OTTON
Tenho uma vida muito corrida, não é fácil comandar um dos maiores escritórios de advocacia de Los Angeles entre outros espalhados por outras cidades. Sempre que posso estou viajando a trabalho com a minha equipe e a minha secretária competente, Alina, que já trabalha há alguns anos comigo. A nossa relação é somente a trabalho e nada mais. Antes de ir trabalhar vou para a academia malhar para enfrentar um novo dia, e ao voltar para a casa vejo o carro da minha mãe e ela me chama ao me avistar. — Filho querido da mamãe, como está meu bebê? Desde que resolveu vir morar aqui, quase não vai me visitar. — Dona Marina fala. — Mamãe estou trabalhando demais, muitos processos, não me esqueci da senhora e nem da minha irmã. — Trouxe uma ótima notícia, Késsia voltou a estudar arquitetura. — Mamãe fala toda contente. — Fico muito feliz, mas lhe conheço bem mamãe, sei que não veio aqui só para avisar que Késsia voltou a estudar. — Falo de uma vez. — Não, claro que não! Vim lhe trazer o convite do baile da sua tia. — Não vou prometer ir, mas vou fazer o possível. — Digo coçando a cabeça. — Faça o impossível também, porque Evelin está de volta e ela já me confirmou que estará presente. Quem sabe vocês não reatam. — Evelin é somente uma amiga, não nego que já tivemos um breve romance, mas foi na época da faculdade, nada demais. — Falo sério, lembrando que foi a relação mais morna da minha vida. — Querido filho, o tempo passou e aqui está um homem decidido, bem-sucedido e que sabe o que quer da vida, lembre-se que ela é uma mulher de boa família. — No momento eu só quero paz e, se a senhora me dá licença, quero tomar um banho daqui a pouco terei que ir ao trabalho. A deixo sozinha e vou tomar um banho. Após sair do banheiro olho-me no espelho. Às vezes acho que a minha mãe tem razão, já estou quase com 33 anos, já é hora de procurar uma mulher da minha preferência. Evelin é até uma mulher interessante, que combina comigo, tem a mesma idade que a minha, uma mulher independente que sabe o que quer. Nunca gostei de ficar com garotas de vinte e poucos anos, acho as mesmas imaturas não tenho mais paciência para infantilidades, nem em sonho me vejo relacionando com garotas. Me arrumo completamente, e ao descer para tomar café minha mãe está dando ordens à minha colaboradora sobre como por corretamente a mesa do café da manhã. — Mãe, por favor, deixe a senhora Eulina em paz e venha tomar café comigo. — Falo sem um pingo de paciência. Ela vem até onde estou, sentamos juntos. Minha mãe fala ao extremo e em silêncio, ao lhe ouvir, fico imaginando ao meu lado uma mulher calma. Até hoje só conheci duas mulheres assim - Evelin é uma, mais calma do que ela só a minha secretária Alina. Enfim voltei os meus pensamentos para à Terra, me despedi da minha mãe e fui para o trabalho. Quando cheguei ao escritório tudo estava limpo e organizado, dou bom dia a todos e Alina b**e levemente na porta, ao entrar já traz o meu café. — Bom dia senhor Otton, aqui está o seu café. — Alina fala tímida. — Alina, como está a minha agenda? — Pergunto sério. — Está tranquila, senhor, tem muito processos para analisar, muitos documentos para serem analisados, inclusive os contratos que chegaram no nome do Malvino Cruz. — Malvino Cruz... dê preferência a tudo o que for dele e me envie imediatamente, e caso ele venha pessoalmente aqui deixe-o entrar. — Sim, senhor pode deixar, posso ajudar em algo mais? — Alina pergunta de cabeça baixa. — Não Alina, pode se retirar. — Falo de olho no computador. Preciso dar