Oliver
Liguei para meu médico particular e levei Laura para o hospital em que ele estava de plantão, pedindo sigilo. Entrei com ela em meus braços pela porta dos fundos, ela estava gelada, pálida, desacordada.- Não sei dizer o que ela bebeu, Doutor!- Já pedi o toxicológico, junto com alguns outros exames, assim que sair volto para falar com você. - O médico saiu me deixando no quarto com ela desacordada.Algumas horas depois e nada do médico chegar e Laura não acordava. Acabei dormindo no sofá. Fui acordado pelo médico tossindo no quarto:- Com licença Oliver! O resultado saiu...- O que aconteceu? Ela bebeu demais?- Na verdade, ela recebeu o boa noite Cinderela. Realmente ela não bebeu, o homem usou uma medicação que é pouco usada nesses casos, pois é diluída em água. Por sorte você estava com ela e trouxe-a, pois a administração dessa droga, na dosagem que foi utilizada pode deixa-lá desacordada por dias... Esse homem poderia ter feito o que quisesse com ela. Bom, já fizemos a administração de...- Quanto tempo até ela acordar?- Acredito que pela manhã ela já estará acordada, mas muito sonolenta. Essa sonolência pode dura até três dias, ou mais.- Faça o que for preciso!- Disse eu enquanto o doutor saia da sala.Respirei fundo olhando para Laura naquela maca. Me senti horrível, pois desde o momento em que aquele homem apareceu, eu vi que ela estava desconfortável. Nenhuma mulher merece passar por isso.Acordei com Laura me chamando:- Oliver... Oliver... - Abri meus olhos e ela estava deitava com os olhos mole, bocejos umas quatro vezes enquanto me olhava. - O que estou fazendo aqui?- Não se lembra? - Disse eu olhando em volta, tentando disfarçar o constrangimento de ter dormindo no sofá de um hospital por causa dela.- Não! - Disse ela bocejando.- Depois explico melhor... Esta se sentindo bem para irmos embora?- Acho que sim...- Vou pedir para a enfermeira vir te ajudar... - Disse eu saindo do quarto. A enfermeira entrou e voltou.- Ela está dormindo, quer que a troque mesmo assim?- Sim! Vou leva-lá para casa após a visita do médico...LauraAcordei... Estava em um quarto...Olhei rapidamente à minha volta. O quarto estava bem arrumado, a cama era muito grande e ficava no centro do quarto. Tinha um quadro na parede de traz da cama e uma cabeceira almofadada. Abajurs nos criados mudos, uma estante personalizada, televisão e vários livros, que ficava em frente a cama. Perto da estante tinha uma porta de um lado e outra porta do outro. Uma janela, que dava passagem para a sacada e pelas cortinhas, pela qual entrava a luz do sol.Ainda estava me sentindo sonolenta, com dor de cabeça, cansada e com muita fome.Ergui o edredom e tomei um susto... Estava apenas com uma camiseta masculina...- Meu Deus! O que foi que aconteceu? Onde estou? - A porta se abriu e Oliver entrou com um copo nas mãos.- Até que enfim...- O que foi que você fez? - Disse eu me enrolando nos lençóis e levantando.- Nada que não quisesse!- O que eu não queria? Não me lembro de nada.- Você sabe que essa é uma fala antiga que os homens dizem... - Ele estava com um leve sorriso de satisfação.- Por favor Oliver, me diz o que aconteceu?- ele parecia feliz, como se eu estivesse em suas mãos, e nada mais importasse. - A minha cabeça dói... Estou faminta e não me lembro de nada. Por favor, não me deixe nesse castigo, me diga o que foi que aconteceu...- Trouxe essa vitamina de morango, para você, meu amor. - Peguei o copo receosa. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas, pensando no pior.- Para de me torturar! Nos fizemos...- O que acha que nós fizemos! Acha mesmo que iria me aproveitar de uma mulher no estado em que você estava? Eu sou um homem, não um moleque que se aproveita de uma pessoa desse jeito.- Não é isso, eu...- O que? Agora vai dizer que se arrependeu do que disse? Por favor, você nem me conhece. Acha que tocaria em você nesse estado?- Será que pode me contar os detalhes do que aconteceu? Que horas são? - Olhei parecia furioso e estressado. Ele foi até a estante e pegou uns comprimidos.- É para dor de cabeça, vou pegar água. - Ele se aproximou do criado mudo e encheu um copo com água- Precisa beber muita água.- Pare de enrolar!