar, eu não queria ficar sabendo pelos outros que você entrou em uma briga ontem. Está todo mundo comentando que você é a Gabriela entrou em uma briga por causa do Oliver.

- Eu não entrei porque quis, ela agarrou meus cabelos. Não tive escolha!

- Laura, você ficou com ele à tarde toda. Vai me dizer o que aconteceu?!

- Ele queria confirmar se estava tudo bem comigo, foi só isso.

- Amiga...

- Me diz logo o que está acontecendo!- Exclamei eufórica.

- A ruiva toda bonita, toda peituda... gostosa...

- Eu já sei! Me diz logo o que aconteceu.- Interrompi.

- Ela deu uma declaração no site de fofoca dizendo que Oliver estava completamente apaixonado por você.

- Acho que preciso ir pra casa!- Disse eu me levantando.

- Está todo mundo comentando que o chefe só pergunta de você. A secretária dele comentou com a secretária do Rh que ele pediu para sincronizar a agenda de vocês dois.

- Melhor você parar com isso.... você falando nesse tom fica parecendo adolescente.

- Ele beija bem?

- Preciso ir dormir... passei a noite aqui. Só esse café não vai me deixar acordada.

- Você sempre me conta tudo... Será que pode me dizer o que está acontecendo?

- E por que você não me disse que está ficando com o Gutto?

- Espera...

- Atenção! - Disse Jorge. - Como a senhorita Laura decidiu ficar à tarde toda com o chefe. Hoje teremos que trabalhar em dobro para conseguir terminar a campanha dos perfumes Woof. Dá próxima vez que decidir ficar à tarde fora senhorita Laura principalmente se for para paquerar o chefe, por gentileza se certifique que está tudo em ordem no escritório. - Jorge se virou para sair e deu de cara com Oliver que apareceu do nada.

- A senhorita Laura estava sobe minhas ordens! - Disse ele com sua voz grossa e aqueles olhos verdes penetrantes. Jorge se assustou e disse:

- Senhor, o que faz aqui? Perdão, é uma honra recebe-lo em nosso departamento.

- Espero que possa me emprestar a Laura. Preciso dela pela manhã inteira.

- Se...se...senhor- Gagueijou Jorge. - Pelo tempo que precisar. - Oliver caminhou até minha mesa. Nessa altura, estava querendo me enfiar debaixo dela.

- Bom dia! Podemos ir? - Disse ele sério e inabalável. Respirei bem fundo para que ele notasse minha indignação.

- Bom dia! Vou pegar minha bolsa. - Disse eu indo até o armário e pegando minhas coisas. Revirei os olhos sem que ele percebesse e quando me aproximei, ele segurou em minha mão e seguimos para o elevador. Isso me fez encolher de vergonha.

Assim que a porta do elevador se fechou, Oliver soltou a minha mão e disse:

- Achei que tinha ido embora!

- Não consegui, preciso terminar minhas coisas.

- Quero você como minha assistente pessoal.

- Não!

- Não?

- Isso que ouviu!

- Acho que se esqueceu quem manda.

- Demorei muito tempo para conseguir esse cargo. Vovô não queria que eu mudasse de setor. Queria que eu ficasse só com ele. Tive que dar muito duro para conseguir esse cargo, e não vou entregar de mão beijada para um filhinho de papai como você. Você sempre teve tudo de mão beijada, não deve saber o que é trabalhar em várias funções e ter que ser perfeita em tudo e ainda assim ouvir que é puxa saco, ou aproveitadora?! Então, eu não vou mudar de cargo. - Oliver respirou fundo.

- Conversamos sobre isso outra hora. Pedi para minha secretária arrumar uma troca de roupa para você. Preciso que esteja comigo hoje em uma entrevista.

- Eu não consigo ficar na frente dessas pessoas...

- Você não vai, mas preciso que esteja no evento.

- Por que não me disse ontem?

- Não viu a nossa agenda?

- Oliver, acho melhor chamar sua ruiva.- Ele deu um leve sorriso enquanto a porta do elevador se abria.

