PamelaEu dirigia pela estrada escura, as mãos firmes no volante, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim.Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo.Primeiro, Caleb desaparece para ir atrás da ex.Agora, Nicolas me liga para buscá-lo porque ele está completamente bêbado.Ótimo. Só pode ser uma piada.Revirei os olhos, pisando fundo no acelerador.Já não bastava eu ter que cuidar dele quando era apenas sua assistente.Agora, como sua esposa, aparentemente eu tinha me tornado sua babá oficial.Patético.Se ele achava que ia passar por essa noite sem ouvir umas boas verdades… estava muito enganado.Quando cheguei ao bar, o lugar já estava mais vazio, algumas poucas pessoas espalhadas pelas mesas e um som baixo tocando ao fundo.Nicolas estava parado ao lado de uma mesa no canto, com os braços cruzados e um olhar exasperado.E ali estava ele.Caleb Belmont.O poderoso CEO, totalmente derrotado pelo álcool.Ele estava largado sobre a mesa, com os olhos meio abertos e um sorriso
PamelaAcordei com uma sensação estranha.Algo quente e pesado me envolvia.Meu corpo estava sendo esmagado.Pisquei algumas vezes, sentindo meu rosto contra o travesseiro, e tentei me mexer… mas não conseguia.Foi então que percebi.Caleb estava abraçado a mim.Minhas costas estavam pressionadas contra seu peito, seus braços fortes me apertando como se eu fosse um maldito travesseiro de corpo.E, para piorar, eu estava só de lingerie.Lembrei vagamente de ter tomado um banho rápido antes de cair na cama de pura exaustão.Mas como diabos ele veio parar aqui?!Minha paciência já tinha se esgotado na noite passada.Eu não ia acordá-lo de forma gentil.Com toda a força, empurrei Caleb para longe.Ele se desequilibrou, soltou um grito e caiu da cama com um baque alto.Sorri satisfeita.Ele merecia.— Mas que porra…? — Caleb resmungou do chão.Me levantei sem dizer uma palavra e fui direto para o banheiro, pisando firme.— Bom dia pra você também, Pamela! — ele exclamou com ironia.Revirei
Pamela— Eu não quero que isso seja apenas um contrato.As palavras dele ainda ecoavam na minha mente.Eu pisquei algumas vezes, tentando absorver o que ele havia acabado de dizer.— Como assim? — perguntei, minha voz soando mais hesitante do que eu gostaria.Caleb me olhava com seriedade, os olhos fixos nos meus, como se já tivesse tomado uma decisão.— Quero dizer que a gente não precisa ser casado apenas no papel.Ele se inclinou um pouco para frente, apoiando os cotovelos na mesa.— Nosso casamento já foi consumado.Meu coração disparou.Ele estava falando do que aconteceu entre nós naquelas noites em que nos entregamos um ao outro sem pensar no amanhã.— Podemos fazer isso dar certo. — ele continuou.Minha garganta secou.— Até o final do contrato?Caleb balançou a cabeça.— Não, Pamela.Minha respiração ficou presa.— Eu quero ficar com você.Meu peito se aqueceu com aquelas palavras.Mas então…— Sempre soube o que sentia por mim. E então, eu quero fazer as suas fantasias se to
PamelaAcordei ainda com a raiva entalada na garganta. A proposta absurda de Caleb ainda ecoava na minha mente, como uma provocação constante que não me deixava em paz. Como ele teve a audácia de me oferecer um acordo… de me usar como uma solução conveniente para os problemas familiares dele? Eu não era uma moeda de troca.Vesti-me com mais intenção do que o habitual. Uma blusa de tecido leve, quase transparente sob a luz certa, e uma saia lápis justa que marcava cada curva com perfeição. Meus saltos soaram alto contra o chão do apartamento enquanto caminhava até a porta. Se ele queria jogar sujo, eu mostraria que também sabia brincar.Cheguei na empresa antes dele, como sempre. A sala ainda estava silenciosa, os corredores pareciam suspensos num momento de pausa. Sentei na minha mesa e mergulhei no trabalho, tentando ao máximo ignorar cada lembrança do seu toque, cada eco da voz dele no meu corpo.Mas, claro, não durou muito.— Bom dia, Pamela — ele disse quando passou pela minha mes
