CalebMeu mundo estava desmoronando, mas eu ainda não sabia exatamente como lidar com isso.Carol estava mentindo? Ou eu realmente tinha um filho e fui privado dessa verdade por cinco anos?Eu sentia meu corpo quente, meu coração martelando dentro do peito como se estivesse tentando me alertar de alguma coisa.Minha mente gritava. Meu peito doía.E então, com um olhar duro e uma respiração carregada, eu fiz o que precisava ser feito.— Vá embora, Carol.Ela hesitou.— Caleb…— Eu disse para ir embora.Dessa vez, minha voz saiu mais baixa, mais carregada, e eu vi seu corpo se retesar.Ela apertou os lábios, pegou a bolsa e, antes de sair, lançou-me um último olhar.— A gente ainda vai falar sobre isso.Eu não respondi.Não confiei na minha voz.A porta se fechou.E então, o peso da revelação caiu sobre mim com força total.Comecei a andar de um lado para o outro, incapaz de ficar parado.Minhas mãos passavam pelos cabelos, minha mente rodava em círculos.Eu sentia um nó se formando no
PamelaA raiva queimava dentro de mim como uma fogueira descontrolada.Eu estava na nossa casa. Sozinha.Enquanto Caleb?Fora.Atrás da ex-noiva. Ou sei lá pra Deus sabe onde.Eu não conseguia acreditar.Ele simplesmente saiu.Sem se preocupar comigo.Sem pensar em como eu me sentiria com isso. Nem teve a decência de perguntar se eu me incomodava com isso. Independente do nosso relacionamento ser por contrato ou não. Ainda somos casados.O relógio já marcava 23h, e ele ainda não tinha voltado.A minha paciencia já tinha se esgotado completamente. Fiquei esperando ele voltar a noite inteira. Fiz o jantar, comi, tomei um banho, fiz tudo o que podia para matar o tempo, e nada dele aparecer.Eu não seria feita de trouxa. Não mais.Andei de um lado para o outro na sala, sentindo a fúria crescer dentro de mim.As horas passavam lentamente, cada minuto aumentando meu desgosto pela situação.Onde ele estava?O que ele estava fazendo?— Aposto que com ela — murmurei para mim mesma, cruzando os
PamelaEu dirigia pela estrada escura, as mãos firmes no volante, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim.Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo.Primeiro, Caleb desaparece para ir atrás da ex.Agora, Nicolas me liga para buscá-lo porque ele está completamente bêbado.Ótimo. Só pode ser uma piada.Revirei os olhos, pisando fundo no acelerador.Já não bastava eu ter que cuidar dele quando era apenas sua assistente.Agora, como sua esposa, aparentemente eu tinha me tornado sua babá oficial.Patético.Se ele achava que ia passar por essa noite sem ouvir umas boas verdades… estava muito enganado.Quando cheguei ao bar, o lugar já estava mais vazio, algumas poucas pessoas espalhadas pelas mesas e um som baixo tocando ao fundo.Nicolas estava parado ao lado de uma mesa no canto, com os braços cruzados e um olhar exasperado.E ali estava ele.Caleb Belmont.O poderoso CEO, totalmente derrotado pelo álcool.Ele estava largado sobre a mesa, com os olhos meio abertos e um sorriso
PamelaAcordei com uma sensação estranha.Algo quente e pesado me envolvia.Meu corpo estava sendo esmagado.Pisquei algumas vezes, sentindo meu rosto contra o travesseiro, e tentei me mexer… mas não conseguia.Foi então que percebi.Caleb estava abraçado a mim.Minhas costas estavam pressionadas contra seu peito, seus braços fortes me apertando como se eu fosse um maldito travesseiro de corpo.E, para piorar, eu estava só de lingerie.Lembrei vagamente de ter tomado um banho rápido antes de cair na cama de pura exaustão.Mas como diabos ele veio parar aqui?!Minha paciência já tinha se esgotado na noite passada.Eu não ia acordá-lo de forma gentil.Com toda a força, empurrei Caleb para longe.Ele se desequilibrou, soltou um grito e caiu da cama com um baque alto.Sorri satisfeita.Ele merecia.— Mas que porra…? — Caleb resmungou do chão.Me levantei sem dizer uma palavra e fui direto para o banheiro, pisando firme.— Bom dia pra você também, Pamela! — ele exclamou com ironia.Revirei