Oliver

Levei Laura para se arrumar no meu escritório. Pois havia contratado maquiador e um cabeleleiro. E com meu bom gosto, escolhi uma roupa para que ela usasse.

- Tome um banho!- Disse eu quando chegamos em minha sala.

- Não com você na sala!

- Pare de tolice, achei que já tínhamos passado dessa fase.

- Eu vou trancar a porta. - Disse ela entrando no banheiro.

- DEIXEI UM VESTIDO PENDURADO...QUERO QUE USE. -Gritei perto da porta.

Logo ela saiu, e estava tão bonita com a roupa que escolhi. Ficou bem mais bonita!

Ela estava usando uma camiseta branca manga longa de malha com um colete de trico bege. Na cintura um cinto fino e uma calça azul marinho. O colete é mais comprido e cobre os quadris. Um scapin e um sobretudo marrom, pois está bem frio lá fora.

- A maquiadora acabou de chegar. Quero que pegue o contato dela para sempre que precisar. - Disse eu, tentando disfarçar meu olhar impertinente em Laura.

Sai da sala deixa-a sozinha com a maquiadora e fui direto para a sala de Gutto. Assim que entrei vi Ana sentada que me olhou assustada:

- Chefe! - Disse Ana.

- Gutto, terminou de rever as mudanças da franquia dos hotéis. Preciso que termine ainda essa semana.

- Já estou quase terminando. Mandei para o marketing alterar a imagem e assim que eles terminar entrego pessoalmente em suas mãos.

- Eu já estou pronta para a entrevista. Sempre acompanhei o Senhor Paull, vai ser uma honra estar ao seu lado.

- Eu vou levar a Laura. Ela vai me acompanhar.

- Não sabia que levava suas namoradinha para as entrevistas.

- Não devo satisfação de nada para você. Gutto. Assim que terminar eu quero rever esse trabalho. - Disse eu saindo da sala. Quando voltei para meu escritório Laura já estava quase pronta. Seu cabelo estava escovado e a maquiadora estava terminando o delineado.

Sentei na poltrona e sempre que podia a olhava. Não sei o que está acontecendo comigo, não consiga evitar olha-la.

Ela é toda bravinha e sistemática, não tem nada que me atraia nela! Sem contar que... ela é uma golpista, aproveitadora... e sexy, forte, inteligente... bonita...

- Oliver! - Disse ela se aproximando. - Está bom? Eu nunca fui aum evento desses.

- Já podem se retirar. Obrigado a secretária irá acertar com vocês.

- Não gostou?- Disse ela se sentindo constrangida. Assim que a maquiadora é cabeleleria saiu, me aproximei e disse:

- Já vi melhores, mas para você está bom.- Ela estava nitidamente desconfortável,  mas não posso dar mole para ela. - Precisamos ir, fica em um clube. Não quero me atrasar mais. - Disse eu arrumando o terno. Antes de sair da sala ela segurou meu braço e disse:

- Como devo agir nesse lugar? Quero dizer...é...

- Sorria, e finja estar feliz.

- Tudo bem!-

Laura me seguiu sem questionar. Estava nervosa e suava mesmo muito estando frio. Seus olhos declaravam seu desconforto e vergonha.

O clube ficava no bairro nobre no final da cidade. Demoramos muito para chegar por causa do trânsito, mas eu era o anfitrião, o convidado de honra e posso usar isso ao meu favor no momento do discurso.

Antes de descermos do carro, peguei uma caixa de joias e abri dizendo:

- Quero que use esse colar hoje. - Era um colar de pérolas brancas.

- Eu não posso usar isso. - Disse ela enquanto eu colocava no pescoço.

- Sorria e seja gentil, não coma muito, só fale o necessário e se não souber o assunto só concorde. - Desci do carro e abri a porta para ela. Laura desceu meio trêmula que quase caiu, mas a segurei respirando fundo. - Olhe por onde anda! - Ela se recompôs e entramos no saguão do clube.

O saguão estava cheio e todos da alta sociedade. Os mais ricos ficavam no canto e deixavam os de empresas menores vir primeiro cumprimentar-me. Isso é típico, já que sabem onde quero chegar.