- Tome um banho, vou pegar uma camiseta limpa- Ele entrou em uma das porta perto da estante e saiu com uma camiseta- Depois desce e tome um café bem reforçado. - Ele se virou, mas antes de sair parou e disse- Hoje é domingo!Entrei no banheiro que por sinal era enorme, todo em porcelanato branco. Espelho e vidro por toda parte. Tentei não olhar muito para os detalhes, mas era impossível não admirar a organização das coisas e a limpeza. Tomei um banho rápido e bem gelado para acordar.No corredor para encontrar a cozinha, parei para admirar o gosto excepcional de quem decorou. No final do corredor encontrei a cozinha, sala de jantar e sala, tudo junto. Nunca tinha visto algo tão formidável.A cozinha era separada da sala de jantar por um balcão com banquetas. A mesa da sala de jantar era de vidro, cadeiras almofadadas e um belo lustre sob a mesa.A sala tinha um sofá confortável, a TV pendurava em um painel, um tapete felpudo, uma mesinha de centro e atrás do sofá um aparador.- Gostou do apartamento?- Não tinha visto que era um apartamento. É seu?- Na verdade, era. Acabei de vender para um amigo. Sente-se, precisa comer. - Ele puxou a cadeira. Me sentei. - Antes de tudo, não fui eu que cozinhei. Helena veio mais cedo e trouxe o café.- Por que estamos aqui?- Laura, você levou um boa noite Cinderela na boate.- Meu Deus! - Disse eu surpresa.- Já acionei a polícia, depois precisará dar o seu depoimento, fazer reconhecimento facial... Tudo o que for preciso para prender esse homem.- Oliver... Ele só me deu água, eu não bebi mais nada.- Eu sei! É droga nova, ela é incolor e não tem sabor...- Passei a mão no rosto sem acreditar no que estava acontecendo.- A droga era tão forte... - Ele respirou fundo e me serviu café. - Esta com sono ainda? Precisa se deitar?- Estou bem! Eu dormi todos esses dias? Me sinto exausta.- Come! Precisa se alimentar.- Por que não me deixou em casa?- Levei você até um médico de confiança e estávamos sendo seguidos o tempo todo por paparazzis. Achei melhor despista-los e esperar que recuperasse tranquilamente- Ele alterou o tom de voz. - Uma mulher ligou no sábado o dia inteiro. Tive que atender, pois não sabia se era sério.- Quem era e o que ela disse?- Não me lembro o nome, mas estava pedindo para você pagar uma dívida, e disse que segunda era o último dia.- Eu...- Eu já paguei! Pedi que me passasse o valor e já paguei a dívida.- Você não podia ter feito isso. - Me levantei alterada. Ele se levantou e disse:- Por que não? Você estava inconsistência, a mulher disse que você precisava pagar o quanto antes. Ela nem quis me dizer sobre o que se tratava. Paguei, e se tiver insatisfeita com isso, não deva mais nada para ninguém.- Você não podia invadir a minha privacidade e fazer o que bem entendesse... Você me tocou, você agiu como se fosse responsável por mim. Você nem me conhece.- Espera! - Disse ele grosseiramente? - Eu não toquei em você! Pedi para ima enfermeira vir ajudar a se trocar. Eu sei que não podia ter feito isso, mas eu não sabia se iria acordar hoje ou amanhã. Só quis ajudar! A roupa que estava era desconfortável, e não tinha outra roupa que desse certo em você. Foi apenas isso que aconteceu.- Oliver, eu não me lembro! - Já estava chorando.- Eu jamais faria isso!- Precisa denunciar o homem que fez isso com você! Tentei fazer reconhecimento fácil dele, mas..- Eu prefiro nunca mais lembrei desse dia! - Disse eu indo em direção ao quarto. Oliver me seguiu.- Você precisa comer!- Perdi a fome! -Entrei no quarto e Oliver me pegou pelo braço me puxando contra seu corpo, olhou em meus olhos e disse:- Eu sinto muito! - Seu abraço parecia sincero. O abracei em meio às lágrimas.- Preciso ir para minha casa, tenho que resolver as minhas coisas.- Tudo bem, eu te levo.- Ele saiu do quarto por um instante e voltou com uma sacola de roupa. - Pedi para Helena comprar uma roupa mais confortável para quando acordasse. - Oliver entregou a sacola e saiu do quarto.Sentei tentando entender tudo o que estava acontecendo... minha cabeça está um turbilhão. Como Rafael teve coragem de fazer uma coisa dessas? Será que Oliver está falando a verdade? Meu corpo e minha mente nunca mais será a mesma...Na sacola tinha um vestido florido de alcinhas até a canela. Um chinelo, lingerie e escova de dente. Me arrumei e desci. Oliver estava no telefone de costas para mim, mas quando notou minha presença, rapidamente desligou e se virou.- Me leva para casa... Estou exausta!- Acho melhor que fique aqui, pelo menos essa noite. Quero ter certeza de que está bem.- Por favor, não insista! Vou ficar bem, quando estiver em casa.- E se sentir mal?- Cloe mora no andar de baixo...- Se insiste! - Ele revirou os olhos e pegou a chave do carro. - Vamos! - Disse ele abrindo a porta do apartamento.Antes de sair do carro, deixei meu celular cair entre o banco. E quando fui pegar, Oliver aproximou seu rosto, me olhou fundo nos olhos e parecia tão frio e intocável, mas desejável... excitante. Nossos lábios se aproximaram...meus olhos estavam querendo aqueles labios. Seus cabelos estava soltos e algumas mexas caiam sobre o rosto, fazendo-o ficar ainda mais sexy...Meu coração estava em acelerado. Mas, meu choque de realidade voltou. Abaixei a cabeça e peguei meu celular. Sai agradecendo por tudo o que ele tinha feito e me sentindo envergonhada por me sentir atraída por ele...Laura Acordei na segunda-feira com o despertador tocando pela quarta vez. Me levantei sem forças e com tanto sono, e corri para o banheiro para tomar um banho bem gelado.Assim que terminei de me arrumar desci e me encontrei com Cloe. Hoje descidi colocar uma saia de couro com uma blusa social branca e uma sandalia vermelha. Cabelo em um rabo de cavalo no alto, um brinco de argola médio, um colar e dois anéis em cada mão. E na mão direita uma pulseira. No aminho para a empresa, terminei de contar os detalhes do que havia acontecido na noite de sexta-feira, deixando Cloe atualizada. Contei sobre a gentileza de Oliver e também sobre sua petulância ao se intrometer em minha vida particular. Quando cheguei no escritório, havia um bilhete em minha mesa dizendo " Assim que chegar, venha até minha sala! - Oliver"Sorri... mesmo percebendo que era idiota esse sorriso. Ele era um intrometido!Subi até o andar dele, me perguntando o que ele queria dessa vez. Será que... bobagem... Oliver E
Laura Alta ruiva, olhos azuis, corpo modelado pelos deuses. Ela estava usando um vestido preto justo no corpo, com um leve decote nos seios que os deixavam volumosos e mais atrativos. - Do que está falando? - Não deu tempo de saber a resposta... A ruiva agarrou meus cabelos e começou a gritar:- VOCÊ NÃO VAI FICAR COM ELE...ELE É MEU...ELE É MEU... - Gutto tentou nos separar, mas a ruiva era boa de briga. Agarrei os cabelos dela também e comecei a puxar, para ver até onde ela iria aguentar. Logo, estávamos cercados por olhares e de pessoas tentando nos separar... até... Oliver aparecer:- PAREM COM ISSO AGORA! - Gritou Oliver com sua voz grossa e grave, que nos fez estremecer. A ruiva soltou meus cabelos e fez cara de coitada. Eu estava determinada, mas soltei o cabelo dela. Será que estava ganhando? - Você viu o que me faz fazer? Você é meu Oliver, só meu! - Gutto, tire-a daqui!- Disse Oliver se aproximando de mim e me ajudando a arrumar o cabelo. - Você está bem? - Disse Oliver
Laura Passei a noite no escritório terminando as publicidades. Só notei a hora quando Cloe colocou uma caneca de café em minha mesa:- Eu fiz o jantar ontem! - Disse ela se sentando ao meu lado.- E o que era? - Disse eu, sem olha-la. Cloe viu a caixa de comida japonesa e disse:- O que está acontecendo com você é Oliver? - Parei e olhei para ela.- Do que está falando? - Você não... Para começar, eu não queria ficar sabendo pelos outros que você entrou em uma briga ontem. Está todo mundo comentando que você é a Gabriela entrou em uma briga por causa do Oliver. - Eu não entrei porque quis, ela agarrou meus cabelos. Não tive escolha!- Laura, você ficou com ele à tarde toda. Vai me dizer o que aconteceu?!- Ele queria confirmar se estava tudo bem comigo, foi só isso.- Amiga...- Me diz logo o que está acontecendo!- Exclamei eufórica. - A ruiva toda bonita, toda peituda... gostosa...- Eu já sei! Me diz logo o que aconteceu.- Interrompi.- Ela deu uma declaração no site de fofoca d
Laura O final de semana chegou muito rápido. Depois do episódio do beijo, evitei ao máximo ver e cruzar o caminho com Oliver. Comecei a subir o andar de escada, cheguei antes do meu horario e saia mais cedo para não ter a chance de vê-lo depois do expediente. Ele me ligava, mas recusava as ligações e não respondia as mensagens. Claro, que evitei falar do assunto com Cleo que insistia em querer saber sobre nosso romance. O bom é que esse final de semana passou bem rápido e não vou precisar me esconder. Essa manhã acordei bem cedo e já comecei a colocar minha casa em ordem. Organizei tudo e sai para fazer comprar no mercado. Assim que cheguei no predio, o porteiro me ajudou a subir para o meu apartamento. Assim que coloquei a mão na maçaneta percebi que estava aberta, aí já estranhei:- A Cloe estava te procurando! -Disse o porteiro. - Deve ser ela então, obrigada seu Manoel. - Tenha um bom dia!- Igualmente! - Disse eu enquanto ele sai. Entrei no apartamento e coloquei as coisas
Laura Assim que peguei o essencial, fomos direto para o aeroporto e direto para o jatinho. Fomos em silêncio o caminho todo e parecia que Oliver estava arrependido de pedir desculpas. Mas, ele fez e mesmo que tenha sido da boca para fora, ele pelo menos pensou sobre isso. Ao entrar o avião, Oliver se sentou distante. Acabei ficando em silencio o maximo que pude para não atrapalha-lo, pois e ficou concentrado em seu computador.A viagem foi longa e quando estávamos chegando, me lembrei que não tinha maquiadora nem cabeleleira no avião.- Oliver...- Disse baixinho- Oliver...- Ele olhou para mim e revirou os olhos.- O que você quer? - Você é bipolar? Não consigo entender suas mudanças de humor e de comportamento. - Na verdade não tem o que entender no meu comportamento, eu que preciso entender o seu. - Do que está falando? - Você está me manipulando desde o dia que nos conhecemos. Se fazendo de difícil, querendo que eu peça desculpas...vai me dizer o que ganha com os seus joguinho
Oliver Sempre fui frio, mas ultimamente estou me sentindo quente. Preciso parar, me afastar e deixar isso para quem pode sentir. Nem todos somos privilegiados a ter sentimentos por outra pessoa. Assim que ela saiu do quarto, ela estava tão linda. O cabelo preso em um coque e um colar de pingente, seu vestido dava um contraste único para sua beleza. Ela não é igual as mulheres que já fiquei e isso eu tenho certeza. O que me faz sentir tanta insegurança é o fato de não saber nada, de me sentir ameaçado pela sua inteligência, pelo amor que meu avô podia sentir por ela ou só o medo de ser golpeado, traído e constrangido por alguém que não conheço.Meus olhos traíam-me e por mais que tentasse tirar os olhos dela, não consegui. Algo me faz ter vontade de olha-la e não parar:- Podemos ir? - Disse ela me fazendo acordar de pensamentos sombrios. - Claro!- Ela pegou a bolsa de mão e me seguiu. - Vamos fingir estar apaixonados. Se sentir confortável, pode me beijar ou fazer alguma carícia.
Oliver Subi a rampa de acesso tentando me esquivar de Ellen, que a todo custo me agarrava e tentava ficar mais próxima. Assim que chegamos no primeiro andar, entremos na primeira sala, cujo a placa dizia gerência. Quando a porta se fechou, Ellen, abaixou o zíper de seu vestido preto de cetim ficando completamente nua. Eu estava encostado na mesa, no primeiro instante, demorei para entender o que estava acontecendo, até ela tirar a roupa e ficar nua... - Está ficando maluca! - Disse eu enquanto ela caminhava em minha direção. - Não se faz de difícil... todo mundo sabe que quando vai nas festas, seu lugar preferido é em uma sala reservada com uma mulher da festa. - Isso aconteceu uma vez, antes de viram CEO da empresa do meu avô. Agora sou dono de tudo. Acha mesmo que vou sujar minha reputação com você. - Ellen pulou em meus braços e começou a se esfregar em mim. Até que ouvi um barulho na porta. - ME SOLTE!- Gritei nervoso. Olhei patra a porta e não vi ninguém. - Não me dispense.
Laura Ele parou segurando a porta e ficou nos olhando. Franke segurou o algodão embebido de remédio no meu joelho e eu gritei:- Isso dói...- Isso é para a senhorita pensar bem antes de sair andando pelas ruas que não conhece. - Tem toda razão! Já aprendi minha lição. - Disse eu enquanto ele colocava um curativo. - Agora vou fazer no cotovelo!- O cotovelo não precisa! Não precisa muito... mas a mão...- Disse eu escondendo a mão. - Deixe-me ver! - Ele pegou a minha mão e disse arregalando os olhos.- Acho que vai ter que dar ponto! - Oliver se aproximou disse:- Não precisa! Já pode ir que eu vou cuidar dela. - Vou só fazer um curativo na mão dela...- Disse Franke. Oliver se aproximou e tomou as coisas das mãos dele. - Já disse que não precisa! - Oliver fez o curativo enquanto Franke me olhava sem entender nada. Assim que Oliver terminou, Franke pegou suas coisas e saiu. - O que passou pela sua cabeça? - Eu que te pergunto, o que você quis dizer com igual a todas? - Não quis d