CAPÍTULO 38
AZRAEL

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Eu sentei na calçada, com as costas encostadas contra a parede fria de concreto, os braços envolvendo meus joelhos, e o olhar perdido nas sombras que se estendiam ao meu redor.

Eu estava exausto, como se cada célula do meu corpo carregasse um peso que eu não conseguia entender, e o vazio em meu peito era uma ferida latente, pulsando como um segundo coração.

O céu parecia indiferente ao meu tormento, e as pessoas passavam por mim como se eu fosse apenas mais uma pedra na calçada.

Minha fome era um buraco, uma dor afiada que se espalhava pelo estômago e subia até a garganta, me deixando tonto. A sensação era tão intensa que por um momento achei que desmaiaria ali, abandonado e esquecido entre passos e ecos. Meu estômago roncou, um som profundo e selvagem que se misturava ao murmúrio da cidade, tão alto que parecia que eu era apenas esse som, essa fome, essa necessidade avassaladora que parecia querer me consumir por completo.

Eu sentia uma estranha vertigem, uma fraq
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