preferência ao Malvino, ele odeia receber não nessa vida e tudo dele tem que dar certo nem que seja na força do ódio. Mas enfim, trabalho é trabalho e esse é só mais um desafio na minha vida. Trabalhei toda a manhã revisando vários processos e a minha equipe de advogados está de parabéns. Paro para ver o quanto estou cercado de pessoas competentes e tenho que reconhecer isso, sei que às vezes sou um chefe chato porque exijo muita responsabilidade e eficiência, mas isso tudo é para o nosso crescimento. Quando estou saindo para almoçar percebo a senhorita Alina comendo biscoitos. Quando ela me viu, os escondeu. Qual pessoa come biscoito a essa hora? Pago ela muito bem, não é possível que ela esteja passando necessidade. — Senhorita Alina, estou saindo para almoçar, aceita vir comigo? — Faço o convite. — Senhor Otton, melhor não, tenho que sair também agora. — Alina fala sem graça. — Venha comigo, vi você comendo biscoitos, essa refeição não é a mais adequada para um almoço — Ao falar isso, a secretária Alina abaixa a cabeça. — Eu aceito. — Alina fala timidamente. Não entendo tamanha vergonha. Ela já é uma mulher, praticamente da minha idade, e às vezes se comporta como uma adolescente, parece ter medo de homens. Alina pega a sua bolsa e me acompanha e durante o caminho fizemos o trajeto todo em silêncio. Quando entramos no restaurante, a primeira cara que vejo é a do Malvino Cruz que nos encara enquanto a minha secretária está fascinada pela decoração do restaurante. — Alina, vamos nos sentar — Falo tocando no seu braço. — Claro, senhor — Alina fala despertando. Alina me segue e é lógico que eu passo na mesa para cumprimentar Malvino. — Como vai, Malvino? Prazer em revê-lo. — Demos um aperto de mãos. — Advogado Otton, prazer é meu. — Malvino me cumprimenta, mas os seus olhos estão em Alina. — Malvino, deixa eu apresentar Alina, a minha secretária. — Alinaaa! — Malvino fala e estende a mão para ela. Alina segura a sua mão e eu, o conhecendo muito bem, sei que ele ama mulheres independentes da idade. — Façam-me companhia! Claro se não estiver atrapalhando o casal. — Malvino fala. — Não somos “o casal” — Falo rápido. — A nossa relação é somente profissional. Sentamos na mesma mesa que Malvino e aproveitamos para conversar sobre vários assuntos. Ele mostra-me o seu novo condomínio - aliás, um dos! – o homem é o rei da engenharia e só tenho a ganhar com a nossa sociedade. Voltamos ao escritório para continuar a trabalhar durante toda a tarde. Exatamente seis da tarde (horário que marquei para sair e beber um pouco para relaxar, estou precisando transar), desligo o computador e Alina invade o meu escritório. — Senhor Otton, me ajuda pelo amor de Deus — Alina fala, chorando bastante. — Fala o que aconteceu, Alina — Falo coçando a cabeça sem saber o que fazer com ela e continuo a falar. — Senhorita Alina, respira fundo, não sei lidar com mulheres chorando. — A minha irmã, senhor Otton, foi presa. Recebi a notícia agora, por favor senhor Otton, tire a minha irmã da cadeia, ela é a coisa mais importante da minha vida! Eu prometo trabalhar todas as minhas folgas, lavo as suas roupas, faço qualquer coisa — Alina diz, desesperada. — Quantos anos tem a sua irmã? — Pergunto curioso. — Vinte e dois anos, senhor Otton. Aconteceu algo na faculdade e me ligaram da delegacia falando que ela precisa de um advogado. — Alina fala desolada. Tinha que ser uma garota de vinte e dois anos, e por sinal delinquente, para parar numa delegacia deixando a Alina desolada. Nunca imaginei ver essa