PamelaA vida tem uma maneira engraçada de me lembrar todos os dias de que eu não sou a protagonista de um conto de fadas. Meu príncipe encantado usa terno sob medida, tem olhos que parecem decifrar a alma de qualquer um e um jeito arrogante que me faz querer socá-lo… ou beijá-lo.Caleb Belmont. O homem que me tira do sério em todos os sentidos possíveis.Trabalho para ele há três anos. Três longos anos como sua secretária pessoal, lidando com as exigências mais absurdas que já vi. Ele não perde uma oportunidade de me testar, de me colocar à prova, como se estivesse esperando o dia em que eu finalmente surtaria e jogaria meu crachá na cara dele. Só que, para sua infelicidade — e a minha — eu não fiz isso. Preciso desse emprego, e essa é a verdade.Mas o problema real não é o trabalho exaustivo, as horas extras ou o fato de que ele mal me dirige um “bom dia” direito. O problema é o jeito como meu coração parece correr uma maratona cada vez que ele passa por mim. Odiá-lo deveria ser fác
PamelaEra final de tarde quando ouvi a voz de Caleb me chamando do escritório dele. Eu já estava me preparando para ir embora, mas, claro, ele tinha outros planos. — Pamela, preciso que você venha aqui. Vamos revisar os balancetes do trimestre. Suspirei, recolhendo minhas coisas da mesa antes de seguir até sua sala. — Isso vai demorar? — perguntei, com um tom casual, mas já sabendo a resposta. — Provavelmente a noite toda — ele respondeu sem desviar os olhos dos papéis. Ótimo. Lá se ia meu plano de voltar para casa, tomar um banho quente e me distrair com qualquer coisa que não envolvesse números ou Caleb Belmont. Mas a verdade? A verdade é que uma parte de mim queria exatamente aquilo. Ficar presa naquele escritório com ele, sozinhos, até tarde. Meu coração disparava só de pensar em passar mais algumas horas ao lado dele, mesmo que fosse para trabalhar. Infelizmente, o que eu queria de verdade — uma noite com meu chefe, mas não revisando balancetes — não estava nos pla
Caleb O sol entrava pelas janelas enormes da sala de jantar, iluminando a mesa impecavelmente arrumada. O aroma do café fresco se misturava com o cheiro de pão recém-saído do forno e frutas cortadas. A mesa estava farta, como sempre. Meu pai não gostava de nada menos que isso. Bernardo Belmont estava sentado na ponta da mesa, ereto, como se mesmo no café da manhã estivesse presidindo uma reunião. Ele tinha 68 anos, mas sua presença impunha respeito. Alto, de ombros largos, cabelos grisalhos penteados para trás e uma barba bem aparada. O terno claro que ele vestia parecia recém-saído da alfaiataria, e os sapatos brilhavam tanto que refletiam a luz do sol. Até no café da manhã, ele se recusava a relaxar. — Um homem que não cuida da própria aparência está fadado ao fracasso — ele costumava dizer. Minha mãe, Vitória Belmont, estava sentada à direita dele, parecendo deslocada em uma cena que já havia testemunhado inúmeras vezes. Apesar dos mais de sessenta anos, ela parecia não ter
Flavia MonteiroEntrei em casa com um sorriso que quase não cabia no rosto. Meus passos eram leves, e eu praticamente flutuava pela sala. Ah, finalmente! Finalmente as coisas estavam se ajeitando. Há anos eu esperava por isso, e agora o destino finalmente nos estendia a mão. — Valentina! — chamei animada, largando a bolsa sobre o sofá. Minha filha apareceu descendo as escadas com aquele ar preguiçoso, enrolada em um robe de seda rosa. Ela se espreguiçou como se tivesse acabado de acordar, mesmo sendo quase cinco da tarde. — Que foi, mãe? — Valentina perguntou, jogando-se no sofá. — Eu consegui! — apontei para ela com um dedo trêmulo de empolgação. — Estamos salvas, minha filha. Não vamos mais depender das migalhas que a Pamela joga pra gente! Os olhos de Valentina se arregalaram, e ela pulou do sofá em um pulo só. — O quê? Como assim? Agarrei as mãos dela, apertando-as com força. — Você vai se casar, minha querida. E não é com qualquer um. Você vai se tornar uma Belmon