Em um piscar de olhos vi Laura conversando com o Jhonatan Ruffel. Ele tem uma das maiores empresas de carros do mundo. E meu avô sempre quis que fizéssemos parceria com ele para vendermos tecnologia avançada. Mas ele sempre rejeitou, mesmo sabendo que somos a melhor empresa para negócio.

Ver Laura conversando com ele me deixou em choque. Enquanto conversava com outros empresários não conseguia tirar os olhos dela com ele. Estava me coçando de raiva para saber sobre o que falavam.

- Bom dia a todos! Gostaria de chamar o senhor Oliver Jhonson para vir até o palco. Hoje como todos sabem é uma singela homenagem a inovação que ele fez ...- Blá-blá-blá. Ainda sim Laura continuou conversando com ele. Sobre o que falavam?

Subi no palco e fiz um breve discurso falando sobre a empresa e os próximos passos para crescimento. Depois, começou as perguntas:

- Senhor Jhonson, já sabemos que a empresa só cresce, mas agora queremos saber sobre seu coração? Está mesmo apaixonado pela senhoria Laura?

- Laura? - Disse no microfone enquanto procurava por ela. A vi no bar conversando com o gigante dos carros. - Laura, por gentileza. - Todos olharam para atrás a procurando. Ela me olhou assustada e veio até mim. Subiu no palco e ficou ao meu lado. Agarrei sua cintura e com um leve sorriso disse - Não teria trazido ela aqui se não tivesse certeza que quero me casar com ela. - E sem pensar no que estava fazendo beijei na frente de todos os empresários, repórters e paparazzis.

Coloquei uma mão em seu rosto e com a outra em sua cintura a puxei para mais perto de mim. Quando parei de beija-la e olhei em seu rosto... foi como se... se entendesse que meu coração já não estava mais batendo do mesmo jeito e minha mente não estava mais no mesmo lugar.

Ouvi aplausos ao fundo e quando a soltei ela desceu. Terminei as perguntas e recebi meu prémio de empresário benfeitor do ano.

Quando desci do palco Laura estava inquieta, e quando consegui me aproximar ela não disse nada.

- Você está bem? - Disse eu.

- Oliver, muito prazer! - Disse Jhonatan estendendo a mão.

- O prazer é meu!

- Parabéns pelo prêmio e meus pêsames pelo seu avô. Já faz três semanas que ele faleceu e sei como é difícil perder um ente.

- Obrigado!

- Laura estava me contando sobre a empresa, fiquei feliz em saber que estão juntos. Espero que cuide muito bem dela, ela vale ouro.

- De onde se conhecem?

- Laura é um anjo, achei que nunca mais a veria, mas agora nunca mais a perderei de vista. Assim que puder irei marcar o jantar em minha casa. Minha esposa ficará muito feliz em recebe-la.

- Será um prazer jantar com vocês! - Disse Laura dando um leve sorriso.

- Oliver, será bem vindo! Entrarei em contato para podermos criar algo.

- Aguardarei seu contato.

Jhonata a abraçou e deu um beijo em seu rosto. E quando foi me cumprimentar se aproximou de meu ouvido e disse:

- Cuide bem dela!

- Será que já podemos ir? - Disse ela quando Jhonata se afastou. Ela segurava um copo com água, estava com os olhos vermelhos e cheios de água. Peguei o copo de suas mãos e deixei no balcão e a levei para fora.

Enquanto esperávamos o motorista, ela não aguentou e começou a chorar. Tentei não olhar para ela e continuei fingindo que não estava acontecendo nada. Assim que o motorista parou, abri a porta para ela que entrou rapidamente e entrei em seguida.

- Liguei o aquecedor, ela está congelando.- Disse eu quando jos afastamos do clube. Laura não parava de chorar, e mesmo que tentasse chorar o mais quieta possível, ainda me incomodava não saber o que estava acontecendo.

- Para de chorar!

- Você é o maior id**** que existe! - Olhei para ela e que estava furiosa.

- O que foi que aconteceu?