mulher nesse estado. Respirei fundo, vesti o meu terno e busquei a minha maleta. — Alina, é o seguinte: Se acalma que vou soltar a sua irmã, arrume as suas coisas e vai para casa. Se acalma e anote aqui o seu endereço e o nome da sua irmã. — Falo tentando manter a calma. Alina anota o seu endereço e o nome completo da sua irmã, que se chama Yanah Moutis. Respiro fundo - faz um bom tempo que não vou a uma delegacia, m*****a hora que essa garota foi aprontar estragando os meus planos para a noite em que eu ia saciar os meus desejos.Sou levada até a sala da secretaria, ando rapidamente e eu só consigo pensar na pessoa que mais se sacrifica por mim, que é Alina. Mas não posso demonstrar fraqueza, eu não sou culpada, a loira oxigenada que começou tudo. — Yanah, o que aconteceu para agir daquela maneira? Você deixou a Riana desmaiada no chão, tal ato nunca aconteceu aqui. — O diretor questiona. — Eu não tenho culpa de nada, as câmeras podem provar isso. Eu entrei e elas me perseguiram, me chamando de pobretona, e a minha paciência sumiu. Não deixo nada e nem ninguém me humilhar. — Falo séria. — Nada justifica a sua agressão, Yanah, a família da Riana vai fazer um B.O. contra você por agressão. Fica aqui que vou saber notícias dela. O diretor sai da sala e fico a olhar o meu celular sem ter coragem de ligar para Alina. Como ela vai ficar decepcionada. Após alguns minutos dois policiais entram, acompanhados do diretor. — A senhora precisa nos acompanhar até a delegacia. Levanto-me de onde estava sentada e, de cab
Durante o caminho para a delegacia, penso no tanto que eu não conheço a minha secretária Alina. Jamais imaginei que ela tinha uma irmã tão delinquente. Ao chegar na delegacia sou recebido pelo delegado que está de plantão. Pela sua cara ao me ver, ele não me esperava para defender a tal Yanah. Me apresento e começo ver as fotos e as filmagens de como se gerou toda essa confusão, e fez a garota vir parar aqui, li todo o relatório do corpo de delito. Respiro fundo porque a minha vontade é abandonar o caso e simplesmente ir para a minha casa, e deixar a garota inconsequente de molho aqui por uns dias. E o pior: foi presa por desacato... como a pessoa vem depor por uma agressão e vai presa por desacato? Assim fica difícil, juro que se não fosse irmã da Alina a abandonaria agora. Não tive outra alternativa que não ir até a cela dela, e enquanto me dirijo até lá penso que numa hora dessas devia estar numa cama de motel. De longe vejo que uma garota de estatura mediana se levanta rapidamente
YANAH Mal chego na porta de casa, e Alina abre rapidamente a porta e me abraça apertado. Retribuo o seu abraço porque agradeço, em silêncio, a irmã forte que tenho e que não me abandonou. — Você está bem, Yanah? Graças a Deus você está aqui sã e salva. — Alina fala enxugando as lágrimas. — Estou bem, Alina, você me perdoa pelo que eu fiz hoje? — Pergunto de cabeça baixa. — O diretor me contou o que aconteceu, Yanah, você não poderia ter perdido o controle com aquela moça. — O meu sangue ferveu quando ela me chamou de pobretona. Estou cansada, Alina, perdão por não ser tranquila como você, não aguento muita coisa calada. — Resmungo. — Você é a minha irmã. Sabemos que vai ser expulsa da faculdade. Só te peço uma coisa, Yanah, que você não desista dos seus estudos. — Alina fala calma. — Alina, como vai pagar o advogado? Ele é caríssimo. — Pergunto e fico à espera da sua resposta. — Prometi trabalhar nas minhas folgas, lavar as suas roupas, só não podia te deixar mofar na cadeia.