PamelaA vida gosta de me lembrar que não sou a protagonista de um conto de fadas. Meu “príncipe” veste terno sob medida, tem olhos que enxergam a alma e uma arrogância que me faz querer socá-lo… ou beijá-lo.Caleb Belmont. O homem que me tira do sério há três anos, desde que virei sua secretária. Ele me testa, me provoca e parece esperar que eu surte e peça demissão. Mas eu preciso desse emprego.O problema não é o trabalho exaustivo ou as horas extras, e sim o fato de que meu coração dispara sempre que ele passa. Odiá-lo deveria ser fácil, mas toda noite me pego imaginando como seria sentir suas mãos em mim.Talvez essa obsessão tenha a ver com minha vida em casa. Desde que meu pai morreu, sustento minha madrasta, Flávia, e minha meia-irmã, Valentina. Flávia finge que ainda vivemos no luxo, enquanto Valentina acha que meu trabalho é só uma fase antes de eu "casar com um homem rico".Mal sabem elas que o único homem rico na minha vida é Caleb Belmont. E ele jamais olharia para mim des
CalebO sol invadia a sala de jantar da mansão Belmont como um lembrete cruel de que aquele café da manhã não seria apenas uma refeição. Sentado à mesa impecavelmente posta, tentei focar no aroma do café, no pão fresco… qualquer coisa que me distraísse do olhar controlado do meu pai.Bernardo Belmont, mesmo aos 68 anos, parecia mais uma estátua de comando do que um homem comum. Sempre ereto, sempre vestindo um terno perfeitamente alinhado — até dentro de casa. Ele nunca relaxava. Nunca deixava de ser o patriarca. Minha mãe, Vitória, estava ao seu lado. Linda, elegante, com aquele ar quase etéreo que ela mantinha mesmo depois dos sessenta. Mas ali, ao lado dele, parecia sempre uma coadjuvante resignada.Do outro lado da mesa, meu irmão Nicolas mal prestava atenção. Magro, distraído, vivia no próprio mundo, mexendo no celular como se aquilo tudo não o envolvesse. E, até aquele momento, eu achava que não envolvia mesmo.Então, veio o golpe: — Você precisa se casar, Caleb. Está na hora de
PamelaCheguei em casa exausta. O salto alto parecia mais cruel hoje, talvez porque eu tenha passado boa parte do dia andando de um lado para o outro no escritório, tentando ignorar o fato de que meus olhos insistiam em buscar Caleb Belmont. Era frustrante. Um homem como ele não deveria existir no ambiente de trabalho. Eu larguei minha bolsa no sofá e me joguei na cadeira da mesa de jantar, sentindo meus ombros caírem. O escritório, sem ele, parecia vazio, sem graça. Apenas pilhas de papéis, reuniões intermináveis e aquela máquina de café que parecia cuspir água suja em vez de café de verdade. Mas, quando Caleb estava lá, tudo ganhava um brilho diferente — ou talvez fosse só o jeito que ele usava aqueles ternos perfeitamente ajustados. — Preciso parar com isso — murmurei, balançando a cabeça enquanto me levantava. Fui para a cozinha e comecei a preparar algo simples. Ninguém ia fazer isso por mim. Flávia e Valentina não mexiam um dedo sequer. A diarista limpava, mas não cozinhav
PamelaSentei-me à minha mesa no escritório, a cabeça cheia de pensamentos que não me deixavam concentrar no trabalho. A pilha de documentos à minha frente parecia uma montanha intransponível. Meu olhar vagava pelas letras sem realmente processá-las. Tudo o que ecoava na minha mente eram as palavras de Flávia da noite anterior: "Nos salve da ruína."Suspirei, sentindo o peso da decisão que parecia inevitável.— Droga — murmurei para mim mesma, girando a caneta entre os dedos. — Vou ter que me casar.A realidade da situação era tão absurda que quase dava vontade de rir. "Casar para salvar a família", parecia algo saído de um romance barato, não da minha vida real.E com quem? Com Nicolas Belmont. Um garoto. Ele era mais novo que eu e, de todas as pessoas no mundo, seria meu futuro marido.Passei a mão pelo rosto, frustrada. Pensar nisso fazia tudo parecer ainda mais surreal. A pior parte? Ser cunhada de Caleb Belmont.Caleb.Deixei a caneta cair sobre a mesa e me encostei na cadeira. U