Caleb
Levantei-me mais cedo do que o habitual hoje. Não que eu tenha dormido muito, afinal, passei boa parte da noite encarando o teto, perdido em pensamentos. A ideia de me casar contra a minha vontade me atormenta. Casamento nunca esteve nos meus planos. Apesar de meus pais terem um relacionamento sólido e feliz, eu nunca me vi nesse papel. Não sou o tipo de homem que sonha em construir uma família ou ser o marido perfeito. Agora, no entanto, não tenho escolha. Meu pai deixou bem claro: ou me caso ou perco tudo. E o pior de tudo é que terei que me casar com uma mulher que sequer conheço, escolhida por ele. É absurdo, mas minha única esperança é que essa mulher aceite manter um casamento de fachada por alguns anos. Só preciso de tempo. Tempo para meu pai desistir dessa obsessão por um neto e para que eu consiga assumir o controle da empresa como acionista majoritário. Quando isso acontecer, ele não terá mais poder para me forçar a nada, e eu poderei finalmente me livrar desse peso chamado “esposa”. Depois de alguns minutos me revirando na cama, decidi começar o dia com algo mais produtivo. Fiz minha rotina de musculação e corri um pouco na esteira, tentando esvaziar a mente. O esforço físico ajudou a liberar um pouco da tensão acumulada. Assim que terminei, tomei um banho demorado, deixando a água quente relaxar os músculos e, de certa forma, acalmar minha cabeça. Vesti meu habitual terno perfeitamente alinhado, ajustando cada detalhe no espelho. Meu reflexo me encarava com uma expressão séria, talvez até um pouco sombria. Suspirei. Desci para a sala de jantar e me sentei à mesa. Meu pai já estava lá, com aquela postura imponente que sempre o acompanha. Ele estava folheando o jornal, mas percebi que me observava de relance, como se estivesse aguardando o momento certo para falar. —Caleb. —Meu pai cortou o silêncio. Olhando diretamente para os meus olhos.— Sua mãe irá ligar para a família Monteiro, para podermos reunir as duas famílias e marcar o noivado.—Meu pai disse calmamente, e eu apenas continuei ouvindo. — Já que você já conheceu a sua noiva. Não há problemas em já marcamos a data!— Assim que o meu pai disse isso eu lembrei do encontro desastroso que o Nicolas teve com a minha futura noiva, que mulher desprezível!Só espero conseguir convencer ela a manter um casamento de aparências. Pelo o que Nicolas me contou ela é uma mulher jovem e bem mimada, nem a conheço e já sei como ela é superficial. acredito que com dinheiro eu consigo convencer essa garota,a me deixar em paz. só preciso de alguém que acene com a cabeça e me acompanhe em eventos sociais. — Sim pai, mas eu acho que preciso conversar com a minha noiva a sós,mais uma vez.— Disse concordando com o meu pai. Eu só posso me casar com essa mulher, se tiver a certeza que para ela não vai passar de um contrato. De um casamento com prazo de validade. —Vocês já se conheceram. Não acredito que precisam mais do que um encontro para marcar o casamento.—Meu pai sempre foi teimoso dessa forma. Nada pode ser feito se não passar pelo grande Bernado Belmont. —Sim papai, mas da última vez eu posso ter passado uma impressão ruim a ela, já que eu não pretendia me casar, dessa vez quero que ela me entenda melhor, quero pedir desculpas para que possamos começar esse relacionamento da melhor forma possível.—Menti descaradamente. meu pai olhou para mim, e olhou para minha mãe que até o momento se mantia praticamente alheia a conversa. —Tudo bem, se esse 2° encontro garantir que você vai ter um bom relacionamento com a sua esposa. Não serei eu a pessoa que vai impedir.—Finalmente ele concordou. —Vitória,Ligue para Flávia! Marque um encontro com a Noiva do Caleb. Hoje mesmo esse encontro precisa acontecer.—Meu pai ordenou cansado. Minha mãe assentiu com a cabeça. *** Pamela Hoje eu estava um pouco mais animada, tive um sonho delicioso com o meu chefe. Sonhei que estávamos em uma viagem de trabalho para a praia e ele invadia meu quarto durante a noite. Ele puxava as cobertas,e acariciava as minhas pernas, suas mãos quentes deslizando pelo meu corpo me fazendo arrepiar... Ele abria as minhas pernas e enterrava seu rosto entre elas, me deixando enxarcada. eu implorava dizendo : - Porfavor senhor Belmont... Me fode... eu preciso de você. Acordei tão molhada que tive que trocar os lençóis da cama. Vejo esse homem todos os dias nos últimos 3 anos, apenas sonhando como seria sentir os seus lábios nos meus. É difícil trabalhar para um cara tão gostoso e tão arrogante. A mente fica confusa, quanto mais eu o odeio, mas forte quero que ele me fôda. —Bom dia Senhor Belmonte. —Falei sozinha como sempre, enquanto ele pegava o café que eu atenciosamente preparava para ele todas as manhãs. O cara tem um vício gigantesco em café, ele toma mais de 4 xícaras só pela manhã. Ele passou por mim e foi até a sua sala se sentar. E lá vou eu como sua escrava partilhar levar a sua agenda e compromissos do dia. —Senhor Belmont, aqui estão os contratos que precisa revisar e assinar, e aqui estão todos os detalhes do projeto entregue pela equipe B do setor designer.— Coloquei de forma organizada em sua mesa, enquanto ele mau olhava para o meu rosto—Então eu vou me retirar.—Falei indo em direção à porta. —Senhorita Gomes?— Aquela voz deliciosa e prepotente do senhor Belmont soou pela sala. —Sim?—Respondi me virando de volta. —Preciso que você libere todos os meus compromissos depois das 16h. Preciso sair cedo hoje. —Tudo bem senhor. —Você pode sair esse horário também. Já que não estarei aqui não tem motivo para ficar até mais tarde.— Disse ele de forma despreocupada,mau sabe ele que tenho mais trabalho do que ele nessa empresa. —Obrigada senhor.—Agradeci mesmo sabendo que não era uma boa ideia sair mais cedo. Fechei a porta de vidro da sua sala e me sentei na minha mesa que ficava logo em frente. Continuei trabalhando normalmente,até que umas duas horas depois meu celular tocou. Atendi no segundo toque sem olhar quem era, e me arrependi amargante por isso. —Pamela querida.—Era a Flávia, com aquela voz sinica que só ela sabia fazer. —Flávia eu estou trabalhando, já te disse para não me ligar no trabalho. —Eu sei , mas eu não podia esperar. —Então me conte, o que tão urgente para você interromper o meu trabalho. —Você vai conhecer o seu noivo hoje as 17h30! —Como é? —Perguntei para saber se eu tinha entendido direito. —Você tem um jantar com o Nicolas Belmont hoje as 17h30, não se atrase. Depois desse encontro a data do seu casamento será marcada!—O tom de tranquilidade na sua voz era como um martírio para mim. ‐PamelaPamelaDesliguei o celular, ainda em choque. A ligação de Flávia tinha arruinado meu humor por completo. Nem se o próprio Caleb aparecesse nu na minha frente agora, com aquele corpo esculpido por deuses, conseguiria me fazer sorrir. Não que isso fosse acontecer, mas o pensamento me arrancou um suspiro irritado.Como Flávia pode ser tão irresponsável? Hipotecar a casa e esconder isso de mim? E agora, empurrar um casamento arranjado como solução? Ainda me custa acreditar que vou ser usada como moeda de troca. Tudo isso para salvar uma casa que, no fundo, era a única lembrança verdadeira dos meus pais.Sacudi a cabeça, tentando afastar o turbilhão de pensamentos. Meu olhar caiu sobre o relógio na parede. Ainda faltavam algumas horas para o fim do expediente, mas, pelo menos, Caleb havia me liberado às 16h. Uma rara folga concedida por aquele homem metódico. Soltei um suspiro de alívio. "Pelo menos essa folga vai servir para alguma coisa", murmurei para mim mesma.Levantei-me da ca
PamelaSegui o anfitrião pelo salão, sentindo o chão sob meus pés parecer mais instável a cada passo. Meu coração já estava disparado, mas quando nos aproximamos da mesa, algo me fez parar por um instante. De costas, o homem sentado ali parecia muito com Caleb.“Caramba, como o Nicolas parece o Caleb de costas…” pensei, tentando ignorar o nó que se formava no meu estômago. Eles tinham os mesmos trejeitos: ele passou a mão pelo cabelo do mesmo jeito casual e despreocupado que eu tinha visto Caleb fazer tantas vezes no escritório. Logo em seguida, começou a tamborilar os dedos na mesa de forma rítmica.Quanto mais perto eu chegava, mais aquela impressão se tornava impossível de ignorar. Meu coração, que já estava acelerado, parecia prestes a sair pela boca. Minhas mãos estavam tão suadas que eu tive que esfregá-las disfarçadamente na lateral do vestido.Quando o anfitrião parou ao lado da mesa, a voz dele soou alta e clara:— Senhor Belmont, a senhorita Monteiro está aqui.Foi aí que ele
CalebCheguei ao restaurante me sentindo um pouco nervoso, mesmo não sendo uma pessoa ansiosa, eu preciso admitir que conhecer a mulher com quem vou me casar por livre e espontânea pressão me deixou um pouco aflito.— Boa noite! — Cumprimentei o anfitrião que já vi uma centena de vezes, mas não recordo o nome.— Boa noite, senhor Belmont, em que posso lhe ser útil?— O homem respondeu de uma forma tão condescendente que pensei que fosse fazer uma reverência. — Fiz uma reserva para as 17h30.— Ah sim, mesa para duas pessoas, em um lugar um pouco mais reservado. Confere?— Ele conferiu as informações em um tablet de ultima geração.— Isso,exatamente.— Respondi.— Tudo bem, senhor Belmont, sua mesa já está pronta. Por favor, siga-me para que eu possa te levar até ela.— Ele falou de uma forma quase robótica e eu o segui.Andamos pelo restaurante em silêncio até uma parte mais reservada do salão, uma area que eu tinha costume de estar. Me sentei de costas para a entrada do restaurante, pois
CalebTerminamos o jantar e fomos ao meu apartamento ou como meu irmão gosta de chamar "o matadouro", onde eu costumava levar algumas mulheres que acabava me interessando, mas isso já fazia muito tempo, um tempo distante, acho que fazia mais de 2 anos que eu não levava ninguém lá. Destranquei a porta e a abri, fazendo um gesto com as mãos para que ela entrasse. — Por favor, entre. — Falei com um sorriso que tentei deixar casual, mas não consegui disfarçar a minha vontade de devorar a Pamela. Eu não iria fazer nada, mas se ela quisesse eu não iria recusá-la.Pamela hesitou por um segundo antes de cruzar a porta, os ombros tensos, o olhar curioso, mas cauteloso. Era intrigante ver a senhorita Gomes, digo, senhorita Gomes Monteiro, vulnervél daquele jeito, porque eu estava mais acostumado a ver o mulherão da porra que sempre resolve os meus problemas, dos minimos como mandar lavar meu terno,ou comprar o meu café, como conseguir uma reunião com o maior investidor da empresa. Essa mulher
Pamela—Já sei,está demitida!Problema resolvido.— O Caleb teve a audácia de falar isso.— Como é?Demitida? Tá ficando maluco?—Perguntei furiosa.— Maluco? —Caleb me olhou com uma expressão engraçada no rosto.— Você não pode me demitir! Depois de tudo o que eu fiz por você?—Me levantei completamente emputecida.—Ei ei ei ei. Calma senhorita Monteiro. Só estou brincando com você. — Apenas depois que o Caleb se levantou que eu percebi que tinha alterado a minha voz.— Eu não vou demitir você! Só estava tentando descontraindo um pouco. Você parece tensa.—Ah, tudo bem, me desculpe por isso então.Eu não queria gritar.—Não se desculpe, eu não deveria ter brincado com isso. Eu não queria ter feito você gritar. Pelo menos não por isso.— Caleb provocou. O Caleb nunca havia flertado comigo antes, pelo menos não fora das minhas fantasias.Voltei a me sentar e o Caleb também. — Está um pouco mais calma?—Caleb me perguntou tomando um gole do vinho.—Estou.— Ótimo,então vamos conversar sobre
CalebMe aproximei lentamente, sentindo a tensão sexual entre nós aumentar a cada movimento meu. Levei minha mão até a sua nuca, os dedos encostando suavemente sua pele quente. Pamela congelou, seus olhos arregalados encontrando os meus, a sua respiração acelerada deixava bem claro como ela estava nervosa.E Sinceramente isso me divertia muito. Eu sei que a Pamela sente atração por mim, sei que já fantasiou comigo, assim como eu sempre penso nela batendo uma.Ela não recuou, e também não disse nada, e isso só tornava tudo ainda mais excitante para mim. Se eu quisesse beija-la ela cederia, aquele foi o momento que eu descobrir um controle sobre ela que eu nem sabia que poderia ter.Eu não pude conter o sorriso que se formou levemente em meus lábios quando a minha secretaria fechou os olhos, eu podia jurar que ela fez um biquinho com os lábios, ela realmente queria aquele beijo.— Conseguiu o que você queria, não é?— Sussurei em seu ouvido. Pamela abriu os olhos levemente decepcionada.
Pamela Cheguei em casa por volta das 22h, quando abri a porta me assustei com o grito de Flávia que veio em minha direção louca para saber o que havia acontecido. — E aí? boa notícia? Como foi lá? Quado vão se casar?Já posso mandar fazer o meu vestido? claro eles que precisam pagar, eu não tenho nem um tostão furado. — Flávia por favor! Posso pelo menos entrar em casa antes de ter que responder ao seu interrogatório?— Falei cansada. O encontro já tinha sido estressante o suficiente sem a ajuda dela. Passei por ela e andei diretamente para as escadas, a última coisa que eu iria querer naquele momento era responder os questionamentos malucos da Flávia. Ainda mais que eu sequer tinha certeza se eu iria me casar com o Caleb. Ao chegar no andar de cima encontrei Valentina Deitada na minha cama. —O que a senhorita pensa que está fazendo no meu quarto?—Perguntei cruzando os braços. —Esperando você! Porque demorou tanto pra chegar? Você dormiu com ele? —Valentina cai fora.—Se
CalebMe joguei no sofá, girando a taça de vinho na mão e soltando um riso baixo. Pamela tinha acabado de sair, e a única coisa que eu conseguia pensar era: Então eu vou me casar com a minha secretária gostosa. Isso está ficando cada vez melhor.Enchi a taça novamente, levando o vinho aos lábios. Parecia até mais doce agora. Talvez fosse o sabor da vitória.Nunca imaginei que um casamento arranjado poderia ter alguma vantagem, mas, honestamente, casar com Pamela não parecia um sacrifício. Pelo contrário. Eu finalmente podeira conseguir saciar os meus desejos mais sórdidos.A imagem dela não saía da minha cabeça. O jeito que ficou nervosa no jantar, como evitava me olhar por muito tempo... E aquela tensão no ar quando estávamos no meu apartamento?Soltei um suspiro e balancei a cabeça, rindo sozinho. Isso vai ser interessante. Muito interessante.Eu sempre me controlei para não ultrapassar limites no trabalho, mas agora... agora ela seria minha esposa.E não havia mais nada que nos impe