Dois dias se passou, não soube mais nenhuma notícia da louca da Yanah, nunca conheci uma garota mais atrevida que ela, estou acompanhando o seu processo e soube que hoje ela começa o seu trabalho para diminuição da pena. Continuei a trabalhar quando a minha secretária Alina comunica que a minha mãe chegou e quer falar comigo e é algo importante, mandei a mesma entrar. — Filho bom dia, vim pessoalmente deixar a sua fantasia e ver se está bem! — Mamãe fala empolgada. — Mamãe está ótimo, sei que veio saber se vou realmente para o baile, já lhe adianto que vou. — Que bom! Otton a sua irmã voltou a estudar como já tinha te falado filho, fez amizade nova, pediu até o cartão para ir para o salão cuidar da beleza, coisa que há muito tempo ela não fazia, essa sua amiga está dando conselhos bons para ela. — Isso é bom mamãe, Késsia deixou de viver pelo acidente que tirou a vida do seu namorado e o pior ela vinha dirigindo o carro no dia, amizades para ela é importante nesse momento. — Falo
Comecei a fazer trabalho comunitário para cumprir a tamanha loucura que fiz em desacatar um delegado e adivinha me colocaram para limpar uma escola infantil e pense num trabalho árduo tenho certeza que tudo isso tem um dedo do Otton para se vingar de mim por beijá-lo. Continuei a trabalhar e após isso fui fazer a minha matrícula numa outra faculdade e Késsia me liga e eu resolvi atender — Alô Késsia! — Yanah, onde você vai estudar agora, estou me sentindo um peixe fora d'água nessa faculdade, não consigo fazer amizade com ninguém. — Késsia fala com voz de choro. Em silêncio do outro lado da linha fico sem entender nada e sem saber como agir e o que falar, afinal não sou muito de chorar, não tenho nem tempo para isso. — Estou em frente a faculdade nova, você está chorando? — Pergunto preocupada. — Estou emotiva — Késsia me responde. — Késsia estou sem dinheiro para ir até você, mas se quiser o endereço onde estou para vir conversar, estou livre nesse momento. Késsia pe
Jamais imaginei que Yanah iria sair do meu carro após o louco momento entre nós dois, fiquei completamente cego de desejo por ela e a minha vontade era de ir além. Mas a louca entrou num táxi qualquer e foi embora sem olhar para trás bati forte no capô do carro de raiva, odeio que brinquem comigo desse jeito e o pior é que caí no seu jogo de sedução e gostei, queria muito sentir aquele corpo perfeito sobre o meu e continuo com a sensação da sua boca macia me chupando, só de ficar imaginando já estou duro de novo e totalmente frustrado voltei para casa em alta velocidade e só me restou um banho para ver se esfriou á cabeça para aliviar o efeito do álcool. No dia seguinte acordei totalmente estressado, é tanto que não fui para academia e sim correr para extravasar toda a raiva daquela garota que armou um círculo e cai na dela, quanto mais corria, mais eu queria correr. Parei extremamente exausto, respiro rápido descansando olhando o quão longe eu vim parar movido a raiva da Yanah. Mas
Desci do táxi, paguei o mesmo com o dinheiro que Késsia me deu e entrei devagar em casa, de ponta de pé e de repente a luz acende, Alina me espera no escuro com a cara brava olhando para mim de cima para baixo analisando a minha roupa. — Quer me matar de susto, Alina? — Pergunto pondo a mão no coração. — Quem vai morrer de susto sou eu qualquer hora com esses sumiços, deixou o nosso irmão com a vizinha, só vai dormir quando falar onde estava e com quem estava e onde conseguiu essa roupa. — Fui a um baile a fantasia, por isso fui assim, fui a um aniversário acompanhar a minha amiga Késsia. — Yanah desde quando sai de casa sem me falar comigo e que amiga é essa? — Alina pergunta. — Alina você é uma irmã maravilhosa, mas eu acho esse instinto protetor de estar sempre querendo segurar na minha mão me sufoca e eu sabia que não ia deixar eu ir, por isso fugi. — Quer dizer que eu te sufoco? Muito bem! Yanah, você é uma menina que continua se conhecendo e não sabe muito da vida, essa am
Como prometi para mim mesmo não contei para Alina sobre a bolsa de estudos que consegui para Yanah, Alina me ajudou com uma reunião remota e ao terminar já era noite, uma hora dessas a minha irmã já deve ter saído da faculdade. Fiz uma ligação e todos já saíram da faculdade, preciso conversar com Késsia sério sobre Yanah. Fui até a casa dos meus pais, mamãe me convida para jantar e uma chuva de perguntas começa a ser feita. — Otton por que foi embora tão cedo da festa? Não entendi. — Mamãe estava cansado — Minto para ela. — Otton sei que está mentindo, te conheço e sei que está mentindo, fiquei com dó da Evelin a todo instante querendo estar perto de você, e o que fez fugiu, mas outra coisa que não engoli foi a amiga da Késsia. — Mamãe fala. Arrepio-me só de pensar que Yanah foi a razão do meu sumiço da festa. — A tal Yanah parece educada, mas tem um jeito debochado, e descobri que ela mora num bairro pobre, Késsia é difícil demais, tanta amizade escolher logo uma do subúrbio. O