- Você pode estacionar na padaria e pegar um café? - Disse Laura para o motorista que parou o mais rápido que pode. Ela tirou dinheiro da carteira e deu para ele. - Café com leite e canela.

- Eu não quero! - Disse eu, enquanto o motorista descia do carro. - Para de chorar e me diz o que foi que aconteceu. - Laura estendeu a mão e deu um t*** em meu rosto.

- Isso é para você aprender que não sou uma de suas amiguinhas que você fica num dia e dispensa no outro. Nunca mais me exponha desse jeito e nunca mais me toque.- Gritou Laura. Coloquei a mão no rosto sentindo pelo t*** dolorido.

- Escuta aqui...- Disse eu puxando seu braço.

- Vai me bater?

- Eu não bato em mulheres!- Disse eu a soltando.

- Espero que tenha escutado muito bem o que eu disse. Porque na próxima vez que me beijar e me expor desse jeito eu quebro o contrato e vou pra cadeia, mas não irei continuar nem mais um segundo com você. Prefiro te dever o mundo de dinheiro, do que me sujeitar e ser comparada com suas ficantes.

- Aqui seu café! - Disse o motorista abrindo a porta. - Podemos ir?

- Podemos sim, obrigada pelo café! - Laura deu um sorriso para ele enquanto limpava as lágrimas.

Laura

Estava tão nervosa que não queria mais ouvir ninguém. O restante do caminho acabei pegando no sono.

Acordei quando o motorista parou, olhei e estávamos na empresa. O terno de Oliver me cobria e quando vi, tirei rapidamente. Entramos e fomos direto para o andar da presidência, pois precisava pegar minhas coisas.

Quando chegamos na recepção a secretária nos avisou de que Gabriela e seu pai estavam na sala de reunião nos aguardando.

- Por que eles querem falar comigo? - Perguntei.

- Vamos lá!- Disse Oliver com a mão em minha cintura me levando até a sala. Abriu a porta e puxou a cadeira para me sentar.

- Desculpe a demora, o que houve senhor Goulart?

- Quero cancelar nosso contrato! - Respondeu o homem sentando ao lado da ruiva megera.

- O senhor sabe que a quebra de contrato o levará a uma multa milionária. - Respondeu Oliver.

- É isso que você é sua empresa merecem depois de brincar com meus sentimentos. - Respondeu Gabriela.

- Ah, entendi! - Respondi. - Senhor Goulart...- Disse eu virando as páginas do contrato. - Pelo que vi, um contrato de cinco anos que o senhor tem com essa empresa e os valores bilionários que recebeu de retorno não são suficientes para que continue em uma aliança fixa com a gente por causa de uma menina mimada que saiu se deitando em todas as camas da Califórnia em busca de um homem rico? O senhor tem mais cinco anos de contrato, quer mesmo perder a oportunidade de estar conosco por causa de sua filha? Quero dizer, por que ela não entende que um homem sente mais prazer em estar com uma mulher de verdade do que com um par de seios?

- Laura, amor...- Disse Oliver me encarando.

- Não sei se percebeu, mas é de minha filha que estamos falando. - Disse o senhor Goulart.

- Percebi sim! E é por isso que estou falando. Adivinha pra quem ela vai chorar amanhã querendo o carro do ano?! Ou querendo a bolsa de marca da nova coleção... PELO AMOR DE DEUS! - Disse eu- Quer mesmo perder esse contrato e afundar sua empresa? Por que não sei se sabe mas é isso que fazemos com as concorrentes. Vamos procurar todos os meios para falir você. Inclusive, um processo por sair falando da vida alhei e por me agredir. Quer mesmo andar de ônibus Gabriela?

- Do que está falando? - Disse Gabriela. Revirei os olhos e disse:

- Se me dão licença, tenho muito trabalho. Espero que faça a escolha certa. O senhor é o homem da casa e é o senhor que toma as decisões. - me levantei e saí.

Quando cheguei no escritório de Oliver comecei a dar risada da cara de Goulart. Acho que o deixei confuso. Oliver estava marcando os valores da multa e de quanto ele iria perder após o rompimento do contrato.

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