A noiva substituta do Ceo
A noiva substituta do Ceo
Por: Nena
Atração proibida

Pamela

A vida gosta de me lembrar que não sou a protagonista de um conto de fadas. Meu “príncipe” veste terno sob medida, tem olhos que enxergam a alma e uma arrogância que me faz querer socá-lo… ou beijá-lo.

Caleb Belmont. O homem que me tira do sério há três anos, desde que virei sua secretária. Ele me testa, me provoca e parece esperar que eu surte e peça demissão. Mas eu preciso desse emprego.

O problema não é o trabalho exaustivo ou as horas extras, e sim o fato de que meu coração dispara sempre que ele passa. Odiá-lo deveria ser fácil, mas toda noite me pego imaginando como seria sentir suas mãos em mim.

Talvez essa obsessão tenha a ver com minha vida em casa. Desde que meu pai morreu, sustento minha madrasta, Flávia, e minha meia-irmã, Valentina. Flávia finge que ainda vivemos no luxo, enquanto Valentina acha que meu trabalho é só uma fase antes de eu "casar com um homem rico".

Mal sabem elas que o único homem rico na minha vida é Caleb Belmont. E ele jamais olharia para mim dessa forma.

Toda manhã, acordo cedo, pego o metrô lotado e chego à Belmont Enterprises antes das oito. Porque se Caleb chegar e eu não estiver lá, o inferno começa.

Hoje não foi diferente.

— Você está atrasada — diz ele, sem nem me olhar.

Eu olhei para o relógio. Faltavam três minutos para as oito.

— Ainda não são oito horas, senhor Belmont — respondi, forçando um sorriso.

Ele levantou os olhos, e eu senti aquela pontada de nervosismo no estômago. Droga. Eu odiava quando ele fazia isso.

— Se você precisa desses três minutos para se sentir melhor, Pamela, tudo bem. Mas da próxima vez, quero você aqui quinze minutos antes.

Assinti, reprimindo a vontade de revirar os olhos.

Caleb voltou a se concentrar nos papéis à sua frente, mas eu continuei parada. Só por um momento, deixei meus olhos correrem pelo contorno do rosto dele. A linha do maxilar, a gravata perfeitamente alinhada. Até o jeito como ele segura a caneta parece sofisticado.

E irritante. Muito irritante.

— Precisa de mais alguma coisa? — ele perguntou, sem erguer a cabeça.

Droga. Fui pega no flagra.

— Não. Vou organizar os relatórios para a reunião da tarde.

Voltei para a minha mesa tentando não parecer nervosa. Como ele conseguia me desarmar desse jeito?

---

No final da tarde, quando já estava recolhendo minhas coisas para ir embora, ouvi a voz de Caleb me chamando do escritório dele. Suspirei, já imaginando que meu plano de ir para casa e relaxar tinha acabado.

— Pamela, preciso que você venha aqui. Vamos revisar os balancetes do trimestre.

Revirei os olhos discretamente antes de responder:

— Isso vai demorar?

Ele nem levantou os olhos dos papéis quando disse:

— Provavelmente a noite toda.

Ótimo. Lá se ia meu descanso. Mas, por mais que eu quisesse reclamar, a verdade era que uma parte de mim gostava de estar ali com ele. Mesmo que fosse apenas trabalhando.

— Vou buscar um café — murmurei, tentando me manter focada.

***

O som do teclado preenchia o escritório silencioso, as luzes suaves lançavam um brilho quente sobre a mesa de madeira escura. Eu tentava manter o foco no relatório à minha frente, mas cada movimento de Caleb à minha esquerda era uma distração perigosa.

Seu perfume amadeirado se misturava ao ar-condicionado frio, criando um contraste que fazia minha pele arrepiar. Ele estava concentrado, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, revelando os antebraços fortes. Eu deveria estar trabalhando, mas meu olhar insistia em deslizar até suas mãos grandes, os dedos ágeis girando uma caneta entre eles.

— Pamela... — Sua voz soou baixa, rouca, carregada de algo que fez um calor subir pela minha espinha.

Levantei os olhos e encontrei os dele me observando com um brilho intenso. Um arrepio percorreu meu corpo quando ele se inclinou levemente para mim, um sorriso de canto desenhando-se em seus lábios.

— Você está me ignorando de propósito? — ele provocou, sua voz cheia de malícia.

Meu coração disparou. O ar ao nosso redor ficou pesado, carregado de uma tensão que parecia prestes a explodir. Tentei responder, mas minha boca estava seca. Caleb estendeu a mão e deslizou um dedo pelo meu pulso, traçando um caminho que incendiou minha pele.

Eu deveria recuar. Eu deveria dizer alguma coisa. Mas ao invés disso, fiquei ali, paralisada pelo desejo.

Ele se aproximou ainda mais, até que seu joelho roçou o meu sob a mesa.

— Você está tremendo, Pamela — sussurrou, seu hálito quente roçando minha orelha.

Minha respiração ficou presa na garganta. Caleb levou a mão ao meu rosto, os dedos deslizando pela minha bochecha antes de traçar a linha do meu maxilar. Era um toque leve, mas fez meu corpo inteiro reagir.

— Está fugindo de mim? — ele murmurou, seus lábios quase tocando os meus.

Minhas mãos se agarraram à mesa, tentando encontrar algum resquício de sanidade. Mas então, ele inclinou o rosto e roçou os lábios nos meus em um beijo provocante, um teste para ver se eu resistiria.

Não resisti.

O beijo se aprofundou, seus lábios se movendo sobre os meus com uma urgência que me deixou tonta. Ele segurou minha cintura e me puxou contra si, meus seios pressionados contra seu peito firme.

— Você quer isso tanto quanto eu, não é? — Caleb sussurrou contra minha boca, sua voz baixa e carregada de desejo.

Eu não respondi. Não precisava. Meu corpo já dizia tudo.

Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, puxando minha blusa para cima. Ele queria mais. E eu também.

De repente, eu estava sentada na mesa de Caleb, suas mãos firmes afastando minhas pernas, seus lábios explorando cada centímetro de pele disponível. O mundo lá fora não existia mais. O trabalho, as obrigações, tudo se apagou.

Meus gemidos baixos preenchiam o escritório, a maneira como ele me tocava fazia minha mente girar. Eu queria mais, muito mais...

— Pamela!

A voz firme de Caleb ecoou pelo escritório.

Meus olhos se abriram de súbito, e o ar me escapou dos pulmões.

Eu estava sentada na cadeira, o relatório ainda em minhas mãos, e Caleb me encarava com uma expressão confusa.

— Você está bem? Eu te chamei umas três vezes.

Meu rosto esquentou na hora. Deus, eu estava no escritório dele. Tive uma fantasia erótica com o meu chefe enquanto trabalhávamos.

— S-sim — gaguejei, limpando a garganta e tentando parecer normal.

Caleb arqueou uma sobrancelha, claramente duvidando.

— Tem certeza? Você parece... distraída.

Se ele soubesse.

Ajeitei a postura e fingi concentração no relatório, enquanto meu coração ainda martelava no peito.

O problema era que, depois daquilo, eu sabia que não conseguiria olhar para ele do mesmo jeito outra vez.

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