CAPÍTULO 39

O dia estava nublado, como se o céu também pressentisse a seriedade daquele encontro.

— Venha até aqui.

Eu atravessei a cerca de arames farpados e caminhei até ela.

Ela já estava quase curvada pela idade e pelo peso de histórias que eu sequer ousava imaginar. Suas mãos, finas e trêmulas, tentavam abrir a porta enquanto me observava com olhos envelhecidos, fundos e opacos, como se escondessem anos de dores e segredos. Seu rosto era marcado por rugas profundas que pareciam mais cicatrizes do que sinais de envelhecimento. A cada movimento dela, era como se um pedaço de sua própria essência se esvaísse.

— Entre, menina.

Disse Eliza, com a voz rouca e fraca, quase como um sussurro cansado.

Ao passar pela porta, senti uma estranha sensação de respeito e medo. A cada passo em direção à pequena casa de madeira, eu era tomada por um frio que nada tinha a ver com o vento gelado daquele dia. A casa, humilde e desgastada pelo tempo, parecia mais uma extensão dela, envelhecida e triste. As